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A Diferença entre a Educação na Escola e a Não-Formal

Este artigo explora as principais diferenças entre a educação formal e não-formal, destacando suas vantagens e desvantagens, além de como cada uma pode impactar a vida dos indivíduos.

A Diferença entre a Educação na Escola e a Não-Formal

A Diferença Entre a Educação na Escola e a Não-Formal

A educação formal é baseada na transferência de conhecimento através da comunicação. Já a educação informal é baseada na aquisição de conhecimento através de estudos e experimentações auto-motivadas.

A primeira é formal por ter sido estabelecida pelo governo como educação padrão. Ela é praticamente obrigatória e não seguir o padrão certamente lhe trará riscos, basta analisar como são feitos os filtros de contratação de profissionais nas empresas. A pessoa que está recrutando recebe um currículo e a primeira coisa que ela faz é descer até o item Formação Acadêmica. Se não for uma faculdade de primeira linha e um bom curso, o currículo automaticamente vai para o lixo.

A educação formal tenta transferir o conhecimento que o professor tem, e muitas vezes não tem, para o aluno, com a ajuda de livros e materiais de apoio. Durante uma hora ou mais, o professor se dirige aos alunos falando sem parar. O grande problema é que o ser humano não consegue manter-se focado por muito tempo; muito do que é falado não é escutado, e muito pouco do que é escutado é aprendido. Não é à toa que a educação formal exige um esforço pessoal extra-classe chamado lição de casa, só assim o aluno consegue realmente aprender o que foi ensinado.

A educação informal não é obrigatória e depende totalmente da motivação. Normalmente, as pessoas que se auto-educam são tão motivadas e focadas que não deixam passar uma página sem ler ou uma questão sem responder. Assuntos mais complexos eram mais difíceis de serem solucionados no passado, mas com a globalização e a internet, é possível expandir seus horizontes interagindo com outras pessoas que já resolveram ou têm uma visão ampliada; estes são mentores, pessoas muito diferentes de professores.

Ainda estamos em um mundo capitalista, o objetivo de uma escola ou faculdade é ter receita financeira. Quanto mais alunos girar, melhor. É difícil não citar aqui como os interesses são contrários. Para fins financeiros, que diferença faz se o aluno aprender ou não? Manter o curso fácil pode ser bom, afinal, as pessoas hoje não se preocupam em aprender, somente em ter um diploma. Universidade virou McDonald’s, existe uma para cada quarteirão; é impossível que todos os professores sejam capacitados.

Voltemos ao conceito da palavra estagiário, estudante, munido somente de conhecimento teórico, arregaça suas mangas para a primeira vez colocar em prática suas teorias. É completamente impedido, porque as empresas de hoje em dia só contratam pessoas com experiência comprovada. (http://marcelotoledo.com) Autor: Marcelo Toledo

1. Introdução

Este trabalho trata-se da definição e distinção entre a educação na escola e a educação não-formal.

A educação na escola pode ser resumida como aquela que está presente no ensino escolar institucionalizado, cronologicamente gradual e hierarquicamente estruturado. A educação não-formal, porém, define-se como qualquer tentativa educacional organizada e sistemática que, normalmente, se realiza fora dos quadros do sistema formal de ensino. Não se deve confundi-la com a informal, que é aquela na qual qualquer pessoa adquire e acumula conhecimentos através de experiências diárias em casa, no trabalho e no lazer.

Faremos também o destaque sobre o espaço e o tempo na escola, necessário tanto para o educando quanto para o educador. Pois, isso influenciará no ensino, na aprendizagem e na relação dos membros escolares, desde o aluno até a coordenação na mesma.

2. A Educação na Escola

A vivência do cotidiano escolar significa uma experiência de vida, localizada em um espaço, cuja materialização é muito objetiva. O conteúdo da experiência escolar varia de sociedades, de culturas, de escolas e de sujeitos.

Uma das tarefas mais complexas da coordenação pedagógica e dos dirigentes é reordenar os espaços, os tempos e o trabalho dos profissionais de modo a permitir que diferentes propostas pedagógicas se tornem realidade, acontecendo um processo real e complicado de comunicação entre os sujeitos. Ao organizar o tempo e o espaço escolar, não podemos perder na abstração das normas.

Para construir uma nova forma de organização dos tempos, é preciso superar a ideia de cronometrar o tempo, organizado em etapas em ascensão, calcado na tecnologia de aceleração, da qualidade total e da produtividade. Reorganizar o tempo na escola é dar aos alunos condições adequadas para pensar, agir e interagir com o conhecimento e com a vida. A instituição escolar tradicional organiza seu tempo detalhadamente, assim, os educadores não exploram pedagogicamente a riqueza das relações humanas presentes no tempo e no espaço escolar.

Através de sindicatos e de fazer educativo no dia a dia escolar, os professores inovam o currículo, questionam o conteudismo das práticas pedagógicas, constroem projetos políticos-pedagógicos, recuperam a história de vida dos alunos e da comunidade, interferem no processo de gestão e administração da escola, transgridem normas burocráticas e rígidas e indagam sobre a organização dos tempos e espaços.

A educação na escola antes era seriada, agora passou a ser em ciclos. A primeira refere-se ao modo de distribuição espaço-temporal do processo de ensino e à concepção de estudo escolar que ela reproduz. Já o ciclo, a ideia é de o aluno passar de ano (não há reprovação); aprender através de seu desenvolvimento de fase etária; proposta de projetos (temas → conteúdos), atualizados de acordo com a circunstância; e a nota não é primordial.

Na organizada seriada, pressupõe-se que a função do ensino é repassar conhecimentos que já estão prontos e organizados nos livros didáticos, segundo uma sequência a ser estabelecida pelo plano de aulas. Este, por sua vez, procura garantir que os conteúdos só podem ser repassados e aprendidos de modo sequencial, obedecendo à precedência de cada um deles. Tem-se a concepção de que a função da educação escolar é, principalmente, repassar conhecimentos e formar habilidades. O aluno mais persegue são pontos necessários à passagem para a etapa seguinte e não a aquisição de conhecimentos.

A educação escolar tem como objetivo repassar conhecimentos segundo uma metodologia de ensino que opta pela fragmentação dos conteúdos e considera ser a retenção do aprendizado o objetivo final da atividade escolar, por mais que se insista em negar esse objetivo. O processo educacional relaciona-se com os fins da educação escolar. Quase todos os educadores têm consciência de que o objetivo da educação é a formação de sujeitos livres, autônomos, felizes e participantes da vida social, logo, cidadãos responsáveis.

A educação na escola é necessária, pois, se considerarmos o aluno sujeito de direitos, de conhecimentos e aprendizagem, o professor poderá tornar-se um elo importante na construção do desenvolvimento pleno do humano. Para isso, além de investimentos em cursos de formação e palestras, é preciso que a escola se reorganize internamente, dando espaço para o professor discutir e trabalhar coletivamente novas propostas de intervenção. O professor deve proporcionar ao aluno mais tempo para aprender e demonstrar o que sabe.

Atualmente, as exigências da educação são para o desenvolvimento e implemento de trabalhos escolares, nos quais os alunos sejam desafiados a pensar/refletir e a propor soluções para questões e problemas contemporâneos, sendo professor e aluno chamados de pesquisadores em interação.

O aluno deve desenvolver sua criatividade, sugerir, propor e solucionar problemas, levantar e reelaborar hipóteses, saber tomar decisões, desenvolver a capacidade de expressar por várias linguagens – trabalhando com diversas fontes de conhecimentos. Afinal, conhecer é descobrir a razão das coisas, é procurar soluções para o que não entendemos, é observar, questionar, registrar, analisar e generalizar.

Importante também à educação é a interdisciplinaridade, que é um princípio mediador entre as diferentes disciplinas, elementos teórico-metodológicos da diferença e da criatividade, de transversalidade que é um procedimento didático-pedagógico. Porém, não basta que se interajam conteúdos; a postura interdisciplinar envolve uma determinada forma de conceder e se relacionar com o conhecimento produzido socialmente. O envolvimento é condição para a prática de interdisciplinaridade. Um projeto de interdisciplinaridade de trabalho ou de ensino consegue captar a profundidade das relações conscientes entre as pessoas e entre pessoas e coisas.

Na reflexão dos princípios norteadores de uma prática interdisciplinar, é fundamental a compreensão de que a aprendizagem escolar é parte de um processo maior que é a vida social, na qual alunos e professores são sujeitos que compartilham espaços e tempos. Uma política interdisciplinar pressupõe uma renovação de ideias, valores e concepções. O que caracteriza a atitude interdisciplinar é a ousadia da busca, da pesquisa: é a modificação num exercício de pensar.

A interdisciplinaridade pode ser dificultada de acordo com o tempo e o espaço no qual a escola é organizada.

3. Educação Não-Formal

Na educação não-formal, a cidadania é o objetivo principal, e ela é pensada em termos coletivos, se dá por meio da prática social. A educação não-formal caracteriza-se por não ter a importância de desenvolver um currículo predefinido, que se faz principalmente baseado em desejos, necessidades e interesses das pessoas que constituem os grupos envolvidos em ações e práticas desse campo educacional.

As propostas da educação não-formal têm como objetivo central enriquecer a biografia dos indivíduos, ampliando a gama de vivências e experiências formativas de crianças, jovens, adultos e idosos. Nela destaca-se o encontro de gerações, a mistura de idades, a não obrigatoriedade de frequência e a ocorrência de ações e experiências em espaços e tempos mais flexíveis, não restritos ou fixados por órgãos reguladores.

Ela designa um processo com diversas dimensões, que correspondem a suas áreas de abrangência, que são:

  • a) a aprendizagem política dos direitos dos indivíduos enquanto cidadãos;
  • b) a capacitação dos indivíduos para o trabalho, por meio da aprendizagem de habilidades e/ou desenvolvimento de potencialidades;
  • c) a aprendizagem e exercício de práticas que capacitam os indivíduos a se organizarem com objetivos comunitários, voltadas para a solução de problemas coletivos cotidianos;
  • d) a aprendizagem dos conteúdos da escolarização formal, escolar, em formas e espaços diferenciados;
  • e) a educação desenvolvida na e pela mídia, em especial a eletrônica.

O que diferencia a educação não-formal da informal é que na primeira existe a intencionalidade de dados sujeitos em criar ou buscar determinadas qualidades e/ou objetivos. É definida por uma ausência, em comparação ao que há na escola (algo que seria não-intencional, não-planejamento, não-estruturado), tomando como único paradigma a educação formal.

A educação informal decorre de processos espontâneos ou naturais, ainda que seja carregada de valores e representações, como é o caso da educação familiar, por exemplo, a educação transmitida pelos pais na família, no convívio com amigos, clubes, teatros, leitura de jornais, livros, revistas etc.

Para fins didáticos, os campos da educação não-formal dividem-se em: destinado a alfabetizar ou transmitir conhecimentos que historicamente têm sido sistematizados pelos homens e mulheres, planejados para as clientelas sujeitos das ações educativas, com uma estrutura e uma organização distinta das organizações escolares, abrangendo a área que se convencionou chamar de educação popular e educação de jovens e adultos, e abrange a educação gerada no processo de participação social, em ações coletivas não voltadas para o aprendizado de conteúdos da educação formal.

Cita Maria da Glória Gohn,

“Até os anos 80, a educação não-formal foi um campo de menor importância no Brasil, tanto nas políticas públicas quanto entre os educadores… Em alguns momentos, algumas luzes foram lançadas sobre a educação não-formal, mas ela era vista como uma extensão da educação formal, desenvolvida em espaços exteriores às unidades escolares”. (p.91)

Antes, esta educação era vista como uma união de processos esboçados de obtenção à participação de indivíduos em áreas de extensão rural, animação comunitária, treinamento vocacional ou técnico, educação básica, planejamento familiar etc.

Nos anos 90, a educação não-formal alcançou modificação na economia, na sociedade e na área trabalhista, passando a estimular os processos de aprendizagem em grupos e a dar amplo destaque aos valores culturais que articulam as ações dos indivíduos. Falou-se de uma inovação na cultura organizacional que, em geral, exige a aprendizagem de habilidades extra-escolares. Têm colaborado também agências e organismos internacionais, como a ONU e a UNESCO, bem como alguns estudiosos.

No Brasil, a educação não-formal nos últimos anos vem se caracterizando por propostas de trabalho voltadas para a camada mais pobre da população, promovidas pelo setor público ou idealizadas por diferentes segmentos da sociedade civil, muitas vezes em parceria com o setor privado, desde ONGs a grupos religiosos e instituições que mantêm parcerias com empresas. A divulgação também vem sendo explorada pela atuação da educação não-formal, preocupação e ações relativas a questões que envolvem a ecologia e problemas com o meio ambiente.

4. Distinção entre Educação Formal e Não-Formal

5. Conclusão

Concluo que a sociedade, independente do grau de conhecimento que ela obtenha, tem que haver educação formal tanto quanto educação não-formal. Pois, não é limitado o lugar de aprendizagem; obtemos novos conceitos numa leitura de um livro, assim como numa simples conversa amigável.

A educação não-formal, apesar de apontar e oferecer outras possibilidades diferentes das escolares, não burocratizadas, menos hierarquizadas, mais rápidas e algumas propostas mais econômicas, não deve tomar para si a salvação do sistema formal de ensino. Nesse caso, estaria contribuindo, inclusive, para o desmanche da escola pública e para a desresponsabilização estatal/pública para com esse setor.

Penso que, tanto as oportunidades de acesso à formação e aquisição de conhecimentos oferecidos pela escola devem ser acessíveis a todos, como também as oportunidades oferecidas pelas diversas propostas de educação não-formal, favorecendo um trânsito democrático e igualitário dos “usuários” dessas diferentes e importantes vivências de socialização e formação.

A educação escolar ou a não-formal é como deveria ocorrer de fato; independente do contexto em que se dá o processo educacional, ele ocorra com qualidade (ou ao menos com a melhor qualidade dentro das possibilidades oferecidas e determinadas pelo momento sócio-histórico em questão). É de extrema importância deixar claro quais são essas condições, quais são os limites impostos por elas e quais as alternativas para superá-las.

Foi, e é, o momento de redefinição de papéis, resignificação e reconstrução das identidades institucionais. Cabe salientar que o surgimento da educação não-formal não se dá com o objetivo de ocupar o espaço ou substituir o papel da educação formal e da informal, mas para dividir e partilhar os diferentes fazeres desse novo tempo.

A educação tem que ser livre, no espaço e no tempo, pois o importante é o aprendizado necessário. Se possível, de forma interdisciplinar.

Referência Bibliográfica

GOHN, Maria da Glória. Educação não-formal e cultura política: impactos sobre o associativo do terceiro setor. São Paulo: Cortez, 2001.

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