O deficiente visual também tem o seu dia comemorativo. Antigamente, o uso da palavra cego poderia soar como pejorativo e discriminativo. A cegueira do espírito é fruto da espessa ignorância em manifestações primárias ou do obnubilamento (palavra de derivação latina obnubilare, ‘cobrir como nuvem’, obscurecer, escurecer, produzir obnubilição em alguém, pôr-se em trevas, da razão nos estados de aviltamento do ser).
Os cegos de espírito são muito inferiores comparando-se aos portadores de deficiência visual completa. Deficientes visuais vestem-se de esperanças.
Uma esperança forte, concreta, verdadeira. Não se deixe vencer pelos problemas e aflições que a cegueira causa; você é mais forte do que ela. Tenha confiança nisso. O dia do deficiente visual teve como respaldo Santa Luzia, protetora dos olhos e da visão.
História de Santa Luzia
Santa Luzia pertencia a uma rica família de Siracusa, na Itália, tendo recebido ótima formação cristã, ao ponto de Luzia ter feito um voto de viver virgindade perpétua. Com a morte do pai, Luzia soube que sua mãe a queria casada com um jovem de distinta família, porém pagão. Nessa ocasião, sua mãe adoece gravemente e Luzia, que era devota de Santa Águeda, leva sua mãe à tumba da santa. Milagrosamente, sua mãe recupera a saúde e acaba concordando que a filha seguisse a vida que escolhera, consentindo também que distribuísse seu rico dote entre os pobres. São algumas nuanças que constam na história da religião católica. Quanto mais você acredita que carrega grande força no peito, mais ela quer sair para tornar realidade e trazer alegria e paz a você e aos outros.
Confie e busque forças. O noivo rejeitado vingou-se, entregando Luzia como cristã ao pro-cônsul. Este ameaçou Luzia de colocá-la no prostíbulo e sua resposta foi: “O corpo se contamina se a alma consente”. Assim sendo, dezenas de soldados tentaram carregá-la, mas o corpo de Luzia pesava muito, nada conseguindo. Contam que enquanto estava presa, arrancaram-lhe os olhos, mas no dia seguinte estavam novamente perfeitos. Por este milagre, ela é venerada como protetora dos olhos. Santa Luzia, não querendo oferecer sacrifício aos deuses e nem quebrar o seu santo voto, foi decapitada em 303, para assim testemunhar com a vida – ou morte – o que disse: “Adoro a um só Deus verdadeiro, e a ele prometi amor e fidelidade”.
Iniciativas de Escolarização
As primeiras iniciativas de escolarização de pessoas cegas na sociedade datam do Século XIX com a fundação do Instituto dos Meninos Cegos em Paris, que deu origem à criação de instituições similares na Europa, nos Estados Unidos e no Brasil. Um reflexo desse movimento foi a criação do Instituto Benjamin Constant, em 1854, no Rio de Janeiro, e do Instituto São Rafael, criado em 1926, em Minas Gerais. Ressalte-se que até a década de 1980, prevaleceu a medicalização das deficiências e as abordagens assistencialistas e filantrópicas.
O desenvolvimento inicia apresentando a história do atendimento à pessoa com deficiência visual no Brasil, o qual teve início no século XIX com a criação do Imperial Instituto dos Meninos Cegos no Rio de Janeiro. Nas décadas de 20, 30 e 40 do século seguinte, foram criados Institutos de Cegos em quase todos os estados e também houve a criação da Associação Pró Biblioteca e Alfabetização dos Cegos e a Fundação para o Livro do Cego no Brasil. Na década de 60, o governo criou a Campanha Nacional de Educação dos Cegos – CNEC e também instalou os Serviços de Educação Especial em todas as Secretarias Estaduais de Educação. Na década de 70, o Ministério da Educação e Cultura criou o Centro Nacional de Educação Especial – CENESP.
Na década de 90, o Brasil assinou a Declaração de Salamanca, na qual se comprometia a seguir as recomendações da educação inclusiva mundial. Nesta década, o Brasil também aprova em sua lei de diretrizes e bases da educação nacional – LDBEN um capítulo específico sobre a educação especial. Seguindo a apresentação do atendimento da pessoa com deficiência visual, em seguida descreve-se a importância que o Instituto Benjamin Constant tem na área educacional e o atendimento no Estado do Paraná, onde são apresentados o histórico do atendimento no Instituto Paranaense de Cegos e em sua escola especial.
Recursos para Educação
Em seguida, são apresentados e explicados os recursos existentes para a educação da pessoa com deficiência visual, começando pelo Sistema Braille, depois os materiais para o Sistema Braille como: Reglete, Punção, Máquina Braille e a Impressora Braille. Também descreve-se o sistema de cálculo com o Sorobã. São apresentados os principais recursos e tecnologias assistivas, presentes na locomoção e na inclusão educacional e social das pessoas com deficiência visual. Gilmar de Freitas Mariano nos fornece alguns esclarecimentos sobre a deficiência visual, mas o assunto foi bastante debatido nos seminários da Faculdade Vale do Jaguaribe (FVJ) no curso de pós-graduação em psicopedagogia.
“Aqui no estado do Ceará, na capital de Fortaleza, temos o ‘Instituto dos Cegos’ na Avenida Bezerra de Menezes” que oferece assistência educacional para os portadores de deficiência visual. No Instituto dos Cegos do estado do Ceará, foram construídos três novos pavilhões para abrigar novos alunos, era governador na época Faustino de Albuquerque e o diretor Dr. Hélio Goes. Diante do espetáculo tão belo e comovente, todos os visitantes se mostraram impressionados, sem esconder o seu entusiasmo. Criada no ano de 1943, por um grupo de particulares e com auxílio da Legião Brasileira de Assistência, com a denominação de casa dos Cegos. Destinava-se a abrigar os que não veem, sem distinção de idade e sexo.
No ano seguinte, os responsáveis mudaram o nome para Instituto dos Cegos. 38 crianças no curso se tornaram úteis à sociedade, alguns foram encaminhados ao Rio de Janeiro a fim de se especializarem no Instituto Benjamin Constant. Do total de 38, vinte do sexo masculino e 18 do sexo feminino. Viviam felizes e sem complexos. Dois casos curiosos: “O primeiro é de Sebastião Belarmino, mais conhecido por ‘Ceguinho da PRE-9’, que ali tirou seu curso e foi se aperfeiçoar no Rio de Janeiro, no Instituto Benjamin Constant”. Foi convidado pelo governador da Paraíba para lecionar numa escola de cegos. O outro foi José de Alencar Bezerra, vindo do estado do Piauí, após a conclusão do curso se transportou à capital da República, onde se diplomou e, em seguida, foi para São Paulo, onde trabalhou na imprensa e no rádio.
O Futebol e a Inclusão
Um dos pontos positivos dos deficientes visuais foi o contato com a bola, através do futebol. O futebol é o esporte mais popular do planeta. Seu caráter igualitário permitiu que ele se expandisse pelo mundo todo, de modo que hoje em dia a FIFA possui mais membros do que a própria ONU. E é natural que, por ser avassalador e apaixonante, atinja também as pessoas que, por definição e preconceito, sempre estiveram alijadas do jogo: os deficientes. Desde cedo, eles foram à procura de um modo que lhes permitisse praticar o futebol.
O futebol para deficientes visuais tem regras específicas e bola especial com guizo que faz um barulho semelhante ao chacoalhar de uma cobra cascavel. Através dessas pequenas, mas importantes nuanças, desejamos a todos deficientes visuais, no dia comemorativo a eles, muitas felicidades e sucessos. Queríamos enaltecer aqui a figura de Jesus Cristo e estas palavras ditas pelo Mestre: “Os que se obstinam em caminhar nas trevas, arrastando consigo seus irmãos, sofrerão as mesmas penas que estes, até que abram os olhos”. Pense nisso!
Autor: ANTONIO PAIVA RODRIGUES
Para saber mais sobre a inclusão de alunos deficientes visuais na rede regular de ensino, acesse Inclusão de alunos deficientes visuais na rede regular de ensino.
Se você está em busca de recursos que podem ajudar na educação de deficientes visuais, considere explorar opções de tecnologia assistiva que podem facilitar o aprendizado e a inclusão.
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