O termo “cognitivo” refere-se ao processo central do ser humano.
Uma abordagem “cognitivista” implica, dentre outros aspectos, estudar cientificamente a aprendizagem como sendo mais que um produto do ambiente, das pessoas ou de fatores que são externos ao aluno.
Este tipo de abordagem é principalmente interacionista.
Homem e Mundo
Em Piaget, encontra-se a noção de desenvolvimento do ser humano por fases que se inter-relacionam e se sucedem até que atinjam estágios de inteligência caracterizados por maior mobilidade e estabilidade. Para ele, o conhecimento é produzido da interação entre homem e mundo.
O ser humano, como todo organismo vital, tende a aumentar seu controle sobre o meio, colocando-o a seu serviço. E, fazendo isso, modifica o meio e se modifica.
Além disso, também é importante ressaltar que a afetividade e a inteligência são interdependentes.
O desenvolvimento humano se dá pela soma de maturação biológica e complexificação do sistema nervoso, consistindo, de forma genérica, em alcançar o máximo de operacionalidade em suas atividades, sejam estas motoras, verbais ou mentais.
Sociedade-Cultura
Os fatos sociológicos variam de acordo com o nível mental médio das pessoas que os constituem.
Conhecimento
Para os epistemólogos genéticos, conhecimento é considerado uma construção contínua. A passagem de um estado de desenvolvimento para o seguinte é sempre caracterizada pela formação de novas estruturas que não existiam anteriormente no indivíduo.
Em se tratando de aquisição de conhecimento, Piaget admite pelo menos duas fases:
- Fase Exógena: fase da constatação, da cópia, da repetição.
- Fase Endógena: fase da compreensão das relações, das combinações.
Educação
O processo educacional, consoante a teoria de desenvolvimento e conhecimento, tem um papel importante ao provocar situações que sejam desequilibradas ao aluno, fazendo com que este desenvolva as noções e operações ao mesmo tempo em que a criança vive intensamente cada etapa de seu desenvolvimento.
Para Piaget, a educação é um todo indissociável, considerando-se dois elementos fundamentais: o intelectual e o moral.
O objetivo da educação, portanto, não consiste na transmissão de verdades, informações, demonstrações, modelos, etc., mas sim em que o aluno aprenda, por si próprio, a conquistar essas verdades, mesmo que tenha de realizar todos os passos pressupostos por qualquer atividade real.
Escola
Segundo Piaget, a escola deveria começar ensinando os alunos a observar.
A escola deveria dar a qualquer aluno a possibilidade de aprender por si próprio.
Uma escola coerente a esse tipo de abordagem deverá oferecer às crianças liberdade de ação.
Metodologia
Não existe um modelo pronto. A ação do indivíduo é o centro do processo e o fator social ou educativo constitui uma condição de desenvolvimento. Para Piaget, o trabalho em equipe pode ser usado como estratégia. O ambiente ao qual o aluno está inserido precisa ser desafiador, promovendo sempre desequilíbrios.
O jogo adquire importância fundamental em sua aplicação ao ensino.
As experiências não devem ser feitas na frente do aluno, mas sim pelo aluno.
Ensino-Aprendizagem
A concepção piagetiana de aprendizagem tem caráter de abertura e comporta possibilidades de novas indagações, assim como toda a sua teoria em epistemologia genética.
Aprender significa assimilar o objeto a esquemas mentais.
O ensino compatível com a Teoria Piagetiana deve ser baseado no ensaio e erro, na pesquisa, na investigação, na solução de problemas por parte do aluno, e não na aprendizagem de fórmulas, nomenclaturas, definições, etc.
O ponto fundamental desse ensino, portanto, consiste em como o aluno vai obter e construir esse conhecimento.
Professor-Aluno
O professor deve propor problemas aos alunos sem ensinar-lhes a solução, fazendo desafios. Cabe a ele evitar rotina, fixação de respostas e hábitos.
O saber deve ser socializado, dessa forma, compartilhar experiências e pesquisar a fim de que o aluno se sinta seguro.
Cabe ao aluno um papel essencialmente ativo, e suas atividades básicas, entre outras, deverão consistir em: observar, experimentar, comparar, relacionar, analisar, justapor, compor, encaixar, levantar hipóteses, argumentar, etc.
E ao professor cabe a orientação necessária para que os objetos sejam explanados pelos alunos, sem jamais oferecer-lhes solução pronta.
Avaliação
No que se refere à avaliação tradicional, realizada através de provas, testes, notas, exames, etc., ela encontra pouco respaldo nesse tipo de abordagem. Sendo assim, o controle do aproveitamento deve ser apoiado em múltiplos critérios, considerando-se principalmente a assimilação e a aplicação em situações variadas. Não há padrões a serem seguidos.
O conhecimento não é mensurável dentro dessa abordagem; as soluções erradas também são consideradas.
Autor: Thays Simoka
Referências
MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti. Ensino: As abordagens do processo. Abordagem Cognitivista. São Paulo: EPU, 1986.119p.p.59-86.
Para saber mais sobre a importância da educação, confira a importância da educação de valores.
Se você está interessado em desenvolver habilidades práticas, explore atividades variadas para educação infantil.
Se você busca recursos para melhorar a aprendizagem, considere o método Montessori.
Para mais informações sobre a relação entre professor e aluno, veja a relação pedagogo/educador.
Esta parte parece que tem algum erro de ortografia ou concordância: “das pessoas os de fatores que são externos ao aluno.”
Obrigada! Foi um erro de digitação. Colocamos “das pessoas os de fatores” ao invés de “das pessoas ou de fatores”.
Absurdo publica esse conteúdo com tantos erros ortográfico.
Favor nos informar onde estão os erros para correção. Obrigada.