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Atualizado em 09/08/2024

Educação nos programas de Estimulação Neurosensorial para pessoas com deficiência severa e profunda: importância e benefícios

Descubra como a educação é importante para programas de estimulação neurosensorial para pessoas com deficiência severa e profunda. Saiba mais sobre como esses programas podem ajudar e como você pode contribuir para o desenvolvimento de uma vida mais plena para essas pessoas. Clique agora para ler mais!

A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO NOS PROGRAMAS DE ESTIMULAÇÃO NEUROSSENSORIAL PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA SEVERA E PROFUNDA

Os princípios fundamentais de estimulação neurossensorial:

A PREVENÇÃO

Constitui um ato ou efeito de evitação que implica em ações antecipadas destinadas a impedir a ocorrência de fatos ou fenômenos prejudiciais à vida e à saúde. No caso da ocorrência destes fatores e fenômenos, evita-se a progressão de seus efeitos (corde, 1992).

A ação preventiva de atrasos e distúrbios do desenvolvimento pode ser conduzida em três níveis: primário, secundário e terciário.

Prevenção Primária

A prevenção primária tem como objetivo de intervenção a redução da incidência de determinadas condições de excepcionalidade na população por meio da identificação ou da redução dos efeitos de fatores de risco que produzem tais condições.

Prevenção Secundária

Secundária: baseia-se na constatação de que a condição de excepcionalidade já se manifestou e seu objetivo é reduzir sua duração e/ou sua severidade.

Prevenção Terciária

Terciária: As condições de excepcionalidade já estão instaladas e as ações visam minimizar a necessidade de institucionalização e maximizar o potencial de vida independente, reduzindo a ocorrência de comportamentos autolesivos, estereotipados e de posturas corporais inadequadas, assim como auxiliar a família a elaborar situações de conflito e de estresse emocional. (SIMEONSSON, 1991).

A Interdisciplinariedade

É uma soma das contribuições das diferentes áreas como a medicina, a psicologia, a fonoaudiologia, a fisioterapia, etc. A atuação deve ocorrer de maneira conjunta e articulada. Os profissionais atuam dentro da sala de estimulação, passando orientações aos demais responsáveis pela estimulação.

O SOCIO-INTERACIONISMO

O potencial de desenvolvimento não é fixado no início da vida apenas por fatores genéticos, mas as estimulações vindas do ambiente podem otimizar esse processo.

TERAPIA DE INTEGRAÇÃO SENSORIAL

Uso de atividades que promovam estimulação sensorial, geralmente envolvendo equipamentos suspensos. Ênfase em atividades que tenham significados para o indivíduo e que convidem a planejar e produzir respostas adaptativas.

TERAPIA SENSÓRIA MOTORA

O uso de estimulação controlada para iniciar e aumentar respostas adaptativas motoras. Termo genérico que inclui integração sensorial.

Estimulação sensorial: Estimulação sem exigência de resposta adaptativa. Não é dada num contexto de atividade com significado. Tem o objetivo de aumentar oportunidades para receber informações.

A terapia de integração sensorial e a terapia sensório-motora exigem atenção consciente e execução do ato motor.

Fatores a observar:

  • Nível de alerta
  • Atenção
  • Reação (hiporeação, hiperreação)
  • Modulação sensorial
  • Disfunções de integração: tátil, vestibular-proprioceptivo, auditivo, visual

FUNCIONAMENTO DO CÉREBRO E PLASTICIDADE NEURAL

O cérebro funciona de forma semi-autônoma, ou seja, pode funcionar um sistema sozinho, ou dois ou mais de forma integrada (JOHNSON & MYKLEBUST).

Assim, se um sistema estiver comprometido, não necessariamente irá comprometer outros. Sempre devemos, então, proporcionar atividades que integrem, ou melhor, que possibilitem trabalhar simultaneamente dois ou mais sistemas, sejam eles visual, auditivo, tátil…

Sempre em mente que cada um é único, com seu próprio tempo lógico e psicológico, e isso deve ser respeitado.

A atuação psicopedagógica deve levar em consideração os diferentes graus de complexidade no processo de aprendizagem, que inicia-se com as sensações e segue com a percepção, formação de imagens, simbolização, culminando na conceituação.

SENSAÇÃO

Ativação de estruturas sensoriais; o indivíduo pode perceber o mundo que o cerca.

PERCEPÇÃO

Tomada de consciência relativa a sensações em progresso.

Sensações = impulsos elétricos = formação de imagem.

FORMAÇÃO DE IMAGEM

Sensações percebidas, memória – registro de experiências vividas, incluem: visão, som, odor, sabor, texturas, percepção social (expressões faciais).

SIMBOLIZAÇÃO

Capacidade de representar uma experiência de forma verbal (escrito, falado, lido) ou não verbal.

CONCEITUALIZAÇÃO

Complexo processo mental que envolve capacidade de abstração, classificação e categorização.

CÉREBRO: recebe, coordena e processa estímulos ambientais (SN).

Para que ocorram modificações a nível de SNC e a aprendizagem aconteça, é necessário que, após avaliações dos déficits e disfunções, a terapia seja estruturada de forma a oferecer oportunidades de informações ricas a partir de atividades significativas que facilitem o planejamento, organização e, finalmente, desencadeiem um comportamento adaptativo frente ao objetivo proposto.

Há adaptação neural aos estímulos em todas as fases da vida, sendo mais evidente na infância e após lesão do Sistema Nervoso. As sensações são alimentos para o cérebro, sendo responsáveis pelo comportamento (controle, desenvolvimento e aprendizagem).

Existem muitas conexões nos diferentes níveis entre as áreas do Sistema Nervoso. Há integração entre estruturas de mesmo nível, superiores e inferiores.

A participação ativa e a motivação são indispensáveis para ocorrer integração e plasticidade.

É necessário vivenciar experiências diversificadas e bem-sucedidas para aumentar a possibilidade de construir novas respostas e promover um comportamento adaptativo.

O desenvolvimento e a plasticidade estão presentes durante toda a vida. Há capacidade de mudanças estruturais de acordo com suas experiências e condições orgânicas e ambientais, acarretando em mudanças funcionais.

A importância da percepção no desenvolvimento e manifestação do comportamento (motor e psico-social) pode ser inferida por envolver alto número e tipos de receptores e neurônios sensitivos (mais que os neurônios motores).

A sensação/percepção é que dá objetivo para a ação e envolve componentes emocionais, respostas autonômicas e somáticas.

Adaptação dos receptores relacionados a um mesmo estímulo: presença de diferentes limiares de ação (somação espacial), disparo com diferentes frequências de pulso (somação temporal). A atuação de inúmeras fibras descendentes influencia os sinais transmitidos e o córtex cerebral (sensório-cognitivo).

Ação adaptativa:

  • Percepção: depende do estado dos receptores e do estímulo;
  • Nível de alerta: adequado (reação a “o que é isso?”, “o que aconteceu?”) aumenta a capacidade de precisar a informação e motivar;
  • Atenção: selecionar estímulos relevantes de modo rotineiro, é base para o alerta, o registro de informação e processamento de informação. Pode ser passiva/involuntária ou ativa/voluntária, influenciada por fatores individuais, inatos, pela motivação e pelo esforço;
  • Registro sensorial: aprendizagem – trazer o mundo/experiências para dentro.

Avaliação e Reavaliação

O trabalho de estimulação deverá ser individualizado (voltado para as necessidades específicas de cada aluno), e, portanto, para o sucesso do processo de intervenção, é de extrema importância a realização de avaliações e reavaliações periódicas do desenvolvimento conduzidas pela equipe multidisciplinar.

A avaliação compreende análise integral do comportamento do aluno, tendo como referência os padrões normais de desenvolvimento, abrangendo seu nível de desenvolvimento atual, os déficits e as capacidades positivas, bem como sua habilidade de reagir aos estímulos.

O modelo de avaliação individual utilizado é dividido nas áreas:

  • Percepto-sensorial (discriminação visual, auditiva, tátil, olfativa e gustativa);
  • Área cognitiva;
  • Área motora;
  • Área de socialização;
  • Área de linguagem (incluindo comunicação alternativa);
  • Área de autocuidado (alimentação, vestuário, hábitos de higiene)

A partir dos resultados obtidos, são estabelecidas as metas a serem alcançadas com cada aluno.

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Objetivo

Proporcionar aos alunos experiências significativas para que possam alcançar pleno desenvolvimento do seu potencial e melhora de sua qualidade de vida.

Intervenção

O planejamento da intervenção deverá estar de acordo com os objetivos que se pretende alcançar com cada indivíduo.

Neste sentido, é necessário um planejamento sistematizado de atividades e recursos estimuladores, destinado a incentivar o desenvolvimento eficaz do processo evolutivo do aluno.

O oferecimento dos recursos (físicos, tecnológicos, materiais e humanos) deve ser apropriado às suas necessidades e as técnicas devem proporcionar interações ativas do indivíduo.

Para a melhor participação do sujeito, é necessário: adaptações, posicionamento adequado, motivação (aspecto lúdico da intervenção) e materiais adequados.

Sugestões de atividades e brincadeiras sensoriais

TÁTIL:

  • Realizar massagens corporais com cremes e óleos;
  • Utilizar diferentes tipos de materiais (rolinhos de pintura, buchas, pincéis, luvas) na estimulação tátil, passando os objetos por todo o corpo da criança;
  • Estimular a manipulação de diferentes tipos de texturas;
  • Utilizar caixas de texturas – num recipiente contendo água, areia, farinha, sagu, pedrinhas, enterrar as mãos ou os pés da criança;
  • Sanduíche – usar colchonetes para enrolar a criança;
  • Com a criança deitada, brincar de amassá-la, utilizando bola ou as próprias mãos (brincar de amassar pão).

PROPRIOCEPTIVA/VESTIBULAR

  • Utilizar balanços de diferentes formas e tamanhos, redes;
  • Estimular a subida de rampa e escorregar;
  • Utilizar carrinho de rolemã, skate, sentado a criança ou deitando de barriga para baixo ou para cima;
  • Puxar a criança dentro de cestas, caixas ou tapetes, variando a velocidade.

ESTIMULAÇÃO VISUAL

  • Chamar a atenção para acontecimentos do ambiente (claridade do sol ou sombra, fogueira);
  • Ligar e desligar a luz;
  • Utilizar materiais luminosos brilhantes no campo visual da criança.

ESTIMULAÇÃO AUDITIVA

  • Balançar chocalho próximo ao aluno, estimulando a tocá-lo;
  • Ensinar canções;
  • Variar o ritmo de uma mesma música.

GUSTATIVA/OLFATIVA

  • Proporcionar contato com diferentes sabores e odores.

COMUNICAÇÃO

  • Falar com a criança antes de agir, comunicando o que irá realizar;
  • Esperar um pouco para a emissão da resposta (dando tempo para o processamento da informação);
  • Aumentar a proximidade entre si e a criança de forma a adquirir sua atenção.

Autora: Ana Paula Alves dos Santos

Educação Especial e Aprendizagem é um tema fundamental para entender como a estimulação neurossensorial pode ser aplicada de forma eficaz.

Explore opções de brinquedos sensoriais que podem ser utilizados nas atividades de estimulação.

Adaptações curriculares são essenciais para garantir que todos os alunos tenham acesso ao aprendizado.

Inclusão escolar de crianças com Síndrome de Down é um aspecto importante a ser considerado na educação inclusiva.


Este texto foi publicado na categoria Educação Inclusiva e Especial.

 About Pedagogia ao Pé da Letra

Sou pedagoga e professora pós-graduada em educação infantil, me interesso muito pela educação brasileira e principalmente pela qualidade de ensino. Primo muito pela educação infantil como a base de tudo.

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