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Atualizado em 10/08/2024

Identidade e Autonomia

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A construção da identidade e autonomia refere-se ao progressivo conhecimento que as crianças vão adquirindo de si mesmas, a autoimagem que, através deste conhecimento, se vai configurando e à capacidade para utilizar recursos pessoais de que disponham a cada momento.

Na Educação Infantil, fomentar a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças pequenas significa ajudá-las a progredir na definição da própria identidade, no conhecimento e na valorização de si mesmas.

Procuramos, então, criar um ambiente conhecido e seguro para elas, no qual todas as pessoas são chamadas pelos nomes e, pouco a pouco, se tornam referências.

Consideramos que as situações educativas que a criança vive na escola e a maneira como as educadoras tratam essas atuações serão muito importantes na formação dos conceitos de si mesmas.

Na escola, quando as crianças aprendem, por exemplo, a ordenar um joguinho ou a brincar com carrinhos, estão também aprendendo muitas coisas sobre elas mesmas, que lhes permitem formar uma opinião sobre si.

Portanto, a construção de uma autoimagem positiva requer que, na escola, as crianças tenham experiências em situações que lhes permitam ganhar confiança em suas capacidades e que sejam vistas como crianças com possibilidades. Isso dá segurança, que é um elemento básico para atrever-se a explorar novas situações e novas experiências. É importante observar que não se trata de renunciar à exigência e ao controle, e sim de endereçá-la a um contexto comunicativo, afetuoso e respeitoso.

“Trata-se de combinar as metas com o alento para superá-las, a correção com o encorajamento, o reconhecimento dos limites com as possibilidades.”

Linguagem Oral e Escrita

A linguagem verbal é o instrumento básico da comunicação e representação dos seres humanos e é o que nos identifica como tal. Desde a infância até a vida adulta, a linguagem é o verdadeiro motor do pensamento, o que nos permite ativá-lo e organizá-lo.

Na Educação Infantil, o enfoque de trabalho da língua oral deverá ser basicamente procedimental, isto é, a maioria dos conteúdos que as crianças aprendem são procedimentos de utilização da língua, através dos quais aprendem atitudes e conceitos relacionados com a linguagem.

Os trabalhos de iniciação à língua escrita estão relacionados aos aspectos comunicativos da língua: a escrita serve para saber coisas, para nos divertirmos, para estarmos informados, para aprender, para conhecer a marca de um produto, etc. Procuraremos apresentar às crianças propostas para que utilizem a escrita em situações que tenham sentido, vamos falar e dar informações sobre a língua escrita em situações significativas para a maioria das crianças (livrinhos de pré-leitura ou de pré-escrita, receitas, bilhetes, poesias…).

Quando se toma a escrita em sua totalidade, temos, em jogo, o conhecimento sobre as diferentes formas de discurso: as diferentes circunstâncias de uso e os diferentes formatos que podem tomar os textos escritos. Temos ainda um sistema codificado que permitirá que pessoas possam se comunicar por escrito. No caso de nossa língua, trata-se de um sistema alfabético.

Se o tomarmos em separado de seu uso, tratamos o sistema alfabético como um código e ele se transforma em uma habilidade, uma mera técnica. Se o tomarmos, entretanto, como fundamental para o processo de comunicação na língua escrita e se entendermos a produção de textos como ponto de partida (e de chegada) de todo o processo ensino/aprendizagem desse objeto, o código alfabético passa a ser um sistema de representação. Produzindo e lendo textos, ainda que não de acordo com as convenções desse sistema, as crianças estarão sendo convidadas a refletir sobre a escrita em sua totalidade, sobre o sistema de representação e as formas que ganha esse sistema a depender do uso que dele se faz. O código alfabético deixa de ser um sistema fechado e ganha vida.

São três os períodos básicos do processo de compreensão do nosso sistema de representação:

  • No primeiro, a criança começa a diferenciar a escrita de outros sistemas de representação, principalmente do desenho. Neste período, a escrita passa a ser considerada um objeto substituto, portanto um sistema de representação.
  • O segundo período é caracterizado pela busca, por parte das crianças, de certas propriedades de legalidade no eixo quantitativo, que deve ter a escrita. As crianças pensam que a escrita deve ter um mínimo de caracteres (geralmente dois ou três) para que diga algo. No eixo qualitativo, cada produção escrita deve ter uma variedade interna, isto é, os caracteres devem ser diferentes.
  • O terceiro período começa precisamente quando a criança corresponde partes sonoras. Implica em atribuir uma letra para cada sílaba. No eixo qualitativo, a criança começa a colocar letras semelhantes para partes sonoras parecidas. As contradições existentes neste período fazem com que um novo processo de construção seja iniciado. A criança passa por um período de transição em que se mesclam ideias características do período silábico e do sistema alfabético, até que possa escrever de maneira sistemática, atribuindo as letras necessárias para representação dos fonemas necessários.

Projetos que serão desenvolvidos na área de Práticas de Linguagem:

Maternal: Poesias

Bichinhos do Jardim (Projeto de Pesquisa)

Jardim I: Parlendas

Animais Aquáticos (Projeto de Pesquisa)

Jardim II: Recital de Poesias

Animais Brasileiros (Projeto de Pesquisa)

Pré: Mitos gregos

O mundo incrível dos insetos (Projeto de Pesquisa)

Matemática

O trabalho no âmbito da matemática, na idade pré-escolar, ajuda a criança a compreender e a ordenar a realidade (as características e as propriedades dos objetos) e também a compreender as relações que se estabelecem entre os objetos (semelhança, diferença, correspondência, inclusão, etc.).

Os conteúdos relativos à linguagem matemática que serão desenvolvidos na Educação Infantil são:

  • A análise das propriedades dos objetos e das relações que podemos estabelecer.
  • Ao ordenar, classificar e comparar os objetos, as crianças aprendem conceitos, semelhanças e diferenças e começam a conceitualizar as formas, as cores e as propriedades dos objetos.
  • O início da quantificação.
  • Conhecimento dos quantificadores (tudo, nada, nenhum, pouco, etc.).
  • Conhecimento da série numérica.
  • A resolução de situações-problema.
  • A medida do espaço (longe, perto, aqui, ali) e a medida do tempo (ontem, hoje, antes, depois, etc.).
  • A representação do espaço.
  • Nesta idade, as crianças já começam a identificar as formas geométricas e a identificá-las no espaço imediato.

Projetos que serão desenvolvidos na área de Matemática:

Maternal: “Coleções efêmeras”

Jardim I: “Coleções efêmeras e Convites de aniversário”

Jardim II: “Lanche na Cantina”

Pré: “Coleções de canetas”

Artes

A partir dos dois anos de idade, as crianças estão muito interessadas em atividades que permitam a representação plástica. No início, pintam e fazem rabiscos por simples prazer. Aos poucos, dão-se conta de que podem representar a realidade de maneira que cada vez possa ser mais reconhecida e os seus desenhos vão se tornando mais fiéis à realidade. As principais capacidades que se desenvolvem através das plásticas são:

  • Formação de conceitos: a observação e a análise da realidade servem para ampliar os conceitos.
  • Habilidade manual.
  • Imaginação e fantasia.

Para desenvolver essas capacidades, partiremos das elaborações próprias das crianças para que possam ir melhorando-as e ampliando-as através da observação da realidade, ajuda e comentários da professora, apreciação de suas próprias obras e de artistas famosos.

Conceitos como “figurativo” e “abstrato” podem ser apresentados à criança desde a educação infantil por intermédio de imagens, e sua assimilação dar-se-á por aproximações sucessivas. São exemplos de respostas dos alunos que passam pelo momento conceitual, para definir o figurativo e o abstrato, “o tudo direitinho” e o “tudo bagunçado”.

Os procedimentos (“conjunto de ações ordenadas e orientadas para a consecução de uma meta”) são aprendidos quando executados. Os alunos aprenderão procedimentos de pintura, desenho, gravura, modelagem, colagem, etc. O papel do professor será o de garantir oportunidades constantes para tais exercícios e apoiar o aluno em seus afazeres, levando-o à autonomia progressiva na execução das tarefas.

Projetos que serão desenvolvidos na área de Artes:

Maternal: “Descobrindo a arte brincando”

Jardim I: “Artistas famosos”

Jardim II: “Artistas famosos do nosso tempo”

Pré: “Fotografando a vida”

Movimento

Nesta fase de desenvolvimento, as crianças têm grande necessidade de explorar o espaço, de exercitar o movimento de seu corpo e de conhecer os objetos que existem à sua volta.

Para isso, haverá um cuidado em relação ao espaço e materiais, evitando possíveis perigos. Serão propostos momentos de jogos espontâneos, brincadeiras livres e também situações em que as professoras conduzirão a atividade, tais como:

Oficinas de Percurso Lúdico Motor: São os movimentos e brincadeiras exploratórias (saltar, correr, arremessar) desenvolvidas pelas próprias crianças que podem ocorrer tanto de forma individual como em pequenos ou grandes grupos. O foco desta proposta está no trabalho com autonomia e escolha, para que o aluno possa desenvolver um percurso lúdico e criador.

Um dos aspectos essenciais deste eixo de trabalho está relacionado ao fato de que as crianças hoje possuem poucos momentos para se movimentar e brincar livremente.

Circuitos Motores na Educação Infantil: São o conjunto ou série de habilidades relacionadas com o deslocamento, o equilíbrio e a manipulação realizadas pelas crianças com diversos materiais, na intenção de repetir um trajeto previamente determinado. É realizado com a colocação de materiais como mesas, bancos, colchões e também com materiais que foram adquiridos especialmente para os circuitos.

No circuito, a criança percebe o seu corpo e o movimento com precisão, e mobiliza-os de múltiplas formas no espaço. Quem realiza um circuito se depara com desafios em obstáculos, às vezes fáceis ou não, que aos poucos constroem suas habilidades, ao mesmo tempo em que se depara com situações de insegurança, respeito e cooperação com o outro (controlar o medo, esperar a vez sem empurrar, ajudar o outro, etc.).

Jogos e Brincadeiras de Movimento: Os jogos e brincadeiras de movimento são atividades que, através de vários gestos (saltos, corridas, lançamentos, equilíbrios, chutes, etc.), estimulam o desenvolvimento do corpo e do movimento.

Consideramos esses jogos importantes para a produção do conhecimento, para o desenvolvimento da moralidade, da afetividade, do corpo e do movimento das crianças, além de serem situações desafiadoras e significativas. As professoras estão sempre preocupadas em construir um ambiente sócio-moral e afetivo positivo, não privilegiando a competição, não selecionando e excluindo os participantes nos jogos, não admitindo risos, gozações e humilhações. Haverá também muito cuidado em não propor jogos que ponham em risco a integridade física da criança.

Natureza e Sociedade

É importante para a formação integral de nossos alunos que as crianças encontrem na escola, desde cedo, um espaço vivo de informações sobre diferentes conteúdos que compõem o universo de conhecimentos construídos pelos homens em sociedade. Dentre eles estão aqueles organizados pelas Ciências Sociais e Ciências Naturais.

Nossas orientações didáticas desses conteúdos consideram aspectos referentes à estrutura de cada disciplina, atentam para as limitações e peculiaridades do desenvolvimento cognitivo do aluno desta faixa etária e preocupam-se com os métodos para transmitir os conhecimentos.

Considerando os resultados das pesquisas piagetianas sobre a forma como se desenvolve o conhecimento e a noção de tempo na criança, antes dos sete anos, a ênfase curricular deve acontecer sobre temas da vida cotidiana. Isto não significa, entretanto, que não possam ocorrer temas da história, tratados recortados no tempo.

Nas classes do Infantil, de acordo com essa orientação, trabalharemos com temas da vida cotidiana e com fenômenos históricos tomados em um determinado momento.

Desenvolveremos os projetos:

·     Maternal: “Um pouquinho de mim.”

·     Jardim I: “Castelos Medievais.”

·     Jardim II: “China”

·     Pré: “Grécia”

Ciências Naturais

“As crianças, desde muito cedo, já desenvolvem ideias sobre o mundo natural que as rodeia. Têm experiências a respeito do que acontece quando deixam cair, empurram, apertam ou arremessam objetos, e assim constroem ideias e expectativas relacionadas com a forma como os objetos são percebidos e como eles se movem. Da mesma maneira, desenvolvem ideias sobre outros aspectos do mundo que as rodeia por meio de experiências, por exemplo, com os animais, as plantas, a água, a luz e as sombras, as estufas e os brinquedos…”

Um dos nossos objetivos dentro desta disciplina é que as crianças construam uma ideia ampla do universo científico, que saibam que ele inclui diversos assuntos e também que tenham uma postura investigativa e curiosa frente a eles. Não importa o tema discutido, conquanto que faça as crianças pensarem sobre o objeto Ciências, que amplie seu conceito do que ele abrange e que aumente o número de fatos e fenômenos que a criança possa observar e relacionar, tornando o conhecimento cada vez mais significativo.

Optamos por alguns temas:

  • Maternal: Plantas
  • Jardim I: Água
  • Jardim II: Água, Ar
  • Pré: Misturas homogêneas/heterogêneas

Música

Na Educação Infantil, as crianças começam a vivenciar ritmos, gestos e jogos motrizes através de canções e danças. Os conteúdos são organizados em dois blocos:

a) O Fazer Musical

·  Participação em jogos e brincadeiras que envolvam a dança.

·  Repertório de canções para desenvolver memória musical.

·  Reconhecimento e utilização das variações de velocidade e densidade na organização e realização de algumas produções musicais.

b) Apreciação Musical

A apreciação musical refere-se à audição e à interação com músicas diversas:

  • Escrita de obras musicais de diversos gêneros, estilos, épocas e culturas, da produção musical brasileira e de outros povos e países.
  • Informações sobre as obras ouvidas e seus compositores.

Ensino Religioso

O Ensino Religioso procura proporcionar condições para que o aluno, apoiado e iluminado pelos valores evangélicos do perdão, do amor e do respeito, tome consciência do que dá sentido à vida, tenha uma visão de mundo, de si mesmo e de Deus. Educar o coração (cf. Santa Cabrini), levando em conta a religiosidade e respeitando o pluralismo religioso.

Deste modo, o Ensino Religioso escolar visa à educação plena do aluno, à formação de valores fundamentais através da busca do transcendente e da descoberta do sentido mais profundo da existência humana.

Ensino Religioso – educação centrada na vida.

Tendo sempre presente uma atitude de respeito e valorização da diversidade cultural e religiosa, as aulas de Ensino Religioso são momentos privilegiados para as informações e orientações sobre os aspectos referentes ao desenvolvimento da espiritualidade humana. De maneira clara e tranquila, o trabalho é realizado através de histórias bíblicas, especialmente as parábolas, onde as crianças podem participar na dramatização e reflexão, possibilitando melhor compreensão. Além disso, as histórias, contos e vídeos que enfatizam os valores relacionados à convivência, partilha, amor, solidariedade e justiça são materiais de grande utilização.

Também são organizados momentos para a experiência e convivência mais concreta dos assuntos abordados em sala de aula, tais como: atividades de integração, confraternização e partilha com outras turmas da educação infantil, gestos concretos de solidariedade através de campanhas na Páscoa, dia das crianças e Natal.

O tema da Campanha da Fraternidade: “Levanta-te e vem para o meio”, será um dos assuntos de maior reflexão e envolvimento de toda a escola, objetivando a realização de um mundo mais justo e solidário, onde possamos ser felizes, livres e irmãos.

Projeto: Conviver

Avaliação

A finalidade básica da avaliação nessa etapa é que sirva para intervir, para tomar decisões educativas, para observar a evolução e o progresso da criança e para planejar se é preciso intervir ou modificar determinadas situações ou atividades na aula.

Ao final de cada bimestre, com a finalidade de informar os pais sobre o que as crianças aprenderam em relação aos conteúdos que foram trabalhados, enviaremos um relatório de acompanhamento escolar que deverá ser lido, assinado e devolvido à professora.

Nessa fase, em que iniciam todos os sentimentos e percepções sobre si mesmo, é muito importante que as visões e valorizações da escola e da família possam ser comentadas e, em especial, relativizadas. Portanto, os senhores pais devem sempre que necessitarem marcar entrevistas com a professora e/ou coordenadora, pois é preciso que as diferentes hipóteses e valorizações que as pessoas adultas formulam sejam abertas e possam ser contrastadas com as outras pessoas adultas que têm contato com a criança, especialmente a sua família. Assim, a família ajudará a ajustar as nossas hipóteses e valorizações, fornecendo informações sobre o que a criança é capaz de fazer e demonstrar em outros contextos educativos. Procuraremos contrastar aquilo que a criança faz na escola e com aquilo que ela faz em casa para construirmos uma visão aberta da criança. É necessário não fazer muitas definições e valorizações fechadas e, sim, propormos aspectos de futuro. “O que poderemos fazer para ajudá-la a ter vontade de aprender?”, “Que coisas poderemos exigir-lhe em casa para melhorar a sua autonomia?”.

Durante o curso escolar, a orientadora e/ou professora marcarão entrevistas quando necessário, não somente para dar informações sobre a criança, mas também para orientar e compreender melhor a criança.

(DRIVER, Rosalind; SQUIRES, Ann; PETER, Wood – Dando sentido para a ciência: pesquisando as ideias das crianças. Visor. Madrid, 1999)

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Este texto foi publicado na categoria Cultura e Expressão Artística.

 About Pedagogia ao Pé da Letra

Sou pedagoga e professora pós-graduada em educação infantil, me interesso muito pela educação brasileira e principalmente pela qualidade de ensino. Primo muito pela educação infantil como a base de tudo.

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