“Durante os primeiros vinte meses, a vida lhe sorriu e ele era um perfeito atleta, desde que, sem ajuda alguma, sendo apenas um esperma entre quatrocentos milhões de outros, venceu a corrida. Em nove meses gestacionais, nada ocorreu de anormal. Nos primeiros meses de vida, experimentou as alegrias que a infância pode proporcionar. Mas dizia alguém num passado remoto que a vida não é só um jardim florido. E numa tarde ensolarada de verão, provavelmente no final de setembro e, no máximo, no meio de outubro de 1948, de repente começou a chorar. Por uns dez minutos, ninguém deu atenção, mas após esse tempo, o choro, além de ensurdecedor e irritante aos que o ouviam, iniciou as providências para que o choro terminasse. Deram banho, achando que fosse algum inseto que o tivesse picado, procuraram e não encontraram marcas. Menos mal, parecia, mas o mal era interno e ninguém via, nem pensou. Durante três dias, foram o que me contaram no levantamento que fiz, alternando desde a avó até o pai, canecas de chá foram feitas e bebidas foram oferecidas, mas ninguém entendeu e nem prestou atenção. Até que, depois do terceiro dia de choradeira, o levaram a um farmacêutico primeiro e depois a um homeopata. Este deu o medicamento que, por sorte, aliviou as dores, o que o fez dormir. Voltaram para a roça e só quando no outro dia lembraram que o mesmo existia, e mesmo assim porque antes deste fato, acordava primeiro e no berço ficava a brincar e a sorrir como se alguém ao lado estivesse a conversar com ele. Os pais, que tiveram um primeiro que apenas nascera e não viveu, ficavam às vezes a conversar sobre o que o fazia sorrir e a emitir sons que queriam dizer ou um cântico que eles não sabiam decifrar. Foram em busca dele que, embora acordado, se esforçava por ficar pelo menos sentado no berço e não conseguia, com seus olhos azuis que olhavam tristes como se quisessem dizer que a dor dos três dias era muito mais séria, pois até a voz a dor tinha matado. Então, agora todos preocupados, o tomaram e levaram novamente ao homeopata e só então ficaram sabendo que a dor que martirizara por três dias era um forte inimigo, e fora o primeiro que enfrentou. O choro era o sinal da luta, o grito de socorro que ninguém entendeu. Só então compreenderam que o terrível mal, conhecido por eles daquele tempo como paralisia infantil, e aí desenharam e comentaram como seria a sua vida dali para frente, mas se dispuseram a vencer o mal que estava feito. Assim, por aquela casa passaram as benzedeiras, fizeram promessas de todo tipo, a avó até novenas programava. Mas ele, que a tudo ouvia, conversava com os anjos e eles não sabiam, entender nem pensavam. Banho de tudo quanto foram ervas que eram ensinadas, além do banho diariamente, ainda era obrigado, pelo menos três vezes por dia, a tomar. Assim foi a vida dele, até que, como por milagre, voltou primeiro a sussurrar e, ajudado e incentivado, voltou a falar fluentemente, mas andar, que era bom, nada. Já acostumado com todos que o amavam e o paparicavam, o destino lhe pregou outra peça. O pai, influenciado por parentes que tinham ido para um lugar distante, resolveu que era hora de levantar voo e assim aconteceu. E na roça foram morar. Moravam numa casa muito ruim que, para ficar melhor, a mãe ia ao curral e apanhava merda de gado e passava no chão batido da casa, e o ambiente ficava bonito e ameno por muitos dias, e depois repetia tudo de novo. Assim foram os primeiros três anos e meio da vida dele, sem muitos acontecimentos, até que a mãe, que era sempre a mais preocupada com o seu futuro, neste tempo já era nascida a irmã e ele passava a maior parte do tempo com a irmã, velando-lhe o sono e todos os seus movimentos, como se estivesse vigiando-a para que o inimigo que aparentemente o derrubara não atacasse a sua querida irmãzinha. Quando esta chorava e sua mãe estava cuidando de alguma tarefa que não podia largar de imediato, ele, arrastando pela casa, chegava-se até ela e balançava o cesto até ela dormir de novo, e prestava atenção a todos os seus movimentos, como se estivesse vigiando-a para que a terrível dor que lhe tirara todos os movimentos não fizesse o mesmo com a irmã. “Assim foi a vida dele até por volta dos três anos e meio”.
O personagem desta história foi obrigado a viver brigando e lutando por seus direitos que a vida lhe negou. Houve um tempo em que todos pareciam como seus inimigos e ele, como seus inimigos, se portou e brigou. Ele apenas pede que você aprenda da vida, pois a sua inveja, o seu ciúme, a sua ganância, a sua falta de fé em Deus, acabam por fazer de você o maior perseguido. No final, você verá que apenas tirou por um tempo e usufruiu de alguma coisa que nunca foi sua, mas de outro.
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