Você já ouviu falar de Susan Polgar? Se a resposta é não, saiba um pouco da sua história neste artigo. Susan Polgar nasceu em Budapeste em 1969 e hoje reside e trabalha em Nova York, tem filhos e foi a primeira mulher a se tornar uma grande enxadrista. O cérebro de Susan funciona como o de um gênio, com uma diferença – ela foi transformada pelo seu pai, Laszlo Polgar.
O pai de Susan é psicólogo e desenvolveu profundas pesquisas sobre as origens da genialidade na infância. Ele usou o arquétipo de Wolfgang Amadeus Mozart, estudando e concluindo que Leopold, pai de Mozart, proporcionou uma educação precoce e específica na arte da música, descobrindo que um treinamento especializado pode ser mais importante que um talento especial. Assim, Laszlo criou um livro de nome Criando um Gênio, onde ele afirmava que um gênio não nascia gênio, mas era transformado em um através de muito trabalho e circunstâncias de sucesso, como, por exemplo, um lar feliz, que proporcionava à sua família.
Então ele planejou que Susan pudesse ser um gênio da matemática. Infelizmente ou felizmente, sua filha não pendeu para a matemática, mas por um feliz acaso descobriu um dia em sua casa um tabuleiro de xadrez. Após perguntar para sua mãe o que seria aquele objeto e ela respondeu que era um tabuleiro de xadrez e que não sabia jogar, muito embora tenha dito que Laszlo iria lhe ensinar assim que chegasse em casa.
Laszlo identificou o amor de Susan pelo xadrez, apesar de ninguém na família ser um enxadrista. Logo começou a treiná-la a partir dos quatro anos. Realizando um trabalho árduo e sistemático, treinava sua filha seis horas por dia, então conseguiu que Susan vencesse ilustres nomes do esporte – competiu com os maiores enxadristas, como Kasparov, Fisher e Karpov.
O pai de Susan sabia que a genialidade da filha surgiu a partir de um incentivo maior: o amor pelo xadrez. Comprovações à parte, realmente a partir de uma educação bem trabalhada, temos o caso de Susan como exemplo de criança com uma mente que foi fabricada. Para entender mais sobre a importância da educação na formação de talentos, você pode conferir o artigo sobre Inteligências Múltiplas.
Vejamos que pesquisas recentes revelam, sem dúvidas, que os fatores culturais impõem seus limites à genialidade. Como cita Lúcia Oliveira: “Se Isaac Newton tivesse nascido numa tribo da Nova Guiné, e não na Inglaterra do século XVII, não teria chegado a formular a lei da gravitação, porque para os guinéus, ser inteligente é saber de cor e salteado o nome de 10 mil clãs”.
Estatisticamente, em cada cem pessoas nascidas, três são consideradas superdotadas, sem contar o sexo, a raça ou nível social. A verdade é que, mesmo que a criança seja portadora de habilidade educacional especial, ela necessita ser orientada a realizar o que gosta. Não quero aqui afirmar que deve-se ensinar talentos e nem muito menos criatividade a essas crianças. Por outro lado, essas crianças devem desenvolver seus talentos naturalmente.
Saul Cypel, famoso neurologista infantil da USP, já declarou que não encontra explicações na Medicina para o fato de os superdotados amadurecerem mais cedo, já que, em sua maioria, eles tentam se relacionar grandemente com indivíduos mais velhos, muito menos para a simples existência de pessoas excepcionalmente talentosas. Sabe-se, por exemplo, que o estudo do cérebro de Einstein revelou milhares de conexões nervosas entre os também milhares de neurônios. Consoante Cypel, também é possível que os neurotransmissores – substâncias responsáveis pelos estímulos nervosos – funcionem de maneira peculiar nos superdotados.
Não sou machista, mas, caro leitor, comprovadamente na Revista Super Interessante (1989), nos mostra que testes realizados por psicólogos americanos na década de 70 produziram um curioso resultado: em Matemática, os homens superdotados são, inexplicavelmente, melhores do que as mulheres superdotadas – e nas outras áreas testadas, os resultados se equivalem.
Uma outra pesquisa revela que em crianças superdotadas a incidência de miopia é quatro vezes maior do que nas demais crianças da mesma idade. Em compensação, as crianças superdotadas tendem a ser mais altas e mais robustas. Um outro estudo nos diz que em cada três canhotos, dois são superdotados.
Resumindo, num outro estudo, os cientistas não provaram até agora que pais geniais tendem a ter filhos também geniais, como leigamente se pensa, caso de Laszlo Polgar, que era um mediano jogador de xadrez, mas até onde se sabe, o neto de Laszlo, filho de Susan, com sete anos de idade, disputou o Campeonato de Xadrez dos Estados Unidos para estudantes e venceu a competição. E você, caro leitor, acha que a genialidade nasce com o indivíduo ou pode-se fabricar um gênio?
Autor: Flávio Andrade é graduado em Administração pela Universidade Estadual do Maranhão, pós-graduado em Administração pública e é mestrando profissional em Gestão Estratégica de Pessoas (MBA). Atua também como professor convidado pelo SENAC, é palestrante e consultor pela Maranhão & Assessores, onde trabalha nas áreas de Marketing, RH, planejamento estratégico, Empreendedorismo, entre outras.
Referências
ANDRADE, Flávio R. E. de. Superdotação: um gênio pode ser fabricado? Pedagogia ao Pé da Letra, 2012. Disponível em: . Acesso em: 28 de agosto de 2022.
Por oportuno,
venho solicitar que o(s) responsável(is) corrijam urgentemente a redação das referências que dever estar no formato correto que a ABNT exige, sem ferir o direito do autor, no caso eu: Flávio Roberto Evangelista de Andrade e dessa forma não remeter ao plágio e ter problemas de direitos autorais.
Assim, o correto seria:
ANDRADE, Flávio R. E. de. Superdotação: um gênio pode ser fabricado? Pedagogia ao Pé da Letra, 2012. Disponível em: . Acesso em: 28 de agosto de 2022.
Desejo a todos, sucesso!