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Atualizado em 10/08/2024

Resenha do livro: A vida na escola e a escola da vida – Análise completa e informações essenciais

Um resumo da obra A Vida na Escola e a Escola da Vida, de Paulo Freire. Saiba como as ideias do renomado educador brasileiro influenciam a educação hoje e conheça como seu trabalho continua a inspirar educadores em todo o mundo.

Obra:

CECCON, Claudius. A vida na escola e a escola na vida. 23ª ed., Petrópolis: Editora Vozes Ltda em co-edição com IDAC, 1991


Resumo:

Ninguém está contente com a escola; todo mundo sonha com uma escola melhor, uma escola que realmente cumpra o seu papel de dar instrução a todos.

Os pais estão preocupados com a vida escolar de seus filhos, que muitas vezes são reprovados. Os professores, por sua vez, se sentem sobrecarregados e desvalorizados em seu trabalho. Suas condições de trabalho são, de fato, muito ruins: classes superlotadas, falta de material didático, programas muito extensos e complicados, etc.

A professora muitas vezes não é vista pelos alunos como uma pessoa amiga que está ali para ajudar, mas sim como alguém que sabe o que eles não sabem, que fala enquanto eles têm que ficar quietos, que fala bonito e diz que eles falam errado, que castiga quando se comportam mal e reprova quando não conseguem aprender o que deve ser aprendido. Eles têm medo dela e, para se defender, se fecham em si mesmos ou tornam-se agressivos e indisciplinados.

Tudo o que sabem de experiência própria e bem vivida não é levado em conta na escola. Pouco a pouco, vão perdendo a motivação para continuar se esforçando, sentindo-se incapazes de aprender e resignando-se a um fracasso que marcará o resto de suas vidas.

O número de alunos que abandonam os estudos aumenta consideravelmente a partir dos 10-11 anos de idade. É nessa idade que muitos têm que começar a trabalhar para sobreviver e ajudar a família.

A escola é feita para aqueles que não precisam trabalhar; ela faz de conta que ninguém trabalha e coloca exigências que os que trabalham não têm tempo nem condições de cumprir. Os resultados escolares dos alunos que têm que combinar estudo com trabalho vão piorando cada vez mais, e as reprovações e repetências se acumulam até que as crianças ou os próprios pais desistem.

As crianças pobres são, na maioria, excluídas da escola, sem qualquer qualificação ou diploma, sem ter aprendido nada de útil para sua vida e seu trabalho. Praticamente a única lição que os anos de escola ensinam é a se considerarem inferiores aos outros, aos que tiveram sucesso.

A maioria dos professores e das autoridades de ensino não procura saber se a escola poderia se organizar de outra maneira, levando em conta a pobreza e trabalhando no sentido de diminuir e compensar seus efeitos. Não se procura adaptar a escola às necessidades dos pobres, o que seria perfeitamente possível, mas, ao contrário, pede-se aos pobres que se adaptem a uma escola que não foi feita para eles, o que é praticamente impossível. E, como não conseguem fazer esse milagre, vão sendo pouco a pouco eliminados, o que faz “desaparecer” o problema. A escola não é democrática porque a sociedade em que vivemos ainda não é verdadeiramente democrática. Os donos do poder são também os donos do saber, e os pobres são excluídos tanto da escola quanto da participação nas decisões.


Conclusão:

A escola não está cumprindo seu dever e, pelo contrário, está produzindo muito mais fracasso que sucesso, trata uns melhor do que outros e convence os que fracassam de que são inferiores. Ela só educa a minoria. A grande maioria é excluída e marginalizada.

Apesar da lei dizer que a educação é um direito e um dever de todos, as portas da escola estão fechadas para muitos. Há poucas alternativas para os atingidos pela exclusão da escola. O destino da grande maioria é aceitar os trabalhos mais duros, de remuneração mais baixa e com maior risco de desemprego em tempos de crise.

Muita gente ainda pensa que a escola é democrática quando trata todo mundo do mesmo jeito. Na verdade, as crianças já chegam à escola em situações desiguais. Para poder mudar a escola, é preciso primeiro saber o que faz com que ela seja o que é hoje, essa engrenagem que não atende aos interesses do conjunto da população. A maneira como a escola está organizada é o resultado da organização da sociedade em seu conjunto.

A escola não é democrática porque a sociedade em que vivemos ainda não é verdadeiramente democrática. Os donos do poder são também os donos do saber, e os pobres são excluídos tanto da escola quanto da participação nas decisões.

Autor: Ana Rita Baldasso dos Santos Rebelo

A resenha do livro “Educação como Prática da Liberdade” de Paulo Freire é uma leitura complementar que pode enriquecer a compreensão sobre a educação segundo Freire.

Para uma visão mais ampla sobre a educação e suas abordagens, confira o resumo do livro “O Mundo de Sofia”, que também aborda questões filosóficas relevantes para a educação.

Explore materiais didáticos que podem auxiliar na prática pedagógica e contribuir para um ambiente de aprendizado mais eficaz.


Este texto foi publicado na categoria Legislação e Políticas Educacionais.

 About Pedagogia ao Pé da Letra

Sou pedagoga e professora pós-graduada em educação infantil, me interesso muito pela educação brasileira e principalmente pela qualidade de ensino. Primo muito pela educação infantil como a base de tudo.

2 respostas para “Resenha do livro: A vida na escola e a escola da vida – Análise completa e informações essenciais”

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