Teoria da Personalidade
Explore os principais conceitos da Teoria da Personalidade e descubra como aplicá-los para melhorar seus relacionamentos e alcançar resultados significativos na vida. Desenvolva sua auto-consciência e inicie sua jornada em direção a uma vida mais plena.
Teorias da Personalidade
Por que existem várias teorias da personalidade?
R: A conduta humana é, no entanto, reconhecidamente complexa. Esta parece ser a principal razão para a existência de tantas teorias da personalidade.
O comportamento não é determinado por um único fator, mas sim por muitos, de natureza diversa. Diante de tão amplo e complexo campo de investigação, diferentes grupos de estudiosos enfatizaram diferentes aspectos do comportamento, o que inevitavelmente se refletiu em diferentes teorias da personalidade.
Além disso, outra razão pode ser o fato de os teóricos da personalidade usarem instrumentos diversos em seus estudos e diferentes fontes para obter seus dados, o que também se traduz em diferentes teorias da personalidade.
Apontar os diferentes métodos de estudo que levaram à formulação da Teoria Psicanalítica, explicando mais detalhadamente o da associação livre.
R: Inicialmente, foi usada a hipnose no tratamento de pacientes, método empregado na época. Freud concluiu que tais fenômenos não tinham um comprometimento físico ou neurológico, como acreditavam os médicos da época. Dali, concluiu que a conduta humana poderia ser influenciada não somente pelos conteúdos psíquicos conscientes, mas também inconscientes. Com esta descoberta, mudou o centro de interesse da psicologia da época, do consciente para o inconsciente.
Aos poucos, Freud criou a técnica que se tornou o processo padronizado da psicanálise: o método catártico ou de associação livre. Em que consiste este método?
O paciente recebe instruções para dizer tudo o que lhe ocorrer no momento, mesmo as ideias que lhe parecem repugnantes, insignificantes ou portadoras de ansiedade, sem tentar dar lógica ou coerência à sequência de ideias. Portanto, o inconsciente é o verdadeiro objeto da investigação psicológica. Assim sendo, a Psicanálise converteu-se numa nova ciência, pois reúne dois elementos básicos: um novo objeto para a investigação – o Inconsciente – e um método apropriado para levá-la a cabo – o Método da Associação Livre.
Nomear e caracterizar os três sistemas da personalidade segundo a concepção psicanalítica e referir-se às relações que estabelecem entre si e com os três níveis de consciência.
R: A personalidade é composta por três grandes sistemas: o id, o ego e o superego.
ID: é a única fonte de toda energia psíquica (libido). É de origem orgânica e hereditária. Apresenta a forma de instintos inconscientes que impulsionam o organismo. Há dois tipos de instintos: de vida, tais como fome, sede e sexo; e os de morte, que se apresentam na forma de agressão. O id não tolera a tensão. Se o nível de tensão é elevado, age no sentido de descarregá-la. O princípio de redução de tensão, pelo qual o id opera, chama-se princípio de prazer. O id, no entanto, não conhece a realidade objetiva, por isso não pode satisfazer as necessidades do organismo. Surge então o ego.
EGO: existe porque são necessárias transações apropriadas com o mundo objetivo da realidade. O ego opera pelo princípio da realidade. Para realizar suas funções, isto é, procurar satisfazer objetivamente as necessidades do id, o ego tem o controle de todas as funções cognitivas, como perceber, pensar, planejar e decidir.
SUPEREGO: é o representante interno das normas e valores sociais que foram transmitidas pelos pais através do sistema de castigos e recompensas imposto à criança.
Com a formação do superego, o controle dos pais é substituído pelo autocontrole. O superego nos pune através do remorso e do sentimento de culpa quando fazemos algo de errado, e também nos recompensa (sentimos satisfação, orgulho) quando fazemos algo meritório. As principais funções do superego são: inibir os impulsos do id, principalmente os de natureza agressiva e sexual, e lutar pela perfeição.
Descrever os estágios psicossexuais estabelecidos pela Teoria Psicanalítica e referir-se à sua importância para o posterior comportamento adulto normal.
R: Fase oral: a criança satisfaz sua necessidade sexual pela boca. Obtém prazer através da sucção. A função biológica da sexualidade é a procriação e a preservação da espécie, mas a motivação para os comportamentos que preservam a espécie é o prazer do ato. Estão incluídos nestes atos: a relação sexual na idade adulta, o ato de alimentar-se, de sugar na infância e muitos outros que representam o amor dos pais pelos filhos.
Fase anal: (segundo e terceiro ano de vida), a criança experimenta satisfação em expulsar as fezes ou em retê-las. Uma fixação nesta fase pode explicar traços da personalidade adulta, como obsessividade com limpeza e arrumação, avareza ou outros.
Fase fálica: (do terceiro ao quinto ano de vida), a criança descobre seu sexo. Experimenta prazer ao manusear os órgãos genitais. Este estágio é importante porque é o período em que Freud situa o Complexo de Édipo. A criança ama o genitor do sexo oposto e sente ciúmes do genitor do mesmo sexo porque este está lhe roubando o amor daquele. Ao mesmo tempo, tais sentimentos trazem ansiedade. O homossexualismo pode ter, também, suas origens nesta fase.
Fase de latência: (do quinto ao décimo segundo ano de vida), corresponde, em geral, aos anos de escola, nos quais há um antagonismo típico entre meninos e meninas. Há uma supressão dos impulsos sexuais, a construção do pensamento lógico e o controle da vida psíquica pelo princípio da realidade.
Fase genital: (do décimo segundo ano em diante) surge quando o adolescente passa a voltar-se para as outras pessoas e coisas, deixando de ser, para si mesmo, o objeto de maior interesse. É o início e a continuação das ligações heterossexuais, do interesse pelas atividades humanas adultas e do assumir o seu papel no mundo social.
Considerar a respeito da ênfase da teoria de Freud na motivação sexual humana.
R: A teoria Psicanalítica de Freud não ficou acabada com as descobertas. De uma maneira geral, as novas tendências colocam maior ênfase nos determinantes não instintivos da personalidade, diminuindo-se, principalmente, a importância do instinto de morte. Também se tem procurado fazer estudos experimentais das proposições psicanalíticas, o que, sem dúvida, não é tarefa fácil.
Apesar de reconhecer hoje a inadequação de algumas ideias freudianas, outras têm sido cada vez mais corroboradas. Entre elas, pode-se considerar valiosas as descobertas a respeito da possibilidade de uma determinação inconsciente para as ações e sentimentos e da importância das primeiras experiências para um comportamento adulto ajustado.
Em que consiste o “eu” rogeriano?
R: O “eu” na teoria de Rogers é o padrão organizado de percepções, sentimentos, atitudes e valores que o indivíduo acredita ser exclusivamente seu. É o conjunto de características que definem “eu” e “a mim”. Assim, o “eu” é o componente central da experiência total do indivíduo.
De acordo com Rogers, de onde provém o desajustamento da personalidade?
R: A maioria das experiências são conscientemente percebidas pelo indivíduo, mas também se admite que poderão permanecer inconscientes as experiências excessivamente ameaçadoras para o conceito de “eu” do indivíduo. À medida que mais experiências deixam de ser conscientizadas, o “eu” perde contato com a realidade e o indivíduo torna-se cada vez mais desajustado.
Em que consiste a Terapia Centrada no Cliente?
R: O indivíduo nesta terapia é considerado o melhor especialista em si mesmo e seus enunciados e depoimentos a seu respeito são a matéria-prima da terapêutica. A principal função do terapeuta é refletir de forma acurada as emoções do cliente, para que este possa reconhecer e compreender melhor seus próprios sentimentos. O terapeuta não deve apresentar sugestões, aprovar ou censurar o cliente; seu papel é não-diretivo. Assim, a terapia não diretiva cria uma situação que favorece a aceitação, pelo cliente, de suas experiências, porque o “eu” não é ameaçado em momento algum e as informações sobre as experiências nunca são rejeitadas ou menosprezadas pelo terapeuta.
Como a Teoria da Aprendizagem explica a formação da personalidade?
R: Uma vez que a grande maioria dos comportamentos do homem é aprendida, uma compreensão fundamental da personalidade decorre, antes de tudo, de nossas observações acerca de como e sob que condições esses comportamentos são adquiridos (Lundin, 1974). Os tipos particulares de comportamentos adquiridos durante o nosso desenvolvimento constituem o nosso comportamento peculiar e formam a nossa própria personalidade. Os estudos de Skinner sobre o condicionamento operante desempenharam um papel central na teoria condutista da personalidade. Bandura também poderia ser incluído nesta abordagem com suas pesquisas sobre aprendizagem observacional.
Quais os aspectos em que se poderia estabelecer semelhanças e/ou diferenças entre as teorias estudadas? Explicar a resposta formulada.
R: Em certos aspectos, há uma semelhança entre as teorias da aprendizagem e psicanalítica. Ambas são teorias desenvolvimentistas, destacam a importância das primeiras experiências na formação da personalidade e postulam que a personalidade é determinada a partir das experiências passadas. A própria noção freudiana de internalização poderia ser, muitas vezes, substituída pela palavra aprendizagem.
Na verdade, não só na Teoria Psicanalítica, mas em praticamente todas as outras teorias, há a noção da aprendizagem como um dos principais determinantes da personalidade.
Autor: Carlos Alexandre Constantino
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