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Inteligências Múltiplas

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Inteligências Múltiplas

Iniciamos com um pequeno resumo do surgimento da teoria das inteligências múltiplas, para depois abordarmos o tema inteligência cinestésica, partindo para o significado de inteligência cinestésica, para que é utilizada, em quais pessoas ela se desenvolve mais.

Descobrimos os tipos de linguagem corporal (dança, mímica, artes, esportes, malabarismo…), sua localização no córtex cerebral, e a necessidade de um feedback contínuo, e como essa inteligência era admirada na antiguidade pelos gregos, na realização de competições, torneios e a apresentação da beleza física, que atualmente é discriminada no ocidente.

A utilização dessa linguagem é essencial nas escolas, mas para que isso aconteça deverá haver mudanças nos conteúdos escolares, para acrescentar atividades diversificadas, com o intuito de estimular os educandos a desenvolverem a inteligência cinestésica.

Inteligência Múltipla

Visão anterior à teoria das inteligências múltiplas, foi criado testes de QI; a pedido do governo Francês, Alfred Binet, pesquisou um método para ser testado em crianças como meio de avaliar sua inteligência. O instrumento criado por Binet testava a habilidade das crianças nas áreas verbal e lógica, esses testes tiveram como efeito colateral a classificação de crianças, foi estabelecido o fator G, as crianças que ficavam acima eram classificadas como superdotadas e abaixo desse fator G, ficaram as crianças de pouca inteligência.

Insatisfeito com os resultados desses testes, Howard Gardner, psicólogo da Universidade de Harvard, baseou-se em pesquisas para questionar a tradicional inteligência, uma visão que enfatiza as habilidades linguísticas e lógico-matemáticas.

Segundo Gardner, todos os indivíduos normais são capazes de uma atuação em pelo menos sete diferentes inteligências e, até certo ponto, independentes áreas intelectuais.
Ele sugere que não existem habilidades gerais, duvida da possibilidade de se medir a inteligência através de testes de papel e lápis e dá grande importância a diferentes atuações valorizadas em culturas diversas. Finalmente, ele define inteligência como a habilidade para resolver problemas ou criar produtos que sejam significativos em um ou mais ambientes culturais.

Aqui temos início a teoria das inteligências múltiplas, na qual destacaremos a inteligência cinestésica. Para uma compreensão mais ampla sobre o tema, você pode conferir Literatura infantil e os contos de fadas na construção de valores e formação das crianças.

Inteligência Cinestésica

Esta inteligência se refere à habilidade para resolver problemas ou criar produtos através do uso de parte ou de todo o corpo. São as habilidades para usar a coordenação grossa ou fina em esportes, artes cênicas ou plásticas no controle dos movimentos do corpo e na manipulação de objetos com destreza.

A criança especialmente dotada na inteligência cinestésica se move com graça e expressão a partir de estímulos musicais ou verbais, demonstrando uma grande habilidade atlética ou uma coordenação fina apurada.

Podemos chamá-la de linguagem corporal; muitas vezes usamos o corpo para nos comunicar. Um exemplo dessa comunicação é a maneira como os mímicos se expressam, conseguimos entender exatamente o que eles estão querendo nos passar sem que ao menos nos digam uma palavra.

Tipos de linguagem corporal

  • O balé, especialmente nas suas manifestações contemporâneas;
  • As danças;
  • A mímica, a expressão corporal como recurso cênico ou teatral;
  • As ginásticas, a acrobacia;
  • Equilibrismo (incluindo o dos operários nos andaimes);
  • Esportes (os vários tipos de futebol; vôlei, basquete, handebol, tênis…);
  • As diferentes formas de atletismo (corridas, lançamentos, salto, natação…);
  • As artes marciais, lutas e danças ligadas à defesa pessoal (capoeira, huka-huka, esgrima, judô, jiu-jitsu, tai-shi-chuan, tae-know-do, kung-fu);
  • Malabarismo, prestidigitação;
  • Alguns aspectos das habilidades manuais humanas, o uso de pincéis e espátulas na pintura; o manuseio do martelo e buris na escultura; a digitação e a articulação em quase todos os instrumentos musicais e eletrônicos; a manipulação das agulhas no tricô e crochê e em muitos tipos de bordados; o uso dos fusos nas artes rende; a delicadeza das técnicas de montagem na ikebana, a agilidade nas dobraduras e no origami; a precisão nos recortes chineses em papel.
  • As práticas radicais: esportes de velocidade e agilidade (skate, surfe, esqui, voo-livre, caiaque…); esportes de domínio tecnológico (ciclismo, motociclismo, Jet-ski…).

Obs: Gardner elegeu a dança como a forma altamente complexa de expressão corporal, dedicando-lhe várias passagens quando se trata do desenvolvimento inicial da inteligência corporal nas crianças e nos adolescentes e também considera sua importância nos currículos de educação artística. Na dança, o corpo é desafiado em suas possibilidades de movimento, ritmo e equilíbrio; a dança é tanto uma linguagem quanto uma forma de exercício da corporeidade, é ao mesmo tempo, atividade estética e ginástica.

Localização da inteligência cinestésica

A inteligência cinestésica pode tanto ser identificada por sua localização no cérebro quanto por sua expressão em isolamento.

Ao que tudo indica, o centro dessa inteligência localiza-se no lado esquerdo do cérebro, ainda que não se tenha plena certeza de que tal posição seja válida para todas as pessoas, sobretudo para as canhotas.

O funcionamento do sistema nervoso é tremendamente complexo, exigindo a coordenação de uma estonteante variedade de componentes neurais e musculares de uma maneira altamente diferenciada e integrada.

Por exemplo, no movimento da mão para recuperar um elemento, para atirar ou agarrar um objeto, há uma interação extremamente intricada entre o olho e a mão, com o feedback de cada movimento particular permitindo movimentos subsequentes mais precisamente governados. Os mecanismos de feedback são altamente articulados, de modo que os movimentos motores estão sujeitos a contínuo refinamento e regulação com base numa comparação do estado da meta pretendida e a posição real dos membros ou partes do corpo em um momento específico no tempo. Há um contínuo feedback.

Os gregos e a inteligência cinestésica

O desenvolvimento da inteligência é muito prejudicado na cultura ocidental pela preconceituosa visão de que “coisas da cabeça valem bem mais do que coisas do corpo”.

O uso hábil do corpo foi importantíssimo na história da humanidade durante anos. Na antiguidade, os gregos reverenciavam a beleza da forma humana e promoviam manifestações, atividades artísticas e atléticas para que a manifestação da linguagem corporal mostrasse graça e equilíbrio, percebendo de maneira integrada o sentido da “beleza” entre corpo e cabeça. De forma mais abrangente, eles buscavam uma harmonia entre corpo e mente, com a mente treinada para usar o corpo adequadamente e o corpo treinado para responder aos poderes expressivos da mente.

Inteligência cinestésica na escola

A inteligência cinestésica na escola pode ser desenvolvida através de estímulos com diversos jogos, assim como o incentivo no envolvimento em atividades ligadas à tecelagem, carpintaria, consertos de eletros domésticos ou à construção de mensagens mímicas ou gincanas. O desenvolvimento dessas habilidades em sala de aula pode ser realizado com extrema facilidade, sem custos adicionais e sem prejudicar os conteúdos da educação brasileira convencional.
ESTIMULAÇÃO:

Na educação infantil

Início de programa de estímulo à ampliação do domínio tátil.

Utilização da capacidade motora como meio de expressão de mensagens.

Jogos operatórios e lúdicos para a exploração da capacidade de audição, da percepção visual e do paladar.

Primeiro Ciclo

Continuação progressiva das atividades da educação infantil.

Desenvolver a criança a sensibilidade para perceber diferentes linguagens (a linguagem surda-muda).

Jogos lúdicos do tipo, travessia no rio, caixa de surpresas, corrente maluca.

Jogos corporais.

Segundo Ciclo

Continuação progressiva das atividades do primeiro ciclo e formalização da alfabetização tátil, auditiva, olfativa e visual.

Jogos lúdicos do tipo feijoada, caranguejos, gato e rato e outros.

Jogos corporais.

Terceiro Ciclo

Continuação das atividades do segundo ciclo.

Início de um programa (voluntário) de aprendizagem de costura, tricô, tecelagem, carpintaria, consertos elétricos e outras habilidades.

Início de um programa de transmissão de mensagens cognitivas por meio de mímica.

Jogos corporais.

Quarto Ciclo

Continuação das atividades e dos projetos iniciados no segundo e no terceiro ciclo.

Início de um programa que vise ao desenvolvimento da atenção e da concentração.

Exploração da pluralidade do patrimônio cultural por meio de torneios que envolvam pipas, bolinhas de gude, pião e outros.

Atividades de teatro.

Ensino Médio

Continuação das atividades e programas anteriormente iniciados com destaque especial ao projeto para o aprimoramento da atenção e da concentração.

Exploração da pluralidade do patrimônio cultural (danças rítmicas e folclóricas).

Atividades que enfatizem a pluralidade dos movimentos corporais.

Ensino Superior

Desmistificação do uso da expressão corporal e incorporação da linguagem cinestésica como ferramenta para o desenvolvimento de diferentes habilidades.

Atividades culturais do tipo brainstorming e estudos de caso.

A linguagem gestual como recurso de ampliação de um vocabulário globalizado.

Conclusão

A inteligência cinestésica é utilizada como uma linguagem de expressão corporal, assim como as demais inteligências, ela se desenvolve para mais ou para menos devido aos estímulos que o indivíduo sofre através do meio. Essa inteligência está ligada a outras, um exemplo é a dança, na qual o indivíduo utiliza a inteligência musical além da corporal.

Apesar de ser uma inteligência, tem sido discriminada pela cultura ocidental na qual “cabeça vale mais que corpo”. Deixamos de lado o fato de que a comunicação gestual, diferente da linguagem verbal, é reconhecida em muitos países; quantas pessoas não viajam e, sem saberem o idioma falado, conseguem se expressar através de gestos? Isso nada mais é do que uma linguagem corporal. As crianças são os melhores representantes dessa linguagem, antes mesmo de falarem, conseguem se comunicar, apontando o objeto de desejo, fazendo caretas quando estão nervosos e não existe nada mais belo que seus sorrisos, muitas vezes sem sons, mas que amolecem qualquer coração.

E como diz um velho ditado: “um gesto vale mais que mil palavras”.

Gardner faz uma observação de que a dança é uma linguagem corporal mais complexa, por envolver tanto linguagem quanto exercício corporal. O dançarino sabe perfeitamente os passos que podem ser dados em um determinado tempo e espaço.
No filme, vem dançar um professor de dança, que consegue trabalhar o comportamento dos alunos de uma escola pública desacreditada pelos demais. Apesar das dificuldades enfrentadas, é através da dança que eles se superam.

Revista Nova Escola & Dissertação da Mestra em Matemática Kátia Stocco

Para aprimorar suas habilidades, considere explorar materiais didáticos que podem auxiliar no desenvolvimento da inteligência cinestésica.


Pedagogia ao Pé da Letra
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