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Fatores que influenciam a dislexia: as dificuldades encontradas

Descubra como a dislexia afeta o aprendizado e o desenvolvimento dos indivíduos. Conheça os fatores que influenciam as dificuldades encontradas pelos indivíduos portadores de dislexia e as formas de ajudá-los a superar seus desafios. Não perca a chance de entender e agir!

Fatores que influenciam a dislexia: as dificuldades encontradas
Dislexia; Fatores que Influenciam: As Dificuldades Encontradas

A Dislexia

A dislexia é um transtorno genético e hereditário presente em aproximadamente 10% da população mundial, podendo também ser causada pela produção exacerbada de testosterona pela mãe durante a gestação.

A dislexia é vezes confundida com déficit de atenção e problemas psicológicos. Esse transtorno se caracteriza pela dificuldade do indivíduo em decodificar símbolos, ler, escrever, soletrar, compreender um texto, reconhecer fonemas e exercer tarefas relacionadas à coordenação motora; além do hábito de trocar, inverter, omitir ou acrescentar letras/palavras ao escrever.

Pessoas disléxicas possuem a área lateral-direita do cérebro mais desenvolvida que a de pessoas que não possuem esta síndrome, tendo geralmente, por tal motivo, mais facilidade em questões relacionadas à criatividade, solução de problemas, mecânica e esportes.

Diagnóstico e tratamento da dislexia

É importante para o clínico ser sensível a respeito de como tal distúrbio se manifesta em termos de comportamento da criança, sintomatologia, história e resultados em testes (Pennington, 1997).

Nico (2005) recomenda que o diagnóstico seja feito por uma equipe multidisciplinar (psicólogo, fonoaudiólogo, psicopedagogo e neurologista) não somente para se obter o diagnóstico de dislexia, mas para se determinarem ou eliminarem fatores coexistentes de importância para o tratamento. Além disso, o diagnóstico deve ser significativo para os pais e educadores, assim como para a criança. Ou seja, simplesmente encontrar um rótulo não deve ser o objetivo da avaliação, mas tentar estabelecer um prognóstico e encontrar elementos significativos para o programa de reeducação. É de grande importância que sejam obtidas informações sobre o potencial da criança, bem como sobre suas características psiconeurológicas, seu desempenho e o repertório já adquirido. Informações sobre métodos de ensino pelos quais a criança foi submetida também são de grande significação.

Apresentação dos sintomas

Os sintomas-chave na dislexia são dificuldades para ler e soletrar, frequentemente com desempenho em matemática relativamente melhor. Como algumas crianças disléxicas gostam de ler ou têm boa compreensão de leitura, é importante verificar especificamente a leitura em voz alta e a aprendizagem fônica. Pais e professores poderão relatar ritmos lentos de leitura ou de escrita, inversão de letras e números, problemas na memorização dos fatos matemáticos básicos e erros incomuns em leitura e soletração (Ver Tabela 1).

O mais importante é que a indicação inicial pode ocorrer não pelos sintomas cognitivos, mas pelos físicos ou emocionais, tais como ansiedade ou depressão, relutância em ir à escola, dores de cabeça e problemas estomacais. É importante verificar se esses sintomas ocorrem sempre ou só nos dias escolares. Mesmo que ocorram sempre, a causa principal pode ser a dislexia devido a fracassos.

Alguns Sintomas de Dislexia

  • Dificuldade na aquisição e automação da leitura e escrita
  • Pobre conhecimento de rima (sons iguais no final das palavras) e aliteração (sons iguais no início das palavras)
  • Desatenção e dispersão
  • Dificuldade em copiar de livros e da lousa
  • Dificuldade na coordenação motora fina (desenhos, pintura) e grossa (ginástica, dança)
  • Desorganização geral: podemos citar os constantes atrasos na entrega de trabalhos escolares e perda de materiais escolares
  • Confusão entre esquerda e direita
  • Dificuldade em manusear mapas, dicionários, listas telefônicas
  • Vocabulário pobre, com sentenças curtas e imaturas ou sentenças longas e vagas
  • Dificuldade na memória de curto prazo, como instruções, recados
  • Dificuldades em decorar sequências, como meses do ano, alfabeto, tabuada
  • Dificuldade na matemática e desenho geométrico
  • Dificuldade em nomear objetos e pessoas, troca de letras na escrita
  • Dificuldade na aprendizagem de uma segunda língua
  • Problemas de conduta como: depressão, timidez excessiva ou o “palhaço da turma”
  • Bom desempenho em provas orais ou visuais

Segundo Mabel Condemarín (1989, p. 55), a dificuldade de aprendizagem está relacionada com a linguagem, leitura, escrita e ortografia. Pode ser inicial e informalmente um diagnóstico mais preciso deve ser feito e confirmado por neurolinguista diagnosticada pelo professor da língua materna, com formação na área de Letras e com habilitação em pedagogia que pode vir a realizar uma medição da velocidade da leitura da criança, utilizando, para tanto, a seguinte ficha de observação, com as seguintes questões a serem prontamente respondidas:

  • A criança movimenta os lábios ou murmura ao ler?
  • A criança movimenta a cabeça ao longo da linha?
  • Sua leitura silenciosa é mais rápida que a oral ou mantém o mesmo ritmo de velocidade?
  • A criança segue a linha com o dedo?
  • A criança faz excessivas fixações do olho ao longo da linha impressa?
  • A criança demonstra excessiva tensão ao ler?
  • A criança efetua excessivos retrocessos da vista ao ler?

Para o exame dos dois últimos pontos, é recomendável que o professor coloque um espelho do lado oposto da página que a criança lê. O professor coloca-se atrás e nessa posição pode olhar no espelho os movimentos dos olhos da criança.

O cloze, que consiste em pedir à criança para completar certas palavras omitidas no texto, pode ser um importante aliado para o professor de língua materna determinar o nível de compreensibilidade do material de leitura (ALLIENDE: 1987, p.144).

Fonte: Martins, Vicente. A dislexia em sala de aula. In PINTO, Maria Alice Leite. (Org.). Psicopedagogia: diversas faces, múltiplos olhares. São Paulo: Olho d’água, 2003.

Alguns Disléxicos Famosos

Albert Einstein

Agatha Christie

Joss Stone

Keira Knightley

Leonardo Da Vinci

Napoleão Bonaparte

Thomas A. Edison

Tom Cruise

Charles Darwin

Bibliografia:

ALLIENDE, Felipe, CONDEMARÍN, Mabel. (1987). Leitura: teoria, avaliação e desenvolvimento. Tradução de José Cláudio de Almeida Abreu. Porto Alegre: Artes Médicas.

CONDEMARÍN, Mabel, BLOMQUIST, Marlys. (1989). Dislexia; manual de leitura corretiva. 3ª ed. Tradução de Ana Maria Netto Machado. Porto Alegre: Artes Médicas.

DUBOIS, Jean et alii. (1993). Dicionário de lingüística. SP: Cultrix.

ELLIS, Andrew W. (1995). Leitura, escrita e dislexia: uma análise cognitiva. 2 ed. Tradução de Dayse Batista. Porto Alegre: Artes Médicas.

GARCÍA, Jesus Nicasio. (1998). Manual de dificuldades de aprendizagem: linguagem, leitura, escrita e matemática. Tradução de Jussara Haubert Rodrigues. Porto Alegre: Artes Médicas.

HOUT, Anne Van, SESTIENNE, Francoise. (2001). Dislexias: descrição, avaliação, explicação e tratamento. 2ª ed. Tradução de Cláudia Schilling. Porto Alegre: Artes Médicas.

MARTINS, Vicente. (2002). Lingüística Aplicada às dificuldades de aprendizagem relacionadas com a linguagem: dislexia, disgrafia e disortografia. Disponível na Internet: http://sites.uol.com.br/vicente.martins/

Autora: Dirce Porto, Professora do 1º, 2º e 3º graus. Formada em Pedagogia habilitada em Administração Escolar e Orientação Escolar pela FEUC. Pós-Graduada em Orientação Escolar pela FAHUPE e Pós-Graduada em Docência do Ensino Superior pela UCAM.

Para mais informações sobre dislexia, consulte nosso artigo sobre o tema.

Explore opções de brinquedos educativos que podem ajudar no desenvolvimento de crianças com dificuldades de aprendizagem.


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