EDUCAÇÃO E SUAS IMPLICAÇÕES AO LONGO DOS ANOS
Há séculos, os saberes necessários para a vida adulta do indivíduo eram bem simples e podiam ser ministrados pelos membros de sua própria família. Contudo, o sistema de aprendizagem que mantinha a criança junto dos mais velhos não era suficiente para transmitir a ela valores morais, princípios éticos e padrões de comportamento.
Segundo Piletti, o cidadão romano precisava possuir as aptidões e virtudes como: piedade ou obediência (…) a varonilidade ou firmeza (…) bravura ou coragem (…) prudência (…) honestidade nos negócios e seriedade na conduta. (2000, p.43).
Surgiu então a necessidade da criação de uma instituição onde a criança pudesse receber de profissionais competentes a educação e os conhecimentos que os pais não conseguiam passar aos filhos. Por causa da divisão social de trabalho e da indisponibilidade de tempo dos pais para darem aos filhos uma educação adequada, Comênio viu na época uma grande necessidade da criação de escolas de educação infantil.
Esse assunto ainda é muito discutido nos dias atuais, pois a escola está colocada de maneira tão natural em nossas vidas que acabamos não refletindo sobre o assunto. A escola é, de fato, o melhor lugar para as crianças aprenderem determinadas habilidades, e é na escola que se encontram os verdadeiros profissionais da educação. Atualmente, os conhecimentos tornaram-se tão diversificados e especializados que é impossível encarregar a família de ensinar tudo o que a criança precisa para construir seu futuro, sem contar que os pais precisam estar ausentes dos lares quase que o dia todo para trabalhar.
A escola é indispensável para a formação acadêmica da criança e muito mais importante no que diz respeito à inserção do indivíduo no mundo da comunicação e escrita que o rodeia. Os pais, independentemente da classe social a que pertençam, não querem que a escola apenas transmita conhecimentos aos seus filhos. Querem, sim, que ela os eduque para que sejam capazes de conviver em sociedade, obedecendo e respeitando seus valores e padrões.
O papel da educação no desenvolvimento do Brasil é o de construir uma sociedade aberta, sem barreiras que impeçam o indivíduo de desenvolver suas potencialidades. Para se construir uma sociedade aberta, é preciso universalizar as oportunidades de acesso à educação e garantir a qualidade de ensino. Por isso, é necessário rever as políticas educacionais a fim de tornar a educação mais flexível e adaptativa para os diferentes indivíduos, pois estes, em sua maioria, encontram-se em péssimas condições financeiras, tendo que abandonar os estudos, aumentando as estatísticas de evasão escolar e desigualdades sociais. Como solução a esses problemas e efetivação da abertura de oportunidades, surgiu a reforma do ensino de 1º e 2º grau, como por exemplo, a introdução do ensino profissionalizante. Porém, para se alcançar uma sociedade aberta, são necessárias, além dessas, outras mudanças que estão além do que o Estado pode fazer, como por exemplo, o limite das potencialidades de cada indivíduo.
No contexto da educação, vem sendo discutida com maior ênfase a necessidade de uma participação efetiva das famílias na instituição escolar. Tal preocupação pode ser visualizada tanto nas propostas presentes na legislação educacional vigente, a exemplo da Lei de Diretrizes e Bases (LDB), n. 9.394/96, como também em outras pesquisas e publicações, a exemplo do Jornal do MEC.
No que se refere à legislação, a Constituição Federal, em seu artigo 205, afirma que “a educação é direito de todos e dever do Estado e da família”. No título II, do artigo 1° da LDB, a redação é alterada para “a educação é dever da família e do Estado”, mudando a ordem de propriedade em que o termo família aparece antes do termo Estado. Se a família passa a ter uma maior responsabilidade com a educação, é necessário que as instituições família/escola mantenham uma relação que possibilite a realização de uma educação de qualidade.
Referências Bibliográficas:
PILETTI, N; PILETTI, C. História da educação. São Paulo: Ática, 2000.
Autor: Marlene Aparecida Viana Abreu
Escreva um comentário