Nome da Instituição:
Esse projeto poderá ser utilizado em qualquer instituição que se interessar por ele.
No caso, foi utilizado em uma instituição de recuperação de menores infratores.
Identificação do público-alvo:
Esse projeto atenderá 30 adolescentes com faixa etária de 16 a 18 anos, jovens atendidos no programa de Liberdade Assistida (L.A).
Tema da capacitação:
Levando em consideração a educação como processo social, é patente o estado de ambiguidade onde se pretende educar para o pensar. Sem o pensamento coletivo e articulado, não se poderá exercer a cidadania. Especula-se transformar a sala de aula em um centro de formação e informação usando a poesia e o trabalho coletivo dos adolescentes para atingir os objetivos propostos. Para saber mais sobre a importância da pedagogia de projetos, consulte este artigo.
Problema:
Em uma sociedade educada para consumir, onde temos uma educação rudimentar e insuficiente quanto à quantidade e qualidade, os valores morais vão se perdendo e, aos poucos, o respeito ao próximo e ao meio ambiente deixam de existir. Porém, é necessário considerar que trazemos uma proposta de educação e reeducação, e não de educação e reabilitação.
Objetivos da capacitação:
Com um trabalho na dimensão proposta, busca-se o resgate cultural de dependências biológicas, o calor humano que aquece o respeito, definindo assim a harmonia do todo que abomina as formas de violência, tanto física, moral quanto psicológica.
Justificativa:
A proposta de inserir a poesia em um ambiente completamente hostil (adolescentes em L.A), onde, por falhas da própria educação escolar, adolescentes carregam mazelas sociais, é resgatar o pensamento de que só por intermédio da educação poderemos reforçar o potencial das faculdades inatas dos educandos, identificando características de sua personalidade.
Sonda-se premissas de que, com o pensamento coletivo bem articulado, poderemos exercer a cidadania, com total clareza de que o exercício contínuo poderá organizá-la. Cabe saber que, dentro das diferenças individuais e sociais, poderá ser produzido um grupo com muito brilho.
Nesse trabalho, o tema partirá de tópicos como a relação entre vizinhos, família, meio ambiente e escola. Cada educando irá expor seus pensamentos com o intuito da inclusão em direção à integração, dando ênfase à recuperação social. Nesse trabalho, o tema partirá de tópicos como a relação entre vizinhos, família, meio ambiente e escola. Cada educando irá expor seus pensamentos com o intuito da inclusão em direção à integração, dando ênfase à recuperação social. “[…] o fato de ele necessitar da ajuda do educador, como ocorre em qualquer relação pedagógica, não significa que a ajuda do educador anule a sua criatividade e a sua responsabilidade na construção de sua linguagem escrita e na leitura desta linguagem” (FREIRE, 2008, p. 19).
Fundamentação teórica:
Marcos Bagno, em seu livro ‘Preconceito Linguístico, o que é, como se faz’, cita: “falar é construir um texto, num dado momento, num determinado lugar, dentro de um contexto de fala definido, visando um determinado efeito de sentido”.
Todo e qualquer relacionamento se inicia no diálogo, na fala. É na fala, no ato de conversar que despertamos o calor humano, que resgatamos sentimentos, que criamos horizontes, que geramos algo, que ensinamos algo, dentro da necessidade de se obter formação moral.
Busca-se a transformação por intermédio da educação, do conhecimento adquirido na leitura de mundo, em que se descobrem novos valores. Freire (1992) em sua ‘Pedagogia da Esperança’ ampliou o conhecimento dos educandos, trabalhando a reflexão crítica de cada um, aumentando a perspectiva de vida do sujeito e fortalecendo sua autoestima, passando de observado a observador.
Acredita-se que as relações sociais, as quais o sujeito passa a fazer parte, a afetividade não mais fica restrita à família, seus sentimentos morais se ampliam (evoluem) até alcançar o respeito mútuo em sociedade.
Uma criança que teve afeto no lar (não se deve confundir afeto com falta de limites) tem maiores chances de estar alicerçada ao respeito e à moral, pois, segundo Piaget, “[…] quando o desenvolvimento cognitivo da criança já lhe permite avaliar a relação entre a falta cometida e a sanção que ela deve merecer, tem-se uma nova oportunidade para desenvolver a autonomia” (GOULART, 1993, p. 65).
É interessante salientar que essa autonomia (educação transformadora) seria de responsabilidade de todos: família, professores e sociedade, que deveriam fazer o que estivesse ao alcance para corrigir as imperfeições sociais que interrompem a formação do cidadão participativo.
Para formar um cidadão participativo, ciente de seus direitos e deveres, precisa-se abordar nas escolas temas como educação (respeito ao próximo), consciência (cidadania), caráter, virtudes e vida social. Mesmo a Constituição versando que os direitos são iguais para todos, acredita-se que os representantes eleitos pelo povo não buscam uma formação nessa dimensão, pois um cidadão que questiona poderá pôr em risco anos de trabalho obscuro, e isso poderá ser muito perigoso, pois o cidadão com consciência crítica interpreta e transforma a sociedade (comunidade) na qual está inserido. Em seu artigo, Wonsovicz coloca que:
“O objetivo do processo educativo é o de ajudarmos a formar melhores julgamentos, a fim de que possamos modificar nossas vidas de maneira mais criteriosa. Julgamentos não são fins em si mesmos. Nós não experienciamos obras de arte, a fim de julgá-las; julgamos estas, a fim de termos experiências estéticas enriquecedoras. Fazer julgamentos morais não é um fim em si mesmo, é um meio de melhorar a qualidade de vida” (2002, p. 14).
Busca-se uma educação libertadora, que retire o educando desse estado omisso em que se encontra; manipulado, domesticado por ideias inculcadas pela mídia, onde muitas dessas ideias são formadas sem reflexão e não se tem consciência disso, pois julga-se refletora da realidade e é o que querem as classes detentoras do poder.
O homem contemporâneo se encontra agregado a uma cultura do silêncio, ficando incapaz de manifestar seus pensamentos, omitindo-se na metamorfose à qual o mundo está condicionado. E só a escola poderá implantar um processo de resistência a essa dominação, contribuindo para uma prática social que realmente seja transformadora. “[…] para que as habilidades passem a fazer parte do comportamento do dia a dia, elas precisam ser cultivadas em um ambiente que valorize e sustente seu desenvolvimento” (WONSOVICZ, 2002, p. 17).
O conhecimento é fundamental para o desenvolvimento da espécie humana e é aí que entra a escola, com a função competente de aperfeiçoar e ampliar a educação adquirida no lar, ampliando essa educação, do desenvolvimento da autonomia intelectual ao pensamento crítico dos educandos. “[…] de raciocínio, de investigação e de formação de conceitos” (WONSOVICZ, 2002, p. 16). A escola irá fortalecer e despertar os valores morais adormecidos que existem no interior de cada ser humano, mesmo sabendo que essa marcha social está sujeita a contradições. Assim, “[…] a educação escolar, nesta perspectiva, assume o papel de mantenedora da ‘ordem social’ e do domínio imperialista dos países centrais em relação aos periféricos, por meio da inculcação ideológica” (LEÃO, 2004, p. 34).
Vive-se no Brasil e no mundo uma era de transformações, tanto econômicas quanto sociais (educacionais), o que faz com que mudanças sejam feitas para recebermos esse progresso nas escolas, e um trabalho de pesquisa nesse teor (dimensão) intenta proporcionar como benefício uma sociedade mais justa (equilibrada), unida no propósito social de melhor promover a cidadania sem divisões de etnias.
De acordo com as ideias de alguns filósofos e educadores, a educação é um meio pelo qual o homem (a pessoa, o ser humano, o indivíduo, a criança, etc.) desenvolve potencialidades biopsíquicas inatas, mas que não atingiriam a sua perfeição (o seu amadurecimento, o seu desenvolvimento, etc.) sem a aprendizagem realizada através da educação (BRANDÃO, 1995, p. 61).
Estuda-se aqui formas de orientar os adolescentes, tendo a escola como porto seguro e evitando a germinação de criminosos, desajustados moralmente, tendo como base uma educação de qualidade e sem opressões, com professores qualificados.
O presente trabalho visa discutir valores que ao longo do tempo se perderam em nossa sociedade, buscando o respeito ao próximo, a solidariedade embalada pela gratidão, a alegria de viver, a honestidade que caminha distante e a integridade que é o caráter do ser humano, tendo como finalidade firmar a crença de que esses valores são os caminhos do bem-estar social.
Passar aos jovens educandos que nem todos acreditam nesses valores, que para alguns é utopia sonhar com um mundo melhor onde o adulto reflete seu verdadeiro eu no jovem em formação, pois os valores sociais são descobertos pelo educando conforme suas experiências diárias na realidade em que convive.
O perigo maior para o jovem não são as drogas, mas sim não crer no futuro e na sociedade. A falta de esperança, essa sim, é que pode levar à depressão, ao individualismo, ao consumismo exacerbado, ao suicídio, à marginalidade e às drogas. Já a convicção em um caminho produtivo a ser trilhado faz com que os jovens estudem e realizem. Para ter essa confiança, precisam conviver com pessoas que, além de seguir esse modelo, não se deixam abalar pelas notícias negativas veiculadas pela mídia (CRISTOFOLINI, 2004, p. 32/33).
Diante do atual contexto social em que o adolescente infrator (delinquente juvenil) tem se tornado a maior ameaça para a sociedade e para o Estado, sugere-se a criação de uma nova postura mental, ou seja, a correção da postura social de cada indivíduo, moldada para a educação inicial.
É importante salientar que a educação é de extrema importância na reformulação do homem em sociedade e um projeto nessa dimensão visa o bem-estar social de toda uma comunidade. As gerações que estão por vir serão caracterizadas por rigorosa seleção, onde designará sua órbita de ação no desenvolvimento da cidadania. Todos serão aproveitados, devendo a escola selecioná-los e prepará-los para ocuparem lugares na sociedade.
Considerando que a educação é o fator primordial na regeneração da moral em uma sociedade, busca-se aqui defendê-la, em nome da ordem e progresso, pois assim identificaríamos as tendências, o que evitaria a germinação de criminosos e desajustados de toda espécie (inadaptados moralmente).
Conteúdo:
- Produção individual de texto com reestruturação;
- Gênero textual – Poesia;
- Leitura.
Procedimentos metodológicos:
- 1° Passo – Recepcionar os alunos com um café da manhã e ressaltar a importância deste encontro para sua formação e aprendizagem de novos conhecimentos.
- Assistir ao filme “Mentes Perigosas”, conversa e debate sobre o tema do filme e discussão sobre as mensagens explícitas e implícitas no filme (leitura objetiva e inferencial).
- 2° Passo – Explicação do gênero “poesia”, destacando sua estrutura e importância (estrofes, rimas, etc.); leitura de algumas poesias e produção de texto.
- 3° Passo – Apresentação dos trabalhos de pintura em um mural dentro da sala de aula, encerramento com a participação dos demais profissionais da instituição.
Recursos:
- DVD do filme “Mentes Perigosas”;
- Lápis, caneta;
- Papel;
- Livros de poesia;
- Materiais de pintura;
Cronograma:
Esse projeto será apresentado aos educandos em um espaço de 3 dias e será executado no decorrer de todo o ano letivo, se for de interesse da instituição, que o desenvolverá como projeto de leitura, promovendo a leitura de poesias diariamente, criando concursos, musicando, escrevendo poesias, reinventando poesias, fazendo críticas às poesias de escritores famosos, ilustrando em telas.
Avaliação:
Os alunos serão avaliados de forma contínua e gradual, respeitando as peculiaridades individuais, visão de mundo e senso comum. Observação do conhecimento adquirido (assimilação) durante a execução do projeto. Observação das produções dos alunos e da verbalização dos mesmos.
Referências Bibliográficas:
BAGNO, Marcos – Preconceito Linguístico, o que é, como se faz – 50ª Ed.: junho de 2008 – Ed. Loyola, São Paulo, Brasil, 1999.
BRANDÃO, Carlos Rodrigues, 1940 – O que é Educação – 33. Ed.—São Paulo: Brasiliense, 1995.
CRISTOFOLINI, Glória Maria Alves Ferreira. Educando Para o Pensar Sobre Valores: Um Desafio Para o Ensino Fundamental. Revista Do Centro De Filosofia Educação Para o Pensar, Ano 11, nº 21, 2004.
FREIRE, Paulo, 1921 – Pedagogia da Esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido – Ed. Paz e Terra: Rio de Janeiro, 1992.
___________1921 – 1997. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam —49 ed.- São Paulo, Cortez, 2008.
GOULART, Iris Barbosa – PIAGET. Experiências Básicas para Utilização pelo Professor – Ed. Vozes: Petrópolis, 1993.
LEÃO, Silse Teixeira de Freitas Lemos. Políticas Educacionais e a Formação Ética: Elementos Para Iniciar a Discussão. Revista Do Centro De Filosofia Educação Para o Pensar, Florianópolis, Ano 9, nº 17, 2002.
WONSOVICZ, Silvio. A Educação em Valores e os Valores na Educação. Revista Do Centro de Filosofia Educação Para o Pensar, Florianópolis, Ano 9, nº 17, 2002.
Oliveira, L.C. – Pedagogo (61- 93005256).
Autor: Luizinho Oliveira
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