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Atualizado em 01/10/2017

Artigo- PSICOLOGIA: INTRODUÇÃO AS TEORIAS DE APRENDIZAGEM / FASES DO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

Obtenha informações essenciais sobre Psicologia, Aprendizagem e Desenvolvimento Infantil. Leia agora nosso artigo sobre teorias de aprendizagem e fases do desenvolvimento da criança, desenvolvido por especialistas da área. Saiba tudo sobre Psicologia!

Serão apresentados alguns conceitos introdutórios das teorias de aprendizagem. As Teorias de aprendizagem são os estudos que procuram investigar, sistematizar e propor soluções relacionadas ao campo do aprendizado humano.

 

Piaget – Epistemologia Genética

Jean Piaget (1896-1980) nasceu na Suíca, sendo graduado em biologia pela Universidade de Neuchâtel (1918). Iniciou suas pesquisas em psicologia em 1919. O foco do seu trabalho era a natureza do conhecimento humano.

Esta teoria do desenvolvimento da inteligência consiste em parte numa combinação das teorias filosóficas, o apriorismo e o empirismo. Baseado em experiências com crianças a partir do nascimento até a adolescência, Piaget concluiu que o conhecimento não é totalmente próprio do sujeito, como diz o apriorismo, nem decorre completamente do ambiente que o cerca, como conclui o empirismo.

Para Piaget, a aprendizagem refere-se à aquisição de uma resposta exclusiva, aprendida de acordo com a experiência, obtida de forma sistemática ou não. Enquanto que o desenvolvimento seria uma aprendizagem concreta, sendo este o responsável pela elaboração dos conhecimentos.

A psicóloga Ângela Biaggio, em Psicologia do Desenvolvimento (Biaggio, 1976) resume bem os estágios propostos por Piaget:

  1. Estágio sensório-motor, aproximadamente de 0 a 2 anos: a atividade intelectual da criança é de natureza sensorial e motora. A principal característica desse período é a ausência da função semiótica, isto é, a criança não representa mentalmente os objetos. Sua ação é direta sobre eles. Essas atividades serão o fundamento da atividade intelectual futura. A estimulação ambiental interferir a na passagem de um estagio para o outro.
  1. Estágio pré-operacional, aproximadamente de 2 a 6 anos: (Biaggio destaca que em algumas obras Piaget engloba o estagio pré-operacional como um sub estágio do estágio de operações concretas): a criança desenvolve a capacidade simbólica; “já não depende unicamente de suas sensações, de seus movimentos, mas já distingue um significado (imagem, palavra ou símbolo) daquilo que ele significa (o objeto ausente), o significado”. Para a educação é importante ressaltar o caráter lúdico do pensamento simbólico.

Este período caracteriza-se: pelo egocentrismo: isto é, a criança ainda não se mostra capaz de colocar-se na perspectiva do outro, o pensamento pré-operacional é estático e rígido, a criança capta estados momentâneos, sem juntá-los em um todo; pelo desequilíbrio: há uma predominância de acomodações e não das assimilações; pela irreversibilidade: a criança parece incapaz de compreender a existência de fenômenos reversíveis, isto é, que se fazermos certas transformações, _e capaz de restaura-las, fazendo voltar ao estágio original, como por exemplo, a água que se transforma em gelo e aquecendo-se volta á forma original.

 

  1. Estágio das operações concretas, aproximadamente dos 7 aos 11 anos: a criança já possui uma organização mental integrada, os sistemas de ação reúnem-se em todos integrados. Piaget fala em operações de pensamento ao invés de ações. É capaz de ver a totalidade de diferentes ângulos. Conclui e consolida as conservações do número, da substância e do peso. Apesar de ainda trabalhar com objetos, agora representados, sua exibilidade de pensamento permite um sem número de aprendizagens.

 

  1. Estágio das operações formais, aproximadamente dos 12 anos em diante: ocorre o desenvolvimento das operações de raciocínio abstrato. A criança se liberta inteiramente do objeto, inclusive o representado, operando agora com a forma (em contraposição a conteúdo), situando o real em um conjunto de transformações. A grande novidade do nível das operações formais é que o sujeito torna-se capaz de raciocinar corretamente sobre proposições em que não acredita, ou que ainda não acredita que ainda considera puras hipóteses. É capaz de inferir as consequências.

 

Burrhus Frederic Skinner  – Behaviorismo

 O behavorismo, ou teoria comportamental, significa conduta, comportamento. Esta teoria foi desenvolvida no início de 1913, com um manifesto criado por John B. Watson (1878-1958) – “A Psicologia como um comportamentista a vê” – e por Ivan Petrovich Pavlov (1849-1936). Embora o behaviorismo tenha origem resultante dos trabalhos do inglês John B. Watson e do russo Ivan Petrovich, o estabelecimento dos seus princípios foi responsabilidade do psicólogo BurrhusFrederic Skinner (1904-1990), a partir das suas experiências com ratos. Os ratos eram condicionados e seus comportamentos eram moldados com base em um sistema de estímulo, resposta e recompensa. Nesta teoria, a aprendizagem, independente da pessoa, deverá seguir as seguintes etapas:

  • Identificação do problema;
  • Questionamentos acerca dos problemas;
  • Hipóteses;
  • Escolha das hipóteses;
  • Verificação;
  • Generalização.

Esta teoria conduz a uma tese sobre o sistema de aprendizagem, amparada sobre mapas cognitivos – interações estímulo-estímulo – causados nos mecanismos cerebrais. Assim sendo, para cada grupo de estímulos o indivíduo produz um comportamento distinto e, de maneira previsível.

 

 

Lev VygotskySócio-interacionismo 

O sócio-interacionismo surge da ênfase no social. Os estudos de Lev Vygotsky (1896-1934) sobre o aprendizado provêm da concepção do homem como um ser que se constitui em contato com a sociedade. Segundo Miranda; Senra, (2012), estes são os pilares básicos do pensamento de Vygotsky: 

  1. “As funções psicológicas têm um suporte biológico, pois são produtos da atividade cerebral”. O cérebro é um sistema aberto, pois é mutável. Suas estruturas são moldadas ao longo da história do homem e de seu desenvolvimento individual;
  2. O funcionamento psicológico tem com base as relações sociais, dentro de um contexto histórico;
  3. A cultura é parte essencial do processo de construção da natureza humana;
  4. A relação homem-mundo é uma relação mediada por sistemas simbólicos. Entre o homem e o mundo existem elementos mediadores – ferramentas auxiliares da atividade humana.

 

A teoria de Vygotsky com relação ao desenvolvimento infantil, é vista por três aspectos:

O Aspecto Instrumental – compete à natureza como mediadora das funções psicológicas mais complexas. Não somente respondemos aos estímulos que nos são proporcionados pelo meio, assim como o modificamos e usamos as modificações.

O Aspecto Cultural – abrange os meios socialmente organizados pelos quais a sociedade estrutura os tipos de trabalhos que a criança em desenvolvimento deve enfrentar, e os tipos de instrumentos mentais e físicos que ela utiliza para dominar estas tarefas.

O Aspecto Histórico – os instrumentos culturais ampliam os poderes do homem e organiza seu pensamento.

Vygotsky definiu três estágios de desenvolvimento:

 

1° – Nível de Desenvolvimento Real – refere-se a tudo aquilo que a criança já tem consolidado em seu desenvolvimento, e que ela é capaz de fazer sozinha sem a mediação de um adulto ou de outra criança.

2° – Nível de Desenvolvimento Potencial: refere-se a solução de atividades realizadas sob a orientação de um outro indivíduo mais capaz ou em cooperação com colegas mais experientes;

3º– Nível De Desenvolvimento Proximal- refere-se aos processos mentais que estão em construção na criança, ou que ainda estão em processo de maturação: é a distância entre o nível de desenvolvimento real e o nível de desenvolvimento potencial.

Conforme Vygotsky, a Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) é potencializada por meio da interação social do aprendiz com outro(s) indivíduo(s) mais experiente(s).  A aplicação de sua abordagem na prática educacional requer, primeiramente, que o instrutor reconheça a ideia desta zona proximal e a estimule ao desenvolvimento cooperativo e colaborativo, procurando promover assim, um caminho de aprendizagem adequado, capaz de conduzir o aprendiz de sua Zona de Desenvolvimento Proximal ao Nível de Desenvolvido Real (VYGOTSKY, 1988).

 

Todas as teorias de aprendizagem e as fases do desenvolvimento da criança são de grande importância para o entendimento do processo do desenvolvimento da criança. Esses estudos devem ser profundamente considerados, pois, a sua contribuição à área pedagógica é de grande valor.

 

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