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Educação Especial e a Inclusão Escolar

Descubra como a educação especial e a inclusão escolar são fundamentais para fornecer aos alunos uma educação de qualidade. Confira nossas dicas práticas e informações para ajudar na inclusão de alunos com deficiência nas escolas.

Educação Especial e a Inclusão Escolar

Atender às necessidades dos alunos portadores de necessidades especiais tem gerado um grande desafio para as escolas. Atualmente, a educação inclusiva vem obtendo um espaço significativo no cenário mundial.

A Declaração de Salamanca ressalta que a escola inclusiva deve propiciar um ambiente favorável para que os alunos possam aprender juntos, independentemente de suas diferenças e dificuldades. Dizendo que:

Todas as escolas deveriam acomodar todas as crianças independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras. Devem incluir crianças deficientes ou superdotadas, crianças de rua e que trabalham, crianças de origem remota ou de população nômade, crianças pertencentes a minorias linguísticas, étnicas ou culturais e crianças de outros grupos em desvantagem ou marginalizadas… (BRASIL, 1996).

A inclusão de pessoas portadoras de necessidades especiais em salas de aula potencializa o seu aprendizado, pois na sala de aula elas têm a oportunidade de interagir com os colegas de classe. É importante que o professor tenha um olhar atento à singularidade de cada aluno, tendo uma observação constante e sabendo que as aprendizagens são lentas, mas extremamente significativas. É necessário dar prioridade às potencialidades de cada aluno.

É importante ressaltar que toda a equipe da escola deve se reunir para pensar na inclusão do aluno e que o papel da família é ter uma participação ativa na vida escolar desse aluno.

Sassaki conceitua a Inclusão Social como:

[…] o processo pelo qual a sociedade se adapta para poder incluir, em seus sistemas sociais gerais, pessoas com necessidades especiais e, simultaneamente, estas se preparam para assumir seus papéis na sociedade. A inclusão social constitui, então, um processo bilateral no qual as pessoas, ainda excluídas, e a sociedade buscam, em parcerias, equacionar problemas, decidir sobre soluções e efetivar a equiparação de oportunidades para todos. (Sassaki, 1997, p.3)

Os educadores precisam estar permanentemente informados sobre os processos educacionais e as necessidades especiais das pessoas com deficiência. A maneira limitada em que algumas escolas e alguns professores atuam tem levado muitos alunos com deficiência à exclusão. Segundo Belisário:

Para que as escolas sejam verdadeiramente inclusivas, ou seja, abertas à diversidade, há que se reverter o modo de pensar e de fazer educação nas salas de aula, de planejar e de avaliar o ensino e de formar e aperfeiçoar o professor, especialmente os que atuam no ensino fundamental. Entre outras inovações, a inclusão implica também em uma outra fusão, a do ensino regular com o especial e em opções alternativas/aumentativas da qualidade de ensino para os aprendizes em geral. (2005, p.53)

A falta de capacitação é um dos fatores que contribuem para que a exclusão aconteça. Muitos educadores não tiveram na sua formação acesso ao ensino para lidar com alunos portadores de necessidades especiais. Outro fator é a falta de recursos físicos e didáticos.

A CAPE (Centro de Apoio Pedagógico Especializado) destaca algumas estratégias que possam auxiliar o professor na rotina de desenvolvimento pedagógico:

  • Tratar o aluno de maneira natural, não adotando atitudes superprotetoras, infantilizadas ou de rejeição;
  • Respeitar sua idade cronológica, oferecendo atividades compatíveis relacionadas ao que está sendo ensinado aos demais alunos;
  • Incentivar a autonomia na realização das atividades;
  • Estabelecer objetivos, conteúdos, metodologia, avaliação e temporalidade de acordo com a necessidade do aluno;
  • Dividir as instruções em etapas, olhando nos olhos do aluno;
  • Respeitar o ritmo de aprendizagem, oferecendo desafios constantes;
  • Repetir as instruções/atividades em situações variadas, de forma diversificada;
  • Estabelecer uma rotina na sala de aula, dizendo o que e como vai acontecer;
  • Estabelecer regras junto com o grupo de alunos, procurando ressaltar as qualidades de cada;
  • Reforçar os comportamentos adequados;
  • Apresentar os espaços físicos, construindo referências que os tornem mais familiares.

Para incluir, é necessário romper com os preconceitos e que os professores não tenham medo do novo, não tenham receio, preconceito e falta de entusiasmo. Para que os alunos possam participar ativamente do processo escolar sem nenhuma limitação. A educação inclusiva consiste em a escola conceber um espaço onde os alunos possam construir o conhecimento de acordo com suas capacidades.

A deficiência mental, assim como as outras deficiências, desafia a escola no seu objetivo de ensinar o conteúdo curricular para o aluno. O aluno com deficiência mental tem sua própria maneira de lidar com o conhecimento, que muitas vezes não corresponde ao que a escola idealiza, tendo dificuldade de construir conhecimento e de demonstrar a sua capacidade cognitiva.

A Associação Americana para a Deficiência Mental – AAMD define Deficiência Mental:

A deficiência mental caracteriza-se por um funcionamento intelectual geral significativamente abaixo da média, oriundo do período de desenvolvimento, concomitante com limitações associadas a duas ou mais áreas da conduta adaptativa ou da capacidade do indivíduo em responder adequadamente às demandas da sociedade, nos seguintes aspectos: comunicação; cuidados pessoais; habilidades sociais; desempenho na família e comunidade; independência na locomoção; saúde e segurança; desempenho escolar; lazer e trabalho. (p.26)

O número de alunos categorizados como deficientes mentais tem crescido cada vez mais. As escolas precisam se reorganizar para atender toda a demanda, para que não ocorra a exclusão generalizada.

Muitas escolas têm se movido em prol de adaptar o currículo, as atividades, a avaliação e o atendimento em sala de aula. Tais práticas adaptativas permitem ao aluno participar do processo de aprendizagem e aprender cada vez mais. Para Batista (2007):

Aprender é uma ação humana criativa, individual, heterogênea e regulada pelo sujeito da aprendizagem, independentemente de sua condição intelectual ser mais ou menos privilegiada. São as diferentes ideias, opiniões, níveis de compreensão que enriquecem o processo escolar e clareiam o entendimento dos alunos e professores. Essa diversidade deriva das formas singulares de nos adaptarmos cognitivamente a um dado conteúdo e da possibilidade de nos expressarmos abertamente sobre ele. (2007, p.14)

Para que realmente a inclusão aconteça, é necessário que a escola recrie suas práticas, mude suas concepções, reveja seu papel e valorize as diferenças. É necessário ressaltar que, para trabalhar dentro de uma proposta educacional inclusiva, o professor precisa contar com o respaldo de toda a equipe escolar. O professor deve privilegiar o desenvolvimento e a superação dos limites intelectuais do aluno com deficiência mental, criando condições e liberdade para que o aluno tenha a apropriação ativa do próprio saber, dentro do quadro de recursos intelectuais que lhe é disponível.

Referências

BATISTA, Cristina. Atendimento Educacional Especializado: deficiência mental. Brasília, 2007.

BELISÁRIO, J. Ensaios Pedagógicos. Construindo Escolas Inclusivas. Brasília: MEC, SEESP, 2005.

BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. LDB 4.024, de 20 de dezembro de 1996.

SASSAKI, Romeu Kasumi. Inclusão: Construindo Uma Sociedade Para Todos. 3ª edição. Rio de Janeiro: WVA, 1997, 180p.

Para mais informações sobre a importância da inclusão escolar, consulte o artigo sobre Educação Especial e Inclusão.

Se você está buscando recursos para auxiliar na educação inclusiva, considere explorar opções de materiais didáticos que podem ser úteis.


Professora Fábia Monteiro
Professora Fábia Monteiro
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