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Atualizado em 02/08/2023

A EDUCAÇÃO NA IDADE MÉDIA

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EDUCAÇÃO NA IDADE MÉDIA


A Escolástica

Conjunto de doutrinas filosóficas e teológicas desenvolvidas em escolas eclesiásticas e universidades da Europa entre o século XI e o Renascimento. Caracteriza-se pela tentativa de conciliar a fé cristã com a razão, representada pelos princípios da filosofia clássica grega, em especial os ensinamentos de Platão e Aristóteles. Desenvolve-se a partir da filosofia patrística (elaborada pelos padres da Igreja Católica), que faz a primeira aproximação entre o cristianismo e uma forma racional de organizar a fé e seus princípios, baseada no platonismo. Com a escolástica, a filosofia medieval continua ligada à religião, uma vez que são as questões teológicas que suscitam a discussão filosófica. Um dos principais pensadores escolásticos é São Tomás de Aquino (1224/25?-1274).

A fase inicial é profundamente influenciada pelo pensamento de Santo Agostinho (354-430), o mais importante nome da filosofia patrística. Retomando os princípios do platonismo, entre eles o de que há uma verdade absoluta acima das verdades particulares, Santo Agostinho vê na revelação divina o meio pelo qual a verdade é introduzida no espírito humano.

O período mais importante da escolástica corresponde ao do desenvolvimento do tomismo, doutrina cristã criada no século XIII por São Tomás de Aquino com base na filosofia aristotélica. Para ele e para seus seguidores, há duas ordens de conhecimento: o sensível e o intelectual, sendo que o intelectual pressupõe o sensível. A impressão que um objeto deixa na alma é chamada de conhecimento sensível. O conhecimento intelectual considera apenas as características comuns entre os objetos e elabora o conceito.

Sobre as relações entre filosofia e teologia, São Tomás afirma que a filosofia é conhecimento e demonstração racionais, que parte de princípios evidentes e chega a conclusões inteligíveis. Já a teologia é fundada sobre a revelação divina, da qual não se pode duvidar. A revelação, porém, prevalece quando há contradição entre a verdade intelectual e a verdade revelada.

A escolástica entra em crise no final da Idade Média, por volta do século XIV, período marcado pelo surgimento do humanismo renascentista, pelas novas descobertas científicas e pela Reforma Protestante. Entretanto, sobrevive na era moderna como um pensamento cristão tradicional.
Patrística

Corrente filosófica e religiosa fundada pelo Padre Santo Agostinho, através da qual, pela iluminação, o homem recebe de Deus o conhecimento das verdades eternas. Essa corrente é chamada de patrística por ser elaborada pelos padres da Igreja Católica.

O Período Patrístico é compreendido desde o século I d.C. até o século VIII d.C., com a realização do Segundo Concílio de Nicéia. Durante esse período, muitas perseguições e heresias surgiram e ameaçaram o Cristianismo, mas graças aos esforços empreendidos por diversos cristãos, de homens simples e figuras anônimas a grandes bispos e teólogos, a fé cristã não apenas triunfou sobre os perseguidores como também afastou o perigo de ser contaminada com o veneno das heresias.

É inegável a importância da Patrística para a Igreja cristã. Foi durante essa época que não apenas a Igreja mas também seus ensinamentos e doutrinas se desenvolveram e foram melhor explicados e aceitos por toda a Cristandade. Nenhum cristão pode negar isso, pois trata-se de fato comprovado pela História.

Por isso, conhecer esses textos primitivos além de nos ajudar a compreender melhor a nossa fé também nos mostra que muitas seitas cristãs de hoje pregam doutrinas condenadas há quase quinze séculos. E se há quinze séculos todos os cristãos repugnavam esses ensinamentos (pois reinava a Unidade), ainda hoje devem ser reprovados por não refletirem a verdadeira fé transmitida por Cristo e seus apóstolos. De fato, na Internet encontramos diversos testemunhos de cristãos de outras denominações que, após um estudo sério da Patrística acabaram por acolher a fé católica.


O império bizantino

Império criado por Teodósio (346-395) em 395, a partir da divisão do Império Romano em dois – o do Ocidente e o do Oriente (Império Bizantino). A capital, Constantinopla (hoje Istambul), é fundada em 330, onde existira Bizâncio. Enquanto o Império Romano do Ocidente, com capital em Roma, é extinto em 476, o domínio bizantino estende-se por vários séculos, abrangendo a península Balcânica, a Ásia Menor, a Síria, a Palestina, o norte da Mesopotâmia e o nordeste da África. Termina apenas em 1453, com a tomada de Constantinopla pelos turcos.

Governo de Justiniano –O apogeu do Império ocorre no governo de Justiniano (483-565), que, a partir de 527, estabelece a paz com os persas e concentra suas forças na reconquista dos territórios dos bárbaros no Ocidente. Justiniano constrói fortalezas e castelos para firmar as fronteiras e também obras monumentais, como a Catedral de Santa Sofia. Ocupa o norte da África, derrota os vândalos e toma posse da Itália. No sul da Espanha submete os lombardos e os visigodos. Estimula a arte bizantina na produção de mosaicos e o desenvolvimento da arquitetura de igrejas, que combina elementos orientais e romanos. Ravena, no norte da Itália, torna-se a segunda sede do Império e um núcleo artístico de prestígio.

Como legislador, ele elabora o Código de Justiniano, que revisa e atualiza o direito romano para fortalecer juridicamente as bases do poder imperial. Em 532 instaura uma Monarquia despótica e teocrática. Nessa época, em virtude da elevação dos impostos, explode a revolta popular de Nica, abafada com violência. Mas o Império começa a decair com o final de seu governo. Em 568, os lombardos ocupam o norte da Itália. Bizâncio cria governos provinciais para reforçar a defesa e divide o território da Ásia Menor em distritos militares. A partir de 610, com a forte influência oriental, o latim é substituído pela língua grega.

Cisma do Oriente –Em 717, diante das tentativas árabes de tomar Constantinopla, o imperador sírio Leão III, o Isauro (675?-741?) reorganiza a administração. Influenciado pelas seitas iconoclastas orientais, pelo judaísmo e pelo islamismo, proíbe, em 726, a adoração de imagens nas igrejas, provocando uma guerra religiosa com o papado. Em 867, a desobediência da Igreja Bizantina a Roma coincide com nova tentativa de expansão de Bizâncio, com a reconquista de Síria, Jerusalém, Creta, Bálcãs e norte da Itália. O Império Bizantino consolida a influência grega e intensifica a difusão do misticismo, em contraposição às determinações católicas. A Igreja oriental rompe finalmente com a ocidental, denominando-se Igreja Ortodoxa, em 1054, no episódio conhecido como Cisma do Oriente.

Domínio turco-otomano –Em 1204, Constantinopla torna-se motivo de cobiça dos cruzados, que a conquistam. O restante do território é repartido entre príncipes feudais. A partir de 1422, o Império luta contra o assédio constante dos turcos. Finalmente, em 1453, Constantinopla é submetida pelos turcos e torna-se a capital do Império Turco-Otomano.
O enciclopedismo

Nome dado às idéias dos pensadores franceses que no século XVIII, sobre a direção de Denis Diderot e Jean D’Alambert elaboraram a Enciclopédie Méthódique. Os principais enciclopedistas foram Voltaire, Mostesquieu, Rousseau, Duclos, Marmontel, Condillac, Turgot, Quesnay e outros propagadores das idéias que abriram caminho à Revolução Francesa.

A Enciclopédia constitui um resumo do pensamento iluminista e fisiocrata. As idéias que nortearam a sua elaboração foram : a valorização da razão(RACIONALISMO) como substituto da fé; a valorização da atividade científica, apresentada como meio para se alcançar um mundo melhor; a crítica à igreja católica , ao clero, pelo comprometimento com o Estado absoluto; o predomínio do deísmo, crença em Deus como força impulsionadora do universo; a concepção de governo como fruto de um contrato entre governantes e governados.

Constituída de 35 volumes, contou com o trabalho de 130 colaboradores: Montesquieu contrubuiu com artigo sobre estética; Quesnay e Turgot versaram sobre economia; Rousseau discorreu sobre música e Voltaire e Hans Holbach sobre Dilosofia, religião e literatura.

Embora pretendesse mostrar a unidade íntima entre a cultura e o pensamento humano, as opiniões de seus autores divergiam muito. Sobre religião, por exemplo, era difícil chegar-se a um consenso, já que havia deístas e ateístas. Dessa forma, a Enciclopédia acabou sendo principalmente um instrumento divulgador dos ideais liberais na política e na economia.


O monaquismo

Nem todos os cristãos eram a favor de a igreja e criticavam a vida luxuosa que muitos bispos e padres levavam. Procurando retomar os ensinamentos e a vida pobre de cristo, muitos religiosos optaram por uma vida mais simples, recusando os bens materiais. Surgiram assim as ordens monásticas ou o monaquismo.

O monaquismo é a organização de homens que fizeram votos de vida religiosa e vivem de acordo com as regras que determinam a conduta nos seus menores detalhes.

Dentre as novas ordens, destacaram-se as criadas por São bento, em 529, por São Francisco de Assis, em 1210, e por São Domingos de Gusmão, em 1217. as ordens compreendiam mosteiros que abrigavam homens ou mulheres.

A ordem dos beneditinos defendia que os monges deveriam levar uma vida simples, rezando, trabalhando, estudando e obedecendo a seus superiores.

Os membros dessa ordem eram eruditos. Foram eles que transcreveram a maior parte das obras literárias gregas e romanas, sendo, em grande parte, responsáveis por sua preservação.

Inspirados no Evangelho, os franciscanos procuravam ajudar os pobres e professavam votos de pobreza, castidade e obediência. O mesmo ocorria com os membros da ordem dominicana.

Desta forma, essas ordens passaram a representar uma oposição às práticas do alto clero medieval.

Nas Abadias( centros de oração, trabalho e produção intelectual ) haviam igrejas, bibliotecas, muitos quartos(celas), oficinas para a produção e conserto de ferramentas e carroças, estrebarias e cocheiras, cozinhas, etc. Também, ao redor dessa moradia) cultivavam trigo, cevada, centeio, videiras, frutas, etc.

Os monges dedicavam a sua maior parte do tempo nas bibliotecas, copiando e estudando as obras dos grandes escritores da antiguidade, sobretudo dos gregos e romanos – eram os monges copistas. Reproduziam verdadeiras obras de arte . nas margens das páginas, desenhavam ilustrações, chamadas iluminuras, utilizando um tipo de letra que hoje conhecemos como gótica.
EDUCAÇÃO DO CAVALEIRO

Cavaleiros eram nobres que se dedicavam à guerra . A lealdade ao seu senhor e a coragem representavam as principais virtudes de um cavaleiro.

Por muito tempo, para ser cavaleiro, bastava possuir um cavalo e uma espada. Em troca de serviço militar a um senhor, o cavaleiro recebia seu feudo, onde erguia uma fortaleza. Pouco a pouco, porém, as exigências para se tornar um cavaleiro foram se tornando mais rigorosas: além de defender o seu feudo e o de seu senhor, ele deveria professar a fé católica e honrar as mulheres.

O jovem nobre iniciava a aprendizagem aos 7 anos, servindo como pajem na casa de um senhor, onde aprendia equitação e o manejo das armas. Aos 14 anos tornava-se escudeiro de um cavaleiro, passando 7 anos, pelo menos, a seu serviço, tratando de seu cavalo e de suas armas, ao mesmo tempo que aprendia com ele as artes do combate.

Tomava partes em corridas, em lutas livres e praticava esgrima. Para se preparar para torneios e combates, aprendia a correr a quintana: tratava-se de galopar a grande velocidade em direção a um boneco de madeira e cravar-lhe a lança entre os olhos. O boneco era munido de um braço e montado sobre um pino de ferro. Quem não acertava o alvo com a lança, fazia o boneco girar; ao girar, o braço do boneco batia nas costas do cavaleiro.

Depois do tempo de aprendizagem, se o jovem fosse considerado preparado e digno, estava pronto para ser armado cavaleiro.

OS DEZ MANDAMENTOS DO CAVALEIRO:

  • Acreditarás em tudo o que a igreja ensina e observarás todos os seus mandamentos;
  • Protegerás a igreja;
  • Defenderás viúvas e órfãos;
  • Amarás o lugar onde nasceste;
  • Jamais retrocederás ante o inimigo;
  • Farás guerra aos infiés até exterminá-los;
  • Cumprirás com teus deveres feudais, se estes não forem contrários à lei de Deus;
  • Nunca mentirás e serás fiel à palavra empenhada;
  • Serás liberal e generoso com todos;
  • Serás o defensor do direito e do bem, contra a injustiça e contra o mal.

EDUCAÇÃO DO SERVO

Como já sabemos, o trabalho nos feudos era realizado pelos servos. Cada servo, com sua família, plantava em um pedaço de terra. O servo era educado a respeitar as normas dos senhores feudais. Dentre as normas, citamos as seguintes:

  • Se um senhor conquistasse ou herdasse um feudo, recebia também com ele os servos;
  • recebia do Senhor a posse da terra( direito de morar e plantar ), com isso poderia sustentar-se e à sua família;
  • Recebia a garantia de que o Senhor o protegeria contra qualquer inimigo externo;
  • Não podia abandonar o feudo. Se ele fugisse o Senhor tinha o direito de perseguí-lo e trazê-lo de volta;
  • se conseguisse um outro Senhor que lhe desse acolhida, as coisas não mudariam em nada – continuaria submetido à servidão;
  • Por intermédio de um contrato entre o servo e o Senhor, em troca de terras para plantar e de proteção, o servo servia o Senhor de diversas maneiras;
  • Tudo que o senhor, sua família e seus guerreiros consumiam deveria ser produzido pelos sevos;
  • Além de ter de dar uma parte do que produzia para o Senhor, era obrigado a trabalhar alguns dias da semana para ele;
  • Quando trabalhava no moinho uma parte da produção era para o senhor;
  • quando uma filha do senhor se casava o servo era obrigado a contribuir para o dote;
  • Se o senhor fosse julgar uma causa entre esses camponeses, também receberia por isso;
  • Se quisesse um casaco teria que plantar, colher, fiar, tecer e costurar o linho;
  • Quando havia padres, aos domingos, podiam ir à missa;
  • Podiam ir à batizados, casamentos e outras festas;
  • Nasciam e morriam servos, assim como os seus filhos;

Eram muito religiosos. A religião católica os ajudava a enfrentar aquela vida dura. Nessa época, se acreditava que o importante era a vida após a morte. Assim, os servos aceitavam com resignação a sua vida sacrificada.

Eles viam a sua condição como natural. Sempre tinha sido assim, e sempre seria assim. Também viam a desigualdade social entre eles e os senhores como natural ou como fruto da vontade de Deus – o criador os tinha feito nascer servos e deviam aceitar isso.

Talvez isso nos ajude a entender porque eram raras as revoltas dos servos.

Não se julga necessário ensinar as letras aos camponeses, bastando formá-los cristãos. A ação da igreja é eficaz nesse propósito, destacando-se as catedrais góticas imponentes que exaltam a espiritualidade, os inúmeros afrescos com temas religiosos e os livros – cujo acesso é mais restrito – muito ilustrados para o entendimento dos analfabetos.

O que a atinge o povo de modo mais direto são a poesia e a música, com predominância de temas religiosos. As canções populares e a literatura lendária contam as histórias dos santos e ensinam a devoção e o comportamento ideal.

Exercem, também, grande importância as peregrinações e as festas dos santos.


A EDUCAÇÃO FEMININA

A sociedade feudal era um mundo predominantemente masculino. Em teoria, as mulheres eram consideradas inferiores aos homens; na prática, estavam sujeitas à autoridade masculina. Os pais promoviam os casamentos das filhas. As moças de famílias aristocráticas eram casadas geralmente aos 16 anos, ou ainda mais jovens, com homens muito mais velhos; as jovens aristocratas que não se casavam, tinham, com freqüência, de entrar para o convento. A mulher do Senhor estava à mercê do marido; se o aborrecesse, podia ser espancada. Mas a senhora do castelo desempenhava funções importantes ; distribuía tarefas aos criados, preparava remédios, preservava alimentos, ensinava às jovens costurar, tecer e fiar, e, apesar da sua posição subordinada, era responsável pelo castelo na ausência do marido. Embora a igreja ensinasse que homens e mulheres eram preciosos aos olhos de Deus e que o casamento era um rito sagrado, alguns religiosos viam as mulheres como agentes do demônio, sedutoras malignas que, como a Eva da Bíblia, levava os homens ao pecado.


BIBLIOGRAFIA:

Boulos Júnior, Alfredo, 1950-

História Geral: Antiga e medieval – São Paulo – FTD -1997

Piletti, Nelson, 1945-

História e Vida Integrada – São Paulo – Ática – 2002

Ferreira, José Roberto Martins, 1950-

História – 5ª Série, São Paulo FTD -1997

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História Geral, São Paulo – Scipione

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História Geral: volume único – ensino médio

São Paulo – Scipione.

Aranha, Maria Lúcia de Arruda

Temas de filosofia – 2ª ed. Revisada – Ed. Moderna -1998

Schmidt, Mario Furley

Nova história crítica – São Paulo – Ed. Nova Geração. 1999

Aranha, Maria Lúcia de Arruda – História da Educação

2ª edição Revisada e atual – Editora Moderna. São Paulo-SP

Autor: Ercilio Ferreira Duarte

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