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A Importância da Leitura na Formação do Cidadão Crítico

Este artigo explora como a leitura é fundamental para a formação de cidadãos críticos, abordando a importância de desenvolver habilidades de pensamento crítico e a relação da leitura com a educação e a sociedade.

A Importância da Leitura na Formação do Cidadão Crítico
A Importância da Leitura na Formação do Cidadão Crítico

1. Introdução

Buscando evidenciar a real e fundamental utilidade da leitura, tendo ela princípios em salas de aula, proporcionando assim para o educando, um enriquecimento cultural, bem como, suas práticas no contexto social através do construir criativo onde o fazer, criar; elaborar textos de forma lúdica para o despertar de um universo mágico onde o aprender é prazeroso, pois, envolvem o aluno e toda sua “imaginação poética” na construção de personagens, lugares; fantasias com seus signos próprios onde à percepção dos mesmos e seus significados têm e geram prazer e diversão no ato simples e eficaz de produzir e ler textos.

Dados da CBL -Câmara Brasileira do Livro- mostram que o brasileiro lê 1,8 livros por ano, enquanto que em países como França e Estados Unidos cada pessoa lê em média de cinco a sete livros por ano. O país é a lanterna atrás de outros também latinos, como Argentina e México. Temos de incentivar a leitura, e isto começa em casa, na escola, nas repartições públicas e privadas. Para isso, é importante tornar a leitura um hábito diário, fazendo com que desde pequenos tenhamos em mãos um livro, um gibi, uma revista, um jornal, enfim, algo que lhes seja prazeroso e que lhes dê uma visão melhor e mais real da sociedade que os cerca, para assim não só possuirmos consciência crítica, mas, sermos críticos e construtivos. Precisamos ter embasamento, solidez nos atos e nas atitudes, e só construímos essa solidez empunhando em mãos uma literatura.

Entre os tantos problemas pelos quais a educação passa, precisamos citar o desinteresse pela leitura, pelo hábito de ler, compreendendo aqui que esta é uma dificuldade nacional. Ao dia, o número de leitores críticos na sala de aula diminui, e de educandos que desempenham a obra e prática da leitura com deleite. Este fato, para alguns estudiosos, é decorrente do modo como a leitura é trabalhada em sala de aula, de modo coercitivo, sendo que o educando será avaliado pela concretização deste fato.

Ao discorrer sobre leitura, entendemos não à decifração da escrita unicamente, mas, o puro e simples ato de ler e compreender, assim também a sua analogia com o revelar peculiar; corriqueiro e diferente entre os indivíduos, grupos sociais, e as várias culturas; o estímulo tanto à fábula como à consciência da realidade, harmonizando informações para um caráter crítico, assinalando alternativas.

O Brasil é um dos países que menos produz leitores, os índices são preocupantes quanto ao hábito de ler e o problema não é o valor do livro, sendo que existem vários meios de se conseguir um exemplar desejado, como sebos, trocas, empréstimos, e sim, o não costume que temos de exercitar este hábito. Construir um país crítico, um país de leitores é tarefa difícil, não se constrói um muro em dez minutos, assim como não se faz uma sociedade justa em dez anos. Somos responsáveis pelos atos que praticamos, e também de uma forma geral pelo funcionamento do processo/aprendizagem da leitura em nosso ambiente, de uma forma mais ampla, em nosso país.

A intervenção de segmentos sociais no processo de aperfeiçoamento cultural vem desenvolvendo-se de alguns anos para cá, a passos lentos, a partir de incentivos à leitura, seja através de capacitações de leitores, ou em apoios a escritores, criação de acervos bibliográficos, incentivo a novas pesquisas. Nota-se uma mobilização e iniciativas a formação de disseminadores de leitura, institucionais ou não, onde a ideia é reverter este quadro sócio-cultural nacional.

O ato simples de ler encontra-se amplamente intricado ao educando e prioriza principalmente a construção e interpretação de textos, à pesquisa e elaboração de personagens em seu mundo, à criação de contos, poesias, histórias diversas do cotidiano familiar, escolar, enfim. Utilizando-se de materiais diversos disponíveis à construção teatral, temas alternativos em inúmeros ambientes, como o escolar, familiar, com ou sem fundamentação teórica, de livros, gibis, revistas, textos diversos. (SOLÉ, 1998, p.21) A leitura é um processo de interação entre leitor e texto, configurando-se um meio de aquisição do que se passa ao redor do homem; portanto, tem dimensão social e cultural; provoca, enriquece e encaminha a reflexão.

Quando se propõe trabalhar com educação infantil -crianças- deve-se ter como fundamentos conhecer e entender os seus interesses, dificuldades, habilidades; necessidades. Isso implica saber as características de sua história, de sua família, faixa etária, fase de desenvolvimento em que estão inseridas, e considerar o tempo em que permanecem na escola. (WALLON, 1975, p.366).

A formação psicológica dos professores -alunos- não pode ficar limitada aos livros. Deve ter referência perpétua nas experiências pedagógicas que eles próprios podem pessoalmente realizar. Com interesses a sistematização destes dados colhidos e a partir de várias análises, levantam-se hipóteses e eixos relevantes à formação do educando, assim sendo, a prática docente deve ser orientada a dois fundamentos no que se refere a formar leitores: a preocupação que existe com o aluno e a adequação de textos à sua idade e as reais intenções da leitura na vida pessoal e estudantil; a preocupação com o educador, relacionando conhecimentos à prática docente e seus próprios gostos literários.

Possibilitando assim uma melhor visão dos fatos, e um melhor entendimento dos assuntos a serem abordados em sala de aula.

A fundamentação teórica é necessária para que seja superado o espontaneísmo, permitindo que a ação seja mais coerente e eficaz. Aliás, é bom lembrar que o conceito de teoria não se separa do conceito de prática, que é o seu fundamento. Isso significa que a teoria não deve estar desligada da realidade, mas deve partir do contexto social, econômico e político de onde vai atuar. (ARANHA, 1989, p.44).

Neste sentido e por estes motivos se fez necessário construir mecanismos que auxiliem projetos que envolvam este tema, tão esmiuçado por tantos outros, mas que possui sempre um título tão atual por diversos motivos já comentados, tendo como objetivo principal alertar-nos para que sejam encontrados mecanismos, os quais possam reverter tais índices e dados levantados.

Sendo que os resultados esperados sejam os melhores possíveis. Pois, precisam-se propiciar melhores condições para conscientizar os educandos sobre o papel da leitura no desenvolvimento de um sujeito mais crítico para uma sociedade econômica e socialmente mais justa. A comunidade escolar, e a população em geral devem fomentar espaços de leitura, e desenvolver a mesma de modo mais dinâmico em momentos que apresentem um leque maior de estímulo, momentos estes em que possam ser discutidos assuntos de interesse dos educandos, olvidando sempre melhorar competências para distinguir textos, e consequentemente temas que serão de seus interesses. Fomentando assim experiências novas, e capacidades intricadas ao estudo e ao desenvolvimento da vida.

É necessário desenvolver técnicas de compreensão para saber interpretar os diferentes gêneros textuais escritos em diferentes formas e modalidades da língua, tais como poemas, contos, dissertações, resumos, críticas, notas, matérias jornalísticas, enfim. É preciso dar significados aos símbolos e aos signos, dando-lhes sentido e permitindo então, e só assim estabelecer relações com o texto escrito/lido.

Sendo que o agir pedagógico deve atender às reais necessidades das crianças, deve ser criativo, flexível, atendendo à individualidade e ao coletivo. Sendo a mola propulsora que impulsionará a aquisição e a difusão do saber, a fim de que as crianças passem de um nível a outro na edificação de suas aprendizagens e conquistas. Pensar sobre este tema necessita reorganizar os espaços em sala de aula, para que, assim possam se dar as interações do aluno/sujeito com o mundo real, social e afetivo, garantindo-lhes vivências; qualidade de troca de pontos de vista; opiniões e dando ênfase à tomadas de decisões, proporcionando-lhes autonomia, muito importante e decisivo para a formação de um novo homem, um sujeito social engajado com as questões peculiares a si e aos que lhe cercam, dentro de uma nova sociedade e de novos e velhos conceitos. A leitura crítica é condição para a educação libertadora, é condição para a verdadeira ação cultural que deve ser implementada nas escolas, (SILVA, 2000, p.79-80).

2. Da Leitura do Mundo para a Leitura da Palavra

A leitura não possui o poder de mudar as coisas, num simples estalar de dedos, nem mesmo de rever situações de pobreza e/ou ignorância já muito enraizadas, nem mesmo de acabar com a crise social de nosso país, mas, pode sim auxiliar a procura de novas e quem sabe velhas soluções para os inúmeros problemas que nos assolam. Acredita-se que tão somente através da educação se pode almejar degraus mais altos, e os primeiros degraus passam pelo simples ato de entender o que se escreve.

No processo criativo e durante toda a formação educacional, há de serem promovidos diferentes discussões explorando-se sempre o lúdico, tornando-se assim um atrativo a parte as aulas onde as crianças podem se “libertar” de conceitos já estabelecidos e regras que caem por terra. No ponto de vista de Freire, a leitura da realidade precede a leitura da palavra. Aprendemos a ler o mundo antes mesmo de decodificar os sinais gráficos das letras, sendo assim, ler o mundo é tão importante quanto ler a palavra, pois um não está dissociado do outro. São dois momentos que se comunicam no ato de pensar, pois existe uma relação mútua entre a leitura do mundo e a leitura da palavra, entre a linguagem e a realidade, entre o texto e o contexto. (FREIRE, 1994).

Apesar de existirem modelos no qual a discussão vai além dos conceitos já dispostos, a realização de atividades em si, com o uso de recursos limitados ao quadro de giz, livro didático e teorias estipuladas há anos minimizam o desenvolvimento cultural e criativo do educando, a produção do ato de ler, e criar textos “estimula, nas crianças, interesses adormecidos que esperam que essa espécie de varinha mágica os desperte para aspectos do mundo que a rodeia; age sobre as forças do intelecto, como a imaginação ou o senso estético”, (JESUALDO, 1978, p.29), onde o educador percebe, desde bem cedo que as crianças apresentam atitudes e interesses em descobrir o mundo que as cerca, elas por natureza própria são curiosas e precisam de respostas para suas grandes dúvidas. Assim sendo, a leitura não somente interage, liga o educando ao educador, mas fornece meios para que seja dominada uma gama de práticas que facilitam o desenvolver das atividades.

O trabalho do educador é estimular e orientar estas crianças e suas experiências que são vividas diariamente em seu cotidiano. “A verdadeira educação deve dissolver a assimetria entre o educador e o educando, pois, se há inicialmente uma desigualdade, esta deve desaparecer à medida que se torna eficaz a ação do agente da educação” (ARANHA, 1989, p.51). Portanto, a literatura infantil, esta em acordo como base a se trabalhar, pois, surge para instruir, divertir, educar e construir um mundo onde ela se identifica, e sente-se livre para captar e adequar suas capacidades, ainda em processo de formação às experiências reais, dando asas a sua fértil imaginação. “A criança serve-se do real, justamente, para penetrar em sua fantasia” (JESUALDO, 1978, p.25) e assim viver seu lúdico, e aprender a conhecer os signos e significados do mundo que lhe cerca. Ela aprende a todo o momento, a cada segundo, assimilando assim, todos os mecanismos para agir.

As brincadeiras devem permear o lúdico como em leituras de histórias infantis, revistas em quadrinhos (gibis), pequenos teatros, jogos simbólicos/raciocínio através do qual a criança compreende a si e aos outros, tendo o seu corpo e alma integrada e interagindo de forma única a construir um todo. Em todos estes aspectos é possível perceber relações de interação e ações pedagógicas onde a família, a escola, e o educador são presenças constantes na realidade dos espaços de formação; educação no desenvolvimento das ações infantis, contribuindo em seu processo de evolução.

Contar histórias de bruxas malvadas, princesas presas em altas torres e cavaleiros corajosos não é apenas um passatempo lúdico, mas uma importante ferramenta no ensino para a vida… os contos de fadas não perdem a atualidade e a magia porque tratam de conflitos humanos de socialização e trazem mensagens essenciais ao desenvolvimento da criança. (Nova escola, ano XXII N 203. junho / julho 2007)

A partir do momento em que entendemos, nós educadores, o valor e a certeza da leitura, o papel que ela representa nos mais diversos indivíduos, deve-se investir na formação de leitores, assim, ensinar a ler hoje é antes de mais nada, uma condição de plena participação no processo construtivo do educando. Sabendo-se sempre que os educadores devem ponderar as afinidades dos alunos das diferentes idades, assim como, suas disparidades de costumes, crenças, credos; valores para assim poder respeitar suas diferenças e além, dilatar e arrolar suas correntes de socialização. Propiciando-lhes uma maior gama de soluções e recursos.

A partir do andamento em que as coisas se seguem, nós mestres, devemos dar o valor e a certeza a que a leitura tem de importância, o papel que ela representa nos múltiplos âmbitos, precisa-se aplicar na concepção de leitores, assim, instruir a ler hoje é ao mesmo tempo, uma espécie de completo conhecimento no procedimento construtivo do sujeito/aluno.

Incluindo essa teorização para a escola, o que se percebe em semelhança a este estabelecimento é que seu correto papel nos dias de hoje consiste em permitir aos alunos a continuação da leitura de mundo que eles já têm. A criança ingressa na instituição de ensino, trazendo consigo uma gama individual, o qual precisa ser estimulado, motivado, enfim, empregado pelo educador para, a partir daí, inserir a leitura do vocábulo, da palavra escrita. Sendo assim, o educador terá a chance de abrir os olhos do estudante ao gosto pela leitura.

Antagônico a isso, a instituição sugestiona e privilegia um modo de leitura mecânica, desconsiderando toda a existência do sujeito enquanto um indivíduo leitor. Os livros didáticos, por sua vez, vêm quase ininterruptamente confinando o conhecimento dos alunos, fazendo com que eles pensem que as opiniões lá aportadas sejam verdades absolutas. E, elas não são.

Segundo já foi citado, ler não se restringe única e pura e meramente a decifrar os itens lingüísticos pertinentes nos textos. Assim sendo, a leitura não deve e não pode ser confundida com a cópia mecânica de elementos, sob a aflição de criar um leitor apático, indiferente e consumista de mensagens, sem sentido, irrelevantes a ele. Atribuindo-lhes então, sentidos e deixando aflorar, despertar seus interesses, suas crenças, opiniões criando assim, significados próprios, entendendo o que se está lendo.

Como um processo de compreensão abrangente, cuja dinâmica envolve componentes sensoriais, emocionais, intelectuais, fisiológicos, neurológicos, bem como culturais, econômicos e políticos (perspectiva cognitivo-sociológica). (MARTINS, 1982, p. 31)

Assim, não são somente as características interior-internas no corpo do documento, e do escrito, do texto, de seu andamento e confecção, mas sim os aspectos alusivos ao leitor e ao momento que vai de encontro com o que é lido. Transformando assim toda ação de ler.

3. Ler, uma Prática para Todas as Áreas do Conhecimento.

Yunes e Pondé também (1988, p. 58-59) contribuíram para nossa discussão quando afirmaram:

[…] ler é – além da “atribuição de significados à imagem gráfica segundo o sentido que o escritor lhe atribui – a relação que o leitor estabelece com a própria experiência”, através do texto. Assim envolve aspectos sensoriais (ver, ouvir os símbolos lingüísticos), emocionais (identificar-se, concordar ou discordar, apreciar) e racionais (analisar, criticar, correlacionar, interpretar). Há, portanto, diferentes níveis de leitura que extrapolam do texto para o mundo.

A crise da leitura abarca hoje muitos letrados, incapazes de ler a própria realidade no mundo. Aliás, Paulo Freire já chamava atenção para o fato de que a leitura do mundo se faz concomitantemente à leitura da palavra. Daí ser impossível uma leitura do consenso, uniforme, pois no conflito das interpretações se revela a diversidade rica de um texto e, através dele, a da realidade.

Tornar prazeroso o ato de aprender e de construir signos as suas atitudes, suas formas críticas para reconhecer; reconhecer-se dentro dos conceitos estabelecidos e os que ainda serão estabelecidos por outros ou por nós mesmos.

É essa sensibilidade que falta a todos que não se utilizam da leitura, tanto para educar nossos alunos, como para viverem suas vidas. Deixa-se de criar vínculos com o crítico, não se percebe o mundo que lhes cerca. Deste modo, quando nos imbricamos, ao ato de ler procuramos pensar em uma concepção mais ampla de leitura, que não se restrinja apenas a leitura da palavra escrita, mas sim, que valorize outros elementos, tais como, sensoriais, emocionais e racionais que componham o universo do sentido textual.

Segundo Leffa (1996, p. 10) “(…) ler é, na sua essência, olhar para uma coisa e ver outra.” Neste processo ler, compreender textos da forma “correta”, implica em auxiliar no desenvolvimento das capacidades de apropriação e conhecimento das potencialidades corporais, afetivas, emocionais, estéticas, éticas e sociais na perspectiva de contribuir para a formação de crianças/cidadãos mais saudáveis, pois as literaturas relatam sobre o homem e de como ele se porta em seus meios, “ser educado não é saber informações, não é saber falar as coisas.

Educar-se é passar por uma transformação da própria pessoa, atingir um nível mais alto de poder”, (TEIXEIRA, 1954, p.3-20), é estar à frente de seus questionamentos e saber atribuir-lhes respostas consideráveis, mudar o constante ciclo de evolução para um patamar mais justo onde possa se ter um nível cultural, social realmente interessado no bem-estar comum, sabendo-se que a escola, a família e o convívio entre os seus, é fundamental, é o farol que ilumina e guia os desbravadores destes novos intentos.

A proposição que guiou o trabalho é que a concepção do leitor é um método que se inicia bem antes da alfabetização e que atividades de estímulo à leitura podem ser aplicadas durante o desenvolvimento da linguagem. Neste sentido, percebemos leitura na miragem assinalada por Martins (1994, p. 30), que afirma:

Seria preciso, então, considerar a leitura como um processo de compreensão de expressões formais e simbólicas, não importando por meio de que linguagem. Assim, o ato de ler se refere tanto a algo escrito quanto a outros tipos de expressão do fazer humano, caracterizando-se também como acontecimento histórico e estabelecendo uma relação igualmente histórica entre o leitor e o que é lido.

Ler é, antes de qualquer diagnóstico do conteúdo, uma intervenção mental, de percepção. A compreensão é o desígnio da leitura. Não se trata, então, de pura e simplesmente entender completa ou incompletamente um texto escrito para que haja a significação do mesmo, ou seja, para que a compreensão ocorra. Existem inúmeros motivos envolvidos nesse processo, de entender e compreender.

O significado edificado a partir de uma série de informações pode variar de um leitor ao outro por diversos exemplos, ou seja, da agilidade lingüística de cada um desses leitores. De tal modo também, o maior ou menor grau de informação prévia sobre determinado assunto ao qual trata tal texto, tal matéria escrita, seja ela um anúncio, uma reportagem, um artigo, entrevista, enfim… Dependendo do grau de conhecimento sobre determinado assunto, isso infere na sua compreensão.

Sendo assim, compreendido a ação, a obra de ler como um artifício argumentativo, o texto é efeito de uma aceitação, de uma tomada de atitude reflexiva do sujeito perante os mundos – interno e externo – no qual está plantado o anseio de criação, de invenção, o qual brota num contíguo reunido e organizado de subsídios que buscam reprodução em todas as narrativas. Livre do modelo textual, o leitor, de uma forma ou de outra, sempre é indicado a imergir na leitura pela alegação crescente e desenvolvida e engajada, entre texto, agente (autor) e leitor, e, é forçoso sempre a abandonar seu mundo e convidado a participar do mundo do outro.

4. Conclusão

Buscou-se, neste artigo, proporcionar algumas exposições a propósito do papel da leitura no artifício da edificação do conhecimento. O conhecimento é o fruto de um procedimento de reflexão, de análises e, resultado de muitas leituras; determinando curiosidade e eficiência. Requer ação modificadora, a propósito da realidade.

Realidade esta que se transforma a todo instante e por diversos motivos, ensejos os quais nos levam a crer que para tornar possível um melhor entendimento acerca da realidade que nos cerca, se faz necessário entender os códigos, as palavras, se faz necessário saber ler e entender o que se escreve.

O método da leitura na imaginação humana é extremamente complexo, entendê-lo apesar de todo conhecimento que se tem, não é imaginável; no entanto, a ação da leitura na edificação do conhecimento, da ciência é notória. Então podemos falar que ela é um manancial provável de conhecimento, pois se analisarmos que não lemos apenas as palavras, os textos e os livros; lemos o mundo.

Conhecer/entender é renovar. Renovar a realidade é conferir a veracidade dos fatos. É inventar; reinventar o mundo denunciá-lo com palavras e gesto, como diz Freire, (1994, p. 20). “[…] a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura daquele”.

Do ponto de vista teórico, é necessário investigar outros autores, além dos que aqui foram incluídos, a fim de conhecer mais a natureza da veemência do hábito de ler, e o quanto isso implica no dia a dia de cada um. Suas implicações demandam em uma série de estudos que reforçam ainda mais sua importância.

5. Referências

ARANHA, M. L. de A. Filosofia da Educação. São Paulo: Moderna, 1989.

___________________. Filosofia da educação. São Paulo: Moderna, 1989.

EVANGELISTA, Aracy Alves M.; BRANDÃO, Helena Maria B.; MACHADO, Maria Zélia V. (Org.). A Escolarização da Leitura Literária: o jogo do livro infantil e juvenil. Belo Horizonte: Autêntica, 1999.

FREIRE, P. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 29. Ed. São Paulo: Cortez, 1994.

LEFFA, Vilson J. Aspectos da Leitura. Porto Alegre: Flagra 1996.

JESUALDO, A Literatura Infantil.Tradução de: James Amado. São Paulo: Cultrix, 1978.

MARTINS, Maria Helena, O que é leitura. 19ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.

NOVA ESCOLA, (ano XXII N 203. junho / julho 2007)

SILVA, E. T. da. O ato de ler: fundamentos psicológicos para uma nova pedagogia da leitura. 8. ed. São Paulo: Cortez, 2000.

SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 1998.

TEIXEIRA, Anísio. A escola secundária em transformação. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos. Rio de Janeiro, v. 21, n. 53, p. 3-20, abr./jun.1954.

TOZONI – REIS, Marília Freitas de Campos. Metodologia de Pesquisa/MaríliaFreitas de Campos Tozoni – Reis. – Curitiba: IESDE Brasil S.A 2006. 128p.

YUNES, Eliana; PONDÉ, Glória. Leitura e leituras da literatura infantil. São Paulo: FTD, 1988.

WALLON, Henri. Psicologia e educação da criança. Tradução de Ana Rabaça e Calado Trindade. Lisboa: Veja 1975.

Perfil do Autor: RONALDO CAMPELLO – ateu, pai, poeta, pedagogo, especialista em gestão/administração escolar, vocalista das bandas encaos, funeral doom, ex-vocal/fundador dos m26…

A alfabetização precoce e suas implicações é um tema que merece atenção, pois a leitura é um dos pilares fundamentais para o desenvolvimento do pensamento crítico.

A alfabetização emocional também desempenha um papel importante na formação de cidadãos críticos, pois a leitura e a interpretação de textos ajudam a desenvolver a empatia e a compreensão do outro.

Brinquedos educativos podem ser uma excelente ferramenta para estimular o interesse pela leitura desde a infância.

A criatividade lúdica é essencial para tornar a leitura uma atividade prazerosa e significativa para as crianças.

Os métodos de alfabetização devem ser adaptados para incluir a leitura como uma prática diária e prazerosa.


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