I. Introdução:
Considerando as preocupações existentes no âmbito escolar, nos chamou a atenção alguns problemas de ordem emocional existentes entre alguns funcionários da escola. Apresentando dificuldades de relacionamentos interpessoais ou mesmo entre grupos, mostrando nitidamente uma baixa autoestima e uma necessidade de serem motivados ou se automotivarem.
As atitudes e as palavras têm um peso enorme, podendo destruir ou fortalecer o autorrespeito e levando o funcionário a tomar atitudes que possam vir a afetar a imagem da instituição e sua própria imagem perante o grupo em geral.
II. PROJETO:
COMO ELEVAR A AUTOESTIMA DOS FUNCIONÁRIOS DE UMA ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL, MELHORANDO AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS E GRUPAIS, ATRAVÉS DA MOTIVAÇÃO?
O homem, como um ser social, não vive só. Podemos observar que muitos problemas emocionais se destacam dentro do ambiente de trabalho pela diversidade de cada indivíduo, mesmo por sua nova concepção.
Uma autoestima baixa e um baixo sentimento de autorrealização podem levar o sujeito a atitudes não pensadas, prejudicando seu rendimento profissional e levando-o a uma qualidade de relações dentro do ambiente organizacional não muito harmoniosa. Portanto, a qualidade de suas relações dentro do ambiente organizacional é fundamental para o seu equilíbrio dentro e fora do trabalho e para um melhor desempenho profissional.
Visando essas relações, o grupo de estagiários do 8º período de pedagogia do Centro de Ensino Superior Anísio Teixeira realizará um projeto que dará ênfase à elevação da autoestima dos funcionários, motivando-os através de dinâmicas que possibilitarão uma interação melhor entre as pessoas do grupo. Para mais informações sobre autoestima, você pode conferir a importância da autoestima nas crianças.
III. JUSTIFICATIVA:
A autoestima não tem nada a ver com o que você é ou com o que você possui, mas sim com a maneira pela qual você se sente em relação ao que conquistou e agora faz parte do mundo.
Segundo Freud, “necessitamos de trabalhar com amor para nos sentirmos mentalmente sadios, mas, embora necessários em nossas vidas, não são suficientes. Temos necessidades fisiológicas como segurança, reconhecimento, respeito, amor e autoestima”. (Apus Seib, p.15).
A motivação tem sido alvo de muitas discussões. No campo clínico, quando se estudam doenças como a depressão. Na educação, voltada para os processos de aprendizagem. E, nas organizações, buscando obter um maior rendimento dos profissionais que formam o quadro de uma corporação.
Algumas explicações relativas à motivação apresentam-se sob reflexões filosóficas, como a concentração de nossa existência no momento presente, desprendendo-se, a grosso modo, das ideias passadas e do porvir, que roubam as energias, além de causar frustração mediante a sensação de baixa realização na vida. E, ainda, com base em outras proposições, é possível compreender a motivação como resultado da busca pela satisfação das necessidades e desejos naturais do ser humano.
Estudos sobre a motivação, como o Comportamentalismo, dão ênfase ao controle educacional, referindo-se ao tipo de reforço que se dá para uma pessoa. Oferecer algo interessante como resposta a um comportamento adequado é capaz de motivar, mantendo inclusive a frequência desse mesmo comportamento.
Por outro lado, há contestação sobre o Comportamentalismo, definindo-o como um método limitador, tendo em vista uma resposta comportamental que ocorre apenas mediante uma proposta de reforço. Portanto, defende-se a ideia de estimular o ser humano de forma intrínseca, ou seja, de dentro para fora. Desta forma, não se cria a limitação imposta por reforços externos.
Em breve reflexão, pode-se perceber a importância de todos os pontos de vista, uma vez que a motivação deve ser espontânea. Por outro lado, o ser humano, de um modo geral, necessita de um estímulo externo para se sentir motivado. O equilíbrio entre a motivação interna e externa deve ser a base na educação infantil e na reeducação do adulto.
Portanto, ao considerar a motivação, faz-se necessária uma profunda reflexão acerca de suas bases, e não são poucas, e, ainda, são, em sua maioria, estruturas potentes e enraizadas.
A motivação determina o fazer, tornando-se o elemento-chave para os resultados de várias propostas de vida e, em particular, a obtenção da qualidade nos programas de excelência que muitas organizações objetivam introduzir e, ainda mais difícil, conseguir a sua manutenção.
As técnicas de um programa de Qualidade Total são claras e, teoricamente, são estimulantes, prometendo melhorias de várias ordens. Contudo, na prática, funcionam a partir do comprometimento das pessoas, ou seja, da motivação que deve permear o programa.
O que leva o ser humano a se motivar, voltando o seu foco para a busca da qualidade? De que maneira o comprometimento ocorre nas pessoas? Se as organizações considerarem apenas a obrigação e a obediência de seus colaboradores, as técnicas e procedimentos da norma ISO 9001:2000 e seus termos internos, ainda que haja boa vontade por parte da direção, poderão ocorrer enormes dificuldades em fazer funcionar a implementação ou a manutenção de um programa de Qualidade Total. Faltará o essencial, pertinente ao recurso humano: a motivação. Ela não consegue ser acionada apenas pelo vislumbramento das possibilidades futuras, ainda que algumas ocorram em curto prazo.
Cada vez mais, percebe-se o surgimento de uma nova necessidade na vida organizacional: levar-se em conta os aspectos sutis do capital humano. A sua singularidade, sem perder de vista o comunitário. As suas emoções, aliadas à inteligência racional. A sua forma de aprender, em parceria com os demais de convivência. A integração que gera sinergia e motivação.
Os novos tempos demandam mudanças na gestão das pessoas. O ser humano precisa encontrar o seu verdadeiro espaço na dimensão profissional. Ele deve sentir a sensação de pertencimento no todo e não se sentir uma peça que forma a máquina. Para tanto, a liderança deve se preparar para servir e não apenas ser servida. Ela atua como facilitadora, que percebe as individualidades de seus seguidores, canalizando-as em prol da equipe que, por sua vez, dirige a sua energia partilhada para o todo da organização.
Nesta perspectiva, as pessoas percebem-se ouvidas e compreendidas, alargando o canal de comunicação, fator resultante do respeito e da motivação que se instala naturalmente neste tipo de relação humana. A forma de aprender e assimilar as mudanças, incluindo-se os programas de qualidade, torna-se parte da cultura da organização, a qual sofre as transformações necessárias, com menor dificuldade, além de gerar possibilidades de maior êxito. Estimula-se o desenvolvimento motivacional contando com a força intrínseca e extrínseca. Percebe-se o corpo e a alma das pessoas. A sua totalidade é bem-vinda na vida profissional. Segundo Chiavenato (1981):
(…) em seu Modelo Sistêmico de uma Organização, verifica que as variáveis interpessoais e sociais (liderança e supervisão, comunicação, processos grupais e relações interpessoais) quando consideradas e avaliadas geram produtividade, comprometimento, motivação, satisfação, inovação, flexibilidade, desenvolvimento pessoal e imagem positiva da empresa, proporcionando lucro e crescimento para a organização. (p.60)
Além disso, valorizar o chamado “conhecimento tácito” dos funcionários (forma de conhecimento advindo das experiências de vida significativas e do contato pessoal afetivo) também vem sendo hoje fator de diferenciação. Captar aquilo que o funcionário traz consigo de mais pessoal e humanizar as relações no trabalho torna disponível à empresa a força de um conhecimento que muitas vezes ela mesma não sabia que tinha. (Folha de São Paulo, 30/05/02, Caderno Equilíbrio, pg 6-8)
Nota-se que os aspectos sutis, sendo observados e respeitados, são a base para uma nova compreensão acerca de si mesmo e sobre o todo. A qualidade de vida desenvolvida nas questões mais simples e de baixíssimo custo financeiro pode formar a estrutura que se tornará o terreno fértil para a geração de um programa de Qualidade Total. Será, então, um processo natural, que faz parte do jeito de se sentir internamente de cada colaborador. Encontra-se a coerência: qualidade interna, motivadora da qualidade externa.
Por todas estas razões, oferece-se ao ser humano o que o termo motivação tem de essência: motivos ou causas; determinação para a conduta de um indivíduo. Tais elementos, se considerados no todo de cada pessoa, tornam-se um hábito que servirá de modelo para todos os projetos que venham a se apresentar no cotidiano. Um paradigma mais adequado.
Motivação, ainda que complexa, é inerente ao ser humano, devendo ser cultivada por uma compreensão profunda a respeito das características naturais de existência. A qualidade é desejada à medida que a motivação, decorrente dos resultados combinados em sua base, venha de dentro para fora e se harmonize com qualquer regra ou conduta externa, que servirá apenas como orientadora para algum processo, nada mais do que isso. São a mente e o coração que determinam a vontade de realizar algo e não, pelo menos na essência, a norma escrita e a imposição que o fazem.
Motivar para a qualidade, portanto, está na base do ser humano, na sua essência. Naturalmente e em combinação com objetivos comuns, é possível haver espaço para novos projetos, além de assegurar eficácia nos resultados. A motivação para o comprometimento das pessoas a um programa de Qualidade Total encontra-se mais no fundo do que na forma. Ela é viva e não apenas palavra morta.
Referência:
Chiavenato, I.; Administração de Recursos Humanos. Editora Atlas. São Paulo. 1981.
Morato, H. T. P.; (Org) Aconselhamento Psicológico Centrado na Pessoa: Novos Desafios. Editora Casa do Psicólogo. São Paulo. 1999.
É uma tensão danada; Revista Veja, Ed. 1748, ano 35, nº 16, São Paulo, 24/05/2002
Conhecimento dos funcionários vale ouro. Folha de São Paulo, 30/05/2002
Autora: Soraya M. Marques
VÍDEO DE MOTIVAÇÃO – DANIEL GODRI
Escreva um comentário