Em consonância com a Política Educacional Brasileira, a Educação Especial possui os mesmos objetivos da Educação Geral, já preconizados na Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 9.493/96.
Vale ressaltar que, atualmente, todo o fazer educacional com o aluno surdo ou parcialmente surdo deve ter como objetivo específico o desenvolvimento de sua linguagem, se possível num enfoque bilíngue. Para mais informações sobre a inclusão de alunos surdos, consulte a inclusão de alunos autistas.
Como se trata de uma tendência recente na educação, muito ainda está por ser feito, sobretudo até que todos os profissionais da área, principalmente os professores, aprendam a Língua de Sinais e as pessoas surdas adultas sejam envolvidas no processo da educação de surdos, para que os objetivos sejam alcançados.
Naturalmente, nas escolas que atendem alunos surdos, as estratégias utilizadas no desenvolvimento curricular devem procurar atentar para o fato de que alunos e professores precisam comunicar-se em Língua Portuguesa (falada e/ou escrita) e também em Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS).
A complexidade linguística encontrada no cotidiano dessas escolas inclusivas/integradoras produz, então, a necessidade de planejamento, no decorrer da escolaridade, que contemple não só a diversidade linguística como as especificidades das ações pedagógicas.
Enquanto o professor não dominar a LIBRAS (cujo projeto de legalização encontra-se no Congresso Nacional) e não contar com a colaboração de adultos surdos (monitores de ensino, instrutores de LIBRAS), a escola deve se organizar de modo que alunos e professores desenvolvam um tipo de dinâmica em sala de aula, no qual o conhecimento a ser trabalhado seja, de fato, compartilhado. Comunicação é troca, é interação e é processo. O ato de comunicar-se pode tornar-se um jogo interessante, se respeitadas as diferenças. Os alunos surdos possuem uma linguagem interna riquíssima.
Estão mergulhados em um mundo de sonhos e fantasias, que não são diferentes das dos ouvintes, e possuem graus variados de informações que o saber formal tem potencial para expandir. O reconhecimento desse aporte é fundamental para a realização de sua escolaridade.
Fora da escola, em suas casas, as crianças surdas buscam ocupar-se como as crianças ouvintes. Por exemplo, muitos são telespectadores. A televisão está presente em suas vidas e, através dela, o mundo se aproxima nos telejornais, filmes, novelas, esportes, etc. Estão expostos, portanto, a todo tipo de informações, mas têm dificuldades em absorvê-las plenamente, pois as informações acústicas, que são veiculadas junto com as imagens, não lhes são acessíveis. Assim, necessitam interagir, cotejar, experimentar com as informações recebidas junto aos ouvintes, para entendê-las e expandi-las. Esse saber informal deve estar presente em sala de aula, através da solicitação do professor. As aulas devem sempre partir de algo que é comum a todos (professores e alunos) e as informações televisivas fazem parte desse conjunto.
O professor, ao lançar um conhecimento novo, ao começar uma aula, deverá conversar com seus alunos, contextualizar o conteúdo a ser ensinado, dar muitos exemplos, questionar, instigar, enfim, seduzir. Só então, professor e aluno, juntos, vão construir o texto da matéria trabalhada, observando os caminhos que essa interação traçou. A realização do conhecimento em Língua Portuguesa escrita deverá ser, necessariamente, posterior ao entendimento, independentemente da forma de comunicação adotada: Língua Portuguesa falada, Língua Brasileira de Sinais, dramatizações, mímicas, pantomimas, etc. Além disso, a utilização de recursos visuais variados (objetos, gravuras, desenhos, fotos, vídeos, etc) é de vital importância em todas as fases do processo de ensino-aprendizagem. Para mais dicas sobre atividades inclusivas, veja ações e atividades de inclusão.
Além disso, para auxiliar no desenvolvimento de habilidades motoras e sociais, é importante considerar o uso de brinquedos e materiais adequados. Você pode encontrar uma variedade de opções que podem ser úteis para o aprendizado e desenvolvimento de crianças com necessidades especiais, como brinquedos adaptados.
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