O brincar na Educação Infantil e nas séries iniciais tem sido objeto de estudo, sempre levando em conta a grande importância que há em momentos em que as crianças brincam, ampliando seu desenvolvimento cognitivo. A atividade em que a brincadeira está presente torna o ambiente da aprendizagem muito mais enriquecedor, pois o ato de educar não está restrito simplesmente a um quadro de escrever e uma carteira onde o aluno fica sentado; vai muito além da transmissão de conhecimento. Segundo Aranha (2006), “A educação não é a simples transmissão da herança dos antepassados para as novas gerações, mas o processo pelo qual também se torna possível a gestação do novo e a ruptura com o velho”.
É através de brincadeiras que as crianças interagem com mais intensidade no ambiente em que estão inseridas. O aluno, ao chegar à escola, traz em sua bagagem muitos conhecimentos adquiridos no cotidiano, repletos de atividades lúdicas. Quando o educador realiza uma atividade lúdica, não importa apenas a execução da atividade, mas sim o momento que o aluno vive, o ato pedagógico e a ação causada pela utilização do lúdico, em que é possível passar por momentos de fantasia dentro da realidade, promovendo experiências satisfatórias e conduzindo a educação, permitindo que a criança tenha maior prazer em aprender.
“Educar é conduzir de um estado a outro, é modificar numa certa direção o que é suscetível de educação. O ato pedagógico pode, então, ser definido como uma atividade sistemática de interação entre seres sociais, tanto no nível do intrapessoal como no nível da influência do meio, interação essa que se configura numa ação exercida sobre sujeitos ou grupos de sujeitos visando provocar neles mudanças tão eficazes que os tornem elementos ativos desta própria ação exercida”.
Libâneo (apud ARANHA, 2006, p. 31 – 32)
A brincadeira e o jogo estão presentes em todas as fases de desenvolvimento da nossa vida, sendo o lúdico muito importante para o nosso desenvolvimento cognitivo. Uma criança e, depois, um adulto que não se permitem ou não têm a oportunidade de vivenciar muitos momentos de ludicidade acabam se tornando pessoas sem muita criatividade. “Brincar é satisfazer necessidades com a realização de desejos que não poderiam ser imediatamente satisfeitos. O brinquedo seria um mundo ilusório, em que o desejo pode ser realizado” (Vigotski 2007, apud NAVARRO, 2009, p. 2125).
O brincar é tão importante que a criança consegue interagir com mais vontade, propriedade e sabedoria. Um exemplo são as aulas de matemática, onde o educador utiliza, além de outros recursos didáticos, a música, permitindo que seu educando possa interagir com os colegas de sala. Isso transforma o ambiente social escolar em um espaço onde estudar matemática se torna uma situação prazerosa.
Toda criança gosta de música. Os professores, frequentemente, ensinam cantigas aos pequenos, geralmente acompanhadas de danças, gestos e expressões (coreografia), reconhecendo que a música favorece a sociabilidade, o respeito mútuo e a cooperação, além de melhorar a coordenação motora, a atenção e a comunicação. Além do canto propriamente dito, muitas outras atividades lúdicas, abrangendo o universo sonoro e musical da criança, podem ser promovidas com o intuito de construir seu pensamento lógico-matemático. (Revista do Professor, 2009, p. 5).
A Educação é algo imprescindível na vida do ser humano e é na Educação Infantil que a criança vivencia com maior intensidade o lúdico. Cabe ao educador planejar as aulas sempre utilizando materiais adequados e um espaço educacional que permita maior interação da criança com o universo escolar, proporcionando ao educando prazer pela escola e pela educação. Para mais ideias sobre atividades lúdicas, veja sugestões de jogos educacionais.
“As brincadeiras musicais representam um inestimável benefício para a formação da personalidade da criança, contribuindo para reforçar todas as áreas do pensamento infantil”. (SMOLE, apud Revista do Professor, 2009, p.5).
No brincar, o jogo é muito importante, sendo a escola fundamental pela seleção de jogos que possam enriquecer cada vez mais o ato de ensino-aprendizagem. Por meio da brincadeira, a criança se envolve no jogo e sente que é importante vivenciar a partilha e atividades em grupo com os colegas.
“É fundamental que se assegure à criança o tempo e os espaços para que o caráter lúdico do lazer seja vivenciado com intensidade capaz de formar a base sólida para a criatividade e a participação cultural e, sobretudo, para o exercício do prazer de viver, e viver, como diz a canção… como se fora brincadeira de roda…” (MARCELINO, NELSON.C., 1996, p.38)
Uma criança que tem a oportunidade de estar inserida em um espaço que lhe proporciona o desenvolvimento da criatividade terá mais chances de se tornar um adulto sem “medo” de se expressar em público, pois o lúdico permite uma maior interação com o social.
“É importante oferecer à criança ambientes agradáveis onde se sinta bem e à vontade, pois a criança deve se sentir como integrante do meio em que está inserida” (FERREIRO 1998).
A família é fundamental para o desenvolvimento da criança e de grande importância, principalmente no ato de contar histórias, o que reflete como uma ótima situação de aprendizagem no momento em que a criança começa suas aulas na escola, facilitando o processo de construção do conhecimento em que o professor(a) é facilitador. Para mais informações sobre a relação entre família e educação, confira a importância da relação escola-família.
“O papel do professor de Educação Infantil é de suma importância. E ele, sendo um professor-contador, pode contribuir ainda mais para o aprendizado de seus alunos”. (Revista do Professor, 2009, p.5).
O lúdico é de fundamental importância para o bom desenvolvimento da criança. É através de brincadeiras, músicas e outras atividades que o processo de ensino-aprendizagem se torna mais enriquecido. Portanto, cabe a cada educador(a) permitir que o lúdico esteja presente em sua sala de aula, para que seus educandos sintam prazer em aprender “brincando”. Assim, nosso papel enquanto educadores(as) é buscar sempre inovar nossa prática em sala de aula, no intuito de enriquecer o processo de ensino-aprendizagem, principalmente na Educação Infantil, para que possam sentir prazer e motivação em estar na sala de aula, fortalecendo seu desenvolvimento cognitivo.
Autor: Eugenia Pitta
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