É certamente para todos nós importante comunicar de modo eficaz e passar da melhor maneira a mensagem pretendida sem alienar o destinatário e sem violência, uma comunicação que inspire respeito e retribua um efeito positivo e construtivo.
Consequentemente, não existe melhor forma de resolver desavenças senão de modo inteligente, e sem dúvida a violência não é um deles. A gestão dos conflitos torna-se indispensável independentemente do meio (escolas, empresas).
O primeiro passo é ser o mais objetivo possível, pois quanto mais objetivo se é, mais aquilo que se está a transmitir é entendido como uma tentativa de comunicação e não como um ataque ou crítica. O ponto crucial da comunicação emocional está no segundo passo, ou seja, evitar fazer qualquer juízo acerca do outro e concentrar-se naquilo que se sente. Ao falar daquilo que se sente, não há quem possa discutir; aquilo que se sente pertence a cada um de nós e não deve ser posto em causa por ninguém. Deste modo, o esforço consiste em descrever ou expor a situação começando as frases com “eu” em vez de “tu”, referindo-se a si e àquilo que o afetou, sem ter necessariamente de atacar o outro, sendo verdadeiro e aberto em relação à sua posição acerca da situação em causa. A afetividade e a emoção são fundamentais nesse processo.
Existem três modos para lidar com situações desagradáveis ou de conflito: PASSIVIDADE, AGRESSIVIDADE ou ASSERTIVIDADE. A última, sem dúvida, é a melhor escolha, mas nem sempre é a possível. Existem circunstâncias em que realmente a passividade e a agressividade são a opção, pois as situações podem nem merecer tempo de atenção ou serem urgentes e de perigo, onde a agressividade é automática. De qualquer modo, é só a nós que compete a escolha, sendo a nós que compete aceitar ou não o desafio emocional.
O resumo de uma abordagem assertiva e não violenta, que dá hipótese de se obter aquilo que se deseja, é dirigida pelas seguintes siglas “O.L.A.-C.E.E.”.
– Origem: devemos nos dirigir sempre à pessoa em causa, aquela que constitui a origem do problema e contém o necessário para o resolver;
– Lugar: devemos escolher o momento e local mais adequado, de maneira a que se possa falar calmamente e com disponibilidade;
– Abordagem Amigável: começar por focar a atenção da pessoa e, neste sentido, nada melhor do que começar a abordagem pelo nome da pessoa em causa;
– Comportamento Objetivo: focar-se no comportamento que motivou e originou a situação sem fazer qualquer juízo de valor;
– Emoção: após a descrição dos factos, deve-se expor a emoção sentida; é muito mais forte e eficaz falar de si próprio do que transpor aquilo que pensa do outro;
– Esperança desiludida: é importante referenciar aquilo que era esperado e não foi satisfeito, deste modo é mostrar o seu descontentamento.Tudo isto pode parecer ilusório ou demasiado difícil de pôr em prática quando, na realidade, existem poucos modelos à nossa volta nos quais possamos nos inspirar, mas não é impossível e certamente é eficaz. O esforço para uma comunicação assertiva é compreender o que se passa na cabeça e coração das pessoas que estão em conflito e, deste modo, substituir a violência por compreensão e objetividade.
Retirado do Blog Psicologia da Educação
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Baseado em David Servan-Schreiber
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