A origem da educação infantil no Brasil
O atendimento às crianças de 0 a 6 anos em instituições especializadas tem origem com as mudanças sociais e econômicas, causadas pelas revoluções industriais no mundo todo. Neste momento, as mulheres deixaram seus lares por um período, onde eram cumpridoras de seus afazeres de criação dos filhos e os deveres domésticos, cuidando do marido e família, para entrarem no mercado de trabalho. Atrelado a este fato, sob pressão dos trabalhadores urbanos, que viam nas creches um direito, seus e de seus filhos, por melhores condições de vida, deu-se início ao atendimento da educação infantil (termo atual referente ao atendimento de crianças de 0 a 6 anos) no Brasil.
Até 1920, as instituições tinham um caráter exclusivamente filantrópico e caracterizado por seu difícil acesso oriundo do período colonial e imperialista da história do Brasil. A partir desta data, deu início a uma nova configuração. Na década de 1920, passava-se a defender a democratização do ensino, onde a educação significava possibilidade de ascensão social e era defendida como direito de todas as crianças, consideradas como iguais (Kramer, 1995, p.55).
Na década de 1930, o Estado assumiu o papel de buscar incentivo (financiamento) de órgãos privados, que viriam a colaborar com a proteção da infância. Diversos órgãos foram criados voltados à assistência infantil, (Ministério da Saúde; Ministério da Justiça e Negócios Interiores, Previdência Social e Assistência social, Ministério da Educação e também a iniciativa privada). Nesta década, passou-se a preocupar-se com a educação física e higiene das crianças como fator de desenvolvimento das mesmas, tendo como principal objetivo o combate à mortalidade infantil. Nesta época, iniciou-se a organização de creches, jardins de infância e pré-escolas de maneira desordenada e sempre numa perspectiva emergencial, como se os problemas infantis criados pela sociedade pudessem ser resolvidos por essas instituições. Em 1940, surgiu o Departamento Nacional da Criança, com o objetivo de ordenar atividades dirigidas à infância, maternidade e adolescência, sendo administrado pelo Ministério da Saúde. Na década de 1950, havia uma forte tendência médico-higiênica do Departamento Nacional da Criança, desenvolvendo vários programas e campanhas visando o “… combate à desnutrição, vacinação e diversos estudos e pesquisas de cunho médico realizadas no Instituto Fernandes Figueira. Era também fornecido auxílio técnico para a criação, ampliação ou reformas de obras de proteção materno-infantil do país, basicamente hospitais e maternidades” (Kramer, 1995, p.65).
Na década de 1960, o Departamento Nacional da Criança teve um enfraquecimento e acabou transferindo algumas de suas responsabilidades para outros setores, prevalecendo o caráter médico-assistencialista, enfocando suas ações em reduzir a mortalidade materna infantil. Na década de 1970, temos a promulgação da lei nº 5.692, de 1971, a qual faz referência à educação infantil, dirigindo-a como ser conveniente à educação em escolas maternais, jardins de infância e instituições equivalentes. Em outro artigo, é sugerido que as empresas particulares, as quais têm mulheres com filhos menores de sete anos, ofertem atendimento (educacional) a estas crianças, podendo ser auxiliadas pelo poder público. Tal lei recebeu inúmeras críticas quanto à sua superficialidade e à dificuldade na realização, pois não havia um programa mais específico para estimular as empresas a criação das pré-escolas.
Com esta pequena retrospectiva histórica, verifica-se que a Educação Infantil surgiu com um caráter de assistência à saúde e preservação da vida, não se relacionando com o fator educacional. Segundo Souza (1986), a pré-escola surgiu da urbana e típica sociedade industrial; não surgiu com fins educativos, mas sim para prestar assistência, e não pode ser comparada com a história da educação infantil, pois esta sempre esteve presente em todos os sistemas e períodos educacionais a partir dos gregos.
Para saber mais sobre a importância da educação infantil, você pode conferir o artigo sobre o respeito à criança em sua intimidade.
autor: Rosilene
http://rosilene-educaoinfantil.blogspot.com/2009/03/origem-da-educacao-infantil-no-brasil.html
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