A tarefa de educar o filho é um dos maiores desafios enfrentados pelos pais. Como não há fórmula mágica para a criação de uma criança, o mais comum é fazer por tentativa e erro, recorrendo à repetição de padrões comportamentais com os quais os pais foram criados.
No caminho da educação de um filho, é natural que apareçam diversas dúvidas sobre quais os melhores métodos de abordagem a serem seguidos, como a comunicação com a criança deve ser estabelecida, de que forma os valores da vida podem ser transmitidos, dentre uma série de outras questões.
E é na busca por respostas que uma nova perspectiva de abordagem infantil tem ganhado espaço ao longo das últimas décadas. É a chamada disciplina positiva.
Mas o que vem a ser a disciplina positiva? Em que ela consiste? Como ela se aplica?
Entenda um pouco mais a seguir.
Novo modelo educativo
O conceito de disciplina positiva foi desenvolvido pela psicóloga e educadora Jane Nelsen, moldado pelos estudos dos psiquiatras Alfred Adler e Rudolf Dreikurs, que a partir de questionamentos sobre as práticas tradicionais da educação decidiu apresentar uma abordagem educativa de natureza filosófica, mas também prática.
A disciplina positiva é focada no fortalecimento de valências como a firmeza, o afeto e a empatia que o adulto pode trabalhar no relacionamento com o seu filho. Trata-se de um modelo educativo que investe na firmeza com gentileza, deixando de lado abordagens voltadas para a punição, o castigo ou a recompensa.
Ela funciona como uma escolha na maneira como desejamos conduzir a criação dos nossos filhos, impondo os limites necessários, mas estabelecendo diálogos, entendimentos e cooperação com a criança.
Em que se baseia a disciplina positiva?
Ela tem como base norteadora o senso de pertencimento, no sentido de tornar a criança mais conectada com o meio em que habita, seja no seu núcleo familiar ou escolar.
A disciplina positiva transmite ideias que realçam a importância do conhecimento sobre as necessidades da criança, bem como da capacidade de desenvolver o autocontrole, ensinando a ela habilidades de vida social e intrapessoal, como a empatia e a segurança própria.
A sua concepção de educação está fundamentada na criação de um ambiente amoroso e encorajador, que propicie a formação de laços afetivos consistentes e de forte conexão familiar. Nessa abordagem, os erros das crianças não devem ser respondidos com punições nem os acertos com recompensas, sendo todas as atitudes encaradas como oportunidades de aprendizado.
Como a disciplina positiva se aplica?
Antes de aplicar os ensinamentos da disciplina positiva na sua casa é fundamental compreender a importância do afeto e do senso de pertencimento nas dinâmicas familiares.
A partir dessa compreensão, pode-se refletir se as relações familiares são respeitosas, produtivas e construtivas, já que a essência da disciplina positiva se sustenta nas manifestações de respeito mútuo e compreensão entre todos, incluindo as crianças.
Nesse sentido, investir na disciplina positiva é investir em um tempo produtivo em família, fortalecendo os laços de afetividade com o seu filho, é manifestar interesse no que ele tem a dizer, fazendo com que se sinta acolhido, ouvido e considerado.
É importante ressaltar, porém, que a manifestação de afeto e de atenção não pode ser confundida com permissividade. Pelo contrário, a imposição de limites é outro dos aspectos transmitidos pela disciplina positiva, que defende o valor do senso de hierarquia na relação, desde que ele seja administrado com gentileza, mas sem perder a firmeza.
Também é fundamental ensinar valores sobre a responsabilidade da criança desde cedo, seja em relação aos seus objetos pessoais ou sobre suas ações, para que ela compreenda as dinâmicas de uma vida em sociedade e as consequências dos seus atos.
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