fbpx Skip to main content

Atualizado em 10/08/2024

Socialização do aluno com necessidades educacionais especiais por meio da arte – Monografia

Descubra como a socialização do aluno com necessidades educacionais especiais pode ser facilitada por meio da arte! Esta monografia fornece uma visão abrangente sobre a importância da arte na educação e como ela pode melhorar a vida dos alunos com necessidades educacionais especiais. Leia agora para começar a transformar a vida de alunos com necessidades educacionais especiais!

A socialização do aluno com necessidades educacionais especiais por meio da arte. Esta monografia tem como objetivo refletir sobre a importância da arte como subsídio na construção social dos indivíduos com necessidades educacionais especiais. Além de reconhecer a arte na educação especial como um alicerce para construção do conhecimento e como espaço do exercício da cidadania.

A arte como processo cultural apresenta dimensões artísticas e estéticas. A arte educação também segue o mesmo princípio, quando permite ao aluno a possibilidade do fazer, de exprimir e do refletir sobre a sua produção e a de outros. Nesse sentido, a arte e educação complementam-se na medida em que fornece subsídios para o desenvolvimento da outra em um processo de inter-relações constantes que culminam com uma educação estética.

Este trabalho pretende gerar uma discussão sobre a arte na educação especial, no que diz respeito à aquisição e ao desenvolvimento de habilidades que favoreçam seu processo de integração sócio-cultural. Estudos têm demonstrado como a arte poderá ser deflagrada da criatividade e de suas potencialidades. Ela enriquece a realidade historicamente construída, tornando-a cada vez mais humana. Ao abordar o tema arte no processo escolar de pessoas com necessidades educacionais especiais, surge a possibilidade de se refletir sobre a prática pedagógica, de analisar os esforços e recursos, os quais, associados á diferentes linguagens artísticas, contribuem para o processo de desenvolvimento global desses alunos. Sendo assim, a arte faz parte da sociedade e é patrimônio de todos que devem conhece-la, fruí-la e porque não fazê-la.

Ao adentrar-se na complexidade de universo da arte, o indivíduo com necessidades educacionais especiais pode trabalhar os seus sentidos em relação à sociedade, que na maioria das vezes, discrimina ou segrega, devido aos preconceitos e ao estigma. O trabalho com a arte é capaz de transforma-lo em um ser humano socialmente ativo, com uma autoestima positiva e uma função social determinada.

A dimensão global da arte possibilita que, por seu intermédio, diferentes dimensões humanas possam expressar e ser investigadas. Se de um lado o histórico e o cultural estão presentes, ao mesmo tempo as questões do mundo psíquico e filosófico também inter-relacionam-se. Este conceito de arte, faz com que ela seja considerada um caminho para a interdisciplinaridade.

Para.alguns autores, como Ernest Fisihn (1981), “a arte é uma necessidade social… e não pode desaparecer do convívio da humanidade”. Hebert Read (1992) diz que “antes de ser social a arte é uma necessidade biológica… o artista não pode renunciar a sua prática”.Segundo assim, é importante ressaltar que o desenvolvimento varia de indivíduo para indivíduo e que as práticas pedagógicas na escola têm de ser estabelecidas de acordo com as necessidades dos educacionais especiais levando em conta seu desenvolvimento cognitivo e psicossocial.

O presente estudo, de natureza qualitativa, utilizou-se apenas de fontes bibliográficas para a consecução de seus objetivos. Tendo em vista o objetivo principal, foram aprofundados os estudos da vertente pedagógica da socialização do aluno com necessidades educacionais especiais através da arte. Estudou-se todos os aspectos relacionados a arte e sua importância através da historia abordando a vida do aluno com necessidades educacionais especiais e sua necessidade de socialização com o mundo.

A partir de então, precedeu-se a analise das conexões possíveis entre ambas às abordagens teóricas, verificando assim, a importância do bom atendimento escolar para a vida dessas crianças no processo de crescimento pessoal através da socialização por meio da arte.

Para efeito metodológico, o trabalho foi assim dividido:

Capítulo 1 – Educação Artística; o capítulo dá um apanhado geral de conceitos, definições e histórico relacionados à educação artística.

Capítulo 2 – A arte no contexto escolar; abrange as várias formas que a arte é tratada na escola.

Capítulo 3 – Arte e socialização;chega ao objetivo principal da monografia identificando a importância de socialização do aluno com necessidades educacionais especiais por meio da arte.

  CAPÍTULO 1

EDUCAÇÃO ARTÍSTICA

“Não podes ensinar nada a um homem; podes apenas ajudá-lo a encontrar a resposta dentro dele mesmo”. (Galileu Galilei)

1.1. Definição de Arte

A arte é a criação humana com valores estéticos (beleza, equilíbrio, harmonia, revolta) que sintetizam as suas emoções, sua história, seus sentimentos e a sua cultura. é um conjunto de procedimentos que é utilizado para realizar obras e no qual aplicamos nossos conhecimentos. Se apresenta sobre variadas formas, como: a plástica, a música, a escultura, o cinema, o teatro, a dança, a arquitetura, etc. Pode ser vista ou percebida pelo homem de três maneiras: visualizadas, ouvidas ou vistas (audiovisuais), hoje alguns tipos de arte permitem que o apreciador participe da obra. O artista precisa da arte e da técnica para se comunicar.

O homem criou objetos para satisfazer as suas necessidades práticas, como as ferramentas para cavar a terra e os utensílios de cozinha. Outros objetivos são criados para serem interessantes ou possuírem um caráter instrutivo. O homem cria a arte como um meio de vida, para que o mundo sabe o que pensa, para divulgar as suas crenças e as dos outros, para estimular e distrair a si mesmo e aos outros, para explorar novas formas de olhar e interpretar objetos e cenas.

A arte é inerente ao ser humano, que se educa no contexto das manifestações culturais e se humaniza e se emociona à cada experiência ou vivência estética. É uma forma de comunicação poderosa. Nos anos cristãos, uma das primeiras instituições a perceber esse fato foi a Igreja Católica, quando utilizou a arte como forma de propaganda de suas idéias, atingindo o ápice de divulgação da crença por volta de 1200 d.C. Descobertas arqueológicas também apontam a arte como necessidade, como pedra fundamental de desenvolvimento dos povos.

É certo que a arte transcende o homem. Todos os povos, em qualquer tempo, manifestaram-se artisticamente. As inscrições rupestres, as danças rituais, as músicas milenares tornaram-se prova e espelho do tempo. Inegavelmente, é por meio da arte que apreciamos e descobrimos o que existe de mais significativo na história do passado. O registro artístico tornou a distância dos milênios uma barreira de fácil transposição. É por seu intermédio que se lê a história pessoal, contextual e neopsicossocial de cada povo.

A imagem torna-se um referencial, um espelho, Informa como estamos, independentemente da intencionalidade da comunicação. Lembrando que espelho é revelação, traz a claro: reação, instinto, intenção e história.

Partindo deste princípio, o trabalho artístico significa mais do que um processo criativo. Capta o indizível e o invisível num momento único. O que importa é a liberdade de pensamento. O fio que conduz ao cálculo do acaso.

Não se limita a ilustrar dominância, ao contrário tensão entre o espontâneo e o construído. Uma soma de motivos particulares. Novas proposições, a precedência da transformação.

A arte, expressão privilegiada do universo subjetivo, muda sempre. Junto com nossas aspirações, necessidades e projetos. Com as possíveis leituras. Leituras alheias não têm compromisso com a intencional idade do artista. Mais uma prova de sua independência.

A transformação da sensibilidade e da razão, duas forças presentes no processo criativo, é concomitante à realização da liberdade. E é nesse estado que os limites desaparecem, que as diferenças se transformam em uma soma de particularidades. A linguagem não é apenas meio de expressão, ela é condição indispensável à organização da vida mental do ser humano. Portanto, aprender a lidar com o material artístico e transformá-lo em instrumento de linguagem é sem dúvida dar acesso à capacidade de expressão que todos nós possuímos. Para Ernest Fischer:

“… a propriedade mais importante da linguagem é seu potencial criativo. Conhecer uma linguagem permite ao usuário elaborar um número infinito de produções”. (FISCHER, 1981, p 10).

E é por meio dessas configurações que se propõe o modo de comunicação no contexto de uma linguagem. O processo de fazer arte e se expressar é revestido de um processo de aprendizagem, de crescimento, de amadurecimento e mediação na capacidade de comunicação do homem com o meio no qual ele se relaciona. É o encontro teoria aliada à prática. O encontro da arte e da ciência. Da ciência e da filosofia. Um processo educativo completo e complexo. Para Fernando Azevedo:

“O ato criador abrange, portanto, a capacidade de compreender, e esta, por sua vez, a de relacionar, ordenar, configurar, significar” (AZEVEDO, 1979, p. 26).

Entende-se que a arte é capaz de fazer flexibilizar pensamentos e relações onde o criador é sempre capaz de conectar e mudar as interações produzidas no mundo da imagem pré-concebida. Percebe as transformações e se percebe transformador. Ele se faz um solucionador de problemas e é essa capacidade que o torna apto a criar e a superar os seus próprios limites em seu processo de tensão. O sujeito criativo supera a capacidade de imitação, produz fatos e os conecta a outras relações. As relações advindas estarão sempre se conectando e formando novas tensões que o. alimentam para outras formações estéticas e/ou vivenciais.

A questão estética se transporta para a vida do sujeito preparando-o para o entendimento e para a resolução, tornando-o cidadão, consciente de si e espelho para o outro, utilizando-se de sua iniciativa e poder de decisão.

1.2. A História do Ensino da Arte

Para compreender e assumir melhor a responsabilidade como professor de arte é importante saber como a arte vem sendo ensinada, as suas relações com a educação escolar e com o processo histórico-social. A partir dessas noções pode reconhecer na construção histórica, esclarecer como estamos atuando e como queremos construir essa história.

As práticas educacionais aplicadas em aula vinculam-se a uma pedagogia, uma teoria de educação escolar. Ao mesmo, as nossas práticas e teorias educativas estão impregnadas de concepções ideológicas, filosóficas que influenciam tal pedagogia. É claro que isto ocorre igualmente com ensino escolar de arte: a concepção de mundo deve embasar as correspondências que se estabelece entre as aulas de arte e as mudanças e melhorias que acreditamos ser publicitárias na sociedade.

A educação escolar e o meio social exercem ação recíproca e permanente um sobre o outro. Para os educadores mais otimistas a educação escolar é pensada de forma idealística, considerando-a muito influente e capaz de mudar por si só, as práticas sociais. Em oposições a estes, existe um outro grupo de professores que acredita que é a sociedade, com suas práticas, que determina totalmente a educação escolar, a qual por sua vez é considerada reprodutora dessa sociedade, sendo incapaz de mudá-la.

Ao analisar essas proposições percebe-se que ambas precisam ser consideradas. No entanto, é importante definir quais particularidades desses posicionamentos ao destacar nas aulas de arte, o que se quer conservar e o que é preciso para que se assuma uma posição mais realista e progressista, na qual a educação escolar em arte possa contribuir nas transformações sociais e culturais.

Para compreender e assumir melhor as nossas responsabilidades como professores de Arte é importante saber como a arte vem sendo ensinada, suas relações com a educação escolar e com o processo histórico social.

As práticas educativas aplicadas em aula vinculam-se a uma pedagogia, ou seja, a uma teoria de educação escolar. Ao mesmo tempo, as nossas práticas e teorias educativas estão impregnadas de concepção de mundo embasa as correspondências que estabelecemos entre as aulas de arte e as mudanças e melhorias que acreditamos prioritárias na sociedade.

A educação escolar e o meio social exercem ação recíproca e permanente um sobre o outro. Para os educadores mais otimistas a educação escolar é pensada de forma idealística, considerando-a muito influente e capaz de mudar, por si só, as praticas sociais. Percebe-se que ambas proposições precisam ser consideradas.

No entanto, é importante definir quais particularidades desses posicionamentos destaca-se em aulas de arte, quais conservar e quais assumir para atingir uma nova posição mais realista e progressista, na qual a educação escolar em arte possa contribuir nas transformações sociais culturais.

1.2.1. Tendência idealista-liberal de educação escolar em arte

Os professores que tem esse modo de ser acreditam que a educação escolar é capaz, sozinha de garantir a construção de uma sociedade mais igualitária, democrática, e de evitar a sua degradação. Para eles a função da escola é também a de resolver os desvios e problemas sociais.

As teoria de educação escolar que amparam esse posicionamento são denominadas teorias pouco criticas da educação quanto ás suas interferências sociais. Fazem parte desse grupo as seguintes pedagogias que, obviamente, vinculam-se a praticas educativas correspondentes impregnadas de sua concepção do mundo: pedagogia tradicional, pedagogia nova e pedagogia tecnicista.

A pedagogia tradicional tem suas raízes no século XIX e percorre todo o século XX, manifestando-se até os nossos dias. A base idealista desta pedagogia induz a acreditar-se que os indivíduos são libertados pelos conhecimentos adquiridos na escola e podem, por isso, organizar com sucesso uma sociedade mais democrática.

Na pedagogia tradicional o processo de aquisição dos conhecimentos é proposto através de elaborações intelectuais e com base nos modelos de pensamento desenvolvidos pelos adultos, tais como análise lógica, abstrata.

O professor conduz suas aulas empregando métodos que foram enunciados pelo filosofo Johann Friedrich Herbart (FUSARI & FERRAZ, 1992, p.23), que podem ser sintetizados nos seguintes passos:

  • Recordação da aula anterior ou preparação para a aula do momento;
  • Apresentação de novos conhecimentos, principalmente através de aulas expositivas;
  • Assimilação do novo conhecimento por parte do aluno, por meio de exercícios;
  • Aplicação dos novos conhecimentos em diferentes situações, atribuindo-se para isso, “lições de casa” com exercícios de fixação e memorização.

Aplicação dos novos conhecimentos em diferentes situações, atribuindo-se, para isso, “lições de casa” com exercícios de fixação e memorização.

Nas aulas de arte das escolas brasileiras, a tendência tradicional está presente desde o século XIX, quando predominada uma teoria estética mimética, isto é, mais ligada às cópias do “natural” e com a apresentação de “modelos” para os alunos imitarem. Esta atitude estética implica na adoção de um padrão de beleza que consiste, sobretudo em produzir-se e em oferecer-se à percepção, ao sentimento das pessoas, aqueles produtos artísticos que se assemelham com as coisas, com os seres, com os fenômenos de seu mundo ambiente.

Com relação ao ensino do desenho nas escolas da Inglaterra. França e outros países europeus predominavam, no século XIX, influências de idéias liberais e positivistas que resultam na sua utilização como uma modalidade aplicada em ornamentos e preparação dos profissionais. Isso fica bem evidente na Inglaterra. onde foram criadas “escolas de desenho” a partir de 1837 para atender aos princípios e práticas artísticas de ornamentação, decoração e manufaturas. Nos Estados Unidos os fIlhos das classes média e média altas aprendiam em escolas particulares a copiar reproduções famosas, perspectiva linear e desenho geométrico. Com isso, podiam reconhecer as obras de arte originais dos grandes mestres e não comprar trabalhos falsos. Os filhos dos operários, entretanto, freqüentavam a, escola pública onde aprendiam desenho geométrico e desenho línea destinados a serem usados em seus futuros trabalhos nas fábricas.

No Brasil do século XIX. o desenho ocupa um espaço equivalente ao do mundo em industrialização, o que fica bem evidente no parecer feito por Rui Barbosa sobre o ensino primário, em 1883 onde relaciona o desenho com o progresso industrial. Aqui também o ensino do desenho adquire um sentimento utilitário, direcionado ao preparo técnico de indivíduos para o trabalho, tanto de fábrica quanto de serviços artesanais. Na prática, o ensino do desenho nas escolas primárias e secundárias apresenta-se ainda com uma concepção neoclássica ao enfatizar a linha o contorno, o traçado, e a configuração. Estas particularidades tão “intelectualizadas” do desenho foram transmitidas principalmente pela Academia Imperial do Rio de Janeiro e pelo grupo da Missão Francesa que chegou ao Brasil em 1867.

Nas primeiras décadas do século XX continua evidente junto às classes sociais mais baixas, a analogia entre o ensino do desenho e o trabalho, como se observa nos programas de desenho geométrico, perspectiva exercícios de composição para decoração e desenho de orientados exclusivamente para cópias de modelos que vinham geralmente de fora do país. Os desenhos eram considerados “linguagens” úteis para determinadas profissões, e quando transformados em conteúdos de ensino dava-se ênfase aos seus aspectos técnicos e científicos. Os professores exigiam e avaliavam esse conhecimento dos alunos empregando métodos que tinham por finalidade exercitar a vista, a mão, a inteligência, a imaginação (memória e novas composições), o gosto e o senso moral.

Entre os anos 30 e 70 os programas dos cursos de desenho abordam basicamente as seguintes modalidades desenho do natural (observação, representação e cópias de objetos); desenho decorativo (faixas, ornatos, redes, gregas, estudo de letras, barras decorativas, painéis); desenho geométrico (morfologia geométrica e estudo de construções geométricas) desenho “pedagógico” nas Escolas Normais (esquemas de construções de desenho para “ilustrar” aulas). Os conteúdos desses programas são bem discriminados e, como se (Observa, centrados nas representações convencionais de imagens: abrangem ainda noções de proporção, composição, teoria da luz e sombra, texturas e perspectiva.

Do ponto de vista metodológico, a aula de desenho na escola tradicional é encaminhada através de exercícios, com reproduções modelos propostos pelo professor, que seriam fixados pela repetição buscando sempre o seu aprimoramento e destreza motora. Esse modo de atuar com a arte na escola remonta a João Amós Comellius que nos apresenta em seu livro Didática Magna(1627) os princípios de um “método para ensinar as artes”. Esse autor propõe para o ensino da Arte de sua época a observação e reprodução de modelos que deveriam ser “completos e perfeitos”; depois, sugere a apresentação de novos exemplos que seriam adaptados aos modelos e, finalmente, apresentação de obras de “artistas de valor”, para que os alunos os julgassem de acordo com os modelos e regras aplicados).

No ensino e aprendizagem de arte, na pedagogia tradicional, portanto, é dada mais ênfase a um fazer técnico e cientifico de conteúdo reprodutivista, com a preocupação fundamental no produto do trabalho escolar, supondo que assim educados os alunos vão saber depois aplicar esse conhecimento ou trabalhar na sociedade. Esse ensino de arte cumpre, pois, a função de manter a divisão social existente na sociedade característica esta da pedagogia tradicional.

O escolanovismo contrapõe-se à educação tradicional avançando um novo passo em direção ao ideal de assumir a organização de uma sociedade mais democrática, os educadores que adotam essa concepção passam a acreditar que as relações entre as pessoas na sociedade poderiam ser mais satisfatórias, menos injustas, se a educação escolar conseguisse adaptar os estudantes ao seu ambiente social.

Escola nova o professor utiliza encaminhamentos que consideram o ensino e a aprendizagem basicamente como processo de pesquisa individual ou no máximo de pequenos grupos. A concretização desse método exigia uma certa ordenação de passos que obedeciam à seguinte seqüência.

  • Começar com uma atividade;
  • Que suscitasse um determinado problema e
  • Provocasse levantamento de dados a partir dos quais

Se formulassem hipóteses explicativas do problema e se desenvolvesse a experimentação, realizada conjuntamente opor alunos e professor para confirmar ou rejeitar as hipóteses formuladas.

Quanto às teorias e praticas estéticas, os professores de tendência pedagógica mais escolonovista apresentam uma ruptura com as “cópias” de modelos e de ambientes, valorizando, em contrapartida os estados psicológicos das pessoas, com base na psicologia e entrada e da psicanálise, a estética e o ensino superior artístico foram influenciados também pela teoria gestáltica século XX.

Ao ser introduzido no Brasil, entre os anos 30 e 40 o movimento escolanovista vai encontrar o país num momento de crise do modelo agrário-comercial, exportador, depende, e inicio do modelo nacional desenvolvimentista, industrializado. É uma época assinalada por várias lutas políticas, econômicas, culturais e em prol da educação pública básica.

No campo artístico observa-se ecos da Semana de Arte Moderna de 1922, expandindo-se o movimento modernista para várias regiões do país e organizando-se salões de arte com características mais nacionalistas.

As renovações de posicionamento cultural, levam ainda os intelectuais da época a motivarem-se pela produção artística de crianças bem como por seus processos mentais seu mundo imaginativo, passando até mesmo a colecionar os desenhos infantis.

O princípio mais adotado por Dewey (FUSARI & FERRAZ, 1992, p.27), é, portanto, o da função educativa da experiência, cujo centro não é unem a matéria a ensinar nem o professor, mas sim o aluno em crescimento ativo, progressivo. Esses trabalhos sintetizam suas preocupações com a importância da educação para a sociedade e para a democracia, e enfatizam uma pedagogia mais pragmática e experimental.

A educação através da arte, quando difundida no Brasil recuperou a valorização da arte infantil e a concepção de arte baseada na expressão e na liberdade criadoras.

Depois dos anos 60, o pouco cuidado em avaliar-se os fundamentos do método da livre expressão levou inúmeros professores a extremos onde tudo era permitido.

No Brasil, os professores de Arte que aderiram à concepção da Pedagogia Nova passaram a trabalhar com diferentes métodos e atividades motivadoras das experiências artísticas, centradas nos interesses e temas individuais dos alunos, que se transformavam depois em conteúdos do ensino. Os métodos escolanovistas foram experimentados em várias escolas, tais como as Escolas Vocacionais de São Paulo, nos anos 60, que realizaram atividades de “estudos do meio” com os alunos.

Na Pedagogia Nova, a aula de Arte traduz-se mais por um proporcionar condições metodológicas para que o aluno possa “exprimir-se” subjetiva e individualmente. Conhecer significa conhecer-se a si mesmo; o processo é fundamental, o produto não interessa. Visto como ser criativo, o aluno recebe todas as estimulações possíveis para expressar-se artisticamente. Esse “aprender fazendo” o capacitaria a atuar cooperativamente na sociedade.

A tendência tecnicista aparece no exato momento em que a educação é considerada insuficiente no preparo de profissionais, tanto de nível médio quanto de superior, para atender o mundo tecnológico em expansão.

Na escola de tendência tecnicista, os elementos curriculares essenciais – objetivos, conteúdos, estratégias, técnicas, avaliação – apresentam-se interligados.

Os conteúdos escolares e os métodos de ensino, muitos dos quais utilizados também na pedagogia tradicional ou novista, são submetidos aos objetivos comportamentais previstos no todo da organização do processo ensino-aprendizagem tecnicista.

No início dos anos 70, concomitante ao enraizamento da pedagogia tecnicista no Brasil, é assinada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 5692/71, que introduz a Educação Artística no currículo escolar de 1º e 2º graus. Desde a sua implantação, observa-se que a Educação Artística é tratada de modo indefinido, o que fica patente na redação de um dos documentos explicativos da lei, ou seja, o Parecer nº 540/77: “não é uma matéria, mas uma área bastante generosa e sem contornos fixos, flutuando ao sabor das tendências e dos interesses”. Ainda o mesmo parecer fala-se na importância do “processo” de trabalho e estimulação da livre expressão.

Os cursos de Educação Artística vêm priorizando-se em atividades artísticas mais direcionadas para os aspectos técnicos, construtivos, uso de materiais, ou em um fazer espontaneístico, sem maiores compromissos com o conhecimento da arte.

As aulas de Arte apresentam influências das três pedagogias enunciadas – tradicional, novista e tecnicista. Estas pedagogias, embora descritas separadamente, na prática se imbricam. Acreditamos que o conhecimento dos principais aspectos pedagógicos, ideológicos e filosóficos que marcam o ensino-aprendizagem de Arte, pode auxiliar o professor a entender as raízes de suas ações, bem como o seu próprio processo de formação. Ao mesmo tempo, ele pode tomar ciência de que ainda permanecem questões referentes ao papel especifico da educação escolar e também das aulas de Arte na mudança e melhoria das relações sociais.

1.2.2. Tendência realista-progressista de educação escolar em arte

Desde os anos 60, muitos educadores, preocupados com o rumo da educação escolar, passam a discutir as reais contribuições da escola sobretudo da escola pública pensando numa melhoria das práticas sociais.

Essas discussões têm contribuído para mobilizar novas propostas pedagógicas que apontam para uma educação conscientizadora do povo e para um redimensionamento histórico do trabalho escolar público, democrático e de toda a população. Surgem, então, novas teorias para explicar a superação do pensamento liberal na busca de um projeto pedagógico progressista. De acordo com o processo histórico seguem-se as pedagogias: “libertadora”, “Iibertária” e “histórico-crítica” ou “crítico-social dos conteúdos (ou ainda “sócio-política”).

Inicialmente, alguns desses educadores mais descrentes do trabalho escolar sugerem uma educação do povo, de caráter “não-formal”, não- diretivo, não-autoritário, visando liberar as pessoas da opressão da ignorância e da dominação. São as propostas educacionais apresentadas pelas pedagogias libertadora (representada por Paulo Freire) e libertária (representada por Michel Lobrot, Célestin Freinet, Maurício Tragtenberg, Miguel González Arroyo, dentre outros).

A Pedagogia Libertadora proposta por Paulo Freire objetiva a transformação da prática social das classes populares. Seu principal intento é conduzir o povo para uma consciência mais clara dos fatos vividos e, para que isso ocorra, trabalham com a alfabetização de adultos. Na metodologia de Paulo Freire alunos e professores dialogam em condições de igualdade, desafiados por situações-problemas que devem – compreender e solucionar.

A Pedagogia Libertária por sua vez, resume-se na importância dada a experiências de autogestão, não-diretividade e autonomia vivenciadas por grupos de alunos e seus professores. Acreditam na independência teórica e metodológica, livres de amarras sociais (como foi o caso de Summerhill, criada pelo educador inglês A. Neill, no início dos anos 60).

Concomitante a essas proposições, surge em dos anos 70 um outro grupo de professores em busca de caminhos para a educação escolar pública, que já se apresentava com baixa qualidade de ensino- aprendizagem. De início, esse movimento coincide com a retomada dos estudos teóricos críticos, que colaborou para difundir a idéia da escola como reprodutora das desigualdades sociais. Isto gerou urna atitude pessimista, de negação do trabalho da escola e a substituição dos conteúdos tradicionais de ensino nas aulas, por “discursos políticos.

Finalmente, parte desses professores que passam a propor uma Pedagogia Sócio-política -percebem, logo no início dos anos 80, que era preciso ultrapassar esse mero denuncismo, que não levaria a urna efetiva melhora da escola pública verdadeiramente democrática que desejavam a preciso ultrapassar esse quadro pessimista e imobilizador que tomava conta do ideário de muitos educadores. Ao mesmo tempo, assumiram que as reflexões e discussões das teorias “crítico-reprodutivistas” contribuíram para que muitos professores se conscientizassem de dois aspectos importantes:

Conseguir uma educação escolar pública competente é, por si só, um dos atos políticos que precisa ser efetivado, pois a escola é direito de todos os cidadãos;

Garantir aos alunos o acesso aos conhecimentos fundamentais não faz da escola a única responsável pela melhoria da vida na sociedade (concepção idealista), nem a toma exclusivamente reprodutora das relações sociais (concepção reprodutivista). A educação escolar é influenciada por muitos determinantes sociais, históricos e, ao mesmo tempo, é capaz de influenciá-los, de intervir para que mudem, se transformem e melhorem socialmente (concepção realista).

A nova proposta da educação escolar não toma para si a responsabilidade da conscientização política. A escola não é o único segmento da sociedade responsável pelo processo de ampliação da conscientização política de cidadão e sim um dos segmentos que contribuem para isso. A conscientização política na prática social ampla e concreta do cidadão. A educação escolar deve assumir o ensino do conhecimento acumulado e em produção pela humanidade, isto é, deve assumir a responsabilidade de dar ao educando o instrumental necessário para que ele exerça uma cidadania consciente, critica e participante.

Saviani (1986) propõe para essa pedagogia métodos de ensino que interligam professor e alunos aos processos sociais. Para esse autor, o ponto de partida é a “prática social comum a ambos (e não a ‘preparação’ dos alunos, cuja iniciativa é do professor na pedagogia tradicional; e nem a ‘atividade’, que é da iniciativa dos alunos na pedagogia nova)”. A prática social é problematizada através de questões que se desdobram em conhecimentos a serem dominados. A apreensão desses conhecimentos completa-se com suportes teóricos e culturais, já produzidos e em produção, e devem conduzir (professor-alunos) a uma nova compreensão da sociedade.

Libâneo (1985) também contribui para a elaboração dessa pedagogia, ressaltando a natureza do trabalho docente hoje, no qual “um saber, um saber ser e um saber fazer pedagógico” devem “integrar os aspectos matéria formal do ensino e, ao mesmo tempo, articulá-lo com os movimentos concretos tendentes à transformação da sociedade”. Chamando de Pedagogia Crítico-Social dos Conteúdos, considera que a sua questão-chave “consiste em saber como se dará a aquisição e assimilação ativa de um saber socialmente significativo, por alunos provenientes de distintos meios sócio-culturais, com valores, expectativas e experiências decorrentes de suas condições de vida e que não apresentam as precondições requeridas pelo processo da aquisição/assimilação.

Objetivo principal é situar-se no processo histórico para uma compreensão e posicionamento sobre o ensino e aprendizagem de arte na atualidade. O presente estudo, visa ajudar na melhoria na democratização do conhecimento do ensino da arte na escola.

1.3. Breve Histórico da Arte do Brasil

A arte como processo educacional só iniciou no Brasil quando houve a preocupação de incluir-se a psicologia educacional na escola. Tudo começou na Escola Normal de São Paulo, no ano de 1914, com a introdução da disciplina Psicologia Aplicada à Educação, ministrada pelo Prof Ugo Pizzoli, que desenvolveu estudos sobre o desenho infantil e formou grupos de professores interessados no assunto (Barbosa,1984, p. 101-115).

Nesse período, os estudos sobre o grafismo infantil eram uma preocupação de psicólogos e pedagogos, uma forma de estudar o desenvolvimento mental da criança, por meio de testes projetivos. A valorização da estética infantil como arte, ligada ao espontaneísmo expressionista, só ocorreu no Brasil com o advento do modernismo brasileiro, entre es décadas de 20 e 30, mediante a atuação de artistas como Anita Malfatti e Mário de Andrade.

A partir do trabalho desenvolvido por eles, ações isoladas continuaram a ser realizadas por todo o país, embora só no ano de 1948, com a atuação do artista pernambucano Augusto Rodrigues, tenha sido criada a primeira Escolinha de Arte do Brasil.

Seu trabalho foi baseado no esforço e na influência de psiquiatras, educadores e artistas, tais como: Ulisses Pernambucano, Javier Villafafie, Helena Antipoff, Nise da Silveira, Mário Pedrosa, Lúcia Alencastro Valentim, Anísio Teixeira, Noêmia Varela, entre outros, que conviviam de perto com portadores de deficiências mentais e esquizofrênicos. A metodologia aplicada na Escolinha de Arte do Brasil impulsionou o ensino de arte no país e promoveram a eclosão de inúmeras outras escolinhas, espalhadas por vários estados da nação. Augusto Rodrigues dizia:

“Nossa grande mestra foi, dúvida alguma, a própria criança. Havíamos decidido deixar nos guiar por ela: observar o que ela fazia; examinar como fazia, anotar o que preferia; oferecer situações novas e verificar como reagia; analisar o que usava; documentar como progredia; tudo enfim diante da oportunidade da atividade artística foi motivo de estudo, registro e debates”.(Bosi, 1995, p.39).

Na verdade, a Escolinha de Arte do Brasil foi à precursora de todos os cursos de licenciatura curta e plena, de educação artística, instituído no país a partir da LDB nº.692/71, que tornou obrigatório o ensino de arte no 1º e no 2° grau, em todo o território nacional.

A Educação através da Arte é, na verdade, um movimento educativo e cultural que busca constituição de um ser humano completo, total, dentro dos moldes do pensamento idealista e democrático. Valorizando no ser humano os aspectos intelectuais, morais estéticos, procura despertar sua consciência individual, harmonizada ao grupo social ao qual pertence.

Com relação à Educação Artística, que foi incluída no currículo escolar pela Lei 5692/71, houve uma tentativa de melhoria do ensino de Arte na educação escolar, ao incorporar atividades artísticas com ênfase no processo expressivo e criativo dos alunos. Com essas características, passou a compor um currículo que propunha valorização da tecnicidade e profissionalização em detrimento da cultura humanística e científica predominante nos anos anteriores. Paradoxalmente, a Educação Artística apresentava, na sua concepção, uma fundamentação de humanidade dentro de uma lei que resultou mais tecnicista.

Na pratica, a Educação Artística vem sendo desenvolvida nas escolas brasileiras de forma incompleta, quando não incorreta. Esquecendo ou desconhecendo que o processo de aprendizagem e desenvolvimento do educando envolve múltiplos aspectos, muitos professores propõem atividades às vezes totalmente desvinculadas de um verdadeiro saber artístico.

Além disso, geralmente a Educação Artística é enfocada de modo muito abrangente, e os professores se comprometem com objetivos que, por sua própria natureza, configuram-se como inatingíveis. Embora não exista qualquer orientação explícita para ações polivalentes, esta é uma atitude habitual que converte a disciplina em uma pulverização de tópicos, técnicas, “produtos” artísticos e empobrece o verdadeiro sentido do ensino.

Na escola de segundo grau as contradições agudizam-se pela proximidade de profissionalização e pelos interesses pertinentes à faixa etária dos educandos, extrapolando o espaço familiar e escolar para dirigir-se às questões sociais, sexo etc. O que se nota, então, é um afastamento dos princípios mínimos que norteiam um ideário artístico, cultural e social.

Ficam evidentes a perplexidade e a desinformação dos professores que são preparados em cursos de reduzida duração, em detrimento de uma formação aprofundada em arte e no trabalho pedagógico na área. Assim, a questão do aperfeiçoamento e formação do magistério para atuar nas escolas de primeiro e segundo graus passa a ser um problema emergente, que ultrapassa os limites dos cursos e licenciaturas em Educação Artística.

No final da década de 70, constitui-se no Brasil o movimento Arte-Educação. No inicio, este movimento organizou-se fora da educação escolar e a partir de premissas metodológicas fundamentadas nas idéias da Escola Nova e da Educação Através da Arte. Esse modo de conceber o ensino de Arte vem propondo uma, ação educativa criadora, ativa e centrada no aluno. O principal propósito da Arte-Educação pode ser percebido nas palavras da professora Noêmia Varela:

“O espaço da arte-educação é essencial à educação numa dimensão muito mais ampla, em todos os seus níveis e formas de ensino. Não é um campo de atividade, conteúdos e pesquisas de pouco significado. Muito menos está voltado apenas para as atividades artísticas. É território que pede presença de muitos, tem sentido profundo, desempenha papel integrados plural e interdisciplinar no processo formal e não-formal da educação. Sob esse ponto de vista, o arte-educador poderia exercer um papel de agente transformador na escola e na sociedade”. (FUSARI & FERRAZ, 1992, p.31).

Atualmente no Brasil, o movimento da Arte-Educação está preocupado com a educação escolar, observando e contribuindo para que a Arte se faça presente na nova Lei de Diretrizes e Bases proposta nesta década de 1990.

Em síntese, a Educação Através da Arte vem se caracterizando pelo posicionamento idealista, direcionado para uma relação subjetiva com o mundo. Embora tenha tido pouco repercussão na educação formal, contribuiu com a enunciação de uma visão de arte e de educação com influências recíprocas. Quanto à Educação Artística nota-se uma preocupação somente com a expressividade individual, com técnicas, mostrando-se, por outro lado, insuficiência no aprofundamento do conhecimento da arte, de sua historia e das linguagens artísticas propriamente ditas. Já a Arte-Educação vem se apresentando como movimento em busca de novas metodologias de ensino e aprendizagem de arte nas Escolas.

Apesar de todos os esforços para o desenvolvimento de um saber artístico na escola, verifica-se que a arte historicamente produzida e em produção pela humanidade ainda não tem sido suficientemente ensinada e apreendida pela maioria das crianças e adolescentes brasileiros.

1.4. Os Tipos de Arte

A arte é uma expressão do sentir humano transformando em símbolos, não convencionais, que não necessariamente precisarão levar o observador a significados conceituais, pois antes de qualquer coisa, a arte deve ser sentida e não pensada.

Atualmente, quando a imitação e a cópia já atingiram as raias do absurdo, num tempo em que, na escola, a arte é apenas encarada como lazer é comum se perguntar quais seriam os tipos de arte que existiram, existem ou ainda, caso não sobrevenha à morte da arte, existirão.

Consumir esteticamente o resultado de um trabalho faz parte de uma necessidade básica do ser humano e, conforme alguns pesquisadores, até mesmo de certos animais. Enquanto esta necessidade é universal e, as formas pelas quais ela se manifesta, ou seja, os tipos de arte, tanto quanto ao tema, à técnica ou ao estilo estão constantemente mudando, renovando-se o processo de recuperar a cada nova obra uma expressão pessoal. Naturalmente fatores históricos e sociais modelam os tipos de arte, porém, desde a arte pura do homem paleolítico, passando pelos gregos arcaicos, pelas leis romanas na arte, pelo poder mágico da arte e todos os “ismos” que se seguiram. Passando pela fotografia, pelo cinema, ingressando na virtual idade da época atual, debatendo-se com a globalização, a verdadeira arte jamais se escravizará a códigos e será sempre inovadora e capaz de falar do seu tempo.

A arte, nos seus mais diversos tipos de expressão, transgredirá o estilo preponderante de cada época e falará ao sentimento humano ainda que este se encontre vazio e sem forma.

A relação então surgida entre o sentimento do artista e o sentimento do seu público jamais poderá ser uma relação lógica entre conceitos idealizados pois seria, não apenas para o artista criador como também para este mesmo público que a consome, asfixiante e enceguecedora.

A presença das artes em todas as culturas tenta concretizar, em formas e cores, os sentimentos, emoções, experiências e conquistas do ser humano.Ao pensar nas artes plásticas, convém refletir sobre valores, sentimentos, emoções e significações passadas através dessa forma de comunicação e expressão.

Considera-se que as artes plásticas convergem a sua atuação, mobilizando a pessoa de dentro para fora, a motivação e a criatividade merecem um destaque especial.

A educação artística propõe-se a criar nos indivíduos não tanto um amor problemático e isola pelas belas obras, mas, sobretudo uma consciência exigente e ativa em relação ao meio ambiente, quer dizer, em relação ao panorama e à qualidade da vida cotidiana desses indivíduos, a educação artística propõe-se a criar nos indivíduos não tanto aptidões artísticas especificas, mas sobre tudo um desenvolvimento global da personalidade, através de formas as mais diversificadas e complementares possíveis de atividades expressivas, criativas e sensibilizadoras, a educação artística, porém, não se contenta apenas com as virtudes instauradoras do caso, do laissez-faire e da não intervenção, mas pressupõe, pelo contrario, a utilização de métodos pedagógicos específicos progressivos e controlados, os únicos capazes de produzir a alfabetização estética sem a qual toda expressão permanece impotente e toda criação e ilusória.

Importa sobremaneira à educação artística os valores do meio ambiente, a qualidade de vida. Nessa concepção estão incluídos os objetos naturais e artificiais, os estímulos sensoriais, formas, cores, cheiros, sabores, movimentos, ruídos, justaposição e superposição das qualidades percebidas, através das quais o espaço se acha ocupado, ritmado, modulado, diferenciado, determinado, como espaço familiar para quem o habita.

No trabalho com alunos da educação infantil e do ensino fundamental, retrata-se as buscas e tentativas de encontrar melhores caminhos, que estimulem a criança a se encontrar consigo mesma e a se relacionar mais profunda e criativamente com as pessoas e os desafios do ambiente que a cercam. O melhor ponto de partida será considerar a própria criança, naquilo que ela traz à escola e que reflete as suas vivências. Partir da cultura popular que caracteriza o grupo de crianças com o qual trabalha-se, parece ser um caminho respeitoso, frutífero aos alunos e seus educadores.

1.4.1. As artes plásticas

“O desenho é um momento de evolução mental da criança, uma forma de transição do pensamento que completa e confirma a linguagem”. (Read, 1992, p.15).

As atividades nas artes plásticas propiciam às crianças condições de descobrir formas alternativas de comunicação e expressão, através da utilização de diferentes materiais.

As artes plásticas em todas suas modalidades são instrumentos de extrema importância na educação qualquer aluno. Para os alunos com necessidades educacionais especiais, podem ser a oportunidade não só de expandir a sua criatividade, como também explorar diversos materiais sensíveis de modo altamente relevante.

Dentre as atividades de expressão plástica destaca o desenho entendo-se como tal não só traço no papel ou em qualquer superfície, com a maneira da criança compreender seu espaço.

1.4.2. Expressão Corporal

As atividades de expressão corporal consistem em propiciar as crianças com necessidades educacionais especiais a oportunidade para que possam, lúdica e livremente, movimentar o corpo, usando-o como forma de comunicação. Essas atividades podem ser inseridas no contexto da psicomotricidade na medida em que desenvolvem os aspectos relevantes ao conhecimento e controle do corpo.

As atividades corporais desenvolvidas para crianças com necessidades educacionais especiais têm como objetivos proporcionar prazer, estimular a experimentação de movimentos livres e naturais para que possam expressar a alegria dos movimentos livres e a capacidade de concentração.

“A indenização de um estudo sobre um programa de uma atividade corporal para crianças com necessidades educacionais especiais deve ser estruturado firmemente sobre os fundamentos motores dessas crianças”.(Canclini, 1980, p.41).

Há padrões previsíveis no desenvolvimento da criança, o estabelecimento destes padrões forma desenvolvidos em função de princípios básicos de desenvolvimentos, assim comentado Ernest Fischer:

“Torna-se familiarizado com os princípios a compreensão de como padrões de vida da criança se desenvolve. Saber o que esperar da criança nos vários estágios de desenvolvimento pode auxiliar pais e professores a planejarem e promoverem experiências que serão usualmente apropriados. Toda pessoa dispõe de um repertorio de impressões sensitivas diversificas no âmbito das sensações acústicas, virtuais, do sentido do paladar, do olfato e do equilíbrio. A menos parte dessas impressões é adquirida por meio de um aprendizado institucionalizado”. (Fischer, 1981, p. 78).

O desenvolvimento de uma pessoa depende de sua capacidade de movimentar-se e experimentar sensações. As experiências favorecem a assimilação de novas estruturas, ou seja, o ato motor promove aprendizagens que facilitarão futuras aquisições básicas do indivíduo.

Por intermédio do movimento, as pessoas com necessidades educacionais especiais, descobrem seu próprio corpo desenvolve sua consciência corporal, adquire noções especiais, estabelece relações com o mundo a sua volta criando relacionamento mutáveis com algo, seja um objeto, uma pessoa ou mesmo partes de seu próprio corpo.

1.4.3. Expressão musical

As atividades de expressão musical também contribuem para a formação, o desenvolvimento e o equilíbrio da personalidade. Essas atividades estimulam integralmente as crianças com necessidades educacionais especiais, pois envolvem a discriminação auditiva de sons o desenvolvimento rítmico, a liberação da imaginação, a exploração das possibilidades de movimentação do corpo, e a sensibilização musical.

“A impressão da musica me obriga a esquecer de mim mesmo, em uma verdadeira situação, estranha a mim: sob o influxo da musica, tenho que sentir o que propriamente não sinto, de entender o que propriamente não sinto, de entender o que não entendo, de poder o que não posso”. (Vygotsky, 1999, p.137)

Nesse sentido, ressalta-se o papel do ensino de arte no contexto da educação formal, assegurando a todas as crianças, jovens e adultos em formação, o acesso ao conhecimento artístico, enquanto meio de construção de formas de expressão e comunicação, enquanto a possibilidade de apreciação das manifestações estéticas e artísticas ao seu alcance, e enquanto modo de situar-se nas dimensões cultural e histórica, por meio da produção artística.

A educação por meio da arte colabora para a promoção do desenvolvimento de habilidades e capacidades, ajudando os alunos com necessidades educacionais especiais a se interagirem socialmente, através de atividades prazerosas, motivadoras apresentadas de maneira lúdica.

  CAPÍTULO 2

A ARTE NO CONTEXTO ESCOLAR

“O mistério não é um muro onde a inteligência esbarra, mas um oceano onde ela mergulha”.(Gustav Thibon)

2.1. A Arte na Escola

O homem, ser cultural e histórico, existe num mundo societário, no qual há leis e normas que são produtos das relações do homem indivíduo com os outros homens indivíduos, numa construção coletiva, em relação à qual cada um tem sua responsabilidade. A idéia de cidadania, nesse sentido, está ligada à atuação do homem, membro do coletivo, no espaço político do Estado, na busca de assegurar os direitos básicos, civis, políticos, o bem-estar comum enquanto direito de todos. Nesse princípio, a solidariedade e o respeito ao outro, em suas múltiplas possibilidades de apresentação, a alteridade, encontram-se inevitavelmente imbricados. Desde a aurora da humanidade o homem tem construído sua existência localizando-se enquanto ser essencialmente social.

A Arte tem estado presente desde os primeiros passos dados na construção da “cultura, quando o homem começou a cantar, produzindo”, sons a partir do próprio corpo ou dos primeiros objetos’ que funcionaram como instrumentos musicais, a dançar seus rituais mágicos, e, ainda, quando começou a deixar suas marcas gráficas nos desenhos e pinturas sobre superfícies diversas o interior de inumeráveis cavernas e as faces de quantas montanhas têm nos dado esse testemunho milenar.

No início de sua história, o homem criou ferramentas com as quais pôde trabalhar melhor o seu espaço de produção e instalação social de vida. Do mesmo modo, a Arte tem se apresentado enquanto forma de atividade humana que envolve o uso de ferramentas, seu domínio técnico e a rede de interações sócio-culturais onde ocorre essa produção. O processo de trabalho demandou na formulação de linguagens, meios de comunicação e de expressão de necessidades e percepções de mundo. Linguagem supõe a construção coletiva de cultura, a organização sistemática de significados e significantes para as ações humanas e, portanto, de interações entre indivíduos numa dimensão coletiva de produção de vida socializada, organizada, na linha do tempo.

Nos primórdios da civilização humana, a arte parece ter cumprido a função de instrumento a serviço do homem no reconhecimento e dominação da natureza e no desenvolvimento das relações sociais. A arte é uma ferramenta imprescindível ao coletivo humano em sua luta pela sobrevivência e instalação de grupo.

Ao longo da história, os homens organizaram-se em diferentes culturas e civilizações, com diferentes concepções de mundo. Cada grupo humano construiu suas formas próprias de Arte, com funções e conceitos próprios. Mas é certo que, em todas as civilizações, coube às artes o papel de elevar o homem de um estado de fragmentação, na individualidade, ao estado de integração, no coletivo. Isso se deve à natureza da expressão artística (entendida aqui em suas dimensões material, sonora, ritualística, entre outras), ligada de modo direto ao que há de essencial e universal da condição de existência humana em toda a sua complexidade. O homem, indivíduo, localiza-se, por meio da Arte, em relação aos outros homens, indivíduos, identificando os elos que os ligam desde a essência de sua humanidade.

Nesse sentido, ressalte-se o papel do ensino de arte no contexto da educação formal, assegurando a todas as crianças, jovens e adultos em formação o acesso ao conhecimento artístico, enquanto meio de construção de formas de expressão e comunicação enquanto possibilidade de apreciação do meio, das manifestações estéticas e artísticas ao seu alcance, e enquanto modo de situar-se nas dimensões cultural e histórica, pelo viés da produção artística.

Pertencente a um grupo sócio cultural, a uma comunidade que o reconhece e abriga. Então, além da digital de quem os produz, os fazeres artísticos transpiram os contextos culturais em que são produzidos. Fazeres com perfis mais conservadores ou revolucionários que, ao apresentar ou reapresentar histórias e visões de mundo ou gerar rupturas, situam o espaço e o tempo em que o indivíduo, ou o grupo, se encontram e no qual se expressam.

No que tange ao trabalho em artes, é importante lembrar que o corpo é o ponto de partida desde o qual cada pessoa percebe e sistematiza informações sobre o mundo. É a partir da vivência e consciência construídas desde seu corpo que as pessoas se relacionam consigo e com o mundo, e constroem suas formas de expressão, ou de não expressão. Dentro dessa compreensão, a Escola Parque constitui se um espaço de excelência para o exercício, por parte de seus alunos (cada qual com suas histórias, potencial idades e necessidades específicas) de elaboração de suas representações a respeito do próprio corpo, da vida, dos espaços nos quais transita quotidianamente, dos modos como transita, enquanto estratégia de reflexão sobre si mesmo e seu ambiente de construção de vida, de vivência, em suas dimensões individual e coletiva, educacional e histórico social. Conhecendo, ao mesmo tempo, produção de artistas de diversos tempos e ambientes, possibilidades de representações da figura humana, das paisagens, dos ambientes intimistas, de conceitos, déias, sentimentos, dentre tantos outros.

Crianças e jovens com, necessidades educacionais especiais e seus colegas convivem no ambiente de experimentação de suas potencial idades de expressão, construindo “aprendizagens não apenas no âmbito das artes ou da atividade física, bem como na dimensão sociorelacional. Por exemplo, a observação: os galhos das goiabeiras representam um espaço democrático que dá abrigo a todas as tribos, no horário do recreio, bem como os jardins e toda a área coberta, por onde todos transitam, brincando ou dirigindo-se às salas de aula, as quais, juntamente com o auditório, o teatro, as quadras, são espaços onde se constrói conhecimento em Arte, sem perder de vista o prazer e o caráter lúdico necessários à aprendizagem. Observação freqüente dos nossos alunos, que, mesmo sem conhecer Snyders (1992) argumentam: Mas, esta é uma escola -parque!…”, reivindicando o direito a aprender com alegria.

É preciso, no entanto, não perder de vista que vários aspectos constituídores da construção cotidiana do ensino da Arte são condições para que os princípios do exercício da cidadania e da alteridade não se esvaziem em discursos dissociados quanto à realidade. Entre esses aspectos, podem ser ressaltados a formação contínua dos professores, para que suas ações pedagógicas estejam impregnadas desses princípios, bem como a organização do ambiente físico escolar, além do sociorelacional, para assegurar o acesso, a circulação e a construção de conhecimento propriamente dita por parte de todos, atendendo às necessidades que cada cidadão -membro da comunidade escolar possa apresentar.

Existem teorias que podem contribuir para o desenvolvimento estético e crítico dos alunos, principalmente no que se refere aos seus processos de produção e apreciação artística. São teorias que incorporam o relacionamento com as práticas e o acesso ao conhecimento da arte, mas sem pretensão de atingir-se uma verdade única. O próprio conceito da arte tem sido técnica, materiais artísticos, lazer, processo intuitivo, liberação de impulsos reprimidos, expressão de atingir-se uma verdade única. O próprio conceito da arte tem sido objeto de diferentes interpretações: arte como técnica, materiais artísticos, lazer, processo intuitivo, liberação de impulsos reprimidos, expressão, linguagem, comunicação.

A concepção de arte que pode auxiliar na fundamentação de uma proposta de ensino e aprendizagem artísticas, estéticos e atende a essa mobilidade conceitual, é a que aponta para uma articulação do fazer, do representar e do exprimir.

A arte é representação do mundo cultural com significado, imaginação, interpretação e conhecimento do mundo, é também, expressão dos sentimentos, da energia interna, da efusão que se expressa, que se manifesta, que se simboliza. A arte é movimento na dialética da relação homem-mundo.

O fato artístico é modificado ainda pelo consumo que de certa forma altera seu sentido, uma vez que depende de classes sociais e da formação cultural dos espectadores. A disciplina arte deverá garantir que os alunos conheçam e vivenciem aspectos técnicos, inventivos, representacionais e expressivos em música, artes visuais, desenho, teatro, dança, artes audiovisuais. O professor de arte tem a possibilidade de contribuir para a preparação de indivíduos que percebam melhor o mundo em que vivem.

A educação artística deve ser usada para estimular o desenvolvimento da criança e nortear um aprendizado efetivo. Para que isso ocorra, ela deve ser desenvolvida dentro do nível adequado. O nível correto pode ser espontâneo da criança trabalhar um nível inadequado produzirá frustração ou imitação mecânica sem entendimento efetivo.

A provisão de atividades artísticas pode parecer uma tarefa assustadora. A simples organização pode torná-la mais fácil, sendo preciso considerar, para a maioria das atividades, o tempo, o espaço e o material adequados.

Antes de comprar o material, será de grande utilidade identificar o nível em que as crianças trabalharão, para que seja possível decidir qual o tipo de material mais adequado para este estágio. As atividades sugeridas podem ser agrupadas em quatro áreas. São elas: desenho, pintura, recorte e colagem, modelagem.

Para essas áreas os seguintes materiais constituem uma lista básica: papeis de várias cores e tamanhos, instrumento de desenho-lápis, canetas, giz de cera, caneta hidrográficas, tintas de diferentes consistências, pincéis de vários tamanhos, tesoura e cola, argila ou massa de modelar.

Quase toda atividade artística é potencialmente confusa, de modo que se torna essencial, encontrar um espaço em que sejam mínimos os danos às paredes, piso e moveis. Uma mesa com tampo, lavável, uma sala não acarpetada. Grandes folhas de plásticos, podem ser obtidas, sem muitas despesas, para proteger mesas, pisos ou paredes dos barridos de tintas ou argila, mas devem lembrar que o plástico cria uma superfície escorregadia.

Tanto do ponto de vista dos pais como das crianças é importante que as atividades artísticas se realizem onde os riscos de danos sejam mínimos. A ansiedade de ambos pode comprometer o sucesso da atividade. As atividades destinam-se a estimular e ajudar o aluno, sabendo o que quer fazer, a se dispor da organização necessária para um bom trabalho. Antes de começar a tarefa a se desenvolver onde entre professor e aluno a escola será a ligação dispondo do material necessário para um bom trabalho.

Cada nível de desenvolvimento tem seu valor particular e deve ser plenamente vivenciado antes de se passar a um estágio mais sofisticado. Se um determinado estágio for pulado, pode-se perder uma parte vital do aprendizado, levando ao prejuízo ou à inibição total do aprendizado subseqüente. A passagem de um nível para outro é um processo natural e gradativo.

Cada criança permanecerá em um determinado estágio, por um período diferente de tempo. Haverá períodos sem nenhuma alteração aparente, ou mesmo períodos de sedimentação do aprendizado. Haverá também aqueles em que o nível de atividade não será mantido em seu máximo. Os adultos rabiscam para aliviar o tédio e a necessidade infantil de proceder de modo semelhante deve ser respeitada.

O nível máximo de compreensão de cada um é diferente. Muitas pessoas não atingem o estágio máximo de desenvolvimento, mas servem-se plenamente satisfeitas e felizes atuando em um nível menos complexo.

2.2. O Papel no Professor no Ensino da Arte

Um professor é alguém que ajuda os outros a aprender. Um professor é alguém que oferece facilidades e circunstâncias nas quais o aprendizado seja tão fácil e agradável quanto possível. Mas, se considerarmos o seu papel, professor é todo aquele que pensa na necessidade de compartilhar informações, de se enxergar como alguém que oferece aos outros o benefício de sua própria experiência e conhecimento.

Sem o suporte de uma observação sensível, essa intervenção pode colocar em risco o aprendizado efetivo. Somente pela observação poderemos saber quando oferecer novas oportunidades ou remover dificuldades para um aluno.

O professor não pode intimidar com as dificuldades existentes no caminho para se tornar um bom professor: qualquer pessoa pode desempenhar este papel, sejam pais, amigos assistentes ou profissionais da área. Qualquer pessoa que tem contato com um deficiente pode contribuir para seu crescimento. Os pais encontram-se em posição privilegiada para desempenhar esta função, na medida em que convivem com a criança a maior parte do tempo, conhecendo-a intimamente.

É importante recorda que, quando assumimos o papel de professor, desempenhamos função muito especial e com muitos aspectos diferentes. Para ajudá-lo a compreender a importância desse papel são apresentadas as seguintes sugestões.

É comum que professores e outros profissionais tendam a organizar as atividades artísticas para crianças inunduendo-as na produção de trabalhos que não guardam relação com seu próprio estágio de desenvolvimento. Geralmente, essas atitudes são muito bem realizadas, cada criança fazendo sua parte, exatamente como lhe foi pedido, sendo o resultado final habilidosamente terminado pelo professor para produzir uma peça impressionante. Esses trabalhos tem uma aparência superficial, demonstrando falta de respeito pela criança que os “fez”, já que nem o impulso artístico nem a idéia, nem as escolhas partiram dela. Cada criança deve ser respeitada por aquilo que pode fazer, em sem seu próprio nível.

O professor precisa oferecer facilidades e circunstancias nas quais o aprendizado seja tão fácil e agradável quanto possível o papel do professor pensar na necessidade em seu papel tem como seu papel essencial de compartilhar informações de se enxergar como alguém que oferece aos outros o beneficio de sua própria experiência e conhecimento.

Sem o suporte de uma observação sensível, essa intervenção pode colocar em risco o aprendizado efetivo. Somente pela observação poderemos saber quando oferecer novas oportunidades de remoer dificuldades para um aluno.

É importante assumir o papel de professor, e desempenhar função especial e com muitos aspectos diferentes. É o professor quem providencia o espaço adequado onde as atividades artísticas podem, acontecer sem interferência. Deve avaliar o tempo, de modo que as atividades sejam desenvolvidas sem preocupação. E é quem providencia as matérias, de acordo com o estagio de desenvolvimento das crianças.

Processo de opções simples e auxiliar a passagem de uma atividade para outra. Para aqueles com dificuldades físicas, seu papel é adequar as atividades, adaptando-as e os equipamentos como objetivo de suprir necessidades individuais.

Para uma criança valorizar e gostar de seu trabalho artístico, ela precisa sentir que sua contribuição é importante. Demonstrações de interesse para com esse trabalho são essenciais para que se estabeleça cumplicidade. Com isso, a criança sentir-se à encorajada a fazer mais coisas e com mais capricho.

O professor deverá dispor de um tempo certo para o desenvolvimento das atividades artísticas, pois é um fator surpreendente importante para o sucesso de um bom trabalho. Como também é necessário dispor de um tempo, no final, para limpar a sala sem se sentir pressionado. As atividades artísticas podem ser agradáveis ou desgastantes, se forem apressadas.

A rotina é sempre importante para criança pequenas, sejam elas pessoas portadores de necessidades especiais ou não, mas todos podem recordar a experiência escolar, quando não se sente “fazendo arte” em um dia ou momento particular, somente por se tratar de uma rotina estabelecida. Portanto, para encontrar um momento para a arte devem ser sensíveis tanto para a necessidade de rotina como para o desejo da criança de participar.

É importante o docente ao organizar uma rotina e preparar material lembra que uma atividade de desenho é possível. Com pouco preparo e pode estar disponível a qualquer momento. A criança tem que ter liberdade de usar material de desenho o máximo possível, mesmo sem a participação do professor. Mas não permite que a tendência da criança para se distrair com o desenho exclua a sua intervenção. Seu interesse e envolvimento são muito importantes e devem ser livremente manifestados.

Para extrair o máximo da educação artística tem que procurar e organizar atividades para as crianças inserindo elementos tanto de repetição quanto de variação. Não tendo medo de repetir a mesma coisa várias vezes: a repetição de atividades conhecidas pode ser muito positiva, na medida em que reforça o aprendizado e da confiança. Por outro lado à variação de atividades pode ajudar a criança a usar suas habilidade de modos diversos. A transferência de aprendizado de uma situação para outra pode ser auxiliado pela realização de duas ou três atividades diferente, que requeiram habilidades semelhantes.

Pequenas modificações podem ser obtidas providenciando-se pequenas variações de massa de modelar pode ser usada como alternativa para a argila, as cores dos papeis e das tintas podem ser variadas e pode-se estimular desenhos com lápis de cor ou giz de cera. Essas pequenas alterações tem importância especial para crianças que precisam de muita estimulação para se deslocar de um estagio de desenvolvimento a outro, porque ajudam a manter e estimular seu interesse.

A passagem de um estágio para outro será um processo lento, sendo uma boa idéia adaptar atividades conhecidas de modo que se tornem gradativamente mais sofisticadas, sem que haja ruptura muito marcada em um padrão estabelecido.

A proposta de trabalho pressupõe um professor atento e alerta ao desempenho infantil, preocupado com a participação ativa e efetiva de todas as crianças. O trabalho deve desenvolver-se em clima de liberdade, alegria e descontração, favorecendo atividades espontâneas e criativas. Para que isto aconteça, a metodologia adotada deve pressupor certos procedimentos:

  • Oferecimento de propostas adequadas, que respeitem e estimulem as experiências das crianças;
  • Respeito à individualidade da criança, considerando sua expressão como linguagem;
  • Valorização das respostas dadas pelas crianças; .utilização intensa de atividades lúdicas;
  • Oferecimento de propostas que trabalhem o pensamento divergente;
  • Oferecimento de oportunidades freqüentes e contínuas para experiências sensoriais;
  • Oferecimento de oportunidades que levem a criança à observação, imaginação, exploração, improvisação, concentração, criação, fluência e flexibilidade;
  • Estimulação adequada e constante da criança, por meio de desafios e situações -problemas que agucem sua curiosidade;
  • Identificação com os interesses da criança, respeitando seu próprio ritmo;
  • Utilização de recursos que ajudem a criança na organização de seu material, de si própria e de seu ambiente de trabalho;
  • Presença discreta e efetiva para toda classe, sem perder de vista a relação particular com cada criança;
  • Oferecimento de propostas em que as técnicas se adaptem às necessidades naturais de cada criança e nunca aquelas em que as crianças têm de se adaptar às técnicas;
  • Criação de um ambiente seguro, de uma atmosfera em que haja confiança e tranqüilidade.

Quando as atividades de Artes forem realizadas na sala de aula, esta deve ser preparada de forma a estimular a produção infantil, possibilitando a investigação, a manipulação e a criação.

O ambiente deve ser bem iluminado, alegre e atraente e, se possível, estar próximo de pias com água para facilitar o asseio corporal e a limpeza dos materiais de trabalho.

Cada professor terá seu ambiente conforme as condições de trabalho de que disponha. Porém, seja ele mais simples ou mais sofisticado, com maior ou menor variedade de móveis e de materiais, não se deve esquecer de que cabe a cada um organizá-lo de modo a estabelecer condições favoráveis ao desenvolvimento harmônico da expressão infantil. Muitas vezes, auxiliado por pais ou pelas próprias crianças, o professor poderá, com imaginação, transformar um ambiente pobre e sem atrativos Quem local que estimule o desencadear de experiências sensíveis de aprendizagem.

O ambiente será preparado segundo as necessidades do grupo com o qual se vai trabalhar. Assim, respeitando certas características das crianças. movimentar-se, espalhar os materiais, construir e desmanchar suas construções, prepararemos o ambiente deixando espaços mais amplos que possibilitem as ações naturais das crianças.

Pouco a pouco a criança vai se desenvolvendo, conhecendo os materiais, adaptando-se a seu uso e organização e tendo condições de atender e de construir regras organizacionais mediante hábitos que própria organização ê trabalhar em um ambiente cujo espaço seja mais limitado, embora ainda necessite circular pela sala. Nessa idade, uma vez trabalhada, a criança já é capaz de seguir certas normas que ajudam na organização e conservação do ambiente de trabalho.

A disposição das mesas na sala variará não só em função de atender às necessidades da estratégia a ser desenvolvida, tendo em vista as atividades, como também de se ter um ambiente estimulador e renovado.

Espaços livres para o trânsito das crianças se fazem necessários para que elas possam apanhar e guardar materiais e também se comunicar com os companheiros enquanto trabalham. O ambiente deverá estar provido de varais ou secadores e de painéis que serão dispostos estrategicamente pela sala, de modo a não atrapalhar a mobilização natural das crianças.

Os materiais serão guardados em armários ou estantes e acondicionados, organizados e etiquetados, de forma que possibilitem fácil acesso e identificação pelas crianças. Também a elas caberá auxiliar o professor na organização da sala.

Para a disposição dos trabalhos que irão para a secagem ou observação o professor poderá pedir sugestões às próprias crianças. Como estas terão liberdade de realização e criação de seus trabalhos e como a proposta do professor deverá favorecer o pensamento divergente, em hipótese alguma deverá haver exposições de trabalhos padronizados, copiados, que não refletem a verdadeira expressão da criança. Também poderão ser organizados cantinhos especiais, como o da pintura, da construção, da modelagem, desde que a estratégia utilizada permita este tipo de disposição.

Muitas vezes, as atividades de artes podem não se desenvolver na sala de aula. Aliás, esta deve ser uma preocupação do professor: variar os locais de trabalho, sempre que possível. O pátio ou outro ambiente acolhedor que a escola ofereça, desde que seguros, podem ser adequados e motivarem a realização de atividades de Artes lugares como jardins, praças, parques, muitas vezes oferecem condições para que se realizem atividades com as crianças, favorecendo até a pesquisa e a coleta de materiais para estas atividades da sala de aula, pode ser necessário que o professor:

  • Planeje uma atividade simples e adequada ao ambiente;
  • Cuide de acomodar as crianças de modo que possam trabalhar livremente;
  • Leve o material necessário, organizando-o de forma a facilitar a atividade.

Cabe ao professor atuar como redefinir, reorganizador do espaço ambiente da sala de aula. O novo ambiente atuará sobre as crianças, induzindo-as a observações, atitudes e comportamentos. O professor poderá organizar atividades ricas, sensibilizadoras e criativas, usando móveis, paredes, vidraças e painéis.

Ao mudar a posição dos moveis o professor possibilita que as crianças os transformem em brinquedos, usando fios e papeis. Ao colocar celofane colorido nas janelas e no vão das mesas, o professor cria na classe um ambiente mágico e cheio de cores. Ao transformar móveis em túneis ou labirintos, o professo inventa com as crianças brincadeiras que podem ou não ser orientadas.

A atividades de artes podem ser desenvolvidas tanto a partir de proposta única, em que o professor prepara, estimula e orienta todas as crianças para uma mesma técnica, como a partir de propostas diversificadas, em que dois ou mais grupos realizam simultaneamente técnicas diferentes. Nesse último caso, as crianças deverão encontrar os ambientes preparados para a realização das diferentes técnicas, escolhendo a que mais as atraia no momento (não obstante, o professor deve estar atento e usar estratégias adequadas para que haja variação nas escolhas das crianças).

Aqueles que terminam a tarefa antes dos demais ou se encontram desocupados porque o professor se dedica a um outro grupo, devem poder escolher livremente uma atividade de Artes para ocupar esse tempo. Nessa situação, ou se disporá de um cantinho preparado com antecedência, ou a criança já deverá estar preparada para apanhar o papel e demais materiais necessários importante lembrar que a criança irá aos poucos adquirindo hábitos e atitudes que facilitam o trabalho dela e o do professor, desde que se estabeleçam normas e limites ao comportamento.

Seja qual for, no entanto, a alternativa de trabalho, algumas condições são imprescindíveis para que ele tenha êxito:

  • Planejar com antecedência as atividades;
  • Organizar o ambiente de acordo com a proposta de trabalho;
  • Dar orientação clara e segura para que todas as crianças a entendam;
  • Ter alternativas de estimulação que atendam às diferenças individuais;
  • Prever a quantidade de material necessária à atividade;
  • Ter certeza de que a qualidade do material não interferirá no produto do trabalho;
  • Saber o que fazer com a resultante produzida;
  • Ter propostas preparadas para as crianças que terminam rapidamente seus trabalhos;
  • Estar preparado para conversar com a criança sobre as realizações dela.

Alguns papéis que o professor deve ter:

Como observador – Este é um dos papéis mais simples do professor, mas geralmente um dos sinais difíceis de cumprir: significa simplesmente olhar. Vendo e recordando o que uma criança faz em circunstâncias particulares, geralmente, obtemos a chave vital de como ajudá-la. É somente como resultado da observação que você será capaz de suprir as necessidades individuais da criança.

Como provedor – É o professor quem providencia o espaço adequado onde as atividades artísticas podem acontecer sem interferências. Deve também avaliar o tempo, de modo que as atividades sejam desenvolvidas sem preocupação. E, obviamente, é quem providencia os materiais, de acordo com o estágio de desenvolvimento das crianças.

Como facilitador – Na provisão de espaço e materiais adequados, o professor toma-se também um facilitador. Ele pode facilitar um processo de opções simples e auxiliar a passagem de uma atividade para outra. Particularmente para aqueles com dificuldades físicas, seu papel é adequar as atividades, adaptando-as e os equipamentos como objetivo de suprir necessidades individuais.

Como ouvinte interessado – Para uma criança valorizar e gostar de seu trabalho artístico, ela precisa sentir que sua contribuição é importante. Demonstrações de interesse para com esse trabalho são essenciais para que se estabeleça cumplicidade. Com isso, a criança sentir-se-á encorajada a fazer mais coisas e com mais capricho.

2.3- Criatividade como Objetivo Educacional

Uma das recompensas das atividades artísticas é a produção de algo como resultado da atividade. Embora o resultado final não é o mais importante ocorre aprendizado valioso, esse produto final tem sua importância.

Existem dois meios de introduzir a criatividade na educação formal. Um consiste em ensinar um assunto novo. Outro modificar o atual e modificar o atual currículo. Ou ensinar criatividade como coisa distinta, qualquer assunto.

Não pode dispor de teoria definitiva a respeito da criatividade. Nem saber precisamente que espécies de informações se aprendem melhor pela via da autoridade ou pela da criatividade.

É comum que professores e outros profissionais (veja “O papel do professor”) tendam a organizar as atividades “artísticas” para crianças envolvendo-as na produção de trabalhos que não guardam relação com seu próprio estágio de desenvolvimento. Geralmente, essas atividades são muito bem realizadas, cada criança fazendo sua parte, exatamente como lhe foi pedido, sendo o resultado final habilidosamente terminado pelo professor para produzir uma peça impressionante. Esses trabalhos têm uma aparência superficial, demonstrando falta de respeito pela criança que os “fez”, já que nem o impulso artístico, nem a idéia, nem as escolhas partiram dela. Cada criança deve ser respeitada por aquilo que pode fazer, em seu próprio nível.

A educação artística deve ser usada para estimular o desenvolvimento da criança e nortear um aprendizado efetivo. Para que isso ocorra, ela deve ser desenvolvida dentro do nível adequado. Algumas sugestões:

As habilidades exigidas para as atividades artísticas seguem um padrão claro de desenvolvimento. Esse padrão é natural, intimamente relacionado com os demais aspectos do amadurecimento.

A educação artística envolve um processo de aprendizado, devendo o trabalho ser encorajado dentro de um nível adequado. O nível correto pode ser encontrado pela observação de sinais e gestos espontâneos da criança (veja “Encontrando o nível adequado”, pp. 47-48). Trabalhar em um nível inadequado produzirá frustração ou imitação mecânica, sem entendimento efetivo.

Cada nível de desenvolvimento tem seu valor particular e deve ser plenamente vivenciado antes de se passar a um estágio mais sofisticado. Se um determinado estágio for pulado, pode-se perder uma parte vital do aprendizado, levando ao prejuízo ou à inibição 1otal do aprendizado subseqüente.

A passagem de um nível para outro é um processo natural e gradativo. Seguir o modelo apresentado neste livro vai ajudá-lo a estar preparado para reconhecer as mudanças sutis de um estágio para outro.

Cada criança permanecerá em um determinado estágio por um período diferente de tempo. Haverá períodos sem nenhuma alteração aparente, ou mesmo períodos em que se verifica um retrocesso. Esses são períodos de sedimentação do aprendizado. Haverá também aqueles em que o nível de atividade não será mantido em seu máximo. Os adultos rabiscam para aliviar o tédio, e a necessidade infantil de proceder de modo semelhante deve ser respeitada.

O nível máximo de compreensão de cada um é diferente. Muitas pessoas não atingem o estágio máximo de desenvolvimento, mas sentem-se plenamente satisfeitas e felizes atuando em um nível menos complexo.

2.4. Atividades Artísticas para o Aluno com Necessidades Educacionais Especiais

O trabalho das atividades com alunos é sugerido e consiste em encorajar a exploração e descoberta dos materiais e dos movimentos simples que a criança é capaz de fazer. As atividades objetivam estimular o controle das ações corporais, aumentar a resistência muscular e estimular a percepção visual e tátil. Esse conjunto forma uma base essencial sobre a qual maiores aquisições de habilidades podem ser construídas. A maior parte do trabalho sugerido poderá ser confusa e dispersiva, portanto, tem que estar preparado.

As crianças muito novas e aquelas que têm pouco controle sobre seus movimentos corporais. Criança com pouco controle é entendido àquelas com uma tendência natural de realizar amplos movimentos de balançar os braços e as mãos e não movimentos precisos e refinados que utilizem gestos dos pulsos e dos dedos. As atividades baseiam-se no “aqui e agora”, fazendo pouca ou nenhuma referência a experiências passadas, já que a criança neste estágio tem capacidade limitada de memorização.

Limites e possibilidades num momento em que a maioria das experiências propostas são novas, é importante limitar as possibilidades, evitando que a criança se sinta ansiosa e confusa. A descoberta é, por si só, um aprendizado e tem que torná-lo o mais acessível possível: oferecer somente uma atividade por aula e limitar as alternativas dentro dessa atividade.

É sugerido que as cores disponíveis restrinjam-se às primárias: vermelho, amarelo e azul, todas claras e luminosas. Cores adicionais poderão ser oferecidas mais tarde. No uso de argila, limitar as possibilidades, por exemplo, limitar para três ou quatro o número de instrumentos para moldá-la, o suficiente para que a criança possa perceber claramente o que ocorre sem perder o interesse. Pode ser surpreendente a quantidade de possibilidades ao oferecer à criança trabalhar com todas as combinações possíveis entre somente três cores.

Ao ocorrer situações em que se estabeleçam ligações com ações passadas, principalmente em aulas subseqüentes de uma mesma atividade. Será possível chamar a atenção das crianças para as cores, texturas ou formas tanto em outras situações quanto durante as atividades artísticas. Isso, sem dúvida, auxiliará o processo de aprendizado.

A maioria dos movimentos realizados pelas crianças com necessidades educacionais especiais são amplas, portanto, tem que explorar o máximo. É somente pelo aprendizado gradativo do controle de movimentos amplos que se desenvolve o controle dos movimentos precisos.

Não pode prolongar a atividade, o período de concentração das crianças geralmente é muito curto, por isso é importante aproveitá-lo ao máximo, mas não tentar continuar depois que o interesse diminuir. Esse período de esforço concentrado aumentará naturalmente. Não manter expectativa muito alta. É através do tato que ocorre a descoberta e o aprendizado.

Ao procurar e organizar atividades para as crianças é importante incluir elementos tanto de repetição quanto de variação. Não tenha medo de repetir a mesma coisa várias vezes: a repetição de atividades conhecidas pode ser muito positiva, na medida em que reforça o aprendizado e dá confiança. Por outro lado, a variação de atividades pode ajudar a criança a usar suas habilidades de modos diversos. A transferência de aprendizado de uma situação para outra pode ser auxiliada pela realização de duas ou três atividades diferentes que requeiram habilidades semelhantes massa de modelar pode ser usada como alternativa para a argila; as cores dos papéis e das tintas podem ser variadas e pode-se estimular desenhos com lápis de cor ou giz de cera. Essas pequenas alterações têm importância especial para crianças que precisam de muita estimulação para se deslocar de um estágio de desenvolvimento a outro, porque ajudam a manter e estimular seu interesse.

A passagem de um estágio para outro será um processo lento, sendo uma boa idéia adaptar atividades conhecidas de modo que se tornem gradativamente mais sofisticadas, sem que haja ruptura muito marcada em um padrão estabelecido. Seguindo as introduções dos capítulos, tente suas próprias variações; lembre-se de que as idéias apresentadas são somente sugestões.

Uma das recompensas das atividades artísticas é a produção de algo como resultado da atividade. Embora tenha afirmado exaustivamente que o resultado final não é o mais importante da atividade e que, ao longo do processo, ocorre aprendizado valioso, esse produto final tem sua importância. Uma peça resultante de trabalho artístico é algo que pode ser visto e admirado. Extraia o máximo desse valor fazendo uma exposição. Talvez, parte da parede possa ser reservada para afixar os desenhos, os trabalhos tridimensionais possam ser expostos em uma prateleira, no alto de uma estante ou de um armário, o essencial é que as crianças possam ver o seu próprio trabalho. É até mais importante para as crianças verem seu próprio trabalho do que você ser capaz de ver e admirar esse trabalho.

Expor um objeto significa que ele pode ser visto continuamente, fato que pode ser de grande importância no desenvolvimento de uma criança. Ela não somente terá aumentada sua auto-estima como também poderá aprender através da observação dos resultados de seu esforço. O simples fato de que o quadro está lá para ser visto pode ser suficiente para modificar a visão que ela tem de seu próprio trabalho. Essa observação não precisa necessariamente ser dirigida, mas instruções cuidadosas podem conduzir a uma avaliação objetiva de seu trabalho. Por simples observação e comparação, a criança pode reconhecer o que acontece em seus desenhos e sentir-se estimulada a “fazê-los novamente”, ou mesmo a desenvolver um tipo particular de esforço em uma outra peça. Esse reconhecimento pode ocorrer mesmo em um estágio inicial, quando os rabiscos começam a mostrar uma certa ordenação ou quando começam a se repetir as primeiras formas. Sem a exposição dos quadros, de modo que possam ser vistos repetidas vezes, a criança tem pouca oportunidade de refletir sobre os resultados de seu trabalho ou apreciar totalmente o que está fazendo.

Freqüentemente, as mudanças no trabalho artístico das crianças são bastante sutis e raramente serão perceptíveis de um dia para o outro. Para estabelecer um diário ou histórico do desenvolvimento, é interessante guardar o trabalho feito pelas crianças. É a partir da revisão de várias peças que o desenvolvimento pode se tornar evidente. Isso é particularmente importante quando se procura indícios de mudança de um estágio para outro. Sempre coloque a data em que o trabalho foi realizado e, se estiver trabalhando com mais de uma criança, coloque também o nome. A data é realmente o mais importante: não há nada mais frustrante do que rever uma coleção de vários trabalhos sem ser capaz de lembrar sua seqüência.

Os trabalhos com papel podem ser facilmente guardados dentro de pastas de papelão (feitas a partir de sobras de grandes placas) e empilhados junto a uma parede ou sob uma cama. Os trabalhos tridimensionais são mais difíceis de serem armazenados. Pequenas quantidades podem ser guardadas em caixas de papelão. Caso sejam muito numerosos, talvez seja necessário dispensar algumas peças. Faça-o com a consciência de estar lidando com trabalhos que representam o registro contínuo desde as primeiras atividades, descartando somente aqueles que são claramente repetitivos. Essa tarefa é mais facilmente realizada quando os sinais de progresso se tornam evidentes. Guarde sempre um conjunto de trabalhos representativos de cada estágio… Essa medida deve ser tomada não só para servir de orientação para a proposição de novas atividades como também para servir de registro retrospectivo do progresso da criança.

Antes de pensar na organização de atividades para a criança, é muito importante determinar o nível no qual ela efetivamente atua. É essencial determinar o nível real de habilidade que a criança atingiu antes de programar uma atividade. Isso pode soar óbvio e fácil, mas é também muito fácil ser influenciados em julgamentos pelo comportamento social da criança, como ela se comporta na presença de outras pessoas. Ela pode ser mais competente -ou menos -nessa área do que em sua capacidade de expressar-se criativamente. Não há como estimular crianças a realizar tarefas complexas se elas ainda estiverem envolvidas com a realização de tarefas simples. A importância de cada nível de aprendizado e as habilidades de cada nível devem ser vivenciadas e efetivamente conquistadas antes que desloquem para o nível seguinte.

A determinação do nível real de habilidades de uma criança envolve a observação de comportamentos exibidos enquanto não está sendo dirigida ou auxiliada. Essas ações espontâneas podem ser melhor observadas quando a criança enfrenta uma situação que lhe é familiar , ou na qual ela não precisa fazer escolhas. Talvez seja mais fácil observá-la enquanto estiver brincando ou comendo do que quando estiver usando lápis e pincéis. Observe o que a criança faz quando usa a colher para comer: Ela agita a colher para cima e para baixo ou remexe a comida? Observe também que tipo de sinais ou padrões ela faz sobre um espelho ou vidro embaçados.

A parte seguinte deste livro está dividida em quatro .seções. Cada uma delas representa um ou dois níveis de aquisição, como pode ser visto na tabela anterior. Cada seção contém sugestões de atividades adequadas ao nível de desenvolvimento descrito.

Depois de estabelecer, com o auxílio da tabela, o nível de desenvolvimento alcançado pela criança, leia a introdução da seção indicada. A não ser que a introdução sugira que as atividades contidas na seção sejam muito avançadas para a criança, comece por escolher uma atividade que estimulará sua criança. Não tenha receio de começar com atividades muito básicas, mesmo que sejam anteriores à seção indicada, pois a criança rapidamente demonstrará a você se ela tem habilidades mais desenvolvidas.

  CAPITULO 3

ARTE E SOCIALIZAÇÃO

“A coisa de maior extensão no mundo é o universo, a mais rápida é o pensamento, a mais sábia é o tempo e mais cara e agradável é realizar a vontade de Deus”. (Tales de Mileto)

3.1. A Construção Social do Indivíduo

O processo pelo qual o indivíduo aprende os padrões sociais de comportamento, que variam conforme diferentes grupos sociais e culturais, é deferido pelas ciências humanas como socialização. A socialização envolve relações dinâmicas entre o individuo e o meio. Considerada como um processo interativo possibilita o desenvolvimento e o ingresso da criança na sociedade.

Nesse processo tanto a sociedade molda a criança, como a criança molda a sociedade, em uma reciprocidade constante. O processo de socialização inclui os padrões de relacionamento de uma cultura, os valores sociais, os princípios éticos, os modos de conceber e praticar a educação do homem.

Outro fato marcante para a socialização são as referências sociais que á criança estabelece, geralmente com uma pessoa da família, o pai, a mãe, os irmãos e parentes próximos. A família será a responsável pelos fatores significativos que irão favorecer o processo da socialização da criança. Da mesma forma, nas instituições de atendimento educacional infantil as pessoas responsáveis pelos cuidados básicos da criança tem um papel relevante para a formação dos primeiros elos sociais.

A linguagem é o principal veículo para a socialização. Ao assenhorar-se da linguagem, á criança aprende a transmitir e reter certos significativos socialmente reconhecidos. Adquiri a capacidade para refletir. As reflexões incidem sobre as experiências passadas, que se integram numa versão coerente e cada vez mais ampla da realidade. A experiência presente é continuamente interpretada em conformidade com essa visão e a experiência futura não pode ser apenas imaginada, mas também planejada.

A parte socializada da individualidade é designada de identidade. A identidade pode ser atribuída e/ ou adquirida por meio do processo de integração com os outros, ou seja, a identidade é uma inter-relação entre a identificação e a auto – identificação. Nesse sentido, os educadores e familiares com quem a criança compartilha suas ciências nos anos iniciais de vida, atuam como fortes modelos de identificação social.

A socialização é um processo contínuo não termina quando a criança torna-se participante ativo da sociedade: o alcance e a intensidade da socialização continuam depois da primeira infância.

A socialização envolve modificações na esfera da vida e das relações humanas habilitando a pessoa para viver em interação com o contexto social. Na socialização existe um paralelismo entre os processos biológicos, psicológicos e culturais. O papel do sociólogo nesse campo é focalizar a dimensão social do homem, avaliado como a sociedade pode interferir na formação da criança.

Para crianças com deficiências, a família e a escola são as instituições que mais contribuem para seu desenvolvimento e sua socialização. A socialização é o processo pelo qual ao longo da vida a pessoa aprende e interioriza os elementos socioculturais do seu meio, integrando-os na estrutura de sua personalidade sob influencia da experiência de ajustes sociais significativos adaptando-se ao ambiente social em que vive.

Ao sair do circulo restrito da família a pessoa com necessidades especiais começa a interagir com um circulo mais vasto de relacionamento, proporcionando pela escola em um ambiente onde coexistem vários padrões de comportamentos e inúmeras possibilidades de relações.

A criação percebe aos poucos; que cada um é avaliado de acordo com a sua capacidade de intervenção social. Desde o início do seu desenvolvimento a criança é um agente de auto modificação de acordo cm sua interação com o meio social em que vive. Para o indivíduo com necessidades educacionais especiais o papel ao modelo é particularmente importante, pois é comum que apresentem um comportamento condicionado pela identificação com agentes que sejam socialmente importantes em sua vida.

O trabalho da educação especial tem um papel preponderante no processo de socialização para que esses alunos seja capazes de interagir com seus pares e com o mundo ao seu redor, interferindo sobre sua vidas e conquistando sua autonomia.

Buscando forma um ser humano autônomo a arte-educação inclusiva permite que os indivíduos se expressem, socializando seu universo interior, que pode ser partilhando com todos.A partir da aceitação de suas potencialidades é que o aluno com necessidades especiais poderá encontrar seu espaço de identificação por meio da arte.

A arte está presente na vida de todos e no caso dos alunos com necessidade especiais assume um papel importante na formação de sua personalidade, com ser social, uma vez que se torna um veículo de comunicação entre as pessoas.

A arte facilita o desenvolvimento global do aluno, trabalhando emoções e habilidades, promovendo sua socialização e, alguns casos, propiciando a inserção desse aluno no mercado de trabalho.

E um contexto em que a exclusão sociocultural é dominante, total de inserção social de minoria e das pessoas com necessidades educacionais especiais, significa atuar, enquanto educador, em direção á conquista de direitos iguais para todos. O educador, nesse sentido enfrenta desafios de contrapor-se aos preconceitos e estigmas em uma postura de respeito e valorização da pessoa com necessidade educacionais especiais.

A arte capacita o homem para compreender a realidade e o ajuda não só a suportá-la como a transformá-la, aumentando-lhe a determinação de torná-la mais humana e mais hospitaleira para a humanidade. Isto aponta uma possibilidade de compreensão para o fato de que, em todos os tempos, não apenas os artistas cujas obras têm sido referenciadas por historiadores, mas, sobretudo, o homem comum, anônimo, tenha produzido arte na busca da construção de sua identidade enquanto agente de cultura ligado ao seu tempo e espaço. É desde os fazeres artísticos de artesãos, artistas anônimos, populares, gente comum, que a História da Arte tem sido construída, constituindo a cultura humana.

O lugar indispensável que a arte tem ocupado na vida das pessoas e nas sociedades desde a origem da civilização situam-na enquanto um dos fatores essenciais de humanização. A importância do exercício da expressão artística não está apenas no desenvolvimento da criatividade que ela promove, ou no aprimoramento das formas de percepção por parte das pessoas: a arte é relevante enquanto objeto de conhecimento que amplia a compreensão do homem a respeito de si mesmo e de sua condição de ser coletivo, agente cultural, no mundo.

Cada pessoa traduz as dimensões individual e coletiva, ao mesmo tempo, em seu modo de ser, estar e manifestar-se no mundo. Enquanto indivíduo traz marcas de sua personalidade, história pessoal, características físicas, potencialidades e dificuldades as mais diversas. Decorre desse fato que suas construções expressivas são únicas, pessoais. No entanto, cada indivíduo participa da caminhada que a humanidade cumpre neste planeta, produzindo fazeres, conhecimento, símbolos, modos de vida. Visões de mundo, formas de expressão impregnadas do sentido de coletividade. As produções do indivíduo trazem as marcas que o identificam enquanto membro.

A relação entre o indivíduo e o coletivo tem sido objeto de estudo em vários campos do conhecimento, desde o psicológico até o sociológico, que apontam essa relação, enquanto fonte de conflito e tensão. Mas a História tem mostrado que é exatamente nesse espaço relacional entre o indivíduo, com sua subjetividade, e o coletivo, externo ao indivíduo, que acontecem os processos de construção de conhecimento, de criação e de produção artística. Pode-se afirmar que a arte encontra-se entre aquelas atividades humanas que restituem a ligação saudavelmente construtiva entre o individual e o social.

Nesse sentido, uma pessoa que desenvolva caminhos próprios de expressão, a partir do conhecimento de materiais, técnicas, conceitos nas diversas produções artísticas, é capaz de participar de modo mais efetivo do seu contexto sócio-cultural, contribuindo produtivamente e transformando o seu desenvolvimento em processo contínuo de aprendizagens e de reconstrução de seus modos de expressão. E isso é exercer cidadania, porque afirmada a sua marca pessoal, de indivíduo presente na contextualização da sociedade em que vive.

A alegria é um sentimento humano que resulta da plena percepção e interação do homem com o ambiente em que está inserido. Tal interação se dá por meio do corpo e seus sentidos. Seu corpo é o seu estar no mundo. Enquanto referência desse estar no mundo, deve ser ponto de partida para o trabalho na Música, no Teatro, nas Artes Visuais e demais, campos da expressão humana. Essa pessoa, cidadã, corre, caminha ou se desloca de tantas formas pelos espaços, ouve com maior ou menor acuidade os sons dos ambientes, ou não os ouve, vê de modo mais ou menos nítido as cores, as formas, as pessoas, as coisas, ou não as vê. O seu caminho de expressão é construído, ou não, a partir das possibilidades que, por um lado, seu corpo lhe ofereça, e, por outro, os ambientes, nos quais ela estabelece suas relações de aprendizagem, lhe possibilitem ou estimulem.

3.2. Educação Especial

A educação especial é uma modalidade de educação escolar voltada para os alunos que apresentam necessidades educacionais especiais. Utiliza-se de recursos específicos objetivando proporcionam a valorização das potencialidades desses alunos promoveu sua integração psicossional, sua profissionalização, é assim formas cidadãos produtivos aceitos e participativos.

Os alunos com necessidade educacionais especiais, foram historicamente classificados como idiotas, cretinos, animais e loucos, o que demonstra o quanto a sociedade segregava essas pessoas. Atualmente, busca-se conceitos que posam levar em conta as potencialidades dos indivíduos e não apenas as diferenças.

Apesar dessa nova visão, convivemos, atualmente, ao mesmo tempo com práticas segregativos e com intervenções interativas contemporânea, onde a pessoa com deficiência é vista como um cidadão com seus direitos e deveres.

3.3. A Arte na Educação Especial

A escola é um espaço de vivência e de construção do conhecimento. O ensino da arte na escola busca promover o desenvolvimento de potencialidades individuais, do espírito de integração em grupo e da formação do indivíduo conhecedor do legado artístico-cultural da humanidade.

A linguagem artística acompanha toda a evolução da história da humanidade, e está presente em todo processo de escolarização. A arte faz parte da vida de todos.

A arte na educação especial tem condições de promover o desenvolvimento da motivação e da criatividade do aluno, numa tentativa de torná-lo um sujeito mais sensível e aberto para descobrir suas habilidades.

Quando o profissional da educação trabalha a arte no contexto escolar, os alunos com necessidades educacionais especiais tem a possibilidade de refletir, de concentrar em esforços e recursos humanos e materiais, os quais associados às diferentes linguagens, contribuem para o processo de desenvolvimento global desses alunos.

A educação por meio da arte permite ao aluno expressar suas emoções, seus sentimentos e interagir com as pessoas e o ambiente. Nesse sentido, a arte é potencializadora da auto-estima e da autoconfiança, e extremamente importante para o desenvolvimento da criança com necessidades especiais. Se a arte-educador for capaz de despertar o prazer de fruir, fazer e vivenciar a arte, estará contribuindo para o crescimento pessoal de seus alunos.

A arte tem desempenhado um papel fundamental no processo escolar dos alunos com necessidades educacionais especiais, promovendo seu potencial criador de desenvolvimento histórico social do meio em vivem.

A construção da arte-educação no espaço da educação especial vem crescendo significamente, tendo em vista os atores sociais nela envolvidos e as novas abordagem educacionais.Para Barbosa (1999. p.7):

“O movimento de arte para a recuperação social vem demonstrando a necessidade da arte para todos os seres humanos por mais desumanas que tenham sido as condições que a vida impôs a alguém. Basta que cérebro funcione, para ser possível estabelecer alguma ligação com a arte ou por seu intermédio. No caso da educação especial, a arte é eficiente e democrática, por desenvolver as múltiplas inteligências. Ela trabalha mais fortemente os componentes intuitivos, sensoriais e a percepção espacial. As chances da criança ser bem sucedida nas artes, de sentir-se aprovada, ter seu ego cultural reforçado e, assim, se desenvolver cognitivamente são imensas”.

A arte na educação especial deve fazer com que o aluno estabeleça relações entre o mundo e a maneira como a sociedade o percebe ao longo do tempo. Assim, a arte estimula a criança a adquirir habilidades, proporciona a socialização, acentua sua criatividade, dando auto-estima e equilíbrio necessários para viver em sociedade livre de preconceitos e diferenças.

  CONCLUSÃO

“Ensinar não é uma função vital, porque não tem o fim em si mesma; a função vital é aprender”. (Aristóteles)

Espero que a monografia dissertada possa colaborar com todos setores da educação que enfrentaram o desafio de construir experiências significativas para os alunos com necessidades educacionais especiais, mostrando a importância da arte-educação no processo de ensino-aprendizagem, favorecendo a socialização e o resgate cultural de todos os seres humanos.

Nem todos relacionariam a arte dentre suas necessidades básicas da vida, mas com certeza aqueles indivíduos privados do convívio social devido à estigmatização, encontram na arte um espaço para realizar-se como seres humanos, mostrando a todos que são pessoas em busca de seu crescimento pessoal.

Além de proporcionar atividades concretas e construtivas, a educação por meio da arte promove o desenvolvimento de habilidades e capacidades, o controle dos movimentos, a organização pessoal e a ordenação dos pensamentos.As atividades em grupo ajudam na integração social, por meio da cooperação e da comunicação entre os seus membros, de acordo com as potencialidades e necessidades de cada um, as atividades são aplicadas de forma lúdica, a fim de tornar a aprendizagem mais emocionante, motivadora e prazerosa.

Acredito que um trabalho constante, coerente e organizado será capaz de fazer emergir todo o potencial criador do indivíduo e torná-lo um agente social em pleno exercício da sua cidadania.

  REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

“Semeia um pensamento e colherás um desejo; Semeia um desejo e colherás a ação; Semeia a ação e colherás um hábito; Semeia o hábito e colherás o caráter”. (Tihamer Toth)

ATACK, Sally M.. Atividades Artísticas para Deficientes. Campinas: Ed. Papirus, 2001.

AZEVEDO, Fernando. A Arte Como Instrumento de Educação Popular e Reforma. São Paulo: Ed. Melhoramentos, 1930″.

BARBOSA, Ana Mãe. Arte – Educação: Conflitos e Acertos. São Paulo: Ed. Max Limonad, 1984.

_________, Recorte e Colagem: Influencias de Jonh Dewey no Ensino da Arte no Brasil. São Paulo: Ed. Cortez, 1982.

BOSI, Alfredo. Reflexões Sobre a Arte. São Paulo: Ed. Ática, 1985.

BUORO, Anamélia Bueno. Olhos que Pintam: A leitura da Imagem e o Ensino da Arte. São Paulo: Cortez, 1995.

FERRAZ, Maria Heloísa Correia de Loleto & FUSARI, Maria F. de Resende e. A Arte na Educação Escolar. São Paulo: Ed. Cortez, 1992.

FISCHER, Ernest. A Necessidade da Arte. Rio de Janeiro: Ed. Zhar, 1981.

FREIRE, Paulo. Educação: O Sonho Possível. Rio de Janeiro:Ed. Graal, 1982.

LIBANIO, José Carlos. Democratização da Escola Pública: a Pedagogia Crítico-Social dos Conteúdos. São Paulo: Ed. Loyola, 1985.

NICOLAU, Marieta Lúcia Machado. A Educação Artística da Criança. São Paulo: Ed. Ática, 1996.

POCHER, Louis. Educação Artística: Luxo ou necessidade. São Paulo: Ed. Bumeer, 1982.

READ, Herbert. A Educação Através da Arte. São Paulo: Livraria Martins Fontes, 1982.

SAVIANI, Dermeval. Escola e Democracia. São Paulo; Ed. Cortez, 1986.

Vygostsky, L.S. Linguagem, desenvolvimento e Aprendizagem. São Paulo: Ed. Ícone, 1988.

Autor: Raquel Bastos Magalhaes


Este texto foi publicado na categoria Educação Inclusiva e Especial.

 About Pedagogia ao Pé da Letra

Sou pedagoga e professora pós-graduada em educação infantil, me interesso muito pela educação brasileira e principalmente pela qualidade de ensino. Primo muito pela educação infantil como a base de tudo.

Escreva um comentário

Não se preocupe, seu email ficará sem sigilo.