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Atualizado em 09/08/2024

Psicologia Escolar

Explore os princípios fundamentais da Psicologia Escolar e descubra como essa área pode melhorar o desempenho e o aprendizado dos alunos, além de promover um ambiente escolar mais saudável.

Psicologia Escolar


A trajetória da Psicologia Escolar no Brasil foi pontuada, por um lado, pelo percorrer histórico da própria ciência da psicologia e, por outro, pelas mudanças e transformações ocorridas no campo da Educação e na sociedade brasileira. De início, houve influências marcantes, advindas de teorias psicológicas estrangeiras vigentes, como as de: Claparède, Wallon, Piaget, Piéron, Rey, Zazzo, para citar apenas algumas. Nos anos 50 e 60, persistia a influência do modelo médico-clínico para o diagnóstico e orientação na psicologia, prevalecendo à tendência psicometrista. Embora fosse sempre considerado o caráter preventivo da Psicologia Escolar, ainda havia a prevalência do foco de atuação a nível individualizado, e o trabalho do psicólogo era a orientação e o encaminhamento ao tratamento psicoterápico com outros profissionais fora da escola.

Já nos anos 70, face às constantes preocupações e perplexidades advindas dos questionamentos do papel e função social da instituição-escola, da inadequação dos programas escolares, dos altos índices de evasão, fracassos e repetências escolares, além da problemática das populações carentes e marginalizadas, o psicólogo procurou novas alternativas de intervenção, reforçando uma atuação mais a nível institucional, preocupado com a saúde mental dos educandos e agentes educativos. Desloca-se o referencial do indivíduo para a instituição.

Nesta década, portanto, surgem inúmeros especialistas em educação (pedagogos, psicólogos, psicolinguístas, psicopedagogos), mas pecam quando não se preocupam em colaborar com o trabalho do professor, não se preocupam em ouvi-lo. Colocam-se na posição do saber e tentam impor formas de execução de trabalho, provocando uma fragmentação do trabalho pedagógico, um esvaziamento do saber do professor, bem como um enfraquecimento no seu poder decisório.

Nos dias atuais, (citado por Meira, 2000) a necessidade de a educação ser interpretada numa ótica macro dimensionada, abrangendo aspectos políticos e ideológicos, além de pedagógicos e econômicos; e o compromisso educativo em tornar o homem mais capaz de reconhecer e lidar com elementos de sua situação social e cultural para nela intervir, transformando-a num sentido de ampliação de liberdade, de comunicação e de colaboração, ampliaram os referenciais da postura profissional e da atuação do psicólogo escolar: para compreender e atuar sobre o comportamento do sujeito na escola faz-se necessário compreender e atuar também sobre a gama de contingências ambientais capazes de atuar sobre este comportamento.

Novaes (1970) afirma ser a ação do psicólogo na escola uma contribuição para um melhor ajustamento global da criança (individual, social e escolar); uma colaboração para o corpo docente quanto ao aperfeiçoamento do conhecimento da criança em idade escolar no seu dinamismo psicológico evolutivo; e um favorecimento do entrosamento da escola com a família dos alunos.

Segundo Paulo Freire, a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra. O ato de ler se veio dando na sua experiência existencial.

“… uma correta compreensão do que é a palavra escrita, a linguagem, a sua relação com o contexto de quem fala e de quem lê e escreve compreensão, portanto da relação entre “leitura” do mundo e leitura da palavra, a biblioteca popular como centro cultural e não como fator fundamental para o aperfeiçoamento e a intensificação de uma forma correta de ler o texto em relação com o contexto. Daí a necessidade que tem uma biblioteca popular centrada nesta linha de estimular a criação de horas de trabalho em grupo, em que se façam verdadeiros seminários de leitura, ora buscando o adestramento crítico no texto, procurando apreender a sua significação mais profunda, ora propondo aos leitores uma experiência estética, de que a linguagem popular é intensamente rica” (Paulo Freire-A importância do ato de ler- pg.33,1982).

Um projeto “uma leitura para gostar de ler”, que possa ser concretamente realizado dentro de nosso projeto para jovens e adultos, deveria na verdade se pautar neste trecho de Paulo Freire.

A começar pela ideia de que a biblioteca deve ser vista como um “centro cultural e não como um depósito silencioso de livros”. Partindo deste princípio e da observação da realidade, constata-se que a biblioteca pode funcionar como um “ponto de referência”, aonde se vai não somente para “pesquisar”, mas para “ler”. E neste caso específico, a leitura é contextualizada com a vida cotidiana daqueles que lêem de diferentes formas: a leitura da notícia, da pesquisa que não pode ser feita por falta de tempo, a leitura da revista que não exige compromisso, por que não dizer da “leitura uma pausa” da corrida do dia. Leituras estas que não se pode hierarquizar por importância ou maior valor, já que fazem parte de um contexto cotidiano, onde a linguagem utilizada é aquela que se experimenta na prática.

A importância de um projeto aplicando à biblioteca nasce da valorização de todos estes tipos de leituras e partindo deles incentivar outras modalidades, exercícios e práticas de leitura.

Apoiando ainda nos escritos de Paulo Freire, “a forma como atua uma biblioteca popular, a constituição de seu acervo, as atividades que podem ser desenvolvidas no seu interior e a partir dela”, depende de inúmeros fatores dos mais variados, mas de qualquer forma devem estimular “programas de educação ou de cultura popular”, estimulando “a criação de horas de trabalho em grupo”, em que se façam verdadeiros seminários de leitura.

Nesta perspectiva, “descobrir” a leitura, é “redescobrir” a escrita. Ampliando os conceitos de leitura, sem deixar de atribuir o devido valor à “leitura convencional”, cria-se a possibilidade para o cidadão integrar-se à sociedade de forma efetiva, escrevendo a sua história no sentido concreto de viver experiências, como no sentido real da escrita como a conhecemos, uma vez que há a exigência destas atividades para uma integração e da modalidade formal de leitura e escrita.

Voltando à realidade observada, a execução de um projeto de utilização da biblioteca é proporcionar possibilidades e caminhos para a ampliação do processo de leitura. Aproveitar este espaço para desenvolver habilidades de leitura é ampliar horizontes para a criatividade e o exercício da cidadania em muitos jovens e adultos que perderam esta perspectiva.


Justificativa

A leitura é o caminho mais curto de estar bem informado, de aumentar o poder de argumentação e de participação política e social, favorecendo as oportunidades de lazer e desenvolvimento cultural no universo global a que estamos inseridos.

Ao enfatizarmos a reforma geral e ampliação da biblioteca do colégio não só para pesquisa, mas também para leitura de diversos assuntos, estamos fazendo de nosso projeto um convite a todos os alunos que querem ampliar seus conhecimentos em um ambiente diferenciado dos padrões de uma sala de aula.

Queremos que os alunos pratiquem o hábito da leitura e tenham também acesso à internet para melhor aprendizagem. Com isso, o aluno poderá desenvolver habilidades de leitura, conhecimento em informática e poderá refletir sobre o seu cotidiano, enriquecendo sua conscientização histórica e humana.

Nosso projeto visa ampliar e desenvolver o prazeroso uso da leitura e pesquisa dentro da biblioteca, tentando suprir as carências dos jovens e adultos da leitura escrita, simbólica, dinâmica e informatizada.

O desafio de nosso projeto é que os alunos façam da leitura crítica um interessante meio de dar a eles autonomia e independência, visando à sua melhor integração individual e social.

“Devido à influência da família no processo de adaptação e da aprendizagem escolar, há necessidade da colaboração estreita entre a família e a escola, cabendo ao psicólogo fazer um estudo aprofundado das condições familiares, intervindo quando necessário de forma hábil, na tentativa de mudança comportamentais e metodológicas” (Novaes. Psicologia Escolar. Pág.20, 1970).

O psicólogo escolar tem um papel bem definido e bastante amplo. Amplo por ser um profissional com formação em Psicologia e, por isso, com uma possibilidade de aplicar vários recursos e conhecimentos de sua ciência com o objetivo de melhorar o processo ensino-aprendizagem. Em outras palavras, isso significa uma atuação em todas as situações onde tais processos se desenvolvem ou onde eles, por motivos variados, encontram dificuldades para se desenvolverem. Implica numa atuação em todos os setores e segmentos da escola, desde a família do aluno até os funcionários burocráticos dessa instituição.

Segundo o texto (Meira, 2000), algumas direções podem ser tomadas pelo psicólogo escolar, tais como:

  • Contribuir para uma gestão escolar democrática a partir de uma organização do trabalho coletivo e solidário;
  • Contribuir para a melhoria da situação docente e o resgate da autonomia do papel dirigente e do valor social do professor;
  • Contribuir para as relações sociais e propiciar a formação de vínculos que garantam o máximo desenvolvimento possível das possibilidades humanas de todos envolvidos;


Objetivo

Este trabalho tem o objetivo de criar condições de incentivo ao aluno à leitura, orientando professores, coordenadores, pais e toda a instituição.


Procedimentos

Para a realização de nossa proposta, devemos reconhecer o ambiente, as condições físicas do colégio, as intenções do mesmo quanto ao seu funcionamento e à organização desse ambiente. É necessário também conhecer a realidade dos leitores e frequentadores da biblioteca.

Serão tratados os seguintes aspectos:

  • Orientar a família e professores de alunos na importância da leitura;
  • Dar assessoria aos Orientadores Educacionais em assuntos ligados a ensino-aprendizagem;
  • Participar de reuniões da escola com as famílias dos alunos, colaborando na discussão de temas importantes relacionados à leitura e diversos temas.
  • Participar dos trabalhos de definição profissional dos alunos; promover palestras com pais, professores e alunos;


Recursos

Os recursos materiais serão compostos por sala de aula, material gráfico (papel, caneta, lápis, borracha, régua etc.) e material audiovisual.

O material humano será composto por psicólogos e, se necessário, estagiários de Psicologia Escolar.


Considerações Finais

Concluímos que a Psicologia Escolar é um trabalho muito rico, porque é na escola que pode haver uma intervenção, de forma direta ou indireta, durante a formação de um indivíduo.

Vimos que o psicólogo não atua diretamente no aluno, mas em toda a estrutura de uma instituição escolar, procurando melhorias e um bom relacionamento entre toda a equipe.

A Psicologia Escolar tem grande importância dentro das escolas, cujo objetivo é aperfeiçoar o processo de aprendizagem e formação, que compreende também a relação harmoniosa com professores, funcionários e colegas.

Enfim, o psicólogo escolar efetua um trabalho preventivo junto a alunos de todas as idades, professores, pais e demais integrantes da comunidade em torno do colégio, de forma que problemas que comprometam o bom desempenho e o convívio social de qualquer um dos membros desse grupo sejam sanados.


Referências Bibliográficas

Meira, M.E.M. (2000) Psicologia Escolar: Pensamento Crítico e Práticas profissionais. Tanamachi, E, Proença, M. e Rocha, M.L. Psicologia e Educação: desafios teóricos – práticos (pp. 35-67). São Paulo: Casa do Psicólogo.

NOVAES, Maria Helena. Psicologia Escolar. Rio de Janeiro: Vozes, 1970.

PATTO, Maria Helena. Introdução à Psicologia Escolar. São Paulo: T. A. Queiroz, 1993.

Autor: Sérgio de Almeida França

Saúde mental: integração na web

Psicologia Infantil: Claparède e sua contribuição

Transtornos fóbicos, compulsivos e depressivos

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Este texto foi publicado na categoria Saúde Mental e Psicológica.

 About Pedagogia ao Pé da Letra

Sou pedagoga e professora pós-graduada em educação infantil, me interesso muito pela educação brasileira e principalmente pela qualidade de ensino. Primo muito pela educação infantil como a base de tudo.

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