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Atualizado em 10/08/2024

A criança e a sexualidade precoce

Entenda como as crianças precoces lidam com a sexualidade e como os pais podem orientá-las de forma responsável. Descubra estratégias para abordar esse tema delicado e garantir um desenvolvimento saudável.

– Olha o bilhete que “D” (8 anos) entregou para “J” (8 anos)…
– “N” está passando as mãos nas meninas… (6 anos)
– “M” está se masturbando na sala de aula… (8 anos)
– A mãe de “H” veio reclamar porque “B” está entrando no banheiro das meninas…
– Preciso que você converse com “M”, “JV”, “AC” e “W”, eles estão se beijando na boca na sala de aula… (9 anos)
– “K” chegou hoje com as pulseirinhas do sexo…

O QUE EU FAÇO? pergunta o professor angustiado…

Esta é uma das queixas mais constantes que se apresentam em todas as séries iniciais do Ensino Fundamental, pelo professor à Equipe de Apoio Pedagógico: a sexualidade precoce das crianças.

A complexidade da questão ultrapassa os limites dos portões da escola, pois envolve todas as formações, informações, interações sociais, enfim, tudo o que constitui a vida destes alunos; o que a escola pode fazer, ou desfazer, é um desafio que possivelmente a longo prazo possa trazer resultados significativos, enquanto que o desempenho escolar, mais uma vez, é prejudicado, uma vez que as condições de aprendizagem exigem também a dinâmica do comportamento. Para entender melhor sobre a dinâmica do comportamento infantil, você pode conferir o artigo sobre distúrbios comportamentais na infância.

Na sexualidade infantil surgem os primeiros “impulsos sexuais” denominados pela psicanálise de “impulsos parciais”, por estarem ainda indiferenciados.
A puberdade está também acontecendo precocemente, quando as transformações fisiológicas estão ligadas à maturação sexual.

Uma série de fatores de ordem fisiológica e emocional, sejam por fatores externos provenientes do tipo de cultura, da sociedade.

Tais fatos, em que meninos antes dos 9 ou 10 anos, e meninas antes dos 8 anos, entrando na puberdade, são considerados patológicos.

Os estímulos externos dirigidos às crianças através da publicidade, da mídia, dos modelos de beleza, da cultura da beleza física, impulsionados pelos interesses empresariais; outros estímulos direcionados à sexualidade, em maior grau às meninas, em menor grau aos meninos, com vistas ao consumo, não demonstrando a menor preocupação com as distorções que poderão causar, invadem os lares, os espaços sociais infantis, incitando-os a se apropriarem de roupas, de cosméticos, músicas com letras e danças sensuais, criando um mini-adulto, estereotipado, deixando-os muitas vezes expostos ao ridículo, que os provedores, os pais, não percebam.

A título de “liberdade de expressão”, em países como o Brasil, cujas leis são tão permissivas a ponto de crianças de qualquer idade terem livre acesso à pornografia, impressa, televisiva e agora através da Internet.
Aquele desenvolvimento normal da sexualidade infantil detalhado por Freud ficou perdido em meio ao avanço da tecnologia numa velocidade difícil até de se acompanhar e a falta de leis que regulem o uso destes recursos tecnológicos, principalmente por crianças e adolescentes.

É uma linguagem que vem de fora totalmente inadequada ao desenvolvimento natural das crianças e adolescentes.

Apelos à sexualidade de forma atrativa e provocativa, deixando a libido alterada antes de seu momento certo, cujas repercussões futuras na vida destas crianças são imprevisíveis, pois uma visão deturpada do que seja sexualidade, relacionamento e vida é o que lhes aguarda. Para mais informações sobre a importância da educação sexual, você pode acessar o artigo sobre educação da autoestima e autoconfiança.

Dentro deste contexto, questões de ordem psicosocial têm colocado não somente as escolas, como toda a sociedade, numa batalha de proteção à criança, contra o abuso sexual, a pedofilia…
A Psicopedagoga Maria Alice L. Pinto faz um paralelo com a realidade em que estão expostas estas crianças, quando diz: “Não devemos então nos escandalizar com pedófilos, estupradores, sádicos e outros insanos, que vêm recheando nossos jornais dia após dia, crescendo cada vez mais o número de crianças vítimas de abuso sexual.” sem contar os casos que ficam no silêncio criminoso entre quatro paredes.
Ajuiguerra, quando se refere à EDUCAÇÃO DA SEXUALIDADE E DISTÚRBIOS PSICOSOCIAIS da CRIANÇA, dá um enfoque a essa evolução instintiva e o quadro social no qual a sexualidade se desenvolve, é a experiência, isto é, as condições sociais, que transformam as potencialidades em realidade, canalizando as exigências instintivas, dirigindo-as, ora a determinadas direções, favorecendo algumas, bloqueando outras e mesmo dirigindo uma parte delas contra outras.

E ninguém pode prever o futuro destas crianças tão expostas pelos próprios responsáveis às condições de conflitos psíquicos.

Os pais são coniventes, sem ter a noção da extensão do problema, e a escola, o que pode e deve fazer?
http://impactodapedagogiamoderna.blogspot.com/2010/10/crianca-e-sexualidade-precoce.html

Este texto foi publicado na categoria Maternidade e Desenvolvimento Infantil.

 About Pedagogia ao Pé da Letra

Sou pedagoga e professora pós-graduada em educação infantil, me interesso muito pela educação brasileira e principalmente pela qualidade de ensino. Primo muito pela educação infantil como a base de tudo.

Uma resposta para “A criança e a sexualidade precoce”

  1. è… muito interessante esse texto, nos mostra a realidade do Brasil…
    essa liberdade escancarada posta para qualquer um ver e ‘viver’ e nossas crianças brasileiras cada dia mais curiosas acabam deixando de ser criança para experimentar um mundo que elas acham ser magico.. um mundo adulto maquiado pela publicidade! mas, o que fazer??? nos podemos melhorar essa liberdade né!

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