A Antropologia pode ser definida como uma ciência, reflexão, teoria filosófica sobre a humanidade e sua cultura, tendo como objetivo o estudo completo sobre o homem, que é o centro de suas preocupações. Busca questionar sua totalidade como ser biológico, pensante e participante da sociedade, sua origem, corpo humano, diferenças físicas, surgimento, etnias, raça, religião, alimentação, comportamento, desenvolvimento e sua perpetuação, sua função como criador de cultura e fazedor de história, considerado na série animal, para tentar chegar à compreensão da existência humana.
Para responder à pergunta sobre o que é o homem, a antropologia tem dimensões biológicas, socioculturais e filosóficas, tendo toda investigação valendo-se de métodos comparativos em busca de respostas a uma infinidade de porquês, na tentativa de compreender as semelhanças e as diferenças físicas e psíquicas, nas manifestações culturais do comportamento e da vida social entre grupos humanos, porque o homem é diferente da natureza.
Como ciência do biológico e do cultural, tem como objeto de estudo o homem e suas obras. Ex: O estudo do homem fóssil, suas mudanças evolutivas, sua anatomia e suas produções culturais. Para uma compreensão mais profunda, recomenda-se a leitura sobre as raízes do Brasil.
A Antropologia como Ciência Social
Propõe conhecer o homem enquanto elemento integrante de grupos organizados.
Vista como uma Ciência Humana
Volta-se especificamente para o homem como um todo: sua história, suas crenças, usos e costumes, filosofia, linguagem, etc.
Partimos do princípio que a natureza humana é a essência do homem, e para diferenciá-la das coisas do universo, esta natureza apresenta-se em aspectos:
Os fatores ambientais exercem poderosa influência no desenvolvimento da personalidade. Uma pessoa vem a ser o que é por causa dos padrões culturais do seu ambiente. Os seres humanos estão sujeitos a mudanças evolutivas.
Jean Paul Sartre nega que o homem possua uma natureza essencial. O ser humano não tem caminho predeterminado para seguir.
A Natureza Humana também pode ser interpretada como:
- Visão racional – o homem racional é e deve ser compreendido do ponto de vista da natureza e de seus poderes racionais.
- Visão religiosa – Ser criado por Deus e à sua imagem e semelhança.
- Visão científica – Diz que o homem e suas atividades são determinados pelas leis da física e química. Homem como a forma de vida mais complexa.
O homem possui certas características que o distinguem dos outros animais, tornando-o diferente em relação ao resto da natureza. É um ser inventivo e progressivo, usa linguagem profissional (escrita e oral), é um animal pensante, criatura que possui senso ético com uma consciência moral (certo/errado), ser reflexivo, religioso, dotado de emoções estéticas, animal social e político, criatura finita e inacabada. Para responder à pergunta sobre o que é o homem, a antropologia tem dimensões biológicas, socioculturais e filosóficas.
A antropologia vista como uma Ciência Natural
Interessa-se pelo conhecimento psicossomático do homem e sua evolução. A antropologia tem dois grandes campos de estudo:
Antropologia Física ou Biológica – estuda a natureza física do homem, conhecendo suas origens e evoluções, estrutura anatômica e fisiológica, dividindo-se em:
- Paleontologia Humana – Estuda a origem e evolução humana através de fósseis.
- Somatologia – Descreve diferenças físicas, individuais, sexuais – tipo de sangue, metabolismo..
- Raciologia – Estuda a mistura de raças e características físicas.
- Antropometria – Utiliza técnicas de medição do corpo humano, como crânio e ossos.
- Estudo comparativo do crescimento – Conhecer as diferenças dos grupos relacionadas à alimentação, exercício físico, maturidade sexual.
Antropologia Cultural ou Social
Estudo diferencial das crenças e das instituições de um grupo, concebidas como fundamento das instituições sociais e consideradas em suas relações com a personalidade. Estudo do homem como fazedor de cultura, investigando suas culturas no tempo e espaço, origens e desenvolvimento. Como ciência social, seu objetivo consiste nos modos de comportamento hereditário e por aprendizagem. É o homem criando seu meio cultural mediante formas diferenciadas de comportamento, evidenciando o caráter biocultural do desenvolvimento humano. O campo de estudo da Antropologia Cultural abrange:
- Arqueologia – estuda a cultura passada, extinta. Reconstrói o passado através de vestígios e restos de materiais não perecíveis que não foram destruídos pelo tempo. A arqueologia divide-se em: Clássica (tenta construir as antigas civilizações letradas, como Grécia, Egito, Mesopotâmia) e Antropologia Arqueológica – trata da cultura relativa às populações extintas (cultura do paleolítico, mesolítico e neolítico).
- Etnografia – Se preocupa com a descrição das sociedades humanas. Tem como objeto de estudo as culturas primitivas ou ágrafas, ex.: sociedades rurais.
- Etnologia – Analisa, interpreta e compara as mais variadas culturas existentes, considerando suas semelhanças e diferenças para compreender suas mudanças.
- Linguística – Estuda as formas e estruturas básicas das diversas línguas de várias culturas.
- Folclore – Estuda aspectos da cultura humana, preocupando-se com fatos da cultura material e espiritual originados pelo povo.
- Antropologia Social – Estuda as relações sociais nos grupos humanos, cada aspecto da vida social, familiar, econômico, político, religioso, jurídico.
- Cultura e personalidade – O indivíduo é visto como agente de mudança cultural, desempenhando papel dinâmico e inovador e como participante de uma sociedade e de sua cultura, a pessoa é portadora de caracteres biopsicológicos e de experiência sociocultural próprios.
A Antropologia Física ou Biológica e a Cultural recorrem a métodos (conjunto de regras para investigação) e técnicas (uso do conjunto de normas para levantamento de dados) para atender a seus objetivos de maneira fácil e segura.
Podemos dividir os métodos em: histórico, estatísticos, etnográficos, comparativo ou etnológico, monográfico ou estudo de caso, genealógico, funcionalista. As técnicas podem ser divididas em: observação, entrevista, formulário.
O relativismo cultural permite ao observador ter uma visão objetiva das culturas, cujos padrões e valores são tidos como próprios e convenientes aos seus integrantes, tendo alguns princípios humanitários:
Direito à autonomia tribal (direito de possuir e fazer desenvolver a própria cultura, sem interferência externa), valores culturais (forma de pensar e agir de grupos diferentes devem merecer respeito), etnocentrismo (considera que o modo de vida bom para um grupo pode não servir para outro).
A Antropologia é aplicada na indústria na busca de soluções para os problemas decorrentes de baixos salários, greves, desemprego, injustiças sociais, excesso de trabalho, etc., nos projetos de desenvolvimento, como é o caso da colonização de terras, reforma agrária, campanha de saúde pública, etc., no colonialismo, procurando impedir a introdução de valores ocidentais em favor dos padrões nativos, na coexistência populacional.
O surgimento da Antropologia aconteceu devido à curiosidade do respeito a si mesmo, independentemente do seu nível de desenvolvimento cultural. Surgiu na Idade Clássica, no século V a.C., com a figura de Heródoto, que é considerado o pai da antropologia, caracterizando minuciosamente as culturas circulantes. Os gregos foram os que mais reuniram informações sobre povos diferentes.
Até o século XVIII, a antropologia pouco se desenvolveu. Os estudos antropológicos iniciaram-se efetivamente a partir de meados do século XVIII, quando a antropologia passa a adquirir sua categoria de ciência, quando Linnaeus classificou os animais, relacionando o homem entre os primatas, designando o homem na sua classificação zoológica. Foi o primeiro a descrever as raças humanas.
A Antropologia sistematizou-se como ciência depois que Darwin trouxe a teoria evolucionista. O progresso da antropologia no século XX é resultado das descobertas anteriores relativas ao homem. Franz Boas é considerado o pai da Antropologia Moderna, pois foi quem incentivou as pesquisas de campo em caráter científico.
A antropologia vem adquirindo importância cada vez maior no mundo moderno, onde o isolamento cultural é quase impossível e onde os contatos são inevitáveis e se multiplicam, levando muitas vezes a situações conflitantes. Empenha-se na solução dessas situações, procurando minimizar os desequilíbrios e tensões culturais e tentando fazer com que as culturas atingidas sejam menos molestadas e seus valores e padrões respeitados. Aplica conhecimentos antropológicos, físicos e culturais na busca de soluções para os modernos problemas sociais, políticos e econômicos, dos grupos simples e das sociedades civilizadas.
O interesse da antropologia está preferencialmente pelos grupos simples, culturalmente diferenciados e também pelo conhecimento de todas as sociedades humanas, letradas ou ágrafas, extintas ou vivas, existentes nas várias regiões da Terra. A finalidade da antropologia é o fornecimento do maior número possível de estudos sobre grupos humanos, uma vez que cada um deles é o produto de uma experiência cultural particular.
Bibliografia
- Introdução ao Pensamento Filosófico de Admardo Serafim de Oliveira – ed. Loyola – 1993.
- Antropologia: uma introdução de Marina de Andrade Marconi, Zelia Maria Neves Presotto, ed. Atlas.
- Enciclopédia Brasileira de Pesquisa Estudantil.
- Enciclopédia Larousse Cultural.
Outros Autores: Raimundo Antonio, Maria Madalena, Rosangela Dantas, Raimundo Messias, Marcio, Luciano Miranda e Sheila
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