Atualmente, não existe dúvida quanto à existência de depressão em crianças em idade escolar. A incidência de sintomas depressivos nesta faixa etária está cada vez maior.
A depressão infantil tem sido investigada por alguns autores da literatura estrangeira; no entanto, na população brasileira, os estudos ainda são escassos.
Existe uma estreita relação entre sintomas depressivos e rendimento escolar, mas permanece ainda a necessidade de se sistematizar conhecimentos sobre a natureza mais específica dessa relação, pois tanto os sintomas da depressão podem contribuir para prejudicar a aprendizagem do aluno quanto o baixo rendimento escolar pode também conduzir ao surgimento de sintomas depressivos. Para mais informações sobre a relação entre emoções e aprendizagem, veja Como lidar com emoções tóxicas.
Objetivo Geral
O meu objetivo com esse trabalho é fazer um levantamento bibliográfico sobre os sintomas depressivos em crianças, pois as mesmas têm mais dificuldades de dizer o que estão sentindo.
Objetivos Específicos
Tendo em vista que a incidência de sintomas depressivos tem aumentado em crianças e conhecendo os efeitos negativos desses sintomas na aprendizagem, vida social e familiar.
A depressão infantil manifesta-se de forma bastante significativa, evidenciando a necessidade de que as pessoas envolvidas diretamente com as crianças estejam alertas para os sintomas, pois a falta do diagnóstico correto e do tratamento perpetua o sofrimento da criança e de todos os envolvidos.
Gostaria de mostrar com esse meu trabalho a pais e professores um pouco da depressão infantil e incentivá-los a ajudá-las.
Revisão Teórica
Segundo Rothenberg (1976), a depressão é uma reação ou distúrbio caracterizado por tristeza, aspecto acabrunhado e redução da atividade geral. Os pacientes deprimidos ficam apáticos, perdem o interesse pelas coisas, não têm vontade de fazer nem ir a qualquer lugar e querem ficar sozinhos.
Seus afazeres normais são prejudicados e suas responsabilidades negligenciadas. Sofrem de insônia e de perda de apetite, com consequência de peso. Quando vem de formas mais graves, os pacientes não acreditam que possam melhorar e acabam não procurando ajuda, podendo, nessas condições, chegar ao suicídio.
Paiva (1982) classifica os estados depressivos como:
I – Depressão Neurótica
1) depressão reativa: Estado distímico de tristeza que se sucede imediatamente a um episódio. Os sintomas estão relacionados com o fator desencadeante. Vivências casuais, traumas, menstrual, enxaquecas, preocupação, perda de um ente querido, entre outros.
Na mulher, é mais frequente por volta dos trinta e cinco aos 45 anos; já nos homens, é por volta dos cinquenta aos sessenta anos. Em sua primeira fase, aparece logo após o estresse um estupor afetivo, havendo uma forte tensão interna e excitação que se traduzem pela irritabilidade e desespero; na segunda fase, vem a apatia.
2) neurose astímico depressiva: É um estado distímico de irritação, tristeza, fraqueza e desânimo, sendo apresentado em caráter agudo nos introvertidos, deixando o sujeito sensível, impressionável, indeciso, ansioso, tímido e reservado, se esgotando devido aos conflitos familiares e profissionais, geralmente vive em ambiente de dificuldades econômicas.
Nos homens, isso ocorre devido à sobrecarga de trabalho intelectual e de responsabilidade, junto com a insegurança na sua execução, tendo a sensação de insucesso, causando insônia e distúrbios gástricos, hiperglicemia, acessos de cólera imotivada, peso na cabeça, tontura, opressão, palpitações e falta de memória.
3) neurose depressiva: Há predominância de depressão em relação aos sintomas de ansiedade, histeria e fobia, com os quais está vinculada a episódios traumáticos, remontando à infância, como divórcio dos pais ou perda de um ente querido.
II – Depressão Psicótica
1) depressão involuntária: Estado depressivo desenvolvido no período de involução, ou seja, entre cinquenta anos, sem cargas hereditárias nem fases maníacas ou depressivas anteriores.
2) psicose maníaco-depressiva:
a) fase de melancolia: Aparece antes do climatério. É uma distimia de tristeza sem nenhuma causa aparente, com muita angústia, inibição do pensamento e abulia; há também aspecto físico de envelhecimento e olhar sem brilho.
b) fase maníaco-depressiva: É a melancolia associada à fase de mania, onde os principais sinais aparecem na adolescência ou por ocasião do parto e lactação; no homem, o conflito no emprego pode ser desencadeante. A crise mais grave de depressão se dá aos quarenta ou no climatério.
3) depressivo atípica da esquizofrenia: Além dos sintomas da depressão, o sujeito apresenta também os sintomas próprios de cada tipo de esquizofrenia, como a falta de iniciativa, abulia, catatonia, afetividade alterada, ideias delirantes persecutórias, de auto-referência, etc.
Segundo Medina (1984), os sintomas psicológicos são inespecíficos e hierarquizados. O quadro psíquico tem a seguinte primazia hierárquica: orgânico → esquizofrênico → maníaco-depressivo → neurótico; nessa ordem.
Medina (1984) diz que os quadros depressivos representam ressonância de alterações que afetam três pólos: vital, vivencial e corporal. Se prevalecer o pólo vivencial, a tristeza é puramente psíquica, isto é, motiva; e se o pólo vital estiver alterado, aparece tristeza vital, não motivada, e, com frequência, referida ao corpo, localizando-se na cabeça, no peito, na região do estômago; pode se referir também a outras partes e acompanhadas de angústia vital. É chamada de vital porque se caracteriza por diminuição ou alteração de sentimentos ou sensações corporais vitais.
Segundo Preston (1989), a depressão é mais do que um sentimento doloroso; é uma síndrome que, em muitos casos, envolve problemas de interação social, no comportamento, no pensamento e no funcionamento biológico. A depressão se divide em três tipos: a psicológica, de reações emocionais a perdas e desilusões; a depressão biológica, que são as doenças clínicas verdadeiras desencadeadas por algum tipo de acontecimento a nível orgânico, ou seja, é uma resposta a modificações de vida ou experiências pessoais dolorosas; e a depressão mista, que mistura as reações emocionais e físicas.
Segundo Davidoff (1983), a reação depressiva ou depressão reativa inclui distúrbios que antigamente eram classificados tanto neuróticos quanto psicóticos, dependendo dos sintomas específicos.
Para Davidoff (1983), a depressão é considerada como o “resfriado comum” dos problemas psicológicos, porque é o mais recorrente a todos. É um estado mais persistente e mais intenso que a tristeza. A pessoa deprimida se sente sem remédio, rejeitada, o tempo parece passar devagar, talvez porque não consiga ter prazer, nem mesmo ao lado de pessoas queridas, com sua comida favorita, com o sexo ou outros tipos de distrações que costumava gostar.
A pessoa deprimida tende a largar as ocupações rotineiras anteriores e negligenciar deveres e responsabilidades. Alguns deprimidos ficam passivos, outros ficam inquietos e agitados. As conversas de pessoas adultas deprimidas fazem com que tenhamos certeza de que eles são autocríticos, cheios de culpa, irritáveis; pode ocorrer pensamentos de morte e até suicídio. Em alguns casos, a pessoa tem alucinações e delírios.
Lewis (1995) coloca a importância em diferenciar a Síndrome Depressiva do Sintoma Depressivo: “O sintoma depressão é um estado de ânimo caracterizado por sentimentos de tristeza, desencanto, miséria, disforia ou desespero”. É um estado transitório, experimentado pela maioria das pessoas em vários momentos de suas vidas, não sendo, necessariamente, patológico.
A síndrome depressiva, além do sintoma de tristeza, que ocorre de forma intensa e persistente, tem como sintomas o transtorno do sono, perda de apetite, anedonia, dificuldade de concentração, baixa autoestima, culpa, baixa energia, alterações psicomotoras e ideação suicida.
Com relação à tristeza, Lewis (1995) coloca que, apesar de ser um afeto comum, também pode indicar problemas mais severos, principalmente se estiver acompanhada por outros sintomas; é uma das emoções básicas e fundamentais que podem ser observadas universalmente.
Em diversas pesquisas feitas com bebês, mostraram que a tristeza é uma das mais precoces emoções a serem expressas. O protótipo da manifestação de sofrimento e tristeza é o choro. A forma de expressar esses sentimentos se modifica com o desenvolvimento global. Existe também influência do processo de socialização e fatores culturais que interferem na forma de manifestação da tristeza.
Segundo Medina (1984), os aspectos depressivos mostram um amplo espectro de variações e polaridades na prática clínica. Foi usado o termo tristeza porque é mais fácil de associá-la à depressão. As depressões apresentam uma grande série de sintomas psíquicos e psicossomáticos.
Para Preston (1989), nem todas as depressões são semelhantes; as depressões clínicas se subdividem em três tipos: Depressão Psicológica (reações emocionais a perdas e desilusões), podem ser definidas de duas maneiras: a primeira, essas depressões psicológicas são desencadeadas por acontecimentos psicológicos ou emocionais; a segunda característica de uma depressão psicológica é que os sintomas são exclusivamente psicológicos/emocionais.
Depressão Biológica (depressões que, sob muitos aspectos, são doenças clínicas verdadeiras) é desencadeada mais propriamente por algum tipo de acontecimento a nível orgânico, no interior do organismo, do que uma resposta a modificações de pressões biológicas que surgem aparentemente sem causa e tomam de surpresa o próprio indivíduo.
Depressões Psicológicas com Sintomas Biológicos (tipo misto) esse grupo abrange um número muito grande de pessoas que sofrem de depressão clinicamente comprovada. Esse tipo de depressão tem um fator desencadeante psicológico, mas, nesses casos, a pessoa experimenta sintomas emocionais e físicos simultaneamente.
Para Rothenberg (1976), muitas vezes a depressão é apenas parte de uma síndrome neurótica e pode ser desencadeada em resposta a certas circunstâncias; em geral, é bom. Em alguns casos, a depressão pode ser parte de um distúrbio mental ou de uma psicose de curta duração, que, no entanto, pode reaparecer. A depressão na forma mais grave pode ser parte de uma psicose maníaco-depressiva.
Segundo Medina (1984), existem muitos tipos de depressões que merecem destaque, como a depressão farmacogênica, depressão por esgotamento psíquico, depressão por desarraigamento, depressão por descarga ou liberação, depressão mascarada, entre outras; esse autor foca a Depressão Neurótica estruturada no seio de problemática neurótica (é reação vivencial anormal depressiva).
Depressão Básica é aquela que se caracteriza por alteração do subfundo ou base de vivências, gerando tristeza psíquica não motivada, como tristeza sem motivo, como tensão pré-menstrual. Depressão de Transfundo é quando existe uma reatividade emotiva incrementada diante de um evento, em si não suficiente para produzi-la, reatividade montada sobre alteração do núcleo vital e do transfundo da personalidade, após vivências prévias desagradáveis.
Depressão Infantil
Lippi (1990) destaca a existência de três dimensões através das quais o ser humano exterioriza a sua conduta. Ele as classifica como:
Depressão Biogenética – Estado depressivo orgânico na criança. Estes pacientes manifestam, principalmente por ocasião da idade escolar, uma sintomatologia francamente depressiva, independentemente de pertencerem a ambientes aparentemente saudáveis e harmônicos.
A história pregressa desses pacientes revela, muitas vezes, terem sido bebês com distúrbios do sono, choros em demasia, agitados e insatisfeitos. O temperamento das crianças portadoras de depressão biogenética carrega uma base de humor depressivo como um patrimônio constitucional.
Normalmente vão mal na escola, ou seja, suas notas são baixas, suas escritas são apagadas e tímidas, seus desenhos são tristes. Não convivem bem com seu grupo de iguais, isolam-se e, por várias vezes, são encontradas chorando. Na maioria das vezes, encontramos na família de tais pacientes um ambiente favorecedor de depressão, normalmente com um dos genitores, portanto um temperamento distímico (depressivo por natureza).
Os pacientes, entretanto, se recusam a dormir em casas de amigos, coisa comum na meninice, têm um comportamento adesivo junto aos pais como uma “sombra” pela casa, apresentam um discurso de adulto cheio de preocupações acerca de infortúnios imaginários, têm dificuldades para dormir, pedindo sempre para que alguém fique com elas até a conciliação do sono. Estes pacientes sofrem antecipadamente ante a possibilidade de ausência de um dos pais.
Depressão Relacional – Aqui se situam as manifestações depressivas relacionadas, predominantemente, com o meio ambiente; trata-se de uma Reação Depressiva em resposta às solicitações do ambiente.
Os estressores psicossociais determinam na criança sentimentos depressivos que se revertem com a subtração do estressor. Podemos apontar como uma das primeiras manifestações desta depressão relacional na criança a angústia do 8º mês. Neste período do desenvolvimento infantil, a criança passa a distinguir o mundo objeto como sendo composto de elementos díspares: bons e maus, feios e bonitos, prazerosos ou sofríveis.
Não sorri mais para qualquer estímulo, pode recusar, baixar o olhar, chorar, manifestar timidez e mesmo gritar. Portanto, dependendo predominantemente do ambiente, a criança nesta fase pode manifestar maior ou menor angústia.
Depressão Psicogenética – Nestes casos, a depressão se desenvolve diante de um processo psicológico consequente a estados de conflitos, valendo-se da convocação de mecanismos de defesa psicológicos e elaboração psíquica de perdas e frustrações.
Nos estados de conflitos, pode se estruturar uma patologia de nível neurótico com uma fenomenologia emocional com relações de compreensão causal. Depressões ontogenéticas, psicogenéticas ou psicológicas são sinônimas e, contrariamente à depressão endógena, sugerem uma participação predominantemente ambiental, sem que, no entanto, seja dispensável uma determinada inclinação da personalidade.
Ajuriaguerra (1991) diz que a depressão infantil está associada a uma inibição motora, ocasionando para a criança uma dificuldade de brincar, executar tarefas ou ocupações. Os sintomas depressivos também estão presentes nas situações de jogo, no qual a criança usa expressões como “não sei”, “eu não alcanço”, “não consigo”.
De acordo com Grunspun (1992), a Depressão Infantil somente foi reconhecida a partir de 1952, em trabalhos publicados concomitantes por Harms, Schachter e Campbell; Harms descrevendo as modalidades diferenciais da psicose maníaco-depressiva em crianças; Schachter descrevendo o caso de um menino com alterações clínicas de humor dos 4 aos 9 anos de idade, sem quaisquer influências emocionais que justificassem estas alterações; esse paciente apresentava hipoatividade motora, aparentando déficit motor, falta de interesse e grande indiferença nas fases hipomaníacas, tornando-se hiperativo, espontâneo com verbalização exagerada.
Para Jersild (1902), é importante tentar compreender os sentimentos da criança, pois é através deles que ela tem a experiência mais íntima do sabor e do ressaibo de sua existência como pessoa. Essa dimensão da experiência da criança, seus sentimentos, torna-se menos perceptiva para os outros quando ela fica mais velha.
Uma criança mais velha é mais capaz que a outra mais nova de “dizer o que pensa”, mas também é mais capaz de se refugiar no silêncio. É mais capaz de adequar suas ações aos seus impulsos, mas também é mais capaz de adotar uma fachada. (JERSILD, 1902, p. 255).
Segundo Ballone (on line), o diagnóstico da Depressão na Infância tem sido feito em bases predominantemente clínicas, muitas vezes usando-se os mesmos critérios usados para a Depressão do adulto, apesar do quadro ser algo diferente nas crianças, tanto quanto mais jovem for o paciente.
Segundo Miller (2003), a depressão Infantil se tornou alvo de investigações mais detalhadas a partir da década de 1970. Passando desde então a despertar maior interesse e preocupação de profissionais da área da saúde, porque essa patologia traz alguns comprometimentos importantes nas funções sociais, emocionais e cognitivas, interferindo no desenvolvimento infantil, de maneira a afetar não só a criança, mas também a sua família e seu grupo de relacionamento.
Segundo Ballone (on line), o Transtorno Depressivo Infantil é um transtorno do humor capaz de comprometer o desenvolvimento da criança ou do adolescente e interferir com seu processo de maturidade psicológica e social. São diferentes as manifestações da depressão infantil e dos adultos, possivelmente devido ao processo de desenvolvimento que existem na infância e adolescência.
Para Duarte (on line), a depressão ocorre devido a um desequilíbrio bioquímico entre os neurotrânsmissores (substâncias que fazem a comunicação entre os neurônios) serotonina e noradrenalina. Porém, a doença não pode ser somente vista do ponto de vista biológico, pois existem alguns fatores que contribuem para o seu surgimento.
No caso dos adultos, podem ser desde o estresse no trabalho ou do desemprego, perda de uma pessoa querida, problemas conjugais, entre outros. Nas crianças, são outros fatores que eliciam o surgimento da depressão: separação dos pais, falta de atenção, troca de escola ou pressão para ter boas notas, perda de um ente querido, etc.
Segundo Miller (2003), esse tema tornou-se alvo de investigações mais detalhadas a partir da década de 1970. Desde então, passou a despertar maior interesse e preocupação dos profissionais de saúde, uma vez que essa patologia traz comprometimentos importantes nas funções sociais, emocionais e cognitivas, interferindo no desenvolvimento infantil, de maneira a afetar não só a criança, mas também a família e o grupo com o qual se relaciona.
Segundo Jersild (1902), a ansiedade materna prova ansiedade no filho, e isso interfere nas funções normais da criança. Mesmo sendo a “melhor” das mães, está sujeita a sentir ansiedade e a duvidar de sua eficiência como mulher e mãe, e acaba passando essa ansiedade para o filho.
Para Rodrigues (1976), as atitudes afetivas da mãe determinam, durante toda a infância, não só a qualidade e o ritmo de desenvolvimento físico, intelectual e afetivo da criança, como também, em casos extremos, a sua morte; portanto, é fácil compreender que qualquer atitude afetiva da mãe em termos de indiferença e rejeição desencadeia perturbações afetivas na criança. Estas perturbações não ocorrem apenas no plano das emoções, mas também em termos físicos e intelectuais.
Sintomas
Cavalcanti (1996) chama a atenção para o fato de que muitos sintomas nem sempre são indicativos de uma “depressão mascarada”. É preciso ser cuidadoso ao fazer o diagnóstico, considerando os aspectos pertinentes ao processo de desenvolvimento infantil.
Preston (1989) nos mostra também: Os sintomas psicológicos de depressão, sintomas físicos de depressão e sintomas adicionais que podem aparecer nas depressões simultaneamente psicológicas e biológicas.
Os sintomas psicológicos de depressão
- Tristeza e desespero
- Autoestima baixa
- Apatia. Falta de motivação
- Problemas de relacionamento
- Sentimentos de culpa e pensamentos negativos (distorções cognitivas)
- Ideias de suicídio
Fonte: Preston, J. (1989) vença a depressão – um guia para recuperação pág. 23
Sintomas Físicos de Depressão
- Distúrbio do sono;
- Distúrbio do apetite;
- Perda do interesse sexual;
- Cansaço e perda de energia;
- Incapacidade de experimentar prazer;
- História de antecedentes familiares de depressão, suicídio, distúrbios de alimentação ou alcoolismo;
- Crises de pânico.
- Dificuldade de concentração e dificuldade com a memória recente
- Hipocondria: excessiva preocupação com a saúde pessoal
- Abuso de álcool/drogas.
- Exagerada sensibilidade emocional (inclusive raiva e irritabilidade)
- Acentuadas oscilações do estado de ânimo
- Qualquer um ou todos os sintomas listados entre os sintomas de depressão psicológica e/ou de depressão biológica.
Fonte: Preston, J. (1989) vença a depressão – um guia para recuperação pág. 25
Sintomas Adicionais que Podem Aparecer nas Depressões Simultaneamente Psicológicas e Biológicas.
Fonte: Preston, J. (1989) vença a depressão – um guia para recuperação pág. 26
Na criança e adolescente, a Depressão, em sua forma atípica, esconde verdadeiros sentimentos depressivos sob uma máscara de irritabilidade, de agressividade, hiperatividade e rebeldia. As crianças mais novas, devido à falta de habilidade para uma comunicação que demonstre seu verdadeiro estado emocional, também manifestam a Depressão atípica, notadamente com hiperatividade. (BALLONE, on line).
Batista e Golfeto (2000) acreditam que os sintomas depressivos variam de acordo com a faixa etária da criança e, como ela não é ainda capaz de descrever seus sentimentos verbalmente, é necessário observar as formas de comunicação pré-verbal, tais como expressão facial, produções gráficas, súbitas mudanças de comportamento e postura corporal, entre outras.
Lembram ainda que, além desses fatores, as diferenças regionais, econômicas e culturais na população brasileira podem contribuir para a diversidade dos resultados encontrados.
De acordo com Barbosa e Gaião (1999), a depressão é uma conduta que se manifesta de forma distinta dependendo da etapa evolutiva da personalidade e do ambiente onde a criança está inserida.
Grunspun (1992) diz que a Depressão é um problema importante na infância e adolescência e que, infelizmente, temos na criança vários distúrbios psicossomáticos dos diferentes aparelhos; a criança apresenta também distúrbios de sono e de alimentação, cólicas, choros imotivados. A criança se sente inferiorizada, se acha feia e se queixa de fadiga frequentemente, além de ter falta de concentração na escola.
Para Ballone (on line), os sintomas mais frequentes da Depressão na Infância e Adolescência costumam ser os seguintes: insônia, choro, baixa concentração, fadiga, irritabilidade, rebeldia, tiques, medos, lentidão psicomotora, anorexia, problemas de memória, desesperança, ideias e tentativas de suicídio.
A tristeza pode ou não estar presente. Os sintomas físicos e somatizados também podem ocorrer na criança depressiva. Alguns pacientes deprimidos apresentam diminuição de apetite e alguns apresentam aumento. Insônia inicial (dificuldade para começar a dormir) também está frequentemente presente e, um pouco menos frequente, a clássica insônia terminal, que é caracterizada pelo despertar muito cedo.
Segundo esse mesmo autor, na fase pré-verbal, a criança deprimida pode manifestar o humor rebaixado através de expressões mímicas e do comportamento. A inquietação, o retraimento social, choro frequente, recusa alimentar, apatia e alterações do sono podem ser indícios de Depressão nesta fase.
Na fase pré-escolar, as crianças podem somatizar o transtorno afetivo, se manifestando através de dor abdominal, falta ou ganho de peso, retardo no desenvolvimento físico esperado para a idade, além da fisionomia triste, irritabilidade, alteração do apetite, hiperatividade e medo inespecíficos.
Dos 2-3 anos até a idade escolar, a Depressão Infantil pode se manifestar ainda com quadro de Ansiedade de Separação, geralmente separação da mãe, ou até sinais sugestivos de regressão psicoemocional, como trejeitos mais atrasados da linguagem, encoprese e enurese.
Na fase escolar, o cansaço, a dificuldade de concentração, as alterações da memória, a astenia e adinamia são as complicações da Depressão Infantil que comprometem muito o rendimento escolar e a aprendizagem. Esse confronto, unindo-se ao fracasso, acaba fazendo com que o nível de autoestima também se comprometa, podendo levar a criança a apresentar desde isolamento social até Transtornos de Conduta (pseudo Transtorno de Conduta, na realidade).
Spitz (1980) descreve a angústia do sexto mês como normal na criança. Porém, aquelas que sofrem de carência afetiva podem apresentar “depressão anaclítica”, caracterizada por um desinteresse progressivo pelo ambiente e perda de apetite, com problemas no desenvolvimento ponderal e geral. Após três meses, a motricidade diminui, a atividade auto-erótica desaparece progressivamente e a insônia aparece.
Segundo este autor, a sintomatologia desta síndrome é similar aos sintomas da depressão em adultos, sendo a etiologia a perda do objeto de amor. Entretanto, quanto à estrutura e dinâmica, a depressão no adulto e na criança não são comparáveis. “Na dinâmica da depressão no adulto, é atribuída à presença de um superego sadicamente cruel, sob cuja perseguição implacável o ego se fragmenta. Não existe nada comparável a isso na criança, mesmo porque, nesta idade, os precursores do superego não podem ser reconhecidos. Os sintomas são similares, mas o processo subjacente é basicamente diferente.”
Segundo Souza e Eisenstein (1993), a criança depressiva se envolve com muita frequência em situações que ofereçam perigo à sua integridade física. Muitas vezes, tem consciência do perigo que está correndo; no entanto, conflitos inconscientes predominam e a levam a emitir determinados comportamentos de risco, numa tentativa de mobilizar a atenção das pessoas para que percebam o seu sofrimento.
Para Marcelli (1998), os sinais da presença da depressão infantil são variados e nenhum deles deve ser considerado isoladamente, sendo necessário analisar sua conjunção e a durabilidade dos episódios.
Segundo o mesmo autor, a depressão materna provoca uma “falta” interativa no bebê, a qual poderá posteriormente desenvolver na criança uma suscetibilidade a acontecimentos futuros que impliquem perdas.
Para Andrade (2000), a depressão pode decorrer de vários fatores, como um evento estressante, dificuldades na interação com outros, no aparecimento de alguma enfermidade, somatização de fatos desagradáveis ao longo da vida do indivíduo. Esses sintomas apresentam-se nos fatores ambientais do indivíduo.
Angerami-Camon (2002) assinala que a tentativa de suicídio em crianças não deve ser confundida com acidente doméstico, ou seja, a criança também se desespera diante das dificuldades da vida e manifesta o desejo de morrer; no entanto, os meios não são tão eficazes como os utilizados por adolescentes e adultos, e esse gesto é visto como coisa de criança. Ainda segundo o autor, é preciso que os profissionais estejam atentos para o fato de que as crianças também apresentam sofrimento existencial e se sensibilizem com o problema de suicídio infantil.
Segundo Oliveira (apud Ballone, on line), o luto causa grande impacto na criança; a perda por morte de uma figura de forte apego afetivo, como mãe, pai ou irmãos. Oliveira descreve três fases do luto e as caracteriza assim: Busca ou protesto – é um desejo intenso de recuperação da pessoa amada e perdida, que leva a comportamentos de busca inofensiva, produzindo uma forte reação de protesto pela impossibilidade de se alcançar o objetivo desejado.
Desespero e desorganização – é o conflito permanente entre o desejo e sua frustração, que leva ao desespero, pois não se abdica do vínculo estabelecido com facilidade e sem sofrimento. O pensamento, constantemente concentrado nessa tarefa, deixa pouca possibilidade para dedicar-se a outras atividades, revelando o quanto é importante o trabalho de busca de uma resolução para o conflito; o mundo parece estar fora de contexto para o enlutado, tanto quanto este parece estar fora de contexto para o mundo.
Recuperação e restituição – é um conflito que pode ser solucionado a partir de uma nova construção do vínculo com o falecido, o que preserva a relação em outro patamar; o sofrimento diminui gradualmente, permitindo um retorno da atenção para o mundo e trazendo a possibilidade do estabelecimento de novas relações.
Tratamento
Medina (1984) afirma que toda a farmacologia deve ser acompanhada de psicoterapia de apoio. Os antidepressivos devem ser escolhidos conforme os três sintomas alvo presentes na depressão: tristeza, inibição e angústia. Alguns antidepressivos são tricíclicos (doxepina, amitriptilina), mas sedantes; outros, mais desinibidores, alguns são polivalentes. Escolhidos por tateio clínico, conforme o maior ou menor componente de angústia ou de inibição.
Esse mesmo autor diz que a associação com neurolépticos sedantes, em casos resistentes, pode se mostrar eficaz, mas não deve ser a primeira opção; já a associação com benzodiazepinas parece diminuir a eficácia antidepressiva do fármaco, mas não há conclusão, e nas formas ansiosas, o tranquilizante parece-nos imprescindível.
Se houver resistência à farmacoterapia (após a alternância de 2 antidepressivos, em doses adequadas), pode-se recorrer à eletroconvulsoterapia (ECT), indicada de início quando se necessita de opção antidepressiva rápida, ou seja, em risco de suicídio.
Felizmente, em geral, as depressões somem com o tempo, mesmo que os indivíduos afetados não recebam nenhum tratamento. (DAVIDOFF, 1983, pág. 606).
Preston (1989) diz que há quatro tipos de tratamento para depressão: tratamento medicamentoso psiquiátrico, quando a depressão resulta em determinados sintomas biológicos, ou seja, é sinal de que o problema, em parte, envolve uma disfunção bioquímica; psicoterapia, que em muitos casos pode trazer grandes benefícios no tratamento da depressão; o sentimento de apoio, a vinculação e a atenção no relacionamento bi pessoal podem ajudar a pessoa depressiva a atravessar épocas difíceis.
A terapia comportamental inclui uma série de procedimentos que podem ajudar a combater a depressão, especialmente quando a depressão pode ser atribuída a circunstâncias especiais da vida. A terapia cognitiva pode ser recomendada por um psicoterapeuta, individualmente, ou pode ser feita sob a forma de terapia de grupo, ou pode ser utilizada como uma técnica de autoajuda.
Discussão
Esse presente trabalho teve o objetivo de fazer um levantamento bibliográfico sobre os sintomas depressivos em crianças, pois as mesmas têm mais dificuldades de dizer o que estão sentindo.
Através da pesquisa, vi que a depressão é um sentimento muito doloroso, onde o indivíduo deprimido sofre muito; é um sentimento de tristeza, autoestima rebaixada, ansiedade, queixas somáticas, inibição do processo psíquico, ou seja, dificuldades de pensar, cansaço, dificuldade de memória e atenção.
Essa depressão pode ser desencadeada por acontecimentos psicológicos e/ou emocionais, como perdas e desilusões. Podendo ser também biológicas, desencadeadas por algum acontecimento a nível orgânico, surgindo aparentemente sem causa, tomando de surpresa o próprio indivíduo deprimido.
A depressão infantil é um transtorno de humor capaz de comprometer o desenvolvimento da criança, podendo interferir em seu processo de maturidade psicológica e social. Essas manifestações na depressão infantil são diferentes das dos adultos, talvez devido ao processo de desenvolvimento que existem na infância e adolescência.
A criança depressiva também sofre muito. Muitas vezes, o diagnóstico da depressão na infância é feito usando os mesmos critérios usados para a depressão do adulto, mesmo o quadro sendo diferente.
Normalmente, a criança com depressão vai mal na escola, tira notas baixas, a sua escrita é clara, quase apagada, e seus desenhos são tristes; se isolam e muitas vezes são encontradas chorando pelos cantos.
A criança depressiva tem, na maioria das vezes, um ambiente favorável à depressão, geralmente com um dos genitores, ou seja, o pai ou a mãe sendo assim um depressivo por natureza. Essas crianças apresentam uma fala de pessoas adultas, são preocupadas, têm dificuldades para dormir e sempre pedem para alguém ficar ao seu lado até pegar no sono.
É muito importante compreender os sentimentos da criança; é através desses comportamentos que ela experiencia seus sentimentos, que se tornam menos perceptivos para os outros quando ficam mais velhas, percebendo também sua existência como pessoa.
Jersild (1902) diz que a ansiedade materna prova ansiedade no filho e isso acaba interferindo no desenvolvimento infantil. Mesmo sendo uma “ótima” mãe, está sujeita a sentir ansiedade e a duvidar de sua capacidade como mulher e como mãe, e acaba, sem querer, passando essa ansiedade para o filho.
As atitudes afetivas da mãe determinam, durante toda a infância, não só a qualidade e o ritmo de desenvolvimento físico, intelectual e afetivo da criança, como também, em casos extremos, a sua morte; portanto, é fácil compreender que qualquer atitude afetiva da mãe em termos de indiferença e rejeição pode desencadear perturbações afetivas na criança. Estas perturbações não ocorrem apenas no plano das emoções, ocorrendo também em termos físicos e intelectuais.
Para mais informações sobre a importância da saúde emocional, veja Como lidar com emoções tóxicas.
Para ajudar no desenvolvimento de crianças com dificuldades, considere o uso de camas elásticas, que podem ser benéficas para a saúde física e emocional.
O tratamento pode ser feito com remédios, mas deve ser acompanhado de psicoterapia. Esses remédios são chamados de antidepressivos e devem ser escolhidos conforme os sintomas, como tristeza, inibição e angústia. Alguns desses antidepressivos são tricíclicos, como o doxepina e amitriptilina, que são sedantes; outros são desinibidores e alguns são polivalentes, são escolhidos conforme o maior ou menor componente de angústia ou de inibição.
Em muitos casos, a psicoterapia pode trazer ao indivíduo deprimido grandes benefícios no tratamento da depressão, como o sentimento de apoio, a vinculação e a atenção no relacionamento bi pessoal, que podem ajudar esse indivíduo a atravessar épocas difíceis, mas para Davidoff (1983), a depressão some com o tempo, mesmo que o indivíduo não esteja recebendo nenhum tratamento.
Autor: Gisele Aparecida Aleixo
DEPRESSÃO
Sou terapeuta em REFLEXOLOGIA,
pelo I.O.R., 74 anos de idade com 43 anos dedicados ao estudo e pesquisa do comportamento humano. Tenho atendido vários clientes que sofrem de DEPRESSÃO
Recebendo as técnicas da REFLEXOLOGIA, o Paciente consegue obter ótimos resultados; que proporcionarão assim uma excelente melhora em sua qualidade de vida.
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de comunicação com o cérebro, para que este
possa agir, corrigindo assim o problema.
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casos e não usa medicamentos
Sugiro assistir as DUAS reportagens sobre meu trabalho, exibida na TV Aparecida.
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clicar em VIDA EM FOCO
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www.djalma.com.br