A capa de trabalho escolar é um componente importante na hora de elaborar uma atividade que precisa ser entregue ao professor; ela deve ter uma formatação adequada e apresentar informações básicas de identificação do seu trabalho.
A informática modernizou as formas de criar uma capa de trabalho escolar. Hoje, usamos o editor de texto Word para escrever e fazer possíveis ilustrações na capa. Quando se trata de um trabalho acadêmico, a formatação é mais rigorosa, devendo obedecer às normas da ABNT para criar a capa (nome da escola, título centralizado, nomes dos alunos).
Capa de Trabalho Escolar: como fazer
A capa do seu trabalho assume o papel de apresentação e também proteção externa, por isso capriche, adicionando as informações necessárias sem muito rebuscamento. Não faça rasuras, prefira folha no tamanho A4 e adicione os elementos da capa de forma organizada.
Introdução
As diferenças culturais, junto à necessidade humana de comunicação, levam a diversas formas de expressão escrita. Identificamos três grupos de textos escritos: os literários, oficiais e comerciais, e científicos.
Os textos literários advêm da criação artística, os textos oficiais e comerciais estabelecem a comunicação de maneira formal e documentada. As formas de textos científicos têm preocupações com a correção, exatidão e autenticidade dos raciocínios desenvolvidos. A investigação científica é apresentada a partir do fato estudado, da fonte, da intenção do pesquisador ou exigência da instituição ou disciplina.
Estudaremos os textos científicos, que são produzidos em função de algum tipo de pesquisa científica.
1. Resenha
Resenha é a síntese de um livro contendo comentários e, opcionalmente, análise crítica. A partir da resenha, o leitor consegue avaliar seu interesse pela obra e decidir qual parte dedicar maior atenção.
Dessa forma, resenhar consiste na examinação e apresentação de obras prontas. É talvez o nível mais elementar de pesquisa científica e caracteriza-se apenas como pesquisa exploratória, pois embora contenha uma crítica, o texto base já está pronto. Dar oportunidade ao treinamento de compreensão e crítica, além do contato mais próximo com bons autores e com o pensamento já elaborado, serve como modelo de produção científica.
As partes essenciais de uma resenha são:
- Identificação da obra: fichamento, que inclui autor, título, imprenta, total de páginas resenhadas;
- Credenciais do autor: Os créditos, formações, publicações, atividades desenvolvidas na área;
- Conteúdo: As ideias principais, pormenores importantes para o entendimento do assunto;
- Conclusões: Localização e breve explicação das conclusões do autor;
- Crítica: Determinação histórica e metodológica da obra, contribuições importantes, estilo, forma, méritos, considerações éticas.
Resenhas podem ser feitas com objetivos diferentes. Você pode fazer uma resenha informativa, procurando expor o conteúdo do livro. Pode fazer uma resenha crítica quando se ocupa de analisar e interpretar as ideias e pensamentos principais da obra. Pode ainda juntar os dois tipos, enfocando e desenvolvendo análises críticas. É um trabalho comparativo, excelente base para o desenvolvimento do tema. A crítica é a “resenha do texto”, geralmente feita por especialistas com ênfase na crítica.
Passe ao leitor uma visão precisa do conteúdo do texto, destaque o assunto, os objetivos, a ideia central, como o autor estrutura seu raciocínio. Veja exemplo de um roteiro para elaborar uma resenha:
- Forneça todos os dados do livro analisado.
- Apresente alguns dados biográficos relevantes do autor.
- Ressalte a proposta do livro conforme Prefácio ou Introdução.
- Identifique a ideia central da obra.
- Levante os argumentos que sustentam suas afirmações.
- Apresente o resumo da obra, sua síntese.
- Desvende, se necessário, alguns termos e expressões usados pelo autor.
- Reproduza total ou parcialmente a referência bibliográfica e comente sobre sua importância.
- Desenvolva sua avaliação crítica de modo agradável e acessível, estabelecendo um diálogo com o autor e também com o leitor.
As críticas estão dirigidas às ideias e posições do autor, nunca à sua pessoa ou condições pessoais de existência. Procure contextualizar a obra analisada, relacionando-a com outros trabalhos e com a situação da cultura e das disciplinas envolvidas na época de sua produção.
2. Relatório
Antes de escrever, reflita. Por que você deve escrever o relatório? Quais as ações que você pretende desencadear? Quem lerá o seu documento?
A primeira frase do seu relatório deve levar o leitor a ler a segunda; senão, o seu trabalho terá sido em vão. Procure redigir de forma clara, compreensível e o mais curto possível. Desenvolva o texto com profundidade e espírito de investigação. Mostre que sua visão é abrangente e que você possui bom senso e criatividade.
Antes de escrever, certifique-se de que dispõe de dados e fatos suficientes e bem apurados. Muitos relatórios ruins resultam de um esforço frustrado de preencher lacunas e esconder uma falha de exatidão.
As partes essenciais de um relatório são:
- Introdução – Descreve-se sua importância ou relevância (social, científica ou acadêmica).
- Referencial teórico – É o texto resultante de levantamento bibliográfico, de qualquer extensão, que indica ao leitor o tratamento científico atual do tema/problema.
- Metodologia – Faz-se a descrição detalhada e rigorosa dos procedimentos de campo ou de laboratório utilizados.
- Apresentação dos resultados – São expostos os resultados obtidos e ordenados pelos objetivos da pesquisa.
- Análise dos resultados – É feita uma interpretação analítica dos dados obtidos, o referencial teórico que posicionou o problema pesquisado e o resultado a que se chegou.
- Sugestões/recomendações – São necessárias quando a pesquisa realizada visa a solução de um problema ou a necessidade imediata da resposta.
- Conclusão – Conclui-se comparando esses dados ao objetivo geral de toda pesquisa, estabelecendo-se o quanto foi conseguido em relação ao objetivo proposto.
3. Monografia
A monografia é uma exposição profunda de um problema de assunto específico, sendo investigado cientificamente, buscando o entendimento científico sobre tal assunto. Este tipo de pesquisa possui geralmente três tipos de finalidade. A monografia, propriamente dita, que é exigida como requisito parcial para a conclusão de cursos de graduação; a memória, sendo uma espécie de monografia apresentada publicamente em congressos, simpósios, encontros, academias, sociedades científicas, e as suas normas são estabelecidas pela coordenação dessas reuniões e/ou entidades.
Resultante de pesquisa científica e que contém a identificação, o posicionamento, o tratamento e o fechamento competentes de um tema/problema. A matéria-prima do raciocínio são os dados, que basicamente se constituem de axiomas científicos, da autoridade de autores consagrados, ilustrações, testemunhos e, até mesmo, da experiência pessoal coerente do pesquisador.
São características da monografia: a sistematicidade e completude, a unidade temática, a investigação por memorizada e exaustiva dos fatos, a profundidade, a metodologia, a originalidade e a contribuição da pesquisa para a ciência.
A estrutura da monografia compreende a Introdução, que apresenta a importância do assunto ou a questão a ser solucionada. O corpo, ou desenvolvimento, compreende os capítulos, explicação, discussão e demonstração. Finalmente, a conclusão retoma as pré-conclusões anteriores expostas, reforçando a linha do pensamento que sustenta o texto.
Diferentemente da tese e da dissertação, a monografia não é defendida, e sim apresentada.
4. Dissertação
A dissertação visa apresentar um resultado de um estudo científico, tema único e bem delineado em sua extensão, podendo ser um aprofundamento de um tema já pesquisado. Assim como a tese, também tem como objetivo reunir, examinar e interpretar informações, buscando uma conclusão lógica, feita sob a orientação de um pesquisador. Visa a obtenção de um título de mestre em uma academia e/ou entidade. Este trabalho de pesquisa também deverá ser defendido em público.
Tem finalidade apenas didática. É um trabalho mais de natureza reflexiva do que propriamente de descobertas ou de ideias originais, embora deva ser pessoal e não mera transcrição de textos alheios. Apresenta-se em forma de relatório científico ou de monografia.
Distingue-se ainda dois tipos de dissertação: a expositiva, onde o autor apenas reúne material de variadas fontes e faz uma apresentação compreensiva de um assunto; e a argumentativa, onde é preciso expor a interpretação das ideias e a posição do autor diante delas.
Estruturalmente, a dissertação é composta de três partes: Introdução, desenvolvimento e conclusão. Acrescentando, os agradecimentos, a bibliografia e os anexos, se houver. Qualquer trabalho científico é dissertativo, e se apresentado para o grau de mestre ou de doutor, deverá ser monográfico.
São características da dissertação: ser elaborada por pós-graduando a um programa stricto-sensu, de uma escola superior credenciada, situada dentro de uma área específica; desenvolver sob a orientação de um doutor acadêmico; revelar domínio e capacidade de síntese de conhecimentos específicos; ser apresentada e defendida publicamente.
5. Tese
A tese é um resultado de um estudo científico sobre um assunto inédito, que procura examinar fatos e informações, interpretando-os e procurando mostrar uma solução sobre tal fato. É uma exigência que visa a obtenção de título de diretor, títulos acadêmicos de livre docência e de professor titular.
Sendo avaliada por uma banca examinadora, habitualmente composta por três doutores e defendida em público. Cabe a uma boa tese identificar, situar, tratar e fechar uma questão científica de maneira competente, profunda e inédita. A característica essencial é o inédito, apresentado em uma tese que pode ser algo completamente novo ou aspectos novos de algo já existente.
São ainda características da tese:
- Ser elaborada por pós-graduados.
- Registrar-se a uma área específica de concentração.
- Ser produzida sob a tutela de um doutor orientador.
- Revelar domínio e síntese de conhecimentos específicos e originais dentro da área de conhecimento.
- Ter o texto apresentado e defendido publicamente.
6. Sinopse e Resumo
São textos reduzidos.
A sinopse é um pequeno texto de 25 a 50 linhas, geralmente redigido pelo autor ou editor de uma obra. A característica essencial da sinopse é a apresentação concisa dos traços gerais, das grandes linhas da obra. Normalmente, vem inserida no início dos textos publicados e é muito útil para a realização de levantamentos bibliográficos.
Resumo é uma apresentação sintética e seletiva das ideias de um texto, ressaltando a progressão e a articulação delas. Um texto mais longo (10% a 25% do texto original) levanta as ideias essenciais do texto-base e deve manter o espírito do autor.
Um resumo pode ter variadas formas: apresentar apenas um sumário das ideias do autor, narrar as ideias mais significativas, condensar o conteúdo de tal modo que dispense a leitura do texto original. Um resumo também pode ser interpretativo, apresentando crítica das ideias do autor, a resenha.
A norma da ABNT classifica os resumos em: Indicativo, que caracteriza-se como sumário narrativo, elimina dados qualitativos e quantitativos, mas não dispensa a leitura do original; Informativo, que pode dispensar a leitura do original, salientando o objetivo da obra, evitando comentários pessoais; Informativo/Indicativo, que pode dispensar a leitura do texto original quanto às conclusões, mas não quanto aos demais aspectos tratados; Crítico, também chamado de resenha.
O resumo deve salientar o objetivo, o método, os resultados e as conclusões do trabalho, apresentando os objetivos e os assuntos do texto original. Deve ser composto com frases concisas, evitando-se enumerar tópicos. Constitui-se em forma prática de estudo que participa ativamente da aprendizagem, uma vez que favorece a atenção de informações básicas.
Enquanto na sinopse se permite alguma interpretação, no resumo procura-se guardar absoluta fidelidade ao texto original.
7. Artigos Científicos
Visa publicar resultados de um estudo. Embora tenha formato reduzido (entre 5 e 10 páginas), é sempre um trabalho completo, um texto integral.
Estruturalmente, são compostos de: Título do trabalho, autor, credenciais do autor, local das atividades; sinopse (resumo em Português e em uma língua estrangeira, de preferência, em inglês); corpo do artigo (introdução, desenvolvimento e conclusão); parte referencial (referências bibliográficas, como notas de rodapé ou final de capítulo, bibliografia, que é a lista dos livros consultados ou relativos ao assunto, apêndice, anexos, agradecimentos, data).
O conteúdo de um artigo científico pode ser muito variado, como, por exemplo, discorrer sobre um estudo pessoal, oferecer soluções para posições controvertidas.
Em geral, sua estrutura é definir o assunto que apresenta aspectos relevantes e irrelevantes, partes e relações existentes.
No artigo classificatório, há uma ordenação de aspectos de determinado assunto e explicação de suas partes. Sua estrutura é a seguinte: definição do assunto, explicação da divisão, tabulação dos tipos e definição de cada espécie.
Já no artigo argumentativo, há o enfoque de um aumento e depois a apresentação dos fatos que provam ou refutam o fato. Sua estrutura é a exposição da teoria, apresentação de fatos, síntese dos fatos e conclusão.
São motivos para a elaboração de um artigo científico: a existência de aspectos de um assunto que não foram estudados suficientemente ou o foram superficialmente; necessidade de esclarecer uma questão antiga; a inexistência de um livro sobre o assunto, ou o aparecimento de um erro.
O estilo, como em qualquer trabalho científico, deve ser claro, conciso e objetivo. A linguagem será gramaticalmente correta, precisa, coerente, simples e, preferencialmente, em terceira pessoa.
8. Artigo – relatório
Tem a mesma finalidade e características gerais do artigo científico. Como os relatórios em geral, o artigo-relatório resulta da intenção de publicar resultados de pesquisa de campo ou de laboratório, tratando-se do relato de resultados ou progressos alcançados em uma pesquisa.
O formato sugerido para o artigo-relatório inclui:
- Título, subtítulo.
- Autor (es).
- Sinopse ou resumo.
- Crédito do (s) autor (es).
- Introdução.
- Corpo do relatório.
- Conclusão.
- Referências bibliográficas.
9. Comunicação Científica ou Paper
A comunicação científica define-se como a informação que se apresenta em congressos, simpósios, reuniões, academias e sociedades científicas. Contém em média entre 2 e 10 páginas, estruturadas no modelo de artigo científico ou artigo-relatório, para posterior publicação em atas e anais dos eventos científicos em que foram apresentados. Embora contenha a mesma estrutura intelectual dos artigos (introdução, corpo e conclusão), não apresenta subdivisões; é um texto unitário.
10. Informe Científico
Caracteriza-se como relato escrito que divulga os resultados parciais ou totais de pesquisa. É o mais breve dos trabalhos científicos, pois se restringe à descrição dos resultados alcançados pela pesquisa. Deve ser escrito de forma que possa ser compreendido e as experiências repetidas, se for de interesse do investigador.
Mantém a estrutura intelectual e gráfica dos artigos científicos e artigos de relatório, em relação aos elementos necessários à informação que se quer transmitir. Aconselha-se o seguinte formato gráfico:
- Título, subtítulo.
- Período de realização da investigação.
- Autor (es).
- Credenciais do (s) autor (es).
- Sinopse.
- Introdução.
- Corpo.
- Conclusão – referências.
Trata-se de um texto sintético, estruturado em forma de artigo científico.
11. Ensaio Científico
Ensaio é o texto científico que desenvolve uma proposta pessoal do autor sobre um determinado assunto. Apesar de pressupor conhecimentos advindos do meio científico comum, esse texto busca expressar a visão do autor, que mostra independência quanto ao pensamento comum com relação ao assunto. O valor científico do ensaio depende do respeito da comunidade científica pela autoridade e pelo notório saber do ensaísta.
A estrutura intelectual e gráfica do ensaio é idêntica à estrutura intelectual e gráfica da monografia ou do artigo científico.
Considerações Finais
Como foi visto, as formas de texto descritas são resultados de atividades, pesquisas e conhecimentos.
Todo trabalho científico necessita, por sua extensão, de regras básicas para que possa ficar claro muitos aspectos gerais de seu conteúdo. Mas, cabe citar que ao se aprofundar estudos, pesquisando em outras fontes da Metodologia Científica, observamos certas diferenças e aplicações de regras como formatações de textos, disposições de títulos, entre outros, em diferentes autores da área.
O que se pode concluir é que cabe ao pesquisador seguir as normas da ABNT e incluir as exigências transmitidas pelo examinador em qualquer trabalho de cunho científico.
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