Literatura Infantil: Teoria e Prática – Guia Completo e Atualizado
Descubra como estimular o interesse pela leitura das crianças com nossa abordagem prática e teórica sobre Literatura Infantil. Aprenda as melhores estratégias e comece a cultivar o hábito da leitura na educação precoce de seus filhos!
LITERATURA INFANTIL: TEORIA E PRÁTICA
Segundo Maria Antonieta Antunes Cunha, a literatura infantil surgiu a partir do momento em que os ideais burgueses atingiram seu ápice no século XVIII. Neste período, não existia um espaço reservado à infância, pois eram escritos pelos adultos que muitas vezes colocavam nos livros infantis sua forma de ver o mundo. Dessa forma, não desempenhava nenhum fascínio ou gosto pela leitura na criança.
No séc. XVIII, a Literatura Infantil ganha mais espaço. Nesta época, o tipo de educação era o pedagogo, e a literatura deixa de ser um jogo verbal para caracterizar-se pela busca do conhecimento. Essa preocupação da literatura dirigida à criança vai de encontro com a sociedade burguesa, uma vez que o ensino secundário era privilégio da burguesia, enquanto o povo só tinha acesso ao primário. Isso justifica a distância da literatura infantil entre os séculos XVII e XVIII.
A literatura infantil iniciou-se no séc. XVII, quando a criança e a escola começaram a dar os seus primeiros passos frente à sociedade da época. Este século marca o calendário artístico-literário da criança com Perrault e os irmãos Grimm.
No Brasil, a Literatura Infantil começou a esboçar-se no final do século XIX, quando a preocupação com a educação se tornou uma realidade.
Monteiro Lobato é considerado o maior clássico da Literatura Infantil Brasileira, por criar os seus próprios contos. Sua maior inspiração foi a criança, suas fantasias, suas aventuras, travessuras, objetos de brinquedos e tudo o que povoa sua imaginação foram motivos de inspiração para o autor.
No entanto, tendo em vista a pouca idade da literatura infantil brasileira, apenas pode-se afirmar que se observam tendências claras nesse tipo de produção: a do realismo, a da fantasia como caminho para o questionamento de problemas sociais, a do reaproveitamento do folclore e a da exploração de fatos históricos.
Apesar desses avanços, não podemos negar que grande parte da produção literária para a infância no Brasil ainda se ressente da excessiva preocupação pedagógica.
No mundo mágico e em evolução, a literatura é um instrumento fundamental para aguçar o sentido crítico, ampliar a visão da vida e aumentar a perspectiva das coisas. E tudo isso começa a partir dos primeiros passos e das primeiras sílabas no mundo maravilhoso da literatura infantil.
A produção literária para as crianças, mais do que nunca, continua tendo uma função primordial na formação infantil. No entanto, ainda há uma resistência por parte de educadores e literatos, que muitas vezes não se valem da literatura para ensinar seus alunos. Isso traz uma perda muito grande para a formação íntegra da criança, por isso a reflexão da escola sobre o ensino da leitura em relação à Literatura Infantil deveria ser importante nos dias de hoje.
É incompreensível o fato de se questionar a existência da literatura infantil; é como se negássemos que sobrevivemos porque respiramos. Tornar essa literatura como algo menor é tão absurdo quanto a primeira colocação. Afinal, seja literatura para adultos ou para crianças, ambas têm o mesmo valor. Dessa forma, a produção literária para as crianças, mais do que nunca, continua tendo uma função primordial na formação infantil.
Certamente, a literatura infantil existe e, ainda mais, interessa não só as crianças, mas também os adultos. Daí pode-se ver a importância desta, já que a literatura adulta não tem valor para as crianças, devido à sua complexidade.
A Literatura Infantil é a arte cujo instrumento de expressão é a palavra. Devendo ser despertada pela leitura infantil, é, na verdade, o marco inicial da formação pessoal e cultural da criança.
A literatura infantil influencia em todos os aspectos da educação da criança, tendo como finalidade educar, instruir e distrair. A mesma atua em três áreas: a afetividade, que desperta a sensibilidade e o amor à literatura; a compreensão, que desenvolve a leitura e a compreensão do texto; e a inteligência, que desenvolve a aprendizagem de termos e conceitos, e principalmente a aprendizagem intelectual.
O trabalho de leitura possibilita a formação de leitores, com base na introdução de textos diversificados, pois o mundo está em constante mudança. Tanto no âmbito escolar como no familiar, percebemos que a Literatura Infantil, em nosso país, é um segmento que ainda precisa alcançar seu êxito necessário e esperado, uma vez que, nos países desenvolvidos, esta é uma prática que possui uma notoriedade ímpar na vida das crianças. O incentivo a tal prática parte não somente das escolas, como também dos próprios pais em seu seio familiar. Prova do sucesso dessa simples ação está aparente no desenvolvimento sócio-econômico-cultural destes países, os quais defendem que o incentivo à literatura infantil de qualidade é um dos principais meios formativos de cidadãos críticos e atuantes em sua sociedade.
A Literatura Infantil, por iniciar o homem no mundo literário, deve ser utilizada como instrumento para a sensibilização da consciência, para a expansão da capacidade e interesse de analisar o mundo. Sendo fundamental mostrar que a literatura deve ser encarada sempre de modo global e complexo em sua ambiguidade e pluralidade.
O adulto tem uma relação estranha com a leitura, pois está sempre procurando justificativas para não ler, acusa a falta de tempo, entre outros. Mas sabe-se que, mesmo tendo tempo, ele não o ocupa com leitura.
O mais estranho é o fato de que, mesmo professores afirmam que não gostam de leitura e não dão a menor importância ao livro. O adulto não vê valor real no livro, e em geral, alguns o máximo que fazem ao pegar um livro é ler seu prefácio ou ainda apenas o resumo final.
A valorização da família gerou um controle no desenvolvimento intelectual da criança e a manipulação das suas emoções. A escola e a literatura infantil foram encarregadas de cumprir esta missão. Sendo assim, houve uma aproximação entre ambas.
No mundo mágico e em evolução, a literatura é um instrumento fundamental para aguçar o sentido crítico, ampliar a visão da vida e aumentar a perspectiva das coisas. E tudo isso começa a partir dos primeiros passos e das primeiras sílabas no mundo maravilhoso da literatura infantil.
É necessário que o professor faça a seleção de livros de literatura que tenham boa estética, texto apropriado e ilustrações motivadoras. É através da literatura infantil que se pode fornecer condições para a criança ter “conhecimento do mundo e do ser” por intermédio da realidade criada pela fantasia do escritor. Mas não basta colocar a criança em contato com o livro, na escola, para se conseguir formar um leitor.
É com o auxílio do livro, particularmente do livro infantil, que poderemos influir sobre a vida afetiva e estética da criança, já que o livro infantil ocupa um lugar privilegiado, pois é o ponto de encontro entre duas artes: a da palavra (texto) e a da forma (ilustração), de modo a aumentar a compreensão e a eficácia do livro.
Percebe-se que a literatura também é lazer, quando feita com fruição. Um bom livro é capaz de nos levar a outros mundos, de dar vida aos nossos sonhos, de nos fazer chorar. Mas, muitas vezes, na escola, o aluno, ao invés de criar o hábito de ler, passa a achar a leitura a coisa mais chata do mundo. Quando o professor utiliza o livro de literatura na escola com o intuito de ensinar teorias, fazer análise sintática, atendendo a estruturalismos de forma imposta, com certeza a leitura será frustrante para o aluno.
Geralmente, utiliza-se nas escolas muitos clássicos infantis, mas fazendo a análise destes livros, nota-se que eles abordam assuntos muito distantes da realidade da criança e a linguagem não é muito significativa. Mas no Brasil, atualmente, surgiu uma nova literatura infanto-juvenil, revelando ótimos escritores. Estes escritores respeitam os sentimentos e a inteligência das crianças e jovens, através de assuntos atuais ou mediante a redescoberta de formas literárias do passado, que são recriadas pelo novo espírito dos tempos.
Desta forma, em nossa prática pedagógica, procuramos levar para nossos alunos diversos livros de histórias de cunho formativo, pois os livros da escola são muito limitados. Nota-se que os alunos adoram ler, principalmente se puderem escolher o livro que vão fazer a leitura. É visto que, na escolha, procuram temas de sua realidade e adoram belas ilustrações. Sendo assim, pode-se afirmar que a literatura infantil é indispensável na escola, pois, através da fruição, proporciona o desenvolvimento e a aprendizagem da criança.
A literatura estimula a imaginação, abre novos horizontes para as crianças, transmite valores culturais, permite saber sobre o presente e também experiências e fatos do passado, sendo que a mesma propõe fantasia e distração. De acordo com a evolução psicológica da criança, são consideradas algumas fases, e nesta fase predomina a fantasia, onde os contos de fadas, animais que falam, lendas, fábulas e mitos são preferidos.
A importância fundamental da literatura é permitir a evolução e a formação da personalidade do futuro adulto, pois a literatura infantil foi redescoberta para servir e enriquecer as bases das experiências sociais e culturais, fundamentais ao desenvolvimento da criança. Sendo assim, a literatura foi criada com o objetivo de valorizar a fantasia do maravilhoso e da magia.
Retrocedendo ao surgimento e à consequente aplicação da literatura infantil e seu público (as crianças) e fazendo um paralelo entre esse período, suas minúcias observadas e os dias de hoje, certificamos que seu ideal imaginário ainda possui uma constante preocupação em manter-se a cada dia inovando e despertando a fantasia de nossas crianças. Porém, há ainda muito a ser percorrido para conseguir provar que a literatura infantil é um meio primordial para o alcance de uma formação mister social, político e cultural da criança, tanto numa Instituição Escolar quanto no ambiente familiar. Tem-se escrito e comentado muito que as crianças de hoje leem menos textos verbais e veem mais televisão e jogam com o auxílio do computador, sem um valor literário crítico.
Todas as novas tecnologias têm o seu espaço. As crianças são muito receptivas às novidades. Portanto, o livro não deixa, mesmo assim, de ter o seu lugar e sua importância. É sabido que o texto estimula a imaginação, provoca reflexões pessoais, favorece a meditação, enriquece o patrimônio verbal e a cultura geral do leitor. A imagem, pelo contrário, suprime a interpretação e convida à contemplação passiva por falta de orientação de leitura.
O contato com os livros deve ser muito precoce. Com um ano de idade, as crianças já podem mexer em livros de pano, plastificados, com grandes desenhos coloridos, de modo que sejam atraentes e resistentes. Afirmamos ainda que há uma idade cronológica, mas também uma idade afetiva e fisiológica, uma idade lúdica e intelectual, pelo que a definição de um determinado nível etário resulta na interseção de todos estes dados. Consequência óbvia: em termos de competência de leitura, dois indivíduos com a mesma idade cronológica poderão encontrar-se em estádios de desenvolvimento distintos. Face ao número de obras existentes no mercado, a escolha de livros para as crianças tem que ser um trabalho cuidadoso e criterioso.
Ao concluir esta resenha, podemos constatar o quanto a fantasia, imaginação e alegria estão presentes nos livros infantis e também o quanto a literatura infantil é importante na vida escolar e familiar das crianças de hoje, como foi na das crianças de ontem.
Autor: Gilda Antunes
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