As sociologias de Durkheim e Marx, já vimos, partiram da ideia de que só é possível compreender as relações entre os homens se compreendermos a sociedade que os obriga, em níveis e em medidas diversas, a agir de acordo com forças estranhas a suas vontades individuais, e impositivas com relação a elas. (…) (RODRIGUES, 2007, p.51).
Para Durkheim, a educação é o mecanismo pelo qual o indivíduo torna-se membro da sociedade.
Para Marx, a sociedade é um mecanismo que, conforme o conteúdo de classe, pode ser utilizado para oprimir ou para emancipar o homem.
A sociologia de Max Weber (1864-1920) aponta para outra compreensão: a sociedade não é apenas uma “coisa” exterior e coercitiva que determina o comportamento dos indivíduos, mas o resultado de inúmeras interações interindividuais. A sociedade não é aquilo que pesa sobre os indivíduos, mas aquilo que se veicula entre eles.
Weber e o pensamento sociológico
A sociologia weberiana gira em torno do conceito de “ação social” e do postulado de que a sociologia é uma ciência “compreensiva”.
Para Weber, diferentemente das ciências naturais, para as quais os acontecimentos são relativamente independentes do cientista que os analisa, nas ciências sociais os acontecimentos dependem fundamentalmente da postura e da própria ação do investigador. Nesse sentido, a realidade não é uma coisa em si. Ela ganha um determinado rosto conforme o olhar que você lança sobre ela.
Weber se recusa a tratar os “fatos” sociais como se fossem “coisas”. Para ele, as coisas que eu vejo podem ser diferentes das coisas que você vê; pode ser também que as coisas que eu vejo não são coisas para você. A razão disso é que os homens vêem o mundo que os cerca a partir de seus valores.
Entende ainda o referido autor que os valores são compartilhados, mas são introjetados (subjetivados) de modos distintos, conforme o processo de interação em que o indivíduo está inserido.
Como Weber concebe a realidade?
Como o encontro entre os homens e os valores aos quais eles se vinculam e os quais articulam de modos distintos no plano subjetivo.
As ciências sociais, que Weber chama de ciências da cultura, são vistas como a possibilidade de captação da interação entre homens e valores no seio da vida cultural (captação da ação social).
Para Weber, como a realidade é infinita, apenas um fragmento de cada vez pode ser objeto do conhecimento. O “todo” (a sociedade) que supostamente pesaria sobre as partes (os indivíduos) é incompreensível se for tratado como um todo, como uma coisa. Este todo reside na interação entre as partes e não é possível conhecer todas elas ao mesmo tempo, porque são muitas e porque se renovam a cada dia.
A sociedade, em Weber, não é um bloco, mas uma teia.
Na seleção do fragmento a ser investigado estarão presentes os valores do investigador, que faz parte dessa sociedade ou de alguma outra. Trata-se de um processo subjetivo que não compromete a objetividade do conhecimento, desde que o investigador leve em conta, na interpretação das ações e relações, os valores que ele atribui ao próprio ator social (aquele que pratica a ação) e não os seus próprios valores (do investigador).
O que pode ser concluído das ideias até agora expostas?
+ O trabalho científico é inesgotável, porque o real o é fragmentário e especializado;
+ O objeto das ciências da cultura será a decifração da significação (o sentido) da ação social (as condutas humanas). A única maneira de estudar esse objeto é a compreensão.
De acordo com Rodrigues (2007), Weber era um pessimista radical, porque achava que o tipo de vida imposto às pessoas no mundo moderno fazia com que a educação deixasse de formar o homem, para simplesmente prepará-lo para desempenhar tarefas na vida.
Definição da sociologia compreensiva de Weber
Ponto de partida: o que é ação social? A ação social ocorre quando um indivíduo leva os outros em consideração no momento de tomar uma atitude, de praticar uma ação.
Para Weber, agir em sociedade implica um certo grau de racionalidade por parte de quem age e implica no fato de que esta racionalidade de cada indivíduo sempre está referida aos outros indivíduos que os cercam. (Pensamento fundamental para entender Weber).
Entende o autor também que:
+ Ação social racional com relação a fins/ Comportamento racional com relação a fins – é aquele que se orienta por meios tidos como adequados (subjetivamente) para obter fins determinados, fins estes tidos como indiscutíveis pelo indivíduo (subjetivamente). Exemplo: Vou à escola pensando em me formar e ganhar dinheiro.
+ Ação social com relação a valores: orienta-se pelos valores familiares ou pelo modo como os incorporamos à nossa hierarquia de valores. Exemplo: Vou à escola porque minha formação familiar deu muita importância aos estudos.
+ Ação social afetiva: Tipo de comportamento no qual somos irracionais. Exemplo: Vou à escola por causa dos amigos, dos professores ou da namorada/namorado.
Qual, então, é a racionalidade perfeita para Weber?
É a adequação entre os meios de que você se vale para agir e os fins que você objetiva alcançar com esta ação.
Na ação afetiva não levamos em consideração objetivos a serem alcançados nem buscamos utilizar dos melhores meios para isso.
Esses tipos de ação não aparecem separados no dia a dia. (As razões para ir a uma escola se misturam). O método de Weber consiste em isolar esses tipos “puros” de comportamento. Weber sabe que na prática empírica os tipos puros não existem, mas os constrói para que sirvam de referência.
Weber sistematiza um dos mais importantes métodos de investigação das ciências sociais
Passo a passo:
1. Construir um tipo ideal “puro” (Weber construía vários tipos de ação social, tipos de dominação política etc). O tipo é uma construção mental feita na cabeça do investigador, a partir de vários exemplos históricos. Ele é um exagero de perfeição que jamais será encontrado na prática;
2. Olhar o mundo social que o cerca, esta teia inesgotável de eventos e processos, e selecionar dele o aspecto a ser investigado (não dá para ser tudo, tem que ser uma coisa de cada vez);
3. Comparar o mundo social empírico com o tipo ideal construído. Aspecto a observar: Ideal não significa desejado, idealizado, idealizar o que seria uma sociedade perfeita. Significa que escolhemos as características mais “puras” dos tipos. (Para Weber, os tipos mais puros de conduta são os mais racionais, no sentido de adequação entre meios e fins);
4. À medida que descrevemos o quanto a realidade se aproxima ou se distancia do tipo puro que construímos, essa realidade se apresenta a nós, se revela em seu caráter mais complexo; os comportamentos vêm à luz revelando a racionalidade e a irracionalidade que os tornou possíveis.
É assim que a ação social racional com relação a fins (aquele caso hipotético em que o indivíduo realizaria um cálculo perfeitamente racional) serve exatamente para que se possa avaliar o alcance, na prática, daquilo que é irracional com relação aos fins a que se propõe aquele que pratica a ação. (…) (RODRIGUES, 2007, p.56-57).
Comportamento subjetivo em Weber não se restringe ao comportamento psíquico. Comportamento subjetivo é comportamento do sujeito da ação, e nenhuma ação é social se não se referir ao comportamento dos outros sujeitos e dos obstáculos que todos enfrentam para levar as suas ações até as últimas consequências. Aquilo que é mental, exclusivamente psíquico, para Weber é incompreensível do ponto de vista da sociologia.
O que seria, então, a sociologia compreensiva?
É a sociologia que se refere à análise dos comportamentos movidos pela racionalidade dos sujeitos com relação aos outros.
Para Weber:
+ Os comportamentos dos atores são interpretados como sendo dotados de intencionalidade, como sendo ações propriamente ditas.
+ O indivíduo constitui o único portador de um comportamento provido de sentido, de intencionalidade. Conceitos como Estado, capitalismo ou Igreja reduzem-se a categorias que se referem a determinados modos de o homem agir em sociedade.
+ A tarefa da sociologia é interpretar este agir de modo que ele se torne um agir compreensível, e isto significa, sem exceção, um agir de homens que se relacionam uns com os outros.
Referência
RODRIGUES, Alberto Tosi. Sociologia da Educação. 6. ed. Rio de Janeiro: Lamparina, 2007.
O indivíduo e as instituições sociais
Para Weber, o indivíduo, no momento do agir, leva em consideração o comportamento dos outros: é isso que faz da ação uma ação social. Além disso, as normas sociais influenciam o agir do indivíduo na mesma medida em que são resultados do agir dos próprios indivíduos ao longo do tempo. Como entender o funcionamento disso? Vendo como Weber distingue os conceitos de “comunidade” e “sociedade”.
Para Weber:
Agir em comunidade é aquele agir que se baseia nas expectativas que temos com relação ao comportamento dos outros. O agir em comunidade explica-se pela existência objetiva de uma maior ou menor probabilidade de que tais expectativas sejam fundamentadas. Quando agimos racionalmente, esperamos que os outros também ajam assim, para que possamos calcular as possibilidades reais de levarmos nossos objetivos até o fim. O agir em comunidade também pode se fundamentar na expectativa de que os outros dêem determinado peso a certos valores e crenças, ou então na expectativa de que os outros se comportem de um modo regular, na média dos comportamentos geralmente usados para aquela situação. Ou, ainda, de que se comportem de modo emotivo, irracional.
Em resumo, agir em comunidade é comportar-se com base na expectativa de que os outros também se comportem de um determinado modo.
Agir em sociedade é um agir no qual as expectativas se baseiam nos regulamentos sociais vigentes. Exemplo: acredito que alguém não vai matar sua mãe, não apenas porque imagino que goste dela, mas porque tenho certeza de que os assassinos são condenados e presos pelo sistema legal vigente. Além de pouco afetivo, praticar este ato seria bastante irracional.
(…) No agir em sociedade, além do indivíduo orientar-se por este tipo de expectativa baseada nos regulamentos, supõe-se que tais regulamentos tenham sido feitos justamente com o objetivo de que os homens ajam segundo suas determinações, e não de outra maneira (…). (RODRIGUES, 2007, p.58-59).
Exemplo: se um homem praticar sexo com uma menor de 14 anos, não apenas poderá ser malvisto na vizinhança, como pode ser preso.
Quando o indivíduo calcula que é melhor agir com base nas regras também porque os outros agem igualmente segundo as regras, ele está agindo em sociedade.
As regras funcionam como uma espécie de condensação de expectativas recíprocas e tornam o universo social organizado e inteligível pelos atores individuais. Quando isso ocorre, Weber diz que existe uma ordem social.
A validade da norma não se baseia apenas nas expectativas recíprocas. Quanto mais disseminada socialmente estiver a convicção de cada um de que as regras são obrigatórias para eles, melhor fundamentadas serão as expectativas de uns com relação ao comportamento dos outros.
Em busca de seus objetivos e levando em consideração a existência das normas, o ator social pode deliberadamente fazer parte de uma coletividade orientada de modo comum por estes referenciais. A esta coletividade, Weber dá o nome de associação racional com fins.
Uma associação com fins, definida pela existência de regras gerais e de órgãos próprios, quando plenamente desenvolvida, não é uma formação social efêmera. Mesmo renovando-se os sócios, a associação permanece, na medida em que as regras e os órgãos permaneçam. Quando isso ocorre, Weber diz que as associações humanas se institucionalizaram.
A vida comum em associações permite que sejamos capazes de prever quais serão os passos mais prováveis das outras pessoas; ela torna inteligível o mundo que nos cerca. Quanto mais as pessoas assimilam subjetivamente a obrigatoriedade das regras, mais a previsibilidade aumenta. A institucionalização se completa quando as pessoas aceitam este quadro normativo.
A sociologia de Weber nos faz pensar que, embora estejamos obrigados a agir conforme um pacote de regras que regulam a nossa vida, é preciso considerar que essas regras (todas as regras e não apenas as leis e os decretos) foram criadas por indivíduos como nós, em tempos passados, e continuam a ser criadas; e também que elas estão aí para serem mudadas, e portanto todos nós participamos disso.
Para Weber, historicamente, as associações políticas humanas, e o Estado em particular, passaram por um processo de institucionalização. Nesse processo, as regras foram se tornando cada vez mais racionais, foram sendo feitas com vistas a fins específicos e estabelecendo os meios mais adequados para levá-los a cabo (punições em dinheiro ou reclusão).
Quando as pessoas obedecem às regras não apenas porque temem a punição, mas também porque estão convencidas da necessidade de obedecer, porque introjetaram a norma, Weber diz que a dominação baseia-se no consenso da legitimidade.
O que guardar de tudo o que foi dito até agora?
O fundamental não é o fato dos homens serem coagidos, mas sim o fato de agirem racionalmente, e de que esta racionalidade os faz consentirem com a dominação à qual estão sujeitos, para que possam com isso ganhar condições de previsibilidade com relação à ação dos outros homens que estão também sujeitos à mesma relação de dominação e, em decorrência, possam viver em sociedade.
Desencantar o mundo
Para Weber, com a institucionalização: o estabelecimento de uma ordem social “com relação a fins” vai se tornando cada vez mais amplo. O consenso aí construído é obtido mediante regras e mediante coação, e uma crescente transformação com relação a fins se opera na sociedade. (Sentido histórico que Weber chama de racionalização).
A história humana, segundo ele, é um processo de crescente racionalização da vida, de abandono das concepções mágicas e tradicionais como justificativas para o comportamento dos homens e para a administração social (…). (RODRIGUES, 2007, p.62).
O pensamento acima nos ajuda a compreender o sentido de uma tipologia de Weber sobre os três tipos puros de dominação:
+ A dominação tradicional: legitimidade baseada na tradição.
+ A dominação carismática: legitimidade baseada no carisma do líder.
+ A dominação racional-legal: legitimidade baseada na lei e na racionalidade (adequação entre os meios e fins) que está por trás da lei.
Se a associação estatal passa por um processo de racionalização, as formas de dominação no Ocidente caminham, tendencialmente, para o tipo racional-legal.
Se a associação estatal passa por um processo de racionalização, as formas de dominação no Ocidente caminham, tendencialmente, para o tipo racional-legal.
Recapitulando para compreender melhor a ideia de racionalização
A sociologia de Max Weber parte da ação e da interação dos indivíduos como constitutivas da sociedade. Quanto mais complexas as sociedades (maior sua racionalização), maior o número de regulamentos sociais a serem obedecidos. Quanto mais complexa a sociedade, mais conflitiva tende a ser a interação entre os indivíduos e grupos, uma vez que maiores serão as “constelações de interesses” que se contrapõem e maior também a necessidade de regulamentá-los. Para Weber, a complexificação gera conflito, o que por sua vez gera a necessidade da regra.
O ingresso dos indivíduos nesta grande associação, na qual estão obrigados a submeter-se ao poder já instituído, não é voluntário, e as regras são feitas, diz ele, por meio da força, da imposição da vontade de alguns indivíduos e grupos sobre outros indivíduos e grupos: uns mandam, outros obedecem (A esse processo Weber chama de dominação).
Para legitimar-se (= garantir a aceitação dos comandados) a dominação se baseia na tradição, no carisma do líder ou na forma do direito racional.
Implicações do pensamento de Weber para a educação
A educação, para Weber, é o modo pelo qual os homens são preparados para exercer as funções que a transformação causada pela racionalização da vida lhes colocou à disposição.
A lógica da racionalidade, da obediência à lei e do treinamento das pessoas para administrar as tarefas burocráticas do estado foi aos poucos se disseminando. Na formação do Estado moderno e do capitalismo moderno, que são inseparáveis um do outro, Weber dá especial atenção a dois aspectos: de um lado, a constituição de um direito racional, um dos pilares do processo de racionalização da vida, e de outro, a constituição de uma administração racional em moldes burocráticos. O direito racional oferece as garantias contratuais e a codificação básica das relações de troca econômica enquanto o desenvolvimento da empresa capitalista moderna oferece o modelo para a constituição da empresa de dominação política própria do capitalismo, o Estado burocrático. (RODRIGUES, 2007, p.64).
A educação sistemática, para Weber, passou a ser “pacote” de conteúdos e de disposições voltados para o treinamento de indivíduos que tivessem de fato condições de operar essas novas funções, de “pilotar” o Estado, as empresas e a própria política, de um modo “racional”. Um dos elementos essenciais na constituição do Estado moderno é a formação de uma administração burocrática em moldes racionais (…). (RODRIGUES, 2007, p.64).
Esse processo só ocorreu de modo completo no Ocidente, com a substituição paulatina de um funcionalismo não especializado por um mais especificamente treinado e politicamente orientado com base em regulamentos racionais.
O Oriente aparece como protótipo da administração irracional, pois esteve baseada na concepção mágica de que a virtude do Imperador (Exemplo da China) e dos funcionários, de sua superioridade em matéria literária, para governar.
O capitalismo moderno prosperou no Estado racional. Este se funda na burocracia profissional e no direito racional.
Treinar, em vez de cultivar o intelecto
Para Weber:
+ A racionalização e a burocratização alteraram radicalmente os modos de educar. Alteraram também o status, o reconhecimento e o acesso a bens materiais por parte dos indivíduos que se submetem à educação sistemática.
+ Educar no sentido da racionalização passou a ser fundamental para o Estado, porque ele precisa de um direito racional e de uma burocracia montada em moldes racionais.
+ Educar no sentido da racionalização também passou a ser fundamental para a empresa capitalista, pois ela se pauta na lógica do lucro, do cálculo de custos e benefícios, e precisa de profissionais treinados para isso.
(…) Mais que profissionais da empresa ou da administração pública, o capitalismo e o Estado capitalista forjaram um novo homem: um homem racional, tendencialmente livre de concepções mágicas, para o qual não existe mais lugar reservado à obediência que não seja a obediência ao direito racional. Para este homem, o mundo perdeu o encantamento. Não é mais o mundo do sobrenatural e dos desígnios de Deus ou dos imperadores. É o mundo do império da lei e da razão. Educar num mundo assim, certamente não é o mesmo que educar antes dessa grande transformação, provocada pelo advento do capitalismo moderno. (RODRIGUES, 2007, p.65-66).
A educação, na medida em que a sociedade se racionaliza, historicamente, torna-se um fator de estratificação social, um meio de distinção, de obtenção de honras, de poder e de dinheiro.
No modelo ideal weberiano, a educação é socialmente dirigida a três tipos de finalidades:
+ Despertar o carisma (não constitui propriamente uma pedagogia, pois não se aplica a pessoas comuns, mas apenas àquelas capazes de revelar qualidades mágicas ou dons heroicos: ascetismo mágico antigo e dos heróis guerreiros da Antiguidade e do mundo medieval, que eram educados para adquirir uma “nova alma”, renascer);
+ Preparar o aluno para uma conduta de vida (Weber chama de pedagogia do cultivo, pois procura formar um tipo de homem que seja culto, onde o ideal de cultura depende da camada social para a qual o indivíduo está sendo preparado, e que implica em prepará-lo para certos tipos de comportamento interior e exterior);
+ Transmitir conhecimento especializado (Pedagogia do treinamento: Com a racionalização da vida social e a crescente burocratização do aparato público de dominação política e dos aparatos próprios às grandes corporações capitalistas privadas, a educação deixa paulatinamente de ter como meta a qualidade da posição do homem na vida e torna-se cada vez mais um preparo especializado com o objetivo de tornar o indivíduo um perito).
Para Weber, além de minimizar a formação humanística de caráter mais integral, a educação racionalizada (pedagogia do treinamento) continua a ser usada como mecanismo de ascensão social e de obtenção de status privado.
O capitalismo reduzia tudo, inclusive a educação, à mera busca por riqueza material e status.
Marx via no capitalismo a escravidão do ser humano por meio da alienação do trabalho, e na educação a possibilidade de romper com ela. Weber via na pedagogia do treinamento imposta pela racionalização da vida, o fim da possibilidade de desenvolver o talento humano, em nome da preparação para a obtenção de poder e dinheiro. A racionalização é inexorável, invencível, e a educação especializada, a lógica do treinamento, para Weber, também é. Para ele, não há nada que se possa fazer a respeito. (p.69).
REFERÊNCIA
RODRIGUES, Alberto Tosi. Sociologia da Educação. 6. ed. Rio de Janeiro: Lamparina, 2007.
Fonte: http://atelierdeducadores.blogspot.com
Para saber mais sobre a educação e suas implicações sociais, você pode consultar o artigo sobre Sociologia da Educação em Karl Mannheim.
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