Autora: Soraya M. Marques
INTRODUÇÃO:
A arte já está presente no mundo desde que o homem é homem.
O homem trava com o mundo que o rodeia uma relação dotada de significados e sentidos, ou seja, tem como essência a capacidade de simbolizar, atribuir significados às coisas, de separar, agrupar e avaliar o mundo que o cerca.
Essa relação significativa com o mundo traduz-se em conhecimento que, organizado, expresso e compartilhado com seus semelhantes, é transmitido de geração a geração.
O conhecimento, assim como a arte de um modo mais amplo, nada mais é que um fenômeno que resulta da capacidade criadora humana e da interação entre os homens.
Através da arte, pode-se obter uma síntese sensível da história de um povo. A arte reflete não apenas as emoções do artista, mas a influência do meio social em que vive, evidenciando sempre o momento histórico do homem.
1. Conteúdo factual – Nota-se a presença de nove figuras humanas, sendo duas crianças de colo e mais três crianças maiores. Um velho com um cajado, duas mulheres: uma com uma trouxa na cabeça e uma criança no colo, outra com uma criança no colo. Um homem mais novo também carregando uma trouxa nas costas, um céu escuro, chão seco, urubus sobrevoando.
2. Conteúdo convencional: Os personagens ilustrados por Cândido Portinari, aos meus olhos, parecem reais, muito magros, famintos, sedentos de água, de compaixão, de sentimento de solidariedade. Eles estão descalços, não têm uma boa aparência, dando a sensação de estarem sujos. As crianças parecem até deformadas, com barrigas enormes.
3. Conteúdo técnico – Cândido Portinari, em sua obra, usou aparentemente as seguintes cores: marrom, cinza, azul, preto, branco, ocre, verde, rosa, amarelo e vermelho. Tela pintada com largas e fortes pinceladas, usando tinta a óleo, tendo a obra a dimensão 190x180cm.
4. Conteúdo estilístico – A obra recebe influência do pintor cubista Picasso e mostra a miséria que atingia e atinge o país.
5. Conteúdo atualizado – Dá para se ver nitidamente o olhar triste dessas pessoas pobres, aquele olhar que nos diz que já não existe esperança por uma vida melhor. Em todas as pessoas apresentadas na obra, as partes do corpo à mostra parecem não ter pele, apenas ossos e músculos, provavelmente fracos e frágeis, estando a roupa rasgada não cobrindo todo o corpo.
6. Conteúdo acrescido – Por ser uma obra de 1944, já deve ter passado por alguma restauração. Mesmo assim, fazem parte do estilo do autor essas características explícitas na obra, como a tonalidade escura.
7. Conteúdo institucional – A obra Retirantes representa o povo nordestino. Mostra a necessidade que eles têm de abandonar sua terra em busca de uma vida melhor em outra parte do país. Portinari retrata com exatidão todo o sofrimento do povo brasileiro, pois ele sofria com o sofrimento do seu povo.
8. Conteúdo comercial – Não tenho noção do valor da obra.
9. Conteúdo estético – Tela altamente dramatizante, passou para mim uma tristeza, pois trata da miséria de um povo sofrido e esquecido lá do sertão nordestino em sua forma mais triste.
Ideias para reutilização de pneus podem ser uma forma interessante de refletir sobre a arte e a reciclagem, assim como a obra de Portinari nos faz pensar sobre a condição humana.
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33 ideias de artesanato com colheres podem ser uma forma de trabalhar a arte com crianças, refletindo sobre a importância da expressão artística desde cedo.
Muito bom. Apenas discordo do “olhar triste dos personagens”. Se prestarmos bem a atenção, a única expressão de vida do quadro são os enormes olhos brilhantes. Os olhos estão carregados de esperança, e por isso todos juntos buscam isso. Pode chamar de melancolia, do sentimento presente em cada imigrante, sobre a saudade do que deixa para trás, mas se não houvesse esperança, eles não iriam em busca de algo melhor. Ninguém ficou para trás. A esperança é a única coisa que lhes resta. As figuras centrais de pai e mãe carregam a familia. As mãos são unidas, o colo, o ancião com seu cajado. Pode-se dizer, inclusive que se trata de uma representação da família como entidade sagrada. Nenhum para trás.