GOUVEIA, Zulma Marcela dos Santos Batista. Educação Especial – Sistema de Ensino Presencial Conectado, Universidade Norte do Paraná, pólo de Tangará da Serra – MT, 2011.
RESUMO
Com o presente artigo, pretendemos levar ao conhecimento e discussão sobre esse desafio que é verdadeiramente incluir os portadores de necessidades especiais não somente na escola, mas em um contexto mais amplo que é a sociedade. Sentimos a necessidade de esclarecer alguns pontos que permeiam a educação especial.
Palavras-chave: Criança, Escola, Educação.
Gouveia, Zulma Marcela Batista dos Santos. Special Education – Connected Classroom Learning System, University of Northern Parana, pole Tangara da Serra -MT, 2011.
SUMMARY
In this article, we intend to take the knowledge and discussion of this challenge to truly include people with disabilities not only in school, but in a broader context that is society. We feel the need to clarify some points that underlie special education.
Keywords: Child, School, Education.
1 – INTRODUÇÃO
A educação tende a refletir a filosofia. A realização desta pesquisa tem a pretensão de verificar a promoção do bem-estar dos indivíduos (PNE – Portador de Necessidade Especial), e que todas as crianças devem ter a oportunidade de aprender, sejam elas consideradas normais, inteligentes, lentas, retardadas, cegas, surdas, deficientes, portadoras de distúrbios emocionais, ou simplesmente limitadas em sua capacidade de aprendizagem.
Ao abordar o tema da inclusão e integração escolar, minhas reflexões conduziram-me até o mais simples e substancial sentido de tão discutidos termos.
Acabei deparando-me com lições já tão distantes que me recordaram o uso do latim, idioma dos romanos da Antiguidade, que empregava como simonia as expressões. “Viver”, e estar entre os homens (inter. Homineses esse) e ainda “Morrer” e “deixar de estar entre os homens” (inter, homines esse desinere).
Concordando com tal significado, também entendo que inclusão e integração são processos essenciais à vida humana ou à vida em sociedade.
Farei algumas considerações sobre um dos segmentos da população que, reiteradamente, tem sido alvo de mecanismos e procedimentos de segregação e até mesmo exclusão do sistema escolar.
Dentre o variado e extenso grupo de alunos que assim têm sido classificados, focalizarei aqueles que são portadores de deficiências físicas e mentais no processo de ensino-aprendizagem, que apresentam necessidades educacionais muito diferentes dos demais alunos da escola comum ou regular.
Na reflexão em estudo sobre a relação entre os educandos e a educação escolar, duas vias de análise podem ser utilizadas: a visão estática ou por dicotomia e a visão dinâmica ou por unidade.
Pela primeira, os educandos são percebidos como comuns ou “especiais” (diferentes, deficientes, anormais).
Pela segunda, entende-se que cada educando, na relação concreta com a educação escolar, poderá demandar uma situação de ensino-aprendizagem comum especial.
Tais auxílios e serviços educacionais são planejados e desenvolvidos, e também requerem a avaliação criteriosa por parte dos profissionais envolvidos, bem como da família de cada aluno. No âmbito social, médico ou outro de forma indireta, cooperativa e integrada na educação escolar.
A inclusão de todas as crianças e jovens numa escola comum de qualidade “especial” é fundamental para que atitudes de respeito ao outro como cidadão sejam concretizadas em ações de reestruturação da escola atual.
É importante questionar os critérios que têm sido utilizados para distinguir as necessidades especiais das necessidades comuns e vice-versa, em particular no contexto escolar.
“Segundo Artur Moreira da Silva Neto: ‘Deus me dê paciência para me conformar com as coisas que não posso alterar, me dê a coragem de alterar as coisas que posso, e me dê a sabedoria de distinguir entre umas e outras’.”
Há várias maneiras de definir a educação especial, dependendo do contexto histórico, cultural e social de cada comunidade. Conjunto de medidas e recursos (humanos e materiais), conjunto de conhecimentos científicos e intervenções educativas, psicológicas, sociais e médicas.
Educação especial é bastante abrangente e ampla, engloba uma imensa diversidade de necessidades educativas especiais e uma equipe multidisciplinar, composta pelos mais diversos profissionais especialistas. O objetivo principal é promover melhor qualidade de vida àqueles que necessitam de atendimento adequado à realidade física, mental, sensorial e social.
Este projeto destina-se aos portadores de necessidades educativas especiais, ou seja, pessoas que precisam de métodos específicos didáticos que educam indivíduos portadores de: deficiência sensorial (auditiva ou visual), deficiência motora, deficiência cognitiva, altas habilidades, transtornos psicomotores, doenças crônicas, transtornos de personalidades, autismo, síndromes, síndrome de Down, deficiências múltiplas, inadaptação social, dependência química, dentre outros.
2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Vivemos um momento fundamental. Talvez, o mais importante que a Educação Especial vem passando desde o seu surgimento no Brasil e no mundo. Atualmente, há um forte entroncamento entre a Educação Especial contemporânea e a Educação regular. Este processo não surgiu ao acaso, mas é decorrência de uma série de transformações havidas na forma de atendimento das pessoas com deficiências e das crianças comuns.
A Constituição garante a todos o acesso à escola.
“Toda unidade deve atender aos princípios legais e não pode excluir ninguém”, explica Eugênia Fávero, procuradora dos Direitos do Cidadão de São Paulo.
A legislação mais recente sobre o assunto é a Convenção de Guatemala.
O documento promulgado no Brasil por decreto de 2001 reafirma que as pessoas com deficiência têm os mesmos direitos à liberdade que as demais.
O Brasil possui um grande campo em diversidade, observei a necessidade de oportunizar aos alunos especiais a frequência na sala de aula de Ensino Regular, se incluindo com conhecimentos, valores e crenças que poderão trazer subsídios satisfatórios tanto aos alunos quanto aos seus familiares, favorecendo a discriminação quanto conveniente com o preconceito da vivência escolar.
Vale ressaltar que, na década de 90, no Brasil, o discurso da inclusão escolar assume status privilegiado.
Contudo, há diversas controvérsias no plano dos discursos e das práticas. Há autores e profissionais que, defendendo a inclusão escolar como parte de um movimento maior de inclusão social, atuam no meio educacional pela universalização do acesso e pela qualidade do ensino.
Há aqueles, menos avisados ou pouco informados, que têm interpretado a inclusão escolar como mero acesso de alunos com deficiência na classe comum.
Segundo Mendes (2001), “ao mesmo tempo em que o ideal de inclusão se populariza, e se torna pauta de discussão obrigatória para todos interessados nos direitos dos alunos com necessidades educacionais especiais, surgem as controvérsias, menos sobre seus princípios e mais sobre as formas de efetivá-la”.
Para Aranha (2001), a inclusão escolar “prevê intervenções decisivas e inclusivas, em ambos os lados da equação: no processo de desenvolvimento do sujeito e no processo de reajuste da realidade social (…)”. Assim “além de se investir no processo de desenvolvimento do indivíduo, busca-se a criação imediata de condições que garantam o acesso e a participação da pessoa na vida comunitária, através da provisão de suportes físicos, psicológicos, sociais e instrumentais”.
Em se tratando do atendimento escolar de alunos com necessidades educacionais especiais, ambas as correntes originaram-se de movimentos de pais e de outros representantes da sociedade civil (organizada ou não) pelo atendimento ao princípio da igualdade de direitos e, portanto, de oportunidades de escolarização junto aos demais alunos.
Verificam-se que diferentes autores, a partir de diversas perspectivas e adotando referenciais que nem sempre comungam na totalidade, têm defendido um mesmo princípio, qual seja: a educação escolar para todos.
Mas, para tal, as mudanças exigem a participação de diferentes segmentos envolvidos para alcançar os objetivos educacionais maiores: universalizar o acesso e garantir a permanência dos alunos pelo investimento na melhoria da qualidade de ensino.
Para que tudo isto se modifique, não basta apenas trabalharmos com os conteúdos cognitivos no processo de formação dos educadores. Pois, se eles não quiserem mudar, se não tiverem o desejo de saber tentar, por mais conteúdos que possamos lhes dar, eles permanecerão na mesma posição.
Depende do desejo do professor, assim como do desejo do aluno fazer ou não esta mudança. O poder das políticas públicas encontra o seu limite maior no desejo dos sujeitos. Se eles não quiserem mudar suas práticas estigmatizadoras, não mudarão.
As dificuldades para a mudança em relação ao paradigma da Inclusão têm se apresentado, atualmente, tanto no campo da Educação regular quanto da Educação Especial. A pessoa que se apresenta direcionada pelo paradigma da Integração costuma, na prática, não entender e nem aceitar àqueles que seguem o paradigma da Inclusão.
Os primeiros acreditam que é melhor a criança ficar realmente em ambiente segregado do que ser colocada em um ambiente menos segregado. Por outro lado, aqueles que seguem, conseguem entender melhor a dificuldade de mudança dos opositores do paradigma da inclusão.
No entanto, como já vivenciaram as novas formas de inserção dos alunos na escola e na comunidade, sabem que estas trazem, em seu bojo, uma qualidade de vida melhor para todos.
3 – METODOLOGIA
A metodologia da pesquisa que será utilizada é a bibliográfica, feita mediante leitura sistemática, com fichamento de cada obra, ressaltando os pontos destacados pelos autores pertinentes ao assunto em questão.
REFERÊNCIAS
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COLLARES, Cecília Azevedo Lima E Moysés, Maria Aparecida Affonso – Diagnóstico da Medicalização do Processo de Ensino-Aprendizagem na 1ª série do 1º Grau do Município de Campinas. Em Aberto, Brasília, ano 11, nº 53, jan/mar, 1992.
CORDIÉ, Annie – Os Atrasados Não Existem – Psicanálise de Crianças Com Fracasso Escolar. Porto Alegre, Artes Médicas, 1997.
Declaração Sobre Educação Para Todos – Conferência de Joimtiem, 1990.
Declaração de Salamanca – Unesco – 1994.
MRECH, Leny Magalhães – Psicanálise E Educação: Novos Operadores de Leitura. São Paulo, Editora Pioneira, 1999.
NALLIN, Araci – Reabilitação Em Instituição: Suas Razões E Plano Nacional de Educação – Versão Final. Brasília, 1997.
PROCEDIMENTOS – Análise de Representação do Discurso. Brasília, Corde, 1994.
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SASSAKI, Romeu Kazumi – Inclusão: Construindo Uma Sociedade Para Todos. Rio de Janeiro, Wva, 1997.
TORRES, Rosa Maria – Que (E Como) É Necessário Aprender? Campinas, Papirus, 1994.
Autor: Zulma batista
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