Transtorno ou Síndrome do Pânico
É tão difícil, atualmente, encontrar alguém que nunca tenha ouvido falar em Síndrome do Pânico. O sintoma básico é um medo enorme sem explicação, indefinido, medo infundado; você acha ridículo sentir esse medo, mas não consegue controlar. Ela é caracterizada pela presença de ataques de pânico. São crises súbitas, repentinas, espontâneas, com forte sensação de medo (medo de tudo e sem motivo), de perigo, de desmaio, de derrame cerebral, loucura ou morte iminente (o que nunca ocorre); sensação de alerta ou de fuga, necessidade de socorro imediato ou até de se encolher num canto, agitação e múltiplos sintomas indefiníveis. Enfim, um terrível mal-estar. Você se sente totalmente inseguro, como uma criança. Não houve nenhum fator que o precipitasse.
De repente a criança, adolescente ou adulto se sente um mal-estar estranho na cabeça como se fosse perder a razão, a consciência. É comum uma sensação de estar fora da realidade; ou um mal-estar generalizado, como um pressentimento de que algo muito grave fosse acontecer. E é nesse momento que um outro sintoma (bastante característico) aparece: a necessidade de estar ao lado de alguém que traga segurança. Geralmente, um parente próximo.
Podem surgir desde palpitações no coração, falta de ar ou dificuldade de respirar, sensação de sufocação ou bolo na garganta, mãos e pés molhados e frios, formigamentos nos braços, pernas ou nos rostos, zumbido ou pressão nos ouvidos (como se fosse pressão baixa ou labirintite), suor ou tremedeira generalizada, distúrbio gastrintestinal como (náuseas, enjôos, diarréia, gases, vontade irresistível de urinar, falta ou excesso de apetite), desânimo acentuado, mal-estar geral, insônia ou sono excessivo, ondas de calor ou frio, tonteiras.
Porém, pessoas predispostas à síndrome podem desencadeá-la depois de passar por situações traumáticas. Dias, semanas ou meses depois de determinados problemas como perda de entes queridos, desemprego, doenças no lar, pré ou pós-operatórios, assaltos, sequestros, acidentes, etc.
É comum um paciente passar meses tentando resolver a diarréia, sem solução.
Tive um paciente que só de falar em sair de casa, quatro horas antes tinha que tomar antidiarréico de meia em meia hora, sem contar o uso de fraldas para protegê-lo. O mesmo acontece com o indivíduo que nunca teve pressão alta: passou a ter depois da crise.
Como a síndrome do pânico varia muito na sua intensidade, nem todos sentem os mesmos sintomas. Na minha experiência, a crise do pânico pode ser classificada em leve, moderada, grave e muito grave. Alguns portadores do pânico, apesar de muito desconforto, conseguem trabalhar com dificuldades, devido à necessidade; porém outros não conseguem nem mesmo sair da porta de sua casa, ficando confinados, reclusos em seu lar. À medida que o pânico se agrava, diminui o seu raio de ação, ficando bloqueados à mercê de seu “inimigo oculto”.
A Síndrome do Pânico e a Depressão
Com essa sensação de impotência, de inutilidade, a alegria de viver desaparece, diminui o brilho, o dinamismo e a espontaneidade; com isto, desenvolve-se um estado depressivo, que na maior parte das vezes é confundido com a depressão comum.
Existem crianças que só de ter que ir à escola apresentam mal-estar como náuseas, enjôos ou dores na barriga.
Como a maioria dos sintomas são físicos, as pessoas procuram outros profissionais, como cardiologistas, neurologistas, gastroenterologistas, clínicos e homeopatas, quando na realidade deveriam procurar o psiquiatra. A pessoa faz uma bateria de exames, desde eletrocardiograma, ecocardiograma, raios-X, exames de sangue e outros, e nada de anormal é detectado. Desesperado, parte até para centros espíritas. O pânico não é detectável por nenhum tipo de exame laboratorial, apenas clinicamente. Os pronto-socorros cardiológicos ou cardiologistas são os primeiros a serem procurados devido à taquicardia, dor no peito e a dormência, depois os outros profissionais, deixando por último, até por preconceito, os psiquiatras. Dez por cento dos atendimentos cardiológicos são portadores da síndrome do pânico, que examinados pelos cardiologistas constatam que não há quaisquer anomalias. A síndrome do pânico não é uma doença psicológica, e sim física. O que ocorre é um desequilíbrio de determinada área do cérebro, alterando a química dos neurotransmissores, responsáveis pelos impulsos nervosos. O sistema nervoso central é que comanda as funções vitais do nosso corpo, por isso ocorrem uma série de alterações no nosso organismo, é o que chamamos de D.N.V (distúrbios neuro-vegetativos).
É muito comum aos portadores da síndrome um medo constante de sentir-se mal na rua e em outras situações onde a saída e o socorro seriam difíceis. É a agorafobia, em que a pessoa apresenta uma esquiva fóbica em relação a diversas situações públicas. Com esse medo, a pessoa não consegue mais frequentar ambientes cheios, tais como supermercados, shoppings, cinemas, teatros, bancos cheios, filas, multidões, etc. Também é comum sentir pânico de altura, de elevador, de avião, túnel, ponte Rio-Niterói, de temporal, de afastar-se de casa para outras cidades ou países; são situações onde a saída e o socorro são difíceis. Cria desculpas para não sair de casa.
E, com frequência devido à incompreensão, começam a surgir os problemas familiares. Devido ao mal-estar constante, o ambiente familiar fica comprometido, chegando até a separação.
O portador do pânico sofre duplamente, pois além do sofrimento físico que a própria doença proporciona, sofre por não ser compreendido por alguns familiares. É comum o portador da síndrome ouvir frases como “reaja!”, “isso é frescura…”, “pára de chilique”, “você tem medo do quê?”.
Ocorre, com muita frequência, a associação da síndrome do pânico com o Transtorno Obsessivo Compulsivo.
O Transtorno Obsessivo Compulsivo (T.O.C.)
Também conhecido como distúrbio obsessivo compulsivo, o T.O.C. caracteriza-se por ideias, imagens, impulsos e comportamentos repetitivos, contrários à vontade, irracionais, sem sentido e que causam sofrimentos às pessoas, como por exemplo:
- Verificar, várias vezes, se as portas e as janelas estão fechadas;
- Verificar repetidas vezes se o botijão, o fogão e as torneiras estão fechadas;
- Ver, várias vezes, se preencheu corretamente o cheque ou documentos;
- Tomar inúmeros banhos, chegando até mesmo ao absurdo de jogar álcool, éter ou até outros tipos de desinfetantes no corpo para evitar qualquer contaminação; Lavar, também várias vezes, as mãos sem necessidade;
- Tem medo mórbido de doenças como câncer, aids, enfartes e até daquelas não contagiosas, como o vitiligo. A pessoa é capaz até de ligar várias vezes para um hospital, a fim de saber se mosquito transmite aids; além de ficar obcecada por exames que comprovem a não contaminação.
- Tem medo de contaminação ou de sujeira como: animais mortos, pó, suor, fezes, urina, sangue menstrual, sêmen, germes, toxinas, e até evita tocar nas pessoas para não ser contaminado;
- Detesta que outras pessoas toquem seus objetos pessoais.
- Tem medo desesperador de cometer tragédias, dentre elas, matar alguém com instrumentos pontiagudos, como facas, tesouras, armas de fogo; estrangular o filho recém-nascido ou mesmo jogá-lo pela janela; cortar a garganta do filho ou do cônjuge enquanto estes dormem, por isso fazem questão de guardar todo tipo de instrumento cortante.
- Com isto, entra em pânico, ficando extremamente angustiada. Mas, felizmente, não é loucura e nada disso ocorre, pois são apenas sintomas.
- As repetições podem ser também em forma de pensamentos, repetindo sem parar letras e melodias de músicas, palavras soltas, desconexas, aparentando insanidade.
- Outras vezes, sob a forma de rituais, trazendo muito sofrimento. Os rituais de verificação têm caráter preventivo, procurando assegurar que nenhuma catástrofe irá acontecer.
- Acender e apagar a luz diversas vezes; se não fizer isso, algo trágico pode acontecer.
- Beijar um certo número de vezes uma imagem ou objeto sagrado; a repetição poderá ser o múltiplo de um número. Exemplo: múltiplo de três, então repetir uma oração 33 vezes, pois esta é a idade da morte de Cristo.
- Ter a obsessão de sair de casa ou entrar em qualquer lugar sempre com a perna direita.
- Ideias de colecionismo: fazer uma coleção de livros ou juntar todas as caixas vazias de remédios durante anos.
- Ter que olhar o rosto de uma pessoa seis ou mais vezes. Caso não consiga cumprir o número de vezes, sente muita aflição e angústia; (em outras ocasiões, necessita ver um certo número de vezes as nádegas de uma mulher, mesmo na presença da esposa, trazendo até problemas conjugais.)
- Colocar os objetos numa ordem, seguindo um padrão simétrico. Exemplo: arrumar suas roupas numa gaveta ou colocar objetos numa mesa, todos numa mesma direção, de modo que todas as linhas sejam paralelas; ou então, quando necessita passar numa porta, passar exatamente no meio, nem um milímetro a mais.
- Também apresenta pensamentos repetitivos, tais como: “Tenho cara de homossexual”. Com isso, todas as vezes que alguém olha para ele, para falar alguma coisa, principalmente os homens, imagina logo que seja por ter cara de homossexual.
- A pessoa presencia um acidente, mesmo que não tenha nada a ver com ela, sente-se culpada. E fica reafirmando esta culpa com um sofrimento constante.
Quanto ao tratamento, o prognóstico é excelente, pois a síndrome do pânico tem cura. O tratamento tem princípio, meio e fim.
Não fuja do tratamento médico
Observei que a maioria dos portadores da síndrome do pânico, antes de encontrar o tratamento certo, experimenta vários tratamentos alternativos; os mais conscientes procuram alternativas como: florais, homeopatias, ioga, acupuntura, terapias, cromoterapias, bioenergéticas, biodanças e até centros-espíritas, sem solução. O que existe, de fato, é um enorme preconceito com o psiquiatra.
As pessoas não querem ir ao psiquiatra, por achar que este profissional só cuida de loucos. De fato, os especialistas no ramo da psiquiatria cuidam de pessoas com patologias irreversíveis, como a loucura. Mas trata-se de um médico como outro qualquer, que cuida de pessoas perfeitamente normais, com distúrbios em seu sistema nervoso. O outro fator que afasta as pessoas do tratamento ideal é o preconceito para com os remédios. A primeira coisa que a pessoa faz, antes de iniciar um tratamento, é ler a bula do começo ao fim. O portador da síndrome tem muito medo de passar mal, inclusive com os próprios remédios.
A Síndrome do Pânico e os Entorpecentes
Os indivíduos menos conscientes procuram a saída nos calmantes ou dependentes químicos, tais como álcool, maconha, cocaína e outros entorpecentes. Como o álcool é um depressor do sistema nervoso central, os portadores do pânico têm forte tendência ao alcoolismo, porque ao ingerir bebidas alcoólicas, os sintomas desaparecem, momentaneamente, em função do seu efeito antidepressivo.
É muito comum que as pessoas com a síndrome sintam a necessidade de ingerir bebidas alcoólicas para conseguir sair de casa ou realizar coisas que já não conseguem mais. O problema é que a abstinência alcoólica nessas pessoas pode resultar numa forte crise de pânico, pois o álcool desorganiza ainda mais com os neurotransmissores. Os portadores da síndrome do pânico não devem beber; o alívio inicial que o álcool traz fatalmente se transformará em alcoolismo.
O Tratamento
Como a síndrome do pânico não é psicológica, a crise não desaparece com terapias. O máximo que se pode alcançar com isso é adiar o sofrimento. A terapia comportamental é importante como auxiliar no tratamento medicamentoso. O pânico não desaparece espontaneamente; ao contrário, tende a agravar com o tempo. Os pacientes são tratados com remédios que atuam diretamente no sistema nervoso central, equilibrando os neurotransmissores (noradrenalina, adrenalina, serotonina e outros) e evitando as crises. O tratamento considerado específico conjuga o antidepressivo a outras medicações, conforme o caso; e assim mesmo, não existe um antidepressivo único para todos.
Os Remédios
O antidepressivo (tarja vermelha), ao contrário do tranquilizante (tarja preta), não causa nenhuma dependência mesmo quando combinado com este; ao contrário, afasta a dependência de qualquer tranquilizante. Os portadores do pânico têm um medo cruel da dependência dos remédios, principalmente daqueles que possuem tarjas pretas. Se um profissional médico prescrever somente o tranquilizante (tarja preta) com o objetivo de cura e a pessoa tomar por mais de três meses, aí sim, poderá tornar-se dependente, pois os tranquilizantes são depressores do sistema nervoso central. Os tranquilizantes apenas aliviam, acalmam momentaneamente os sintomas. Passado o efeito do medicamento, os sintomas retornarão. A maioria das pessoas costuma generalizar os remédios psiquiátricos quanto a seus efeitos. Elas imaginam que todos são tranquilizantes, dopantes ou causadores da impotência sexual. Ou então que são nocivos à saúde. Puro engano. E o mal maior que a doença traz? O indivíduo tem medo do remédio causar impotência e acaba ficando impotente por causa da doença. O importante é lembrar que cada caso é um caso, portanto, vai depender e muito do feeling do médico na hora de lidar com o paciente.
Existem antidepressivos tricíclicos, tetracíclicos, IMAOS (inibidor da monoaminooxidase) e o mais recente, que é o ISRS (inibidor seletivo de receptação de serotonina), que tem uma variedade enorme. Mas só os médicos entendem como eles devem ser usados.
Um dos maiores problemas é que os remédios antidepressivos não são administrados de forma adequada aos pacientes. Essa não é só a minha opinião, mas também a de especialistas internacionais que estiveram em São Paulo durante o V Congresso Brasileiro de Clínica Médica, em novembro de 1999. Os remédios podem prejudicar, sim, quando mal receitados.
Diagnosticar a síndrome do pânico não é nenhum mistério, a questão principal é acertar nos remédios. Se você não teve sucesso com alguns remédios, não desanime. Insista, procure o profissional da sua confiança. Ninguém morre do pânico e nem perde o autocontrole.
Num lar onde existe um portador da síndrome do pânico, deverá haver muito amor, carinho, muita compreensão, apoio moral e espiritual.
Diferença entre pânico, fobia e ansiedade generalizada
Não podemos confundir o pânico com a fobia simples, com a fobia social e a ansiedade generalizada.
No pânico, o medo é irracional, inexplicável e infundado. Exemplo: o indivíduo não tem medo de andar de avião, e sim de passar mal no avião e não ter ninguém para socorrê-lo.
Na fobia simples, o medo é de um objeto específico. Exemplo: medo de baratas, cobras, lagartixas, aranhas, gatos, cachorros, altura, de avião, de ver sangue ou ferimentos, de deglutição (medo de se engasgar com alimentos, mais comumente com alimentos sólidos). O indivíduo pode apresentar ataques de pânico quando exposto diante do elemento fóbico como baratas, lagartixas, aranhas, cachorros, etc. É terrível, é muito desagradável sentir fobias a insetos comuns, como baratas, camaleão ou lagartixas, porque além de inofensivos são fáceis de encontrar por aí.
Uma fobia simples não depende de uma situação psicotraumática, como por exemplo a mordida de um cão, mas pode originar diante de uma situação como essa. Se não procura tratamento adequado, poderá haver grandes limitações na vida da pessoa e trazer sérias depressões.
Um grande número de pessoas chega a desmaiar ou perder a consciência diante dessas situações (palidez devido à queda de pressão, náuseas, sudorese).
Na fobia de avião, 10% dos entrevistados relataram medo intenso de voar.
Uns temem o risco de um acidente, outros descreveram a sensação de aprisionamento ou confinamento, outros o mal-estar por causa da altitude. Devido a isto, há uso abusivo de tranquilizantes ou bebidas alcoólicas, de preferência o que pega mais, durante o vôo.
Na fobia social, o medo é o de realizar algo na presença de pessoas estranhas e errar, ou não conseguir realizar. Ou também, de ficar numa situação constrangedora, embaraçosa.
É o excesso de ansiedade ou medo excessivo diante de outras pessoas, que leva a pessoa a ficar impotente quando observada por uma plateia. Exemplo: ter que falar numa reunião ou mesmo participar desta, festas, fazer prova oral, etc.
Esse medo pode ser tão intenso que é capaz até mesmo de prejudicar uma atividade que está sendo realizada e com isso a pessoa entra em pânico.
Na fobia social está presente o medo persistente de situações, nas quais as pessoas se julgam expostas à avaliação de terceiros, por isso pensam estarem se comportando de maneira humilhante ou vergonhosa.
Normalmente, não só começa a ser vista como uma pessoa tímida, submissa ou que tem muita vergonha perante as outras pessoas, como também passa a ter noção da sua timidez e como ela atrapalha o seu desenvolvimento pessoal.
Como essa ansiedade gera um desconforto por conta da timidez, a pessoa começa a desconfiar que tem problemas. Mal sabe ela que se trata de um transtorno e que existe tratamento para tirá-lo desse sofrimento.
Quando o tratamento não é realizado, mergulha-se numa depressão, com pensamentos pessimistas e de inferioridade, podendo até mesmo abandonar trabalho, escola, etc. Com isto, surge o comprometimento das atividades sociais ou ocupacionais, as quais a pessoa evita a todo custo.
Comer, beber, falar, escrever ou assinar na frente de outras pessoas: são essas as atividades (tão corriqueiras) que mais aparecem nos depoimentos daqueles que sofrem com a fobia social.
A pessoa fica com tanta ansiedade que sente uma série de sintomas: palpitações, tremedeiras, fica vermelha ou pálida, tem falta de ar, as mãos e os pés ficam suados e frios, acontecem problemas estomacais (dores, náuseas, azias, má digestão), sensação de empanzinamento, dor de cabeça, diarréias, urina com muita frequência, tem arrepios, quentura pelo corpo e transpiração excessiva.
Foi o caso de um executivo, que, só de ter que participar de uma reunião sentiu todo esse mal-estar. No dia anterior, foi avisado que a reunião havia sido cancelada. Como num passe de mágica, todos os sintomas desapareceram.
Como no caso da fobia simples, também na fobia social pode ocorrer uso abusivo de tranquilizantes ou bebidas alcoólicas.
Existem pessoas que para sair de casa, seja para o trabalho, para a escola ou para o lazer, necessitam ingerir calmantes ou certa dose de bebida alcoólica, porque só assim se sentem encorajados. Isto leva estes pacientes não só aos vícios de tranquilizantes, como também, e o que é mais grave, ao alcoolismo. Não é preciso dizer qual é o papel disso nos desajustes familiares.
O fóbico social, por ser uma pessoa isolada, que não reclama, comumente não é compreendido.
Crianças também sofrem de fobia social e os sintomas clínicos são semelhantes aos de um adulto.
O tratamento infantil é, para o profissional, mais importante que o do adulto porque este não possui autocrítica, aceita o tratamento passivamente, sem preconceito, o que não ocorre com adultos.
A maioria dos pais tem muita dificuldade em aceitar o tratamento com remédios.
Mas afirmo: é indispensável o tratamento medicamentoso. Não se trata de tranquilizante, e sim de uma medicação específica.
Já no adulto, o tratamento não só é medicamentoso, como também de extrema importância a terapia cognitiva comportamental. O medo é irracional e excessivo.
Finalmente, na ansiedade generalizada, o paciente tem inúmeros sintomas que se assemelham com os da síndrome do pânico. Só que neste caso não entra em pânico e nem se desespera, apenas simula um quadro de pânico.
Importante: é muito comum um paciente já curado do pânico apresentar um certo temor pela volta das crises, principalmente diante de situações estressantes.
É necessário haver avaliar que essa ansiedade é gerada por causa dos aborrecimentos enfrentados; há de se diferenciar o pânico de problemas comuns. É preciso haver compreensão entre problemas ou aborrecimentos comuns de casa, problemas afetivos, descontentamento no trabalho, TPM (tensão pré-menstrual), depressão climatérica (tristeza motivada pelas flutuações das concentrações hormonais), etc.
Como é difícil hoje em dia a gente ficar imune a problemas, não se pode generalizar e entender que está tendo uma recaída. Como diz aquele ditado: “Gato escaldado tem medo de água fria”.
Depoimentos
1 – Tudo começou quando eu era bem pequeno. Um dia, estava no colégio quando de repente comecei a sentir uma coisa esquisita, estranha: era um pavor, um medo não sei do quê e uma quentura no corpo. Então, rapidamente saí da sala e desci para o pátio; inexplicavelmente aos poucos fui melhorando.
Como era muito pequeno, não soube o que fazer e pedi que chamassem minha mãe, que me levou para casa. Chegando em casa, todo mal-estar desapareceu, por incrível que pareça. Nervosa, minha mãe quis saber o motivo, mas nem eu sabia.
A partir desse dia, quase todo o início de ano letivo minha mãe tinha que me acompanhar até a escola tamanho era o pavor de sentir de novo aquele mal-estar. A partir da 7ª série, não senti mais nada.
Terminei o 1° Grau e troquei de colégio: fui fazer escola técnica. Comecei o ano super bem e não sentia nada, até nem me lembrava do que tinha me acontecido antes. Em meados de junho de 1997, comecei a sentir tudo de novo, só que desta vez muito mais forte, desesperador. Chegava a ligar para minha mãe por causa da insegurança que sentia, e após conversar com ela me acalmava.
Até que um dia roubaram uma peça da sala de aula e os professores, como castigo, começaram a fazer ameaças, tais como nos deixar presos até que a mesma aparecesse. Eram 10 horas, e como já estava sentindo aquelas coisas, aquele pavor, entrei em desespero sem igual. Por volta das 12h30min, acharam a tal peça e fomos liberados.
Depois desse dia nunca mais consegui entrar na sala de aula. Eu ia ao colégio e, quando batia o sinal eu entrava em pânico e eu voltava para a casa.
Até que um dia tomei coragem e contei tudo para a minha mãe, que me levou a vários psicólogos, mas estes não resolviam os meus medos.
Ao longo do tempo, não conseguia mais frequentar lugares que ia habitualmente, porque todo lugar que eu ia sozinho e sentia aquele pavor que eu não sabia de que, não conseguia voltar, como por exemplo, Maracanã, metrô, elevador, discoteca, viagens longas, academias etc.
O pior de tudo é que ninguém nunca acreditou em mim. Todo ano eu me matriculava no colégio e não conseguia ir, era frustrante.
Já estava desesperado porque não sabia o que tinha. Até que um dia minha mãe recebeu um cartão do irmão de um ex-paciente do Dr. Hishinuma.
Eu já estava tão triste, sem nenhuma esperança, que me recusava a ir, pois fui a tantos médicos e este seria mais um a não resolver. Mesmo assim a consulta foi marcada.
Depois da primeira consulta senti uma grande diferença e aos poucos voltei a frequentar os lugares que tinha deixado de ir, principalmente o colégio. No segundo mês de tratamento, meu primeiro desafio foi ir ao Maracanã assistir ao jogo do Flamengo. Que felicidade! Foi uma conquista e tanto!
Hoje, 18 de abril de 2000, já no final do tratamento, não dependo mais de ninguém, nem dos remédios, para permitir que eu vá a todos os lugares.
Todo ser com fé e vontade de viver também conseguirá transpor os obstáculos, por mais difíceis que possam parecer. Basta acreditar.
2-Tudo começou quando eu era bem pequeno. Um dia, estava no colégio quando de repente comecei a sentir uma coisa esquisita, estranha: era um pavor, um medo não sei do quê e uma quentura no corpo. Então, rapidamente saí da sala e desci para o pátio; inexplicavelmente aos poucos fui melhorando.
Como era muito pequeno, não soube o que fazer e pedi que chamassem minha mãe, que me levou para casa. Chegando em casa, todo mal-estar desapareceu, por incrível que pareça. Nervosa, minha mãe quis saber o motivo, mas nem eu sabia.
A partir desse dia, quase todo o início de ano letivo minha mãe tinha que me acompanhar até a escola tamanho era o pavor de sentir de novo aquele mal-estar. A partir da 7ª série, não senti mais nada.
Terminei o 1° Grau e troquei de colégio: fui fazer escola técnica. Comecei o ano super bem e não sentia nada, até nem me lembrava do que tinha me acontecido antes. Em meados de junho de 1997, comecei a sentir tudo de novo, só que desta vez muito mais forte, desesperador. Chegava a ligar para minha mãe por causa da insegurança que sentia, e após conversar com ela me acalmava.
Até que um dia roubaram uma peça da sala de aula e os professores, como castigo, começaram a fazer ameaças, tais como nos deixar presos até que a mesma aparecesse. Eram 10 horas, e como já estava sentindo aquelas coisas, aquele pavor, entrei em desespero sem igual. Por volta das 12h30min, acharam a tal peça e fomos liberados.
Depois desse dia nunca mais consegui entrar na sala de aula. Eu ia ao colégio e, quando batia o sinal eu entrava em pânico e eu voltava para a casa.
Até que um dia tomei coragem e contei tudo para a minha mãe, que me levou a vários psicólogos, mas estes não resolviam os meus medos.
Ao longo do tempo, não conseguia mais frequentar lugares que ia habitualmente, porque todo lugar que eu ia sozinho e sentia aquele pavor que eu não sabia de que, não conseguia voltar, como por exemplo, Maracanã, metrô, elevador, discoteca, viagens longas, academias etc.
O pior de tudo é que ninguém nunca acreditou em mim. Todo ano eu me matriculava no colégio e não conseguia ir, era frustrante.
Já estava desesperado porque não sabia o que tinha. Até que um dia minha mãe recebeu um cartão do irmão de um ex-paciente do Dr. Hishinuma.
Eu já estava tão triste, sem nenhuma esperança, que me recusava a ir, pois fui a tantos médicos e este seria mais um a não resolver. Mesmo assim a consulta foi marcada.
Depois da primeira consulta senti uma grande diferença e aos poucos voltei a frequentar os lugares que tinha deixado de ir, principalmente o colégio.
No segundo mês de tratamento, meu primeiro desafio foi ir ao Maracanã assistir ao jogo do Flamengo. Que felicidade! Foi uma conquista e tanto!
Hoje, 18 de abril de 2000, já no final do tratamento, não dependo mais de ninguém, nem dos remédios, para permitir que eu vá a todos os lugares.
Todo ser com fé e vontade de viver também conseguirá transpor os obstáculos, por mais difíceis que possam parecer. Basta acreditar.
Sintomas:
- Reclusão, por medo de sair na rua;
- O coração dispara, sem que existam problemas cardíacos;
- Medo de morrer ou de ficar louco;
- Pavor sem explicação, com um desespero sem motivo;
- Falta de ar com sufocação e bolo na garganta;
- Medo de passar mal na rua;
- Dormências;
- Medo de doenças graves;
- Desânimo acentuado;
- Sensação de desmaio;
- Mãos e pés frios e molhados.
Autor: Rita de Cássia Ferrari
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