A avaliação é um elemento chave de todo o processo de ensinar e aprender. Os professores, as administrações, os pais e os próprios alunos se referem à avaliação como o instrumento ou processo para avaliar o grau de alcance.
Para ZABALA (1998, p. 220), “é preciso lembrar que avaliar, e avaliar de uma determinada maneira -diversificada tanto em relação aos objetos como aos sujeitos da avaliação, e com caráter não é, exclusivamente, uma questão de oportunidade […]”. A avaliação é considerada como um instrumento sancionador e qualificador, em que o sujeito da avaliação é o aluno e somente o aluno, e o objeto da avaliação são as aprendizagens realizadas segundo certos objetos mínimos para todos.
Conforme ZABALA, “o melhor caminho para fazê-lo é ajudar os alunos a alcançarem critérios que lhes permitam se autoavaliar, combinando e estabelecendo o papel que esta atividade tem na aprendizagem e nas decisões e avaliações que tomam” (1998, p. 220).
Podemos distinguir dois processos avaliáveis:
- como o aluno aprende;
- como o professor ensina.
No entanto, as definições mais habituais da avaliação remetem a um todo indiferenciado, que inclui processos individuais e grupais, o aluno ou a aluna e os professores.
“Devemos ter presente que, na aula e na escola, avaliamos muito mais do que se pensa, e inclusive mais do que temos consciência […]” (ZABALA, 1998, P. 219).
Assim, é conveniente dar-se conta de que ao falar da avaliação na aula pode-se aludir particularmente a algum dos componentes do processo em sua globalidade.
Dentro da abordagem tradicional, a avaliação é concebida como um grande prêmio para as crianças que alcançam algum objetivo fixado pelo currículo, e como maneira de punir aqueles que não conseguiram tal mérito.
“O problema da avaliação está estreitamente unida ao da promoção, e as suas consequências sociais. Tradicionalmente, a avaliação e promoção têm sido considerados problemas técnico-pedagógicos […]” (KAUFMAN, 1998, p. 181).
A promoção por si só não beneficia uma criança se a condena a um trabalho solitário; nesse sentido, o diálogo é um fator crucial da aprendizagem. Para KAUFMAN (1998, p. 183), “os docentes podem avaliar suas crianças por si mesmos, sempre que conheçam, no mínimo, qual é o processo de contextualização e compreendam os critérios fundamentais que guiam esse modelo de avaliação”.
Desse modo, o professor deixou de ser a única fonte disponível de informação e o único juiz da tarefa realizada em sala, já que os alunos compartilham com ele possíveis, convertendo-se pouco a pouco em excelentes futuros adultos.
Segundo KAUFMAN, “os professores ocuparam-se de coordenar as atividades dos diferentes grupos, avaliar as possibilidades das crianças, propor situações adequadas para promover o avanço de cada um, proporcionar vários portadores de texto, etc.” (1998, p. 192). A tarefa do alfabetizador, portanto, é de crucial transcendência, tanto em nível pessoal como social, onde ajudar alguém a ser introduzido no mundo da educação equivale a abrir-lhe uma porta para um futuro melhor.
Nos tempos atuais, foram alavancadas inúmeras questões referentes à avaliação e seus protagonistas, alunos e professores, dentre elas uma se destaca pelo convívio direto, que envolve inúmeros aspectos do cotidiano escolar: “Tarefas relacionadas à avaliação e as atuações ou decisões associadas a ela” (COLL e MARTÍN, 1999, p. 197).
Essas dúvidas, dificuldades e contradições que encontramos no processo avaliativo aumentam ainda mais quando inserimos nossa proposta de trabalho em uma concepção de ensino e aprendizagem construtivista.
Segundo COLL e MARTÍN, “quando acredita-se ter resolvido um problema ou uma dúvida, surge imediatamente outro e quando abordamos este último, o primeiro resurge com igual ou maior intensidade do que no princípio” (1999, p. 198).
Neste sentido, talvez seja oportuno ao educador obter um levantamento sobre questões da avaliação que o permita identificar, para depois abordar seus diferentes aspectos, fases e componentes.
Para COLL e MARTÍN (1999, p. 213), “a aprendizagem, que é parte fundamental do processo avaliativo, deve-se conceber como uma construção de significados e de atribuição de sentidos, com sua própria dinâmica”.
A avaliação pertence aos processos de ensino e aprendizagem, isto é, mostrado na atividade cotidiana que acontece nas salas de aula, onde o educador deve procurar respostas sobre o quê, como e quando ensinar e avaliar, para assim configurar sua prática educativa de maneira coerente e eficaz, trazendo assim resultados positivos desses processos.
Objetivo da Pesquisa
Pretendo com esta pesquisa investigar e colher dados sobre possíveis problemas e formas diversificadas de se aplicar e trabalhar com a avaliação no cotidiano escolar.
Será analisada a forma como se propõe a avaliação, identificando assim seus pontos positivos e negativos, e de que maneira ela interfere no aprendizado escolar.
Terá por finalidade desvendar possíveis causas problemáticas que os alunos enfrentam ao se deparar dentro de um processo avaliativo.
Metodologia
- Esta pesquisa será realizada na escola César Augusto de Oliveira, na 4ª série do Ensino Fundamental, com 45 alunos de ambos os sexos, com idade média de 10 anos.
- Será realizada a técnica de entrevista, experimentação, com os professores e alunos, para a comprovação de possíveis problemas durante a avaliação.
- Procedimento de coleta de dados.
- Esta pesquisa será realizada dentro de uma abordagem qualitativa.
Cronograma de Execução
Etapas | Out | Nov | Dez | Jan | Fev | Mar | Abr | Mai | Jun | Jul | Ago |
Levantamento Bibliográfico | X | ||||||||||
Análise e fichamento de leituras | X | X | X | ||||||||
Elaboração do projeto | X | X | |||||||||
Coleta de dados | X | X | |||||||||
Tratamento dos dados | X | ||||||||||
Elaboração do relatório final | X | ||||||||||
Formatação do trabalho | X | ||||||||||
Entrega do trabalho | X |
Referências Bibliográficas
COLL, C.; MARTÍN, E. Avaliação da aprendizagem no currículo escolar: uma perspectiva construtivista. In: O construtivismo na sala de aula. São Paulo: Ática, 1999, cap. 7, p. 197-221.
KAUFMAN, A. Avaliação e Promoção. In: Alfabetização de crianças: Construção e Intercâmbio. Porto Alegre: Art Méd, 1998. cap. 5, p. 181-194.
ZABALA, A. A avaliação. In: A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Art Méd, 1998. cap. 8, p. 195-200.
Autor: LEANDRO RODRIGUES MELO
Para mais informações sobre como a avaliação pode impactar a aprendizagem, você pode conferir o artigo sobre conheça os diferentes tipos de avaliação.
Se você está buscando recursos para melhorar suas práticas de avaliação, considere explorar materiais didáticos que podem ajudar na sua jornada educacional.
Além disso, a relação entre a avaliação e a aprendizagem é fundamental, e você pode se aprofundar mais sobre isso em A Importância da Educação de Valores para a Formação Moral do Indivíduo.
Por fim, a prática educativa é um tema amplo e você pode se beneficiar de uma abordagem mais detalhada em Prática Educativa, Pedagogia e Didática.
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