As aulas expositivas são sempre mais fáceis de realizar, já que fazem uso apenas de giz/pincéis para quadro branco, mas nem sempre trazem os melhores resultados. O(a) professor(a) tem como trabalho fundamental estimular o aluno e mantê-lo interessado na sua matéria. Tendo em vista que essa matéria seja ciências, pode ser desestimulante aprender com aulas expositivas tantos nomes difíceis, tantas estruturas complexas e até mesmo difícil encontrar uma forma de atrelar as ciências ao dia a dia.
Neste artigo, trazemos 5 ideias que podem ser aplicadas nas aulas em diversos temas, estimular o interesse do aluno e, por consequência, intensificar o seu aprendizado.
Apesar de não parecer, as ciências (sejam elas exatas, naturais ou até mesmo humanas) estão presentes em vários aspectos do cotidiano.
Qual é a importância de estudar ciências?
A ciência nos permite utilizar o método científico que comprova a veracidade das nossas teorias acerca dos fenômenos que nos rodeiam através de experimentos. Não há espaço para opiniões que concordem ou discordem, são apenas fatos que ocorrem independentemente do que achamos ou até mesmo acreditamos.
O estudo das ciências nos permite explorar o mundo por outro ângulo, conhecê-lo melhor através das lentes do conhecimento científico e, principalmente, entender melhor como o mundo e seus fenômenos ocorrem.
Como relacionar ciências e o cotidiano do aluno?
A ciência está presente no nosso dia a dia de maneira mais frequente do que imaginamos. Ela é capaz de explicar fenômenos como a chuva, por que o céu é azul, o que faz a água mudar seus estados físicos e também como se propagam diversas enfermidades.
Falando em enfermidades, com o conhecimento científico podemos entender como elas se propagam e evitar seu contágio (como é o caso da dengue, em que evitar água parada ajuda a evitar que o mosquito possa se reproduzir e, portanto, diminui o contágio e, em larga escala, pode até mesmo erradicar a doença).
Até mesmo utilizar o que sabemos acerca da doença para promover vacinas que podem erradicá-la (como é o caso da varíola e da poliomielite no Brasil) ou até mesmo remédios capazes de contê-la (caso do HIV, em que o “coquetel” promove uma ação inibidora capaz de evitar que o infectado transmita o vírus adiante).
Por ser uma matéria um tanto quanto enfadonha, com seus nomes difíceis, esquemas complexos e uma realidade que parece ser muito distante da nossa, é difícil se agarrar aos conceitos.
Como apresentar temas relacionados à ciência em sala de aula?
A verdade é que a ciência está presente em tudo! Apresentá-la usando apenas aulas expositivas pode torná-la enfadonha, então é interessante que os professores recorram a jogos, brincadeiras e dinâmicas para prender a atenção de seus alunos e fazê-los aprender de maneira mais eficiente.
Essas atividades podem ser uma simples cruzadinha, um jogo de bingo e até mesmo jogo da memória, que podem auxiliar – e divertir enquanto ensinam – os alunos a encarar o conteúdo de maneira mais lúdica e assim despertar maior interesse nas ciências.
Aprender palavras-chave sobre a dengue através de uma cruzadinha.
Para realizar a atividade, o professor ou responsável deve imprimir um modelo vazio de cruzadinha e preencher os espaços vazios da cruzadinha com palavras que remetam ao tema dengue. As palavras podem ser “caixa d’água”, “Aedes aegypti”, “pneus”, “vasos de plantas”, etc.
O tamanho da cruzadinha pode variar conforme o tema, que não necessariamente precisa ser sobre dengue, mas vários outros temas de ciências que envolvem conhecer determinadas palavras-chave, como é o caso do estudo dos sistemas do corpo humano e o estudo de diferentes categorias de taxonomia, por exemplo.
Jogo didático “Cruzamento Mendelianos: Bingo das Ervilhas”.
O bingo das ervilhas foi proposto como atividade de conclusão de curso de alunos da UNEC (Centro Universitário de Caratinga, MG), com a proposta de facilitar a compreensão e fixação dos conteúdos de genética apresentados no ensino médio.
O jogo consiste em duas tabelas: uma para a primeira lei de Mendel e outra para a segunda. O professor colocará em um saco (para cada lei) as cartas a serem anunciadas referentes a cada cartela. O ganhador, ou seja, o primeiro a completar sua cartela, grita “Mendel!”.
Para saber mais sobre o bingo das ervilhas, você pode consultar a edição da revista Genética na Escola em que o jogo foi publicado, além de explicar as regras de maneira mais detalhada e ter as cartelas para recorte aqui.
Jogo de perguntas e respostas com balões de encher.
O professor deve elaborar previamente perguntas acerca do tema que deseja trabalhar com a turma e colocar as perguntas nos balões. A turma será dividida em dois times, e o professor deverá escolher uma pessoa de cada time por vez para escolher um balão e estourá-lo.
O balão estourado conterá uma pergunta que deve ser respondida corretamente por um dos alunos a fim de garantir os pontos para sua equipe. Ganha quem fizer mais pontos.
A principal vantagem deste jogo de perguntas e respostas é que ele pode ser aplicado a diversos temas, principalmente aqueles assuntos que envolvem uma maior “decoreba”, como é o caso da histologia (estudo de células e tecidos), ossos do corpo humano e até mesmo diferentes categorias da taxonomia.
Júri simulado.
A turma será dividida em:
Juiz (responsável por decidir a sentença do réu); advogados de defesa (responsáveis por apresentar argumentos e testemunhas capazes de defender o réu e provar a sua inocência); promotores ou advogados de acusação (responsáveis por utilizar argumentos e testemunhas com a intenção de condenar o réu); testemunhas (argumentam contra ou a favor do réu, colaborando com o andamento do julgamento e, por consequência, da sentença); e, por fim, o réu (pode ser alguém ou apenas uma ideia polêmica a ser debatida em sala de aula).
Esta dinâmica, por muitas vezes, é usada para debater em sala de aula temas polêmicos como clonagem humana, aborto e, nos dias atuais, também é possível acrescentar a ideia da vacinação, já que muitas pessoas alegam que não vão se vacinar e recorrem a diversos argumentos para embasar sua opinião.
Paródias que falem sobre o tema retratado.
Paródias são uma excelente forma de memorizar conteúdo! Além de serem divertidas, fazem o aluno associar algo novo (tema trabalhado em sala de aula) a algo que ele já conhece (ritmo/melodia da música original usada para a paródia).
Um clássico exemplo é a versão de “Atirei o pau no gato” que fala da contração muscular, e ainda há também esta paródia que explica o funcionamento dos vírus, uma paródia com a música “Pesadão” da cantora Iza.
Há uma gama de paródias, mas o professor também é livre para criar a sua com o assunto que desejar. Canções conhecidas, que “grudem na cabeça”, são perfeitas para atividades assim, porque além de explicarem o conteúdo de maneira lúdica, é quase garantido que os alunos fiquem com o assunto fresco na cabeça por um longo período.
As atividades lúdicas, brincadeiras, dinâmicas ou jogos, como queiram chamar, são comprovadamente formas eficazes – além de divertidas – de aprender.
Os alunos não sentem que estão sendo “forçados” a estudar, mas sim que estão realizando algum tipo de dinâmica que acaba por ensinar o conteúdo que está sendo visto em sala de aula, facilitando tanto a compreensão quanto a fixação do que é visto.
Além das vantagens pedagógicas, o ensino lúdico também é capaz de promover motivação! Principalmente em estudantes vestibulandos que enfrentam o estresse diário de estudar para a realização de vestibulares ou ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio), o que pode promover uma maior dificuldade em absorver e manter os conteúdos.
Para complementar o aprendizado, é possível utilizar recursos como kits de experimentos de ciências que podem tornar as aulas ainda mais dinâmicas e interessantes.
Escreva um comentário