A aquisição da linguagem escrita pela criança surda no contexto da educação inclusiva
RESUMO
Para os autores da Teoria Histórico-Cultural, a constituição do sujeito é consolidada nas relações sociais, através dos processos de mediação instrumental e simbólica. Assim, a comunicação com o outro configura e estabelece a apropriação de signos e significados utilizados pelo homem. No entanto, a comunicação não se restringe a uma única forma ideal/padrão, mas se estende àquela que é utilizada com sentido e funcionalidade na comunidade e na qual o sujeito está inserido. Dessa maneira, a língua de sinais é a língua empregada pelos surdos, responsável e favorecedora quanto ao acesso e apropriação de linguagem, consequentemente ao desenvolvimento psíquico, à apropriação da linguagem escrita, bem como ao contato com a língua majoritária de seu grupo social. Pode-se compreender, nesse contexto, a linguagem escrita como importante instrumento de representação e apropriação de signos e significados socialmente constituídos, sendo este um instrumento cultural complexo e essencial para a formação do homem. Por essa premissa, o presente estudo foi desenvolvido com o objetivo de investigar os processos de ensino da linguagem escrita para crianças surdas de um município do Estado de São Paulo, incluídas no Ensino Fundamental – ciclo I. A metodologia compreendeu entrevistas individuais com três professores e seus respectivos alunos surdos e, ainda, a análise de atividades textuais produzidas por essas crianças, ao longo do ano letivo. Como resultado dos dados, pôde-se apontar, quanto aos professores, as dificuldades em lidar com a inserção e o trabalho a ser realizado, referente à escrita, com as crianças surdas em sala regular; e, no que concerne às crianças, por se tratar de 3 casos diferentes e bastante específicos, há aspectos particulares a serem observados, porém o que se pode afirmar, em relação ao processo de cada criança e, inclusive, à sua percepção, é a necessidade da constituição da língua para que a apropriação da linguagem escrita se dê de forma significativa e em toda sua dimensão semiótica, uma vez que os dados apontam melhores condições em crianças que puderam partilhar uma língua com sua professora, principal mediadora do processo de escrita, seja a língua de sinais, seja a linguagem oral sustentada pela leitura oro-facial. Enfim, o que podemos enfatizar, com segurança, é a necessidade de uma língua compartilhada.
Palavras-chave: Linguagem; Apropriação de escrita; Linguagem escrita; Escrita do surdo; Língua de sinais; Teoria Histórico-Cultural.
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A-aquisição-da-linguagem-escrita
Para mais informações sobre a inclusão de alunos surdos, você pode conferir o artigo sobre a inclusão de alunos autistas em sala de aula, que aborda práticas pedagógicas inclusivas.
Além disso, é importante considerar o uso de recursos que podem auxiliar no aprendizado, como brinquedos educativos que estimulam a linguagem e a comunicação.
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