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Atualizado em 09/08/2024

Metodologia Científica (Resenha): Eva Maria Lakatos e Marina de Andrade Marconi

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Metodologia Científica

Como instrumento que se orienta para o controle das pesquisas, a metodologia tem papel de destaque na aquisição eficiente de seus resultados. Graças aos instrumentos que utiliza, alcança conhecimentos objetivos, sistemáticos, organizados e verificáveis.

Este livro apresenta os princípios básicos do método científico, discutindo inicialmente o que se entende por ciência e o que é o conhecimento científico, para então passar a examinar os métodos científicos, quer de abordagem, como o dedutivo, o indutivo, o hipotético-dedutivo, o dialético, quer de procedimentos, que são específicos das ciências sociais, como o histórico, o comparativo, o monográfico, o estatístico, o tipológico, o funcionalista, o estruturalista. Para uma compreensão mais ampla sobre a educação, você pode conferir A Educação da Criança em Panorama Mundial.

Ocupa-se ainda da explicitação de fatos, teorias, leis, bem como de outros elementos fundamentais na execução de uma pesquisa, como a elaboração de hipóteses e o controle de variáveis.

Finalmente, dedica-se aos delineamentos de pesquisa qualitativa (estudo de caso, pesquisa etnográfica, análise de conteúdo, pesquisa fenomenológica) e de pesquisa quantitativa (ensaio clínico, estudo de coorte, estudo de caso-controle, levantamento), bem como à triangulação de métodos.

Leia a Resenha Abaixo

Capítulo 01 – Procedimentos Didáticos

Neste capítulo, a autora – Eva Maria Lakatos – demonstra a importância da leitura para a ampliação dos conhecimentos e busca de informações, onde a autora identifica alguns elementos para auxiliar esse hábito, tais como o título, a data de publicação, a “orelha” ou contracapa, índice sumário, a introdução – prefácio ou nota do autor e, por fim, a bibliografia.

A leitura deve ser proveitosa e atender aos objetivos pretendidos. A leitura que nos interessa é a leitura informativa que busca coletar informações e este movimento é dividido em etapas de reconhecimento ou prévia; exploratória ou pré-leitura; seletiva; reflexiva; crítica; interpretativa e explicativa. A autora descreve técnicas de como proceder uma boa leitura, cita exemplos de esquemas e resumos. Ela ressalta que os textos devem ser analisados de forma a evidenciar – análise dos elementos – análise das relações e a análise da estrutura para uma total compreensão e melhor rendimento de estudo de um determinado assunto.

Outra técnica utilizada é os seminários, que incluem pesquisa, discussão e debate, além de ser uma ótima ferramenta para desenvolver o hábito do raciocínio e da reflexão. Os seminários são divididos em componentes de trabalho – coordenador, organizador, relator, secretário, comentador e debatedores.

Capítulo 02 – Pesquisa Bibliográfica e Resumos

A pesquisa bibliográfica se divide em oito fases distintas: escolha do tema, elaboração de plano de trabalho, identificação, localização, compilação, fichamento, análise e interpretação e redação. Tais fases adotadas no processo de pesquisa irão nortear e tornar o trabalho mais consistente e coerente com os objetivos propostos.

A utilização de ficha é um instrumento importante na manipulação de diversos materiais, que em sua maioria não lhe pertencem, de forma a identificar as obras, conhecer seu conteúdo, fazer citações, analisar o material e elaborar críticas. Criada no século XVII por Abade Rozier, as fichas são amplamente utilizadas em diversas instituições para formar bancos de dados para consultas de diversos públicos. As fichas são confeccionadas obedecendo os aspectos físicos: cabeçalho, referência bibliográfica, corpo do texto, indicação da obra, local, bibliografia, citações, resumo ou conteúdo, esboço e comentários.

Capítulo 03 – Ciência e Conhecimento Científico

Antes de ressaltar o que é o conhecimento científico, devemos entender o que é conhecimento popular, que às vezes é denominado de senso comum. O conhecimento popular não se distingue do conhecimento científico pela veracidade, mas sim pelo método de coleta de dados para se demonstrar um evento. O conhecimento popular deriva da observação humana de determinados eventos, ao qual é repassado para outras pessoas e até por gerações de experiências empíricas, já o conhecimento científico tenta analisar um determinado evento buscando suas origens, composições e suas particularidades entre si e mesmo entre outros eventos.

A ciência não é o único caminho de acesso ao conhecimento e à verdade. Um mesmo objeto ou fenômeno – uma planta, um mineral, uma comunidade – pode ser matéria de observação tanto para o cientista quanto para o homem comum; o que leva um ao conhecimento científico e outro ao popular é a forma de observação.

A autora ressalta que o conhecimento pode ser sintetizado em quatro tipos de conhecimento: conhecimento popular, conhecimento científico, conhecimento filosófico e religioso ou teológico.

A conceituação de ciência se baseia na sistematização de conhecimentos, conjuntos de proposições logicamente correlacionadas sobre o comportamento de certos fenômenos que se deseja estudar.

“A ciência é todo um conjunto de atitudes e atividades racionais, dirigidas ao sistemático conhecimento com objeto limitado, capaz de ser submetido à verificação” – Trujillo Ferrari (1974:8).

Capítulo 04 – Métodos Científicos

Método é o conjunto de atividades sistemáticas e racionais que busca minimizar processos e possíveis erros ou interpretações distorcidas, de modo a alcançar os objetivos propostos.

Os métodos são descritos em categorias: método indutivo, método dedutivo, método hipotético-dedutivo e método dialético.

  • Método indutivo analisa se todas as premissas são verdadeiras, a conclusão é provavelmente verdadeira, mas não necessariamente verdadeira. A conclusão encerra a informação que não estava, nem implicitamente, nas premissas.
  • Método dedutivo analisa se todas as premissas são verdadeiras, a conclusão deve ser verdadeira. Toda a informação ou conteúdo fático da conclusão já estava, pelo menos implicitamente, nas premissas.
  • Método hipotético-dedutivo analisa a percepção de uma lacuna nos conhecimentos, acerca da qual formula hipóteses e, pelo processo de inferência dedutiva, testa a predição da ocorrência de fenômenos abrangidos pela hipótese.
  • Método dialético analisa o mundo dos fenômenos através de sua ação recíproca, da contradição inerente ao fenômeno e da mudança dialética que ocorre na natureza e na sociedade.

Capítulo 05 – Fatos, Leis e Teoria

O fato é considerado uma observação empírica, a teoria se refere a relações entre fatos ou, em outras palavras, à ordenação significativa desses fatos, consistindo em conceitos, classificações, correlações, generalizações, princípios, leis, regras, teoremas e axiomas.

A teoria serve como orientação para restringir a amplitude dos fatos a serem estudados, também serve como sistema de conceituação e de classificação dos fatos. Os fatos não conduzem a conclusões teóricas completas e definitivas, por produzirem constantemente novas situações. Qualquer teoria é passível de modificação, já que se constitui em expressão funcional das observações.

O fato redefine e esclarece as teorias no sentido que afirmam em minúcias o que a teoria demonstra em termos bem mais abrangentes. O fato clarifica os conceitos contidos na teoria.

Capítulo 06 – Hipóteses

A hipótese constitui-se de uma provável resposta a um problema, cuja adequação de comprovação tenha uma sustentabilidade válida, a qual será verificada através de pesquisas. Não há regras ou requisitos científicos necessários para a formulação de hipóteses, mas a autora enumera algumas fontes para alcançar o seu objetivo:

  • Conhecimento familiar;
  • Observação;
  • Comparação com outros estudos;
  • Dedução lógica de uma teoria;
  • A cultura geral na qual a ciência se desenvolve;
  • Analogias;
  • Experiência pessoal, idiossincrática;
  • Casos discrepantes na própria teoria.

Conclusão

Os capítulos de 01 a 06 de Eva Maria Lakatos demonstram de forma lúcida e clara métodos e conceitos para melhor formulação de uma pesquisa, tanto no aspecto prático e visual quanto na forma de observação, descrição, análise e conclusão de eventos através da conceituação e exemplificação de métodos, fatos, leis e hipóteses. Esta amarração técnica utiliza-se do pilar para sua sustentação, diferenciando entre senso comum e senso científico, onde o pesquisador deve saber diferenciá-los e separá-los de seu trabalho de forma a alcançar os objetivos propostos.

Bibliografia

ALVES, Rubem. Filosofia da Ciência: Introdução ao jogo e suas regras. São Paulo: Loyola, 2002.

LAKATOS, Eva M. & MARCONI, Marina A. Fundamentos de Metodologia Científica. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 2001.

Autor: Andrei Silveira Gomes


Este texto foi publicado na categoria Marketing Educacional.

 About Pedagogia ao Pé da Letra

Sou pedagoga e professora pós-graduada em educação infantil, me interesso muito pela educação brasileira e principalmente pela qualidade de ensino. Primo muito pela educação infantil como a base de tudo.

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