A mudança pode ser inevitável, mas nem toda mudança significa progresso. Às vezes a mudança conduz somente a um modo diferente de fazer a mesma coisa.
Se a mudança no ensino não produz melhores resultados, à redução dos custos por unidade ou a outros benefícios educacionais essenciais, talvez seja o caso de retrabalhá-la ou abandoná-la. Não abandonemos, no entanto, uma ideia promissora até que tenhamos verificado plenamente suas possibilidades.
Os resultados de qualquer programa devem ser avaliados à luz de medidas adequadas e de identificação das causas do seu malogro, ou do seu êxito.
Tecnologia na infância
Ainda embrulhadas em fraldas, sem saber ler nem escrever, muitas crianças hoje dominam o mouse com a mesma destreza com que brincam de chocalho. O contato com a tecnologia começa cada vez mais cedo – para constrangimento geral dos pais, muitas vezes obrigados a tomar lições com seus filhos para não fazer feio no escritório.
Nas escolas particulares, onde os PCs são mais comuns do que no ensino público brasileiro, as aulas de computação atendem a uma galera no mínimo precoce. Algumas delas vêm do maternal, com três ou quatro anos de idade. Cedo demais para mexer no computador? Depende. Há especialistas que garantem: quanto mais cedo uma criança dominar a tecnologia que lhe vai servir no futuro, melhor. Outros são mais reticentes e acham fundamental esperar até que a garotada viva outras experiências antes de dedicar-se à informática. Na lista de atividades essenciais para uma infância sadia estão as brincadeiras de roda, o contato com amigos e, claro, as raladas no joelho.
Mexer no computador não é uma atividade danosa em si. Longe disso. Bem utilizado, ele pode ser um tremendo aliado no ensino, ajudando nas lições de casa e tornando mais suportáveis as tardes chuvosas dentro de casa. Há programas específicos para que a criançada desenvolva a coordenação motora fina, a percepção de cores, as formas e ainda estimule o raciocínio lógico. Assim como a televisão, porém, o computador exige limites rigorosos. Não deve ser usado por longos períodos, sob o risco de amplificar a ansiedade infantil. É preciso haver um equilíbrio entre as atividades do dia a dia e os momentos de brincadeira online.
Tecnologia da educação
O renascimento tecnológico vem sendo caracterizado como um conjunto de pesquisas, descobertas, inovações e aperfeiçoamentos das últimas décadas deste milênio. A força fundamental que impulsiona esse renascimento é a inteligência, traduzida pelo surgimento e uso de instrumentos científicos e tecnológicos.
Em pouco mais de cinquenta anos, a indústria de computação cresceu no mundo inteiro e o uso desta nova tecnologia generalizou-se a praticamente todos os tipos de atividades humanas, juntamente com desenvolvimentos associados, como a CIM (Computer Integrated Manufacture), a robótica, a realidade virtual e a Internet.
Não há dúvidas de que a Internet constitui uma das mais notáveis conquistas tecnológicas desta Renascença às vésperas do Terceiro Milênio. No começo foi modesto e ocorreu em fins dos anos 60, com a ARPANET, tida como a “mãe da Internet” e criada como uma experiência do governo dos EUA em redes com comutação de pacotes.
No Brasil, a Internet ganhou força nos contextos acadêmico e de pesquisas, a partir de 1990 – 1992, com a criação e a implantação da RNP (Rede Nacional de Pesquisa), abrangendo as principais universidades e organizações governamentais, não governamentais (ONGs) e de pesquisas (Villas e Campos 1994).
A presença da Internet nas escolas vem se tornando cada vez mais significativa, facilitando a aprendizagem. Os estudantes com acesso à Internet superam os colegas que não têm o acesso, tendo maior compreensão de um tópico e mais competência em manipular informações.
No mundo em que hoje vivemos, se o acesso à informática for dificultado, cortado ou se as informações forem acanhadas, distorcidas, trivialidades e chavões, as tomadas de decisão e a solução de problemas serão inevitável e irreparavelmente atingidas.
A tecnologia educacional abrange três aspectos básicos: recursos destinados à aprendizagem, funções de gestão educacional e funções de desenvolvimento educacional. Cada um desses três componentes é apresentado numa matriz bidimensional que, no plano horizontal, indica o propósito, o resultado e a atividade correspondente.
Hoje em dia, a tecnologia da educação pode assumir a forma de aprendizagem – ensino altamente individualizado ou, na modalidade de educação a distância, alcançar centenas, milhares ou milhões de pessoas ao mesmo tempo, graças à utilização de meios como rádio, gravações sonoras em discos e fitas, televisão, videoteipes, telefone, cursos por correspondência, e, mais recentemente, computador, CD-ROM e videodisco. Que isso ocorra no âmbito restrito do lar, de uma sala de aula ou num circuito fechado de televisão capaz de alcançar numerosas salas de aula ao mesmo tempo, que isso atinja toda uma região ou todo um país, trata-se de tecnologia a serviço de objetivos de ensino – aprendizagem num sentido estrito ou, numa compreensão mais ampla, a serviço de propósitos educativos ou formativos mais gerais.
Planejamento e produção de materiais e sistema de ensino
O planejamento e a produção de materiais e sistema de ensino sofreram profundas mudanças nas últimas quatro décadas.
Tanto nas áreas de materiais impressos como nas da televisão, rádio e informática educativa, ocorreu um refinamento inegável nos procedimentos de produção de materiais para fins de ensino, que gerou nova linguagem, novos esquemas de trabalho, novas concepções, novas técnicas e novos instrumentos de avaliação.
É importante reconhecer, nesse contexto, que em nosso meio fala-se muito mais do que se faz. Tem-se a impressão de que a cada ano surge apenas um tecnólogo de educação realmente versado e envolvido em problemas concretos de produção de materiais de ensino para cada dúzia ou mais de tecnólogos de gabinetes e poltrona, que desconhecem as agruras da criação efetiva de materiais didáticos, embora estejam sempre dispostos a pontificar sobre o assunto, a criticar, avaliar, deturpar ou denegrir todo e qualquer esforço sincero, honesto e bem fundamentado de produção no âmbito da mídia educativa.
A biblioteca como centro de aprendizagem
Além dos livros, revistas e outras publicações que, presentemente, demandam recursos incomparavelmente mais generosos nas dotações orçamentárias das escolas, em virtude de sua contínua expansão, as bibliotecas, nas modernas escolas de numerosos países, também abrigam hoje microformas, cassetes, filmes, discos, disquetes, videodiscos e outros materiais, assim como equipamentos destinados à reprodução e ao uso da mídia educativa.
As modernas bibliotecas universitárias estão capacitadas para proporcionar qualquer tipo de serviço de informação em qualquer uma das formas disponíveis numa sociedade tecnológica.
Os extraordinários progressos recentes em matéria de produção, registro e distribuição de informação por meios tecnológicos não convencionais não dispensam a contínua expansão dos acervos de materiais impressos e audiovisuais nas bibliotecas das instituições de ensino.
Os novos desafios educacionais
Inúmeros recursos e procedimentos inovadores que direta ou indiretamente interessam o ensino e a aprendizagem vêm sendo desenvolvidos na atualidade ou começam a participar da mídia educativa à disposição de estudantes e professores, no mundo inteiro.
A preocupação individual existente entre os estudantes se reflete em recentes empenhos bem-sucedidos de proporcionar ensino individualizado ou personalizado, no qual uma vasta gama de meios e materiais de ensino – aprendizagem se mescla com concepções mais abertas e avançadas de currículos e programas, de novos tipos de experiência para aprender e desenvolver habilidades intelectuais (pensar de modo crítico, resolver problemas, tomar decisões, ser criativo e outras) e novas concepções a respeito de avaliação do aluno e do ensino.
Educação
A educação no Brasil melhorou significativamente nos últimos cinco anos, em larga medida. Pela primeira vez na história da educação brasileira, o Ministério da Educação definiu parâmetros nacionais para a educação infantil e para os ensinos fundamental e médio, incluindo a educação indígena.
A tecnologia também está presente nas reformas educacionais. A TV Escola é um programa voltado para a educação à distância, e beneficia cerca de um milhão de professores e 28 milhões de alunos. As escolas ganham televisão, videocassete, fitas educacionais, antena parabólica e, conectadas a um canal exclusivo via satélite, recebem uma programação de alta qualidade.
O Programa Nacional de Informática na Educação (PROINFO) capacita professores de escolas públicas, que aprendem a usar o computador como instrumento de ensino em sala de aula. O Governo Federal, em parceria com estados e municípios, já montou a infraestrutura de capacitação em 223 Núcleos de Tecnologia Educacional (NTE) em todas as unidades da Federação. Assim, beneficiou 2.276 escolas do ensino básico em 989 municípios, com mais de 30 mil micros e outros equipamentos de informática.
A implementação do Projeto Pedagógico de Informática Educacional no Ensino Fundamental e Médio é uma tarefa árdua e complexa, porém inadiável, face à realidade do mercado mundial.
Sala de aula do futuro para ensino fundamental
No mundo atual, a informática já faz parte do cotidiano de nossos alunos. Com efeito, a tecnologia está presente nos brinquedos, nas agências bancárias, na TV, no cinema e nos computadores domésticos, levando lazer, serviços, entretenimento e educação. Assim, enquanto usam o computador em seu dia a dia, as crianças têm a chance de entrar no mundo da fantasia, superando de forma lúdica as dificuldades de aprendizado dos conceitos de ciências, matemática, física, história etc. Por outro lado, o uso das novas tecnologias permite aos educadores adotarem atitudes não diretivas, aumentando a capacidade criativa dos alunos, tendo em vista que estes passam a caminhar de acordo com sua capacidade de assimilação, escolhendo situações de aprendizagem não delimitadas pelo educador.
A Escola do Futuro propõe a Sala de Aula do Futuro para o Ensino Fundamental. Nesta, os alunos podem circular livremente, escolhendo situações de aprendizagem onde bancadas de computadores, vídeo e eletrodomésticos se encontram à disposição de todos. Desta forma, através de workshops e seminários, os educadores têm a oportunidade de explorar metodologias para o uso adequado das possibilidades da Sala de Aula do Futuro para o Ensino Fundamental.
Informatização, sim, mas sem deixar de lado o professor
Informatizar não significa apenas colocar computadores nas escolas. É preciso que haja programas adequados ao ensino e, sobretudo, que os professores sejam capazes de usar a tecnologia em favor do aprendizado. É o que defende o secretário-adjunto da Secretaria Estadual da Educação de São Paulo, Hubert Alquéres. Nesta entrevista, ele fala sobre os programas de informática das escolas públicas de São Paulo, um dos primeiros estados a adotar políticas desse tipo no país.
Quando pisou na Secretaria da Educação, em 1995, o professor Hubert Alquéres teve a confirmação do que já desconfiava: não havia sequer projetos de informatização para as escolas públicas de Ensino Fundamental e Médio. “Não existia a convicção política de que isso era importante.” Segundo Alquéres, o governo investiu cerca de 40 milhões de reais por ano na área e, hoje, 3.400 das 6.000 escolas estaduais paulistas têm laboratórios de informática.
Ao contrário do que se possa pensar, porém, a primeira medida da secretaria, ao começar a informatização da rede pública, não foi colocar computadores nas escolas, mas sim capacitar os professores para lidar com as novas tecnologias. “O professor é fundamental em todo o processo”, avalia Alquéres. Depois, escolheram os programas (softwares) que iriam ser usados e só então iniciaram a compra dos equipamentos.
“A informática tem de ser usada a favor do aprendizado”, afirma. “O professor não vai ensinar a usar o Word ou o Excel, mas sim explorar o computador como um recurso a mais em suas aulas.” A mesma discussão ocorre hoje, quando o governo avalia a utilização da Internet na rede pública.
O problema é que, durante anos, muitos professores não podiam sequer ouvir falar em informatização do ensino. “Mas hoje isso está mudado e há poucos focos de resistência”, diz Alquéres. “O professor tem de se conscientizar de que precisa se atualizar ou vai perder espaço para aqueles que já dominam as novas tecnologias.” Afinal, “o processo de informatização está consolidado e não vai voltar atrás”. Mas, segundo ele, para garantir sua continuidade, é preciso investir mais, “sobretudo nos professores”, defende.
Bibliografia
- http://www.planalto.gov.br/publi_04/COLECAO/6anos8.htm
- http://www.futuro.usp.br/ef/curs/c_sala.htm
- http://www.educacional.com.br
- http://www.terra.com.br/istoe/digital/educacao.htm
Autor: Claudia Maria Silva Patriarca
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