A sociedade nasce da união dos homens em função de suas necessidades de sobrevivência. Para suprir essas necessidades, eles se organizam em prol do grupo. Ao se organizarem, os homens se relacionam entre si e, ao se relacionarem, percebem que, mesmo trabalhando para a subsistência coletiva, cada um contém em si o indivíduo, e este indivíduo, uma consciência particular. A partir daí, temos vários indivíduos num mesmo espaço que entram em contradição, criando assim os conflitos sociais.
Com o passar do tempo, nota-se uma intensificação gradativa desses conflitos, fazendo com que muitos pensadores se dedicassem a criar um sistema de controle social que tinha como finalidade delimitar o espaço do indivíduo dentro da sociedade. Preocupados com esse contexto, Sócrates, Platão e Aristóteles propõem uma saída mediadora nas relações humanas, surgindo então as leis e a religião. Partindo desses princípios básicos utilizados por esses pensadores, nascem novas teorias adequadas a uma nova realidade social. Para uma análise mais aprofundada sobre a sociologia, consulte Sociologia Geral: Perguntas e Respostas.
Com as transformações dos meios de produção, intensificam-se as relações sociais e, com isso, aumentam os conflitos. Essa intensificação resulta em um desequilíbrio social, demonstrado pelo surgimento das disparidades das classes sociais manifestadas pelas lutas de classes.
Problematizando essa situação, Durkheim estabelece o método e o objeto de estudo sociológico, sua análise imparcial e seu objeto, o fato social. A partir daí, ele passa a procurar as origens dos conflitos, sua síntese e sua conclusão. Os fatos apresentam as seguintes características: a força coercitiva que atua sobre todos os indivíduos, independentemente de suas vontades; a exterioridade que o fato social possui, independente de sua existência; e a generalidade dos fatos que se repetem em todas as pessoas. Émile Durkheim e Max Weber representam o confronto entre a corrente positivista e o anti-capitalismo. Para Weber, não é possível estudar a ciência humana sem considerar as ciências naturais. Ao contrário de Durkheim, Weber afirma que é impossível estudar uma sociedade sem levar em conta suas pré-noções. Ele estabelece que, ao conscientizar o indivíduo, este automaticamente realiza a ação social, que é o fato transformador da realidade que busca o equilíbrio entre os conflitos sociais.
Já para Karl Marx, a consciência provém do ato de produzir, onde o homem transforma a natureza para suprir suas necessidades e, ao mesmo tempo, gera relações sociais. Para ele, era necessário compreender essa transformação das formas de produção e das relações para entender como se constitui o pensamento humano. Para uma análise mais detalhada sobre Marx, veja Resenha do Manifesto Comunista.
Marx argumenta que essas mudanças ocorrem na infraestrutura, causando alterações nas relações sociais e, consequentemente, atuando na superestrutura, isto é, no seu caráter ideológico e jurídico. Como características desse fato ideológico, temos a ética, a moral e os valores da sociedade, além do jurídico e das leis (representadas pelo Estado). É essencial para ele que ocorra uma transformação nos meios de produção, de forma a aproximar os indivíduos e eliminar os conflitos existentes na sociedade, tornando-a assim igualitária.
Autor: Cleverson Ribeiro Franco
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