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Atualizado em 10/08/2024

Aprendizagem na natação infantil: benefícios da ludicidade para crianças de 3 a 6 anos

Descubra os benefícios da ludicidade para a aprendizagem na natação infantil de 3 a 6 anos. Saiba como estimular o seu filho e ensiná-lo a nadar de forma divertida com a ajuda dos nossos artigos especializados.

RESUMO

Diante da apresentação deste estudo, vamos esclarecer alguns aspectos relacionados aos ensinamentos da natação infantil dos três aos seis anos de idade. A ênfase é explicar o que é Lúdico e a importância da aplicação da ludicidade durante o processo de ensino-aprendizagem. Também é importante lembrar qual a melhor postura que um professor de natação deve exercer diante das fases de ensinamento da natação, pois o trabalho exige um conhecimento muito grande do profissional, já que as crianças passam por várias fases de desenvolvimento, limitando assim o seu potencial em determinadas ações. O estudo também vai ressaltar os benefícios que a prática da natação trará às crianças quando estas praticam as aulas, onde os objetivos vão além dos estabelecidos no começo do processo de ensino. Outro assunto que merece destaque e também será discutido no presente estudo é se a natação auxilia ou não em crianças que possuem doenças respiratórias.

PALAVRAS-CHAVE: Natação, Lúdico, Desenvolvimento Infantil, Aprendizagem, Prevenção de doenças respiratórias.

ABSTRACT

Before the presentation of this study, we clarify some aspects related to the teaching of swimming to children from three to six years old. Where the emphasis is to explain what is Playful and the importance of the implementation of playfulness in the process of teaching and learning. It is also important to remember that the best posture that a lifeguard should carry forth the stages of teaching swimming, because the job requires a great knowledge of the professional, that children go through various stages of development thereby limiting their potential in certain actions. The study will also highlight the benefits of swimming practice that will bring to the children when they practice the lessons, where the goals go beyond those established at the beginning of the teaching process. Another issue that merits attention and will also be discussed in the present study is whether or not swimming helps children who have respiratory diseases.

KEYWORDS: Swimming, Ludic, Infantile Development, Learning, Prevention of breathing diseases.

1. INTRODUÇÃO

Natação é a habilidade do ser humano e de outros animais de se locomoverem na água, através de movimentos efetuados no meio líquido, geralmente sem depender de equipamentos artificiais, como flutuadores, pranchas, entre outros acessórios que se utilizam para aperfeiçoar o nado. A natação é uma atividade que pode ser ao mesmo tempo benéfica e prazerosa para todas as idades e sexos.

É fato que a maior porcentagem de matriculados nas academias, clubes e estabelecimentos que trabalham com atividades aquáticas são de crianças, e por isso os professores precisam estar preparados para ensinar a criança a nadar de forma que ela aprenda brincando com as atividades passadas pelo professor.

A intenção dos pais é a aprendizagem da natação e o domínio corporal da criança no meio líquido. Porém, com base nas características da criança nesta fase do desenvolvimento, se questionadas, geralmente afirmariam que vão às aulas de natação à procura de diversão e alegria. Então, a piscina pode ser vista como mais um espaço lúdico para a criança.

Segundo Santa Roza (1999), a palavra lúdico significa tanto brincar como jogar. Essas experiências vivenciadas em meio líquido devem ocorrer o mais cedo possível, ou seja, a partir do momento em que a criança nasce, ela já pode vivenciar algumas experiências ao meio líquido, seja no banho na banheira, na bacia, seja na piscina de casa, na piscina do clube, na piscina da escola. (FREIRE, 2004 aput Dinâmica Lúdica: novos olhares, p.135)

Existe uma contradição, portanto, nas academias e em outros lugares que ensinam natação. Os pais querem como objetivo de ensino o treinamento de natação, enquanto que as crianças inicialmente visualizam esta atividade como uma atividade recreativa. Assim, mesmo com a abundante procura de alunos pela prática de natação, o fluxo de adesão e de desistência ainda é muito elevado. Especialistas avaliam o abandono da natação devido às crianças iniciarem muito cedo a prática deste esporte e, consequentemente, há uma apreensão pela especialização precoce. Portanto, este estudo é feito sobre natação infantil e visa demonstrar e verificar quais as estratégias motivacionais de ensino que o professor de natação deve utilizar no ambiente de aprendizagem e observar se a ludicidade está sendo empregada com sucesso neste processo, pois ajudará a criança no desenvolvimento das atividades aquáticas que serão realizadas no surgimento das aulas futuras. Também será estudado tudo que se refere à área aquática, os aspectos que influenciam no ensinamento da natação, como as propriedades da água, quais são as fases de aprendizagem da natação, a partir de que idade a criança pode iniciar na natação e também em quais aspectos a natação pode auxiliar no sentido terapêutico, como por exemplo, nas doenças respiratórias.

É importante lembrar que no aspecto do ensinamento da natação infantil, o estudo está sendo feito de acordo com as fases de desenvolvimento da criança, pois cada criança responde aos estímulos de diferentes maneiras. (ZULIETTI & SOUSA, 2002).

Este estudo também foi realizado visando apresentar a postura ideal de um profissional da área de natação, onde ele possa atuar especificamente na área do ensinamento da natação infantil.

1.1 – Objetivo

Este estudo visa discutir a importância do lúdico na aprendizagem da natação de 3 a 6 anos, com o intuito de explicar e constatar quais as estratégias motivacionais de ensino que os professores de natação devem empregar no ambiente de aprendizagem e observar se a ludicidade está sendo conduzida de forma correta no decorrer do aprendizado.

1.2 – Problema

Quando a criança de 3 a 6 anos não teve o contato com a água anteriormente e inicia a natação, ela tem alguns receios, tais como: insegurança e pode apresentar também alguma ansiedade ou até mesmo desinteresse pela aula. Para que o professor possa começar a ensiná-la, por ela ainda não estar adaptada ao meio líquido e não ter confiança no professor, ele deve usar brincadeiras lúdicas para o começo da aprendizagem. Consequentemente, depois disso, ela passará a demonstrar confiança no professor e no que está fazendo ou no que vai fazer durante a atividade.

1.3 – Justificativa

A atividade aquática para a criança é uma forma de ajudá-la no processo de desenvolvimento na origem de seu crescimento.
Pais colocam seus filhos para começar a praticar natação, com o intuito de que eles já saiam nadando desde a primeira aula. No entanto, o professor deve propor para os dependentes da criança que não as pressionem, para que elas aprendam o nado. O professor deve fazer com que as aulas sejam para a criança uma atividade alegre, prazerosa e divertida. Este estudo vem abordar como está sendo ensinado nas aulas de natação, que metodologia o professor deve utilizar no decorrer das mesmas e como a criança reage a este procedimento de ensino-aprendizagem.

2. NATAÇÃO E LUDICIDADE

A natação é um meio que o homem desenvolveu para se movimentar dentro da água. Em algumas regiões do mundo, as crianças aprendem a andar e a nadar ao mesmo tempo. Elas começam brincando e, com o passar do tempo, vão se aperfeiçoando nos nados. (JACKSON, 1957).

Hoje, é considerada um dos esportes que mais traz benefícios à saúde, não só das crianças, mas também em todas as outras faixas etárias, pois auxilia na prevenção de doenças cardiorrespiratórias, problemas posturais, entre outros. Entretanto, ensinada em um ambiente lúdico, a criança com a faixa etária de três a seis anos, principalmente, é estimulada desde o início das aulas de natação, visto que as atividades realizadas de forma lúdica são mais prazerosas para ela, sem falar em seus benefícios que são oferecidos, como o desenvolvimento da coordenação e ritmo, que são conhecidos como desenvolvimento motor geral. A criatividade da criança é expandida por meio da imaginação, e o aspecto cognitivo, afetivo e social se torna mais visível, principalmente no aspecto afetivo e social, pois a criança fica mais apegada ao professor e consegue fazer amizades rapidamente com seus colegas de turma. Diante deste fato, a ludicidade é algo que torna a prática esportiva divertida, onde o simples brincar pode se considerar uma vivência. Como dito acima, a criança tem um momento de afetividade e sociabilização pela interação que será feita com outras crianças, o que irá proporcionar diversos sentimentos, além de essas brincadeiras estarem atingindo o professor diante das fases de aprendizagem dos alunos.

A natação para a idade pré-escolar deve ser ministrada recreativamente, por isso é fundamentada em muitos conhecimentos para a criança. Nesta fase, ela amplia seus aspectos sensório-perceptivos e sensório-motores globais, que propiciam um desenvolvimento integral da mesma.

“A importância, enfim, da Natação, dentro de uma visão lúdica para crianças de três a seis anos, é ser um espaço de experimentação, para que a criança vivencie situações de qualidades variadas, sensações de alternância de tensão e distensão, prazer e desprazer, acompanhados da necessidade de expressividade motora. Tudo isso vai fazer com que a criança perceba seu próprio corpo, a nível motor e cognitivo. E principalmente afetivo, pois a criança está envolvida corporalmente.” (CORRÊA & MASSAUD, 2004 input Natação na Pré-escola, p. 119)

Os jogos nesta fase da vida da criança têm uma importância essencial no seu desenvolvimento físico e mental e também ajudam a contribuir com a percepção do mundo exterior. Ao estabelecer brincadeiras, a criança constitui também alguns vínculos sociais com seus colegas, descobre sua personalidade e se prepara para a vida adulta.

Ao final dos dois anos, a criança se interessa em brincar com recipientes que transferem a água de um lugar para outro. O professor pode usar esse interesse para a fase de adaptação da mesma nesta idade. A fase da segunda infância, que é a fase da pré-escola, as crianças de três a seis anos se interessam por carros, locomotivas. Já na fase dos três aos cinco anos, os brinquedos de pegar são os favoritos. Depois que passa esse período, já está havendo uma adaptação de meninos e meninas.

Os jogos lúdicos aplicados ao ensinamento da natação infantil podem ser baseados basicamente na imaginação, ou jogos onde possam existir regras estabelecidas. Podemos citar alguns jogos utilizados no processo de ensino-aprendizagem da natação infantil:

  • O Passeio no Zoológico – Que é um jogo onde o objetivo é trabalhar a flutuação com a criança, onde são espalhados diversos brinquedos flutuantes em forma de animais, e a criança deverá imitar os animais que estão flutuando e ficar sobre a superfície da água, com ou sem o auxílio do professor, e fazer um passeio sobre a piscina ou “Zoológico”.
  • Brincadeira de Pega-Pega – Onde o objetivo dessa brincadeira é proporcionar a propulsão de pernas. Ela se inicia com as crianças utilizando o auxílio de bóias ou espaguetes. O professor então será o pegador e deverá fazer uma contagem de 15 segundos para que as crianças se espalhem dentro da piscina. Logo depois, ele vai começar a busca pelas crianças e quem for pego será o novo pegador e deverá fazer o mesmo procedimento realizado pelo professor.
  • Brincadeira do Tesouro – Cujo objetivo desta brincadeira é fazer a imersão. Ela se inicia com o professor escondendo no fundo da piscina diversos brinquedos, e então as crianças, sob o comando do professor, deverão fazer a imersão e procurar os brinquedos escondidos e entregá-los ao professor.

É importante ressaltar que essas brincadeiras apresentadas são apenas algumas que podemos utilizar no processo de ensinamento. Uma vez que nas aulas de natação para crianças é fundamental que o professor mergulhe na aventura dessa emoção em meio líquido, entrando na piscina e participando com as crianças das brincadeiras.

A melhor definição que se tem sobre o que é nadar é o ato de se deslocar dentro da água com movimentos propulsivos de braços e pernas. A natação é um esporte que foi desenvolvido através da observação do homem, diante dos animais que se sustentavam e também tinham uma maneira de locomoção dentro da água. Então foi percebido que os animais tinham algumas técnicas para se locomover dentro da água e o homem, observando essa situação, se fez o desafio de criar técnicas onde ele próprio também teria condição de se sustentar e se locomover dentro da água. Foi dessa maneira que a natação foi descoberta, onde hoje temos vários estilos de nado e diversas maneiras de ensiná-la. Especificamente, estudamos a maneira de ensino desse esporte para crianças.

A natação traz diversos benefícios, dentre eles podemos citar o desenvolvimento cardiocirculatório, o aumento do volume sanguíneo e muscular no organismo. Ela servirá de terapia para portadores de bronquite asmática (através do fortalecimento da musculatura responsável pela expiração) e auxilia o desenvolvimento harmonioso do físico e da estética.

A natação infantil, segundo esses autores, envolve desde a ativação das células cerebrais da criança até um melhor e mais precoce desenvolvimento de sua psicomotricidade, sociabilidade e reforço do sistema cardiovascular morfológico. Cabe ao professor respeitar a individualidade de cada aluno, pois cada aluno estará em uma forma de desenvolvimento diferente e reagem de maneiras distintas aos estímulos aplicados pelo professor.

A procura dos alunos para fazer a prática da natação se dá devido à preocupação dos pais para que seus filhos se tornem independentes no meio aquático, como por exemplo, em piscinas de clubes, mares, rios e outros ambientes que envolvam água. Outro fator que se pode citar sobre a procura para a prática da natação é devido a certos problemas de saúde, principalmente sobre os problemas respiratórios, onde a procura para o esporte se torna muito importante para o auxílio no combate a determinados problemas. Independentemente dos motivos que levam as crianças a procurar realizar a prática da natação, os benefícios serão grandes em ambos os objetivos, pois o esporte vai propiciar várias vivências que vão auxiliar o desenvolvimento da criança de um modo positivo e melhorar a postura da mesma. Desde então, o professor de natação tem uma ferramenta de trabalho muito útil e muito importante para a utilização do seu trabalho, que é a ludicidade.

A atividade lúdica é todo e qualquer movimento cujo objetivo é produzir um momento prazeroso na sua execução e pode também ser definido como o gesto do brincar. Diante dessa definição de que a ludicidade é algo que torna a prática esportiva prazerosa, onde o simples brincar pode ser essa vivência, podemos então acrescentar que no momento de “brincar”, a criança tem o momento de socialização, afetividade e concentração, ou seja, a interação com outras crianças vai proporcionar diversos sentimentos, além do fato de as brincadeiras estarem atingindo um objetivo do professor diante das fases de aprendizagem dos alunos.

3. QUANDO ENSINAR E COMO ENSINAR NATAÇÃO PARA A CRIANÇA

A melhor idade para que coloque a criança para praticar natação é depois dos seis meses de vida, pois assim evita possíveis infecções no aparelho auditivo da mesma. Porém, às vezes são vistos bebês com menos tempo de vida praticando a natação. Por um lado, faz bem, pois auxilia no equilíbrio da criança, incide uma melhora na coordenação, entre outros fatores positivos. Mas, por outro lado, pode causar, como dito acima, infecções, devido ao conduto auditivo não estar totalmente formado. (TINTI e LAZZERI, 2010)

O autor fala que para prevenir outros acidentes e/ou problemas de saúde, necessita-se esperar mais algum tempo para que a criança esteja devidamente imunizada, e os sistemas motor e respiratório já estejam em um processo avançado de desenvolvimento. O presente estudo aborda a natação para crianças de três a seis anos, nessa fase elas já estão com todos os sistemas quase completos, e quando chega a uma escolinha, o professor pergunta se já entrou em uma piscina antes, se tem algum trauma. (TINTI e LAZZERI, 2010)

O autor cita que o ensino da natação seja de forma lúdica, pois é considerado o mais eficiente, já que a criança se interage melhor nas aulas e os objetivos são alcançados com maior facilidade pelo professor. O período de aprendizagem da natação depende do desenvolvimento de cada criança, pois cada uma reage a um estímulo de maneira diferente. Portanto, é difícil afirmar em quanto tempo uma criança vai demorar a aprender a nadar. No entanto, algumas crianças aprendem rápido, devido a não terem o temor da água. Em outros casos, podemos encontrar crianças que têm um pavor da água, o que dificulta o processo de aprendizagem da mesma. (TINTI e LAZZERI, 2010)

4. ACOMPANHANDO O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

Os professores formados em Educação Física que ensinam a modalidade de natação precisam ter cuidados na hora em que estiverem ensinando crianças, para não prejudicar seu desenvolvimento com atividades inadequadas para esta faixa etária. As atividades propostas às mesmas necessitam ser apropriadas e que, ao invés de atrapalhar o desenvolvimento, tendam a melhorá-lo. (TURCHIARI, 1996)

O autor sugere que o profissional elabore uma progressão para a criança, desde a fase de adaptação ao meio líquido até a aprendizagem dos nados propriamente ditos. Entretanto, caso a criança tenha gosto pela natação, ela poderá passar pela fase de aperfeiçoamento e treinamento, vindo assim as competições.

Ter uma base de conhecimento conveniente com o tipo de trabalho que será desenvolvido a partir da definição da faixa etária servirá para que as mudanças de desenvolvimento provocadas pelas atividades sejam adequadas e avaliadas dia a dia, para que não fuja do objetivo e prejudique o desenvolvimento da criança.

O autor ressalta também que a individualidade é um começo fundamental e que o professor que esteja atuando deve levar em consideração esta individualidade. Os fatores da idade, sexo e maturação agem junto com a psicomotricidade, isso é que determina todo o trabalho de adaptação, ensino/aprendizagem e demais resultados dos exercícios que estão sendo propostos. A experiência do ministrante é essencial, devido a estes fatores citados acima, pois ele consegue sentir o que está acontecendo com o aluno e, com isso, passa a dar equilíbrio preciso para chegar à adaptação ou em outra atividade. (TURCHIARI, 1996)

A condição de acomodação também acompanha o desenvolvimento da criança na natação, permitindo assim que ela tenha uma vivência de conhecimentos e de intensidades variadas, com diferentes velocidades. O domínio corporal dela no meio líquido será diferente. Em benefício do desenvolvimento, ela passará a ter uma sensibilidade maior em sua inteligência que está associada com o espaço, o tempo e o objetivo que estão sendo submetidos.

5. O PROFESSOR

De acordo com TURCHIARI, 1996, para que o trabalho inicie de uma maneira correta, o profissional deverá ser graduado em Educação Física para começar a ministrar aulas de natação. Ele precisará ter conhecimento adequado no assunto para lecionar a atividade com as crianças, necessita saber nadar todos os nados para poder ensinar a criança. No entanto, ele precisa aderir procedimentos com as mesmas no decorrer da aula, pois trabalhará com idades diferentes e com um ambiente desconhecido para as crianças, buscando ensinar a prática da natação de uma maneira onde os alunos deverão assimilar os ensinamentos da melhor maneira possível.

O autor diz também que o professor deve saber liderar as crianças. Caso isso não aconteça, poderá prejudicar seu planejamento e o desenvolvimento de aprendizagem dos alunos. Ele deve estar no local da atividade antes dos alunos para recepcioná-los quando chegarem e deve ser o último a sair do mesmo local. (TURCHIARI, 1996)

Nos dias atuais, os professores devem ser criativos para resolverem os problemas de forma rápida e precisa, e usar dessa criatividade para preparar suas aulas. Deverá estar sempre pronto para ajudar o colega ou a criança sem que os peçam. Ele deve também estar preparado para uma possível demonstração da atividade desenvolvida para que os alunos realizem em seguida. Durante a aula, ter a atenção dos mesmos e estar atento a todos para que não ocorra acidentes. (TURCHIARI, 1996)

Se for o primeiro dia de uma criança na aula de natação, o profissional necessita recebê-la e dirigir-se até o responsável da mesma para se apresentar e reforçar informações passadas com um detalhe maior que o fornecido na recepção. Falar como vai ocorrer às primeiras aulas e perguntar se este responsável poderá estar presente para que a criança se sinta protegida. Assim, que ela estiver adaptada ao ambiente novo, não será necessária a presença do mesmo, só em casos excepcionais ou quando for algum evento realizado pela academia.

O autor relata também que o professor deve ser amigo durante as aulas para que a criança confie nele. Pois isso também irá facilitar o trabalho do profissional, dessa maneira a criança terá um melhor desenvolvimento durante as aulas e irá assimilar os ensinamentos com mais facilidade.

6. TRABALHANDO A ADAPTAÇÃO DA CRIANÇA NAS AULAS DE NATAÇÃO

Para TURCHIARI, 1996, quando se trabalha com crianças, é necessária que aconteça uma adaptação da mesma com o professor e com o meio que será realizada a atividade, pois este período vai indicar ao professor alguns sintomas que geralmente a criança irá apresentar, que são a insegurança e o desinteresse pela aula.

Algumas atividades nesta fase poderão ser cruciais para que as crianças se interessem pelas aulas de natação. Quando a criança chega a uma escolinha e os profissionais percebem que ela apresenta alguma dificuldade de aprendizagem, poderá ser fácil de resolver, dando-lhe alguns brinquedos que ela goste muito ou então outra situação que pode vir a acontecer é de a criança encontrar um colega na escolinha, sendo assim, outro jeito fácil de estimulá-la na aprendizagem.

Antes de começar as primeiras aulas, o professor tem que apresentar para as crianças o ambiente externo da piscina e o ambiente interno da mesma, fazendo da seguinte forma: pegando a criança pela mão e dando uma volta em torno da piscina pelo lado de fora e depois entrar com ela dentro da piscina na parte rasa primeiro e fazê-la andar. Se sentir que ela está confiante, leve-a um pouco mais longe, onde é mais funda. (TURCHIARI, 1996)

Quando a criança for para entrar na piscina, deve-se pedir para que ela sente na borda da piscina, colocando seus pés na água para que possa verificar se a água está na temperatura ideal para ela, ou até mesmo fazer este exercício por questão de curiosidade da criança, para que a veja como é a água a tocando com os pés. Depois deste procedimento que foi feito, a criança deve virar-se em decúbito ventral (barriga para baixo) e descer segurando na borda da piscina no momento da entrada na água e, nas aulas futuras, fazer esta atividade sozinha. (TURCHIARI, 1996)

Caso a criança tenha medo, o professor precisará pegá-la para colocá-la na água, ou então descê-la pela escada, fazendo o procedimento que ela vire de costas para a piscina e desça os degraus da escada até que seus pés toquem na água. Depois deste procedimento, o professor pega-a e leva para a parte rasa da piscina. Assim como se faz um reconhecimento no meio líquido com a criança, precisamos colocá-la inicialmente onde ela consiga pôr os pés no chão e apoiá-los no fundo da piscina.

Pegando a criança pela mão, ande com ela dentro da água para que ela conheça o local onde irá desenvolver as atividades. Quando o professor sentir a confiança da criança com o meio líquido, peça a ela que segure apenas na borda e vá andando, sempre estando ao lado da criança. Este reconhecimento é ainda com o auxílio, tire o auxílio na hora que a criança se sentir segura e assim ela irá se desprendendo da borda da piscina normalmente. Mesmo se o professor perceber a insegurança desta criança, deverá incentivá-la e fazer com que ela segure com uma mão apoiada na borda, enquanto a outra fica na água, terminando a atividade sem a utilização do auxílio.

Fazer com que a criança realize deslocamentos para todos os lados da piscina e assim realizar brincadeiras para que ocorra uma recreação. Essas brincadeiras podem ser: siga o mestre, que neste caso cada criança deverá ser o mestre um pouco, empurrar, puxar ou pegar um objeto no fundo da piscina sem a necessidade de mergulhar, entre outras diversas brincadeiras. Com este tipo de atividade, a criança adquire a autoconfiança e conseguirá progredir no aprendizado.

Temos que prever alguns imprevistos, como engolir água, que precisa ser encarado de uma maneira normal e que isso faz parte do aprendizado da criança. A criança precisa saber que ela respirará diferente no meio aquático. Geralmente, no solo, inspira-se o ar pelo nariz e expira pela boca. Na água, este processo é inverso: se inspira o ar pela boca e expira pelo nariz ou por ambos. Este procedimento é feito para que não se engula água e para que não irrite o nariz. Para isso, existem diversas atividades direcionadas para que a criança aprenda a respirar no meio líquido. Os exercícios podem ser feitos parados ou em movimento. Para a realização desta atividade, pode-se utilizar materiais como bexigas, bolinha de ping-pong, entre outros equipamentos. (TURCHIARI, 1996)

Perante os pensamentos apresentados pelos autores, o momento de adaptação da criança nas aulas deve-se ter uma maneira bem lúdica, onde o objetivo principal é que a criança se sinta confiante e também tenha confiança no professor. O professor, diante a adaptação da criança, associa diversas brincadeiras relacionadas aos objetivos de cada uma, podendo utilizar os materiais citados pelos autores acima ou até mesmo sem material. Uma brincadeira bem interessante e diferente que se pode fazer, onde o objetivo da mesma é trabalhar o início da respiração, é a “Meditação Aquática”, onde as crianças deverão se posicionar com os olhos e boca fechada e fazer aquele barulhinho tradicional de uma meditação que seria o “AHUUUNN”. Dessa maneira, pode-se perceber que a criança irá pegar o ar pela boca e, quando ela for fazer o barulho, ela vai soltar o ar pelo nariz naturalmente, cuja maneira de respirar na brincadeira é a maneira correta de respiração na natação.

6.1 – O princípio da adaptação

JUNIOR e DUNDER (2002) definem o princípio da adaptação no organismo como um estímulo externo, sendo ele físico, químico ou mental, sofrendo assim, certos desequilíbrios nos sistemas representados, acarretando um estresse com reações variadas que dependem do nível do estímulo que foi aplicado.

O autor anterior fala ainda que se entrarmos na água fria, pode gerar um estímulo de grande desequilíbrio corpóreo, vindo a ter as mesmas consequências na água excessivamente quente, pois o organismo precisa de certo tempo para se adaptar a determinadas temperaturas. Caso contrário, ele entra em estresse.

JUNIOR e DUNDER (2002) ressaltam também que o esforço físico também gera desequilíbrio do corpo. Em vista deste fato, também precisará de um pouco de tempo para que volte o equilíbrio novamente. Consequentemente, nadar pode gerar reações na estrutura corporal e esta estrutura precisa de tempo para se adaptar ao meio onde está. De acordo com o pensamento do autor, pode-se inserir diversas brincadeiras na fase de adaptação da criança ao meio líquido. Uma das primeiras brincadeiras que podemos inserir logo na primeira aula da criança é a “Chuva Mágica”, onde o professor utiliza de um simples regador de jardim e faz a chuva em si próprio, demonstrando ao aluno naturalidade diante a água caindo em sua cabeça e não transmitindo medo algum a ele. Logo depois, o professor faz a chuva em cima do aluno e observa a reação que ele vai ter diante a água. Se caso ele rejeitar a água e não gostar da brincadeira, será um sinal que ele ainda tem um pouco de medo da água, e caberá ao professor fazer um trabalho diversificado, conversando com os pais para que no momento do banho da criança, ela possa ter um contato maior com a água caindo em sua cabeça, dessa maneira vai facilitar o trabalho do professor.

6.2 – Adaptação e Iniciação da Aprendizagem

Na idade de dois a três anos, a forma que é mais utilizada na adaptação da natação é por meio das brincadeiras individuais e em grupo, ou seja, de maneira lúdica, onde a criança não percebe que a maioria dos movimentos corporais que está fazendo é da natação e, com isso, se torna mais fácil o aprendizado da mesma. Nestas brincadeiras, podem incluir a imersão e a flutuação, onde a criança irá aprender a mergulhar e manter a estabilização no momento em que ela irá boiar e/ou flutuar. Estas atividades podem ser feitas com auxílio de equipamentos ou não, tudo dependerá da criança. (FERREIRA e ALCARAZ, 2007)

O autor recomenda que para a criança de três a cinco anos, serão mais desenvolvidas as atividades do movimento corporal aquático, onde ela aprenderá já os mergulhos em deslocamento e iniciará as vivências das propulsões dorsal e ventral, tanto das pernas quanto dos braços, e terá início a fase de coordenação. No começo, esta coordenação será toda desajeitada, com as crianças se movimentando como “minhocas” na água, pois não têm ainda um equilíbrio perfeito do corpo no meio líquido. Onde o professor acrescentará, além do mergulho em deslocamento e propulsões, também irá começar a fazer alguns saltos em diferentes trajetórias e jeitos variados de se saltar da borda da piscina.

7. PREPARANDO PARA A APRENDIZAGEM DOS NADOS POR MEIO DA LUDICIDADE

É de fundamental importância que a criança aprenda os nados brincando, assim ela não sente a obrigação de nadar perfeitamente, mesmo porque ela está aprendendo a nadar agora, e seu desenvolvimento nesta fase aprende a imergir, a flutuar, a se deslocar dentro da piscina e a saltar.

Quando for ensinar a criança a imergir, faça devagar para que ela não se assuste e use brincadeiras para a atividade ser prazerosa para ela. A criança tem que se acostumar com a água aos poucos, então, em primeiro lugar, deve-se molhar a cabeça da criança aos pouquinhos e vá aumentando quando sentir que ela esteja gostando da diversão. Ao final, a água tem que lembrar a de um banho de chuveiro. (CÔRREA & MASSAUD, 2004)

Para o aprendizado da criança, o professor precisa ensinar a respiração e, quando afundar a cabeça na água, necessita de um comando dito pelo professor. Um exemplo é a palavra ‘vai’, pois o professor, ao final da pronúncia da palavra, permanece com a boca fechada e, ao final, a criança também irá permanecer com a boca fechada e não irá assim engolir água. Mas se ele preferir usar o famoso ‘um, dois, três’, não poderá pronunciar o já, pois aqui a criança afunda de boca aberta e, consequentemente, irá engolir água.

O autor diz ainda que nessa fase a criança tende a buscar desafios e pretende superá-los. Normalmente, a criança mergulha por curiosidade ou por meio da imitação de algum colega ou do próprio professor. Este conhecimento se torna prazeroso para ela. Para estimular a criança ao aprendizado da imersão, existe uma brincadeira que é de passar entre os bambolês ou por debaixo das pernas do professor e os demais colegas de turma.

Passando para a fase da flutuação, o professor deve ensinar a criança o movimento que será feito brincando, pois assim ela perde o medo. O procedimento do professor aqui é pedir para a criança ficar de barriga para cima (decúbito ventral) e dizer para ela deitar sobre a água e relaxar. Caso a criança tenha dificuldade, use apoios como bambolê ou ainda os braços do professor para dar equilíbrio e o corpo ficar sobre a água. A flutuação pode ser feita por dois tipos: a de flutuar parte do corpo ou o corpo inteiro. O exercício feito para flutuar parte do corpo, o professor pede para que as crianças formem um círculo e, de mãos dadas, elas ficam com o corpo rente à água, ou em duplas, com o auxílio do professor, elas seguram em seus braços para poder ter a estabilidade. Já a flutuação de corpo inteiro, o professor pode segurar a cabeça da criança na superfície da água enquanto ela estiver deitada.

A fase de deslocamento tem início na hora em que começa a aprendizagem dos nados e eles terão que ser trabalhados em todos os sentidos e direções. O professor irá necessitar fazê-los em todas as aulas daqui por diante. Para TURCHIARI (1996), para que a criança possa se deslocar na água, o professor precisa estimulá-la com desafios de ver quem vai mais longe ou até mesmo pelo nado cachorrinho, o qual a criança fica só com a cabeça fora d’água. Para isso ser mais prazeroso, ensine as crianças que estão esperando a vez a cantarem cantigas que as façam se deslocar.

O professor deverá ensinar todos os jeitos possíveis de se fazer o deslocamento, seja para frente, de costas ou lateralmente, podendo usar um apoio ou não, sempre visando o ensinamento futuro dos nados, porque a criança terá várias situações diferentes de se movimentar. Nesta faixa etária, a criança gosta de imitar, então, caso o professor fale para seus alunos nadarem cachorrinho e uma não o saiba, consequentemente, vendo seu coleguinha fazer o movimento, ela irá imitá-lo. Isso é uma coisa boa, pois ele está expondo uma excitação a mais naquele exercício para que ele se movimente na água.

A fase dos saltos da borda deve ter início quando as crianças tiverem confiança para que possam saltar. Nesta aula, o professor precisa estar dentro da piscina, para que, quando a criança pular, ele possa pegá-la nos braços. Isso irá facilitar muito o trabalho, pois ela vai perdendo o medo de saltar nas próximas aulas. Geralmente, quando uma criança salta pela primeira vez, ela salta em pé. Assim que ela sentir segurança no que está fazendo, ela começa a saltar de barriga (famosa barrigada) e, com o passar das aulas, ela salta de ponta, que é o procedimento correto.

8. APRENDENDO O NADO CRAWL

O nado crawl, também conhecido como nado livre, é considerado o mais rápido e o mais fácil dos quatro estilos na prática da natação, pois ele aparenta uma caminhada. A metodologia para o ensino do nado crawl inicia com a oscilação das pernas e dos pés, ou seja, a pernada é o que a criança aprende primeiro. Mas por que as pernas primeiro?

O movimento de perna é o principal fundamento no começo da aprendizagem dos nados, pois tem como finalidade estabilizar o corpo na água. Para que a criança aprenda o movimento correto, ela inicia o movimento como se estivesse pedalando, pois não tem muita força para bater as pernas no início da aprendizagem. Então, este movimento de pedalar na água é que vai proporcionar à criança o deslocamento no ambiente líquido no começo do ensinamento. (MAGLICHO, 2001)

Segundo relatos do mesmo autor sobre o trabalho de propulsão de pernas no nado crawl, pode-se inserir diversas brincadeiras. Uma delas é a do “Cavalinho” ou “Bicicletinha”, cujo qual é a mesma brincadeira, só muda o nome. Ela é feita com o auxílio de um espaguete, onde a criança coloca no meio das pernas como se ele fosse um cavalo ou uma bicicleta, onde o aluno realizará o movimento de pedalar. Dessa maneira, ele irá se deslocar para frente devido ao movimento. O objetivo da brincadeira é justamente fazer com que a criança perceba que, se ela mexer as pernas da maneira correta, ela vai se deslocar para frente, atingindo assim uma das fases do ensinamento do nado crawl.

Para que a criança aprenda a fazer a pernada, o professor neste período tem que agrupar os fundamentos da pernada em todas as aulas daqui para frente. Ele precisa introduzi-la em todas as situações, na flutuação ventral e, quando partir para ensinar o nado costa, à flutuação dorsal. Ele também pode trabalhar com materiais como prancha, macarrões. Também se trabalha a pernada, para afundar depois de um salto, para se deslocar com ajuda de um impulso no fundo da piscina, para ter uma estabilidade na água quando se está na posição horizontal.

O exercício para ensinar a criança a fazer a pernada é pedir para ela colocar a mão na borda da piscina e brincar de flutuar o corpo na água. Depois, acrescentar a batida das pernas, também brincando, podendo ser o nado foguetinho. Quando o professor sentir que a criança está confiante neste exercício, ele deverá acrescentar um grau maior de dificuldade, vai segurar a criança na posição de decúbito ventral (barriga para baixo) e colocar uma das mãos no peito da criança e a outra mão no quadril da mesma. Feito isso, brinque com a criança de conduzir, fazendo com que ela bata as pernas e os pés enquanto você vai conduzindo o aluno dentro da água. O professor deve ensinar ao aluno que a pernada é contínua e que a posição dos pés deve estar em flexão plantar, os dedos voltados levemente para dentro. Assim, o professor começará a corrigir o aluno durante as aulas. (NAKAMURA, 1997)

Nas aulas futuras, ele deve iniciar a pernada para baixo e para cima, avisando a criança que o movimento das pernadas para baixo começa com a flexão do quadril e passando para a extensão dos joelhos. A pernada para cima começa quando termina a pernada para baixo. Uma das brincadeiras que se pode acrescentar nesta fase é a “Travessia do Barco”, onde será utilizado um tapetão ou bóia grande, que em cima do tapetão deverá ter diversos brinquedos. Então, pediremos que as crianças apoiem as mãos sobre a bóia ou tapetão, dê um impulso sobre a parede e faça o movimento de propulsão de perna alternado, levando assim o barco pra frente e, consequentemente, atravessando a piscina de um lado para o outro. O objetivo da brincadeira é fazer com que as crianças façam a propulsão de pernas alternadas e tenham uma pequena resistência contra elas, que no caso seria a bóia ou tapetão.

9. APRENDENDO O NADO COSTAS

O nado costas é semelhante ao nado crawl, à diferença é que nesse estilo de nado o aluno fica em decúbito dorsal (barriga para cima). Uma das características deste estilo de nado é que o corpo está praticamente na horizontal com o plano da água e a posição do quadril estará voltada ligeiramente para baixo. O quadril ficando deste modo não deixa que a coxa saia da superfície da água quando fizer o movimento da pernada para cima. (MAGLICHO, 2001).

De acordo com o autor anterior, também é importante ressaltar que, para o ensino do nado costas, o trabalho de flutuação está intimamente ligado aos ensinamentos, pois a flutuação vai proporcionar a posição de decúbito dorsal da criança e também para que ela possa estar relaxada para se manter na superfície da água. Diante dessa fase, podemos associar a brincadeira do “Ninar”, como já foi citada anteriormente.

A pernada para cima aqui é que permite que ocorra o deslocamento na água. Para que aconteça o aprendizado da pernada para o nado costas, o professor utilizará o macarrão. Neste exercício, a criança deve posicionar o material embaixo do braço, passando por trás das costas. A pernada começa então com a flexão do quadril, dando sequência com uma extensão do joelho e finalizando o movimento com a flexão parcial dos pés. Uma das sugestões para que se possa facilitar o trabalho do professor, caso a piscina onde ele trabalha seja coberta, é decorando o teto com bichinhos, bolas ou qualquer outro material associado a crianças, para que esses objetos atraíam a visão da criança no momento do ensinamento da flutuação e também na fase de aprendizagem do nado costas, pois ela vai permanecer, porquanto mais tempo na posição de decúbito dorsal, caso tenha algo que chame a atenção dela nesse momento de ensino. Caso a piscina não seja coberta, o professor pode improvisar e, com a própria mão, elevar um brinquedo na altura da cabeça da criança para que ela permaneça em decúbito dorsal e tenha atenção voltada para o brinquedo, permanecendo assim na posição por mais tempo.

A braçada deste nado se assemelha a um cata-vento, alternando-se os braços. Ela utiliza-se de duas fases: a fase aérea, que é conjugada pela liberação, recuperação e entrada, e a fase submersa, que é constituída por quatro varreduras, sendo a primeira varredura para baixo, a primeira varredura para cima, a segunda varredura para baixo e a segunda varredura para cima, lembrando que nesta fase submersa a braçada é propulsiva a partir da primeira varredura para cima. (MAGLICHO, 2001)

Ainda de acordo com o autor citado acima, no ensinamento da braçada do nado costas, a criança ainda não irá compreender que existem as varreduras. O fato de ela fazer o movimento de rotação nessa fase será o objetivo proposto. Diante desse objetivo, vamos promover uma brincadeira que se chama “Limpa Orelha”, ou seja, a criança deverá se posicionar em decúbito dorsal segurando com as duas mãos uma prancha na altura de seus joelhos e fazendo o movimento de propulsão de pernas. E no comando do professor, ela vai fazer o movimento de rotação de um dos braços, e quando o braço estiver próximo de entrar na fase submersa, ela deverá raspar a parte superior do braço na orelha e fazer assim “limpeza”. Quando o braço passar pela fase submersa e chegar novamente à prancha, inicia-se o movimento com o outro braço fazendo o mesmo procedimento. Essa brincadeira vai promover a rotação dos braços e, consequentemente, a iniciação do nado costas, onde irá faltar somente a inserção do posicionamento das mãos e os movimentos das varreduras.

Neste nado, a cabeça fica fora da água, tornando assim a respiração mais agradável. A inspiração do ar ocorre quando um dos braços estiver na fase de recuperação e a expiração acontece quando o outro braço estiver fazendo a tração. Os defeitos comuns apresentados no nado costas são a cabeça muito elevada, o exagero na elevação e extensão dos braços à frente dos ombros e a não percepção se os mesmos chegam a tocar nas orelhas na hora da realização do movimento. Outro defeito é nadar sem direção, ou seja, em ziguezague.

Um exercício para melhorar o desempenho da criança é pelo método dos equipamentos, para que o aluno corrija a pernada do nado, o professor pede para que ele segure a prancha atrás da cabeça e dê um impulso na parede da piscina. Feito isso, ele começa a bater os pés, lembrando que as batidas de pernas devem ser suaves, chamando a atenção do aluno na hora da investida para cima e que ele precisa trabalhar os joelhos para baixo, permanecendo com os calcanhares relaxados. (NAKAMURA, 1997)

10. APRENDENDO O NADO PEITO

Na faixa etária de três a seis anos, não se trabalha com o nado peito em seu modo completo, já que a execução do mesmo é muito complexa para esta idade. No entanto, a criança consegue fazer a pernada, que nesta fase é mais conhecida como perna do sapinho ou a perna da rã. No começo, todas as crianças terão algum tipo de dificuldade na hora de executar o movimento. Entretanto, algumas pegarão o jeito mais fácil para fazer a realização e outras ainda apresentarão dificuldades. Contudo, o professor, ensinando a pernada por meio de brincadeiras, o aluno terá condições de assimilar a batida da perna mais rápido. O professor, no entanto, coloca a criança em decúbito ventral (barriga para cima), apoiada na borda da piscina e movimenta seus pés, fazendo com que este movimento aconteça em diagonal, deixando seus pés que palmateiam para fora, para baixo e para dentro e para trás, lembrando que a sola dos pés são as superfícies propulsivas que têm a função de deslocar a água para trás. (Maglischo, 1999)

11. APRENDENDO O NADO BORBOLETA

Na faixa etária de três a seis anos, não se trabalha com o nado borboleta em seu modo completo, porquanto que a execução do mesmo é muito complexa para esta idade. Contudo, o professor consegue trabalhar a pernada, que a criança conhece mais como a perna da sereia ou perna do golfinho e algumas ainda conhecem como a perna da minhoquinha. Porém, existem crianças que apresentam dificuldades de fazer a ondulação, mesmo sendo realizada de forma lúdica.

12. NATAÇÃO E A PREVENÇÃO DE DOENÇAS RESPIRATÓRIAS

A natação tem um papel respeitável para crianças que sofrem com doenças respiratórias, porque permite a elas conhecimentos simples e movimentos importantes para que haja um desenvolvimento melhor. Estimula a criança em um relacionamento social, precavendo assim um afastamento da mesma com a sociedade, pois muitos pais que pensam que deixando a criança com este tipo de problema dentro de sua casa assistindo televisão e brincando no computador, ela vai melhorar. Mas não adianta acabar com um problema e ter outro. Esta criança precisa de atividade física e a natação ajuda no tratamento, com isso, ela melhora sua autoestima e sua autoconfiança. (CAVALCANTI, 2006)

A criança praticando a natação e tendo a dificuldade respiratória, ela vem a ter uma melhora em seu organismo. E o professor, ensinando a criança a fazer os exercícios de maneira lúdica e prazerosa, onde são realizadas atividades específicas de inspiração e expiração, principalmente da expiração, onde a capacidade da caixa torácica é mais exigida. Porém, os exercícios que serão aplicados deverão ser com pouca intensidade e depois irão aumentar gradativamente. Essas doenças irão diminuir de uma forma significativa. Essas brincadeiras podem ser a “Meditação aquática”, onde a criança respira pela boca e coloca a cabeça na água e solta a respiração pelo nariz, fazendo assim bolinhas no meio líquido. O professor pode pedir que nesta fase fosse mais firme, pois como dito anteriormente, a pressão exercida pela caixa torácica é maior. Podemos assim diferenciar a respiração de dois estilos: o modo normal e o forçado.

A respiração normal é aquela onde a criança faz a respiração pelo nariz (ativo) e solta a expiração pela boca ou pelo nariz (passivo). Já a respiração forçada é aquela que a criança irá utilizar toda a musculatura abdominal e acessória, para que faça a inspiração e a expiração. Essas musculaturas citadas se contraem e se tornam, deste modo, um elemento funcional, fazendo, portanto, a criança ter um controle melhor de sua respiração.

A criança que sofre com algum tipo de doença respiratória e pratica natação tem uma qualidade de vida melhor, pois passam a usar a atividade física como tratamentos ao invés de usar medicamentos que, consequentemente, não farão bem à saúde da criança se ingeridos em grandes proporções. Ficam mais tempo sem ir a consultas ambulatoriais e idas aos prontos socorros e hospitais, situação que não era constante quando elas praticam natação. Outro ponto positivo é que estas crianças estão praticando uma atividade física. (RODRIGUES, 2006).
Mas por que a natação?

Tendo como assunto fisiológico, a natação melhora a performance muscular e ventilatória da criança e, se pegarmos como exemplo uma criança asmática, ela pode apresentar uma postura retraída e a natação ajuda a corrigir esses defeitos posturais e distorções torácicas. (RODRIGUES, 2006)

Rodrigues, 2006, lembra que toda criança com problema respiratório pode praticar natação. A exceção é quando a doença está em sua fase crônica, é recomendável que primeiro seja feito um tratamento com medicamentos. Podemos adaptar alguns exercícios que trabalham as vias respiratórias com crianças com problemas de saúde. Eles serão inseridos de maneira lúdica, onde deverão exercer uma função de auxiliar na estabilização da doença, além de serem preventivos para o desenvolvimento de outras doenças. Existem exercícios específicos e adaptados. Um exercício adaptado pode ser usado à brincadeira do “Freno Labial”, onde o aluno faz a inspiração com a cabeça fora da água, inspirando normalmente pelo nariz e, quando for expirar, ele expirará pela boca, colocando a cabeça dentro da água, lembrando que o tempo de expiração dobra para ter uma maior resistência na caixa torácica do aluno (ZAIDAN e FARIAS, 2009). Como também a brincadeira do “Submarino”, onde é feita com o auxílio de um aparelho de mergulhador chamado snork, que seria um canudo, onde a criança deverá levar o aparelho até a boca, descer um pouco abaixo da superfície da água, deixando uma parte do canudo para fora da superfície da água e manter a respiração embaixo da água, sem deixar que entre água dentro de sua boca, pois assim ela não conseguirá fazer a inspiração. O objetivo é fazer com que ela fique o maior tempo possível embaixo da água, fazendo a respiração pelo aparelho e assim melhorando sua capacidade respiratória.

13. CONCLUSÃO

Com este estudo, conclui-se que as crianças com idades entre três e seis anos apresentam benefícios significativos no que diz respeito aos aspectos de desenvolvimento motor, cognitivo e afetivo. Esta criança fica mais interativa, sua criatividade está sendo estimulada a todo o momento, já que o lúdico é benéfico para esta faixa etária e, sem ele, o professor passa a ter dificuldades para o ensinamento da prática da natação, já que as brincadeiras fazem parte desta fase da vida. E desse modo, todos os objetivos propostos nesta faixa etária são conseguidos de forma eficiente.

De acordo com o estudo realizado neste trabalho e as referências feitas pelos autores no mesmo, podemos concluir que o ensinamento da natação infantil de três aos seis anos engloba diversos assuntos, onde o principal foi estudar a postura correta que um professor de natação tem que estabelecer de uma maneira lúdica e, principalmente, respeitando o desenvolvimento físico, motor e cognitivo da criança, onde esses fatores influenciam muito na maneira de o profissional trabalhar e para que a criança assimile o ensinamento transmitido, respeitando os limites de cada uma. Também podemos concluir que, quando o trabalho é realizado de uma maneira lúdica, facilita muito o ensinamento para o professor, porque as crianças começam a ter uma autoconfiança maior, ficam mais interessadas nas aulas, esperando o professor passar diversas brincadeiras para elas se divertirem, e com isso os objetivos deverão ser alcançados rapidamente e de um modo competente. Mais é sempre bom lembrar que também constatamos em nosso estudo algumas influências que levam as crianças a procurar a prática da natação. Um deles é a influência dos pais, onde eles querem a independência dos filhos para a prática do esporte como um estilo recreativo, ou seja, em uma festa ou clube onde tenha piscina, os pais sempre têm que estar atentos e muitos não gostam de acompanhar os filhos nesses momentos e querem a independência deles. Outro fator para a procura da natação que é muito comum é devido às indicações médicas relacionadas a doenças respiratórias.

Todos esses fatores relacionados à busca da natação são muito benéficos, já que, quando começam a fazer as aulas, atingem os objetivos alcançados que vão além daqueles relacionados à procura e os pais ou responsáveis ficam muito satisfeitos com o trabalho realizado.

14. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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CAVALCANTI, Pedro; et al.– IV Manual de Otorrinolaringologia Pediátrica da IAPO, cap. 29 – Natação e Doenças Respiratórias, p. 168, Lis Gráfica & Editora. 2006 <Disponível em:. >Acesso em: 26 jul. 2010.

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Autor: Paula Martins

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Este texto foi publicado na categoria Metodologias e Inovação Pedagógica.

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Sou pedagoga e professora pós-graduada em educação infantil, me interesso muito pela educação brasileira e principalmente pela qualidade de ensino. Primo muito pela educação infantil como a base de tudo.

Uma resposta para “Aprendizagem na natação infantil: benefícios da ludicidade para crianças de 3 a 6 anos”

  1. Gostaria de saber como que faço para colocar meu filho para poder fazer natação

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