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Atualizado em 10/08/2024

Resenha do livro “Imagens da Educação no Corpo” – Análise e crítica

Descubra como as imagens da educação no corpo afetam o ensino e o aprendizado. Leia a nossa análise detalhada deste livro e saiba como aproveitar ao máximo as imagens da educação no corpo. Não perca!

IMAGENS DA EDUCAÇÃO NO CORPO

Capítulo Um – As Imagens

A autora nos mostra, através das imagens, a ginástica como uma forma de atividade valorizada culturalmente.

Capítulo Dois – Educação no Corpo

O segundo capítulo nos mostra que se formava no séc. XIX uma pedagogia do gesto e da vontade, configurando-se uma “educação do corpo”, já tida como importante. Os corpos que se desviavam do padrão de uma normalidade útil não interessavam.

A prática da ginástica, na Europa, fez nascer um movimento que foi chamado de Movimento Ginástico Europeu, movimento este que se baseava nas atividades cotidianas. A ginástica destacava-se pelo seu caráter ordenativo, disciplinador e metódico. Havia também mais uma vantagem na aplicação da ginástica: a suposta aquisição e preservação da saúde.

A ciência e a técnica sempre apareceram para firmar a ginástica como instrumento de aquisição de saúde, formação estética e de treinamento do soldado. E foi somente a partir da revelação do caráter científico da ginástica que a burguesia do séc. XIX iniciou um lento processo de tentativa de diferenciar sua aplicação entre os militares e a população civil. A base de conhecimento sobre ginástica encontrou-se principalmente na anatomia e fisiologia.

A ginástica passou a ser então apresentada como produto acabado e comprovadamente científico. Desde o menor gesto do trabalhador na fábrica, até as ousadas acrobacias, seria a ciência a prescrever, indicar e ditar o modo de realizar a tarefa. Sendo assim, as autoridades passaram a observar de perto as práticas corporais realizadas nas feiras e circos.

Instalava-se também um desejo de controlar o divertimento do povo, o tempo de folga do trabalhador. Contraditoriamente, a ginástica científica que se oferece como espetáculo “controlado” do uso do corpo, também nega o uso de elementos cênicos, acrobáticos. As “praticamente impossíveis” acrobacias apresentadas pelos artistas de arena transformaram-se numa ameaça ao mundo de fixidez que se desejou criar.

Para vencer a espontaneidade que circo e as exibições de rua criavam, era necessário criar um homem novo em sua aparência, linguagem e sentimentos, dentro de um tempo e de um espaço remodelados. A ginástica ganhou espaço e afirmou-se como uma forma específica de treinamento do corpo desse novo homem. De um modo geral, alastrava-se a ideia de modelagem do corpo.

Capítulo Três – O Corpo Moldado

Entende-se que no período do séc. XIX a ginástica esteve ligada ao coronel Amoros. Foi a partir de um apoio oficial que Amoros pôde mostrar seus estudos sobre ginástica, ele foi seduzindo as autoridades de modo que sua aplicação foi se ampliando ao meio civil e até mesmo ao meio escolar, algo que era pouco discutido na época.

De um modo geral, os ginásios amorisianos treinavam um outro modo de ser. De lá saíram homens e mulheres fortes, saudáveis e bons. A ginástica pensada por Amoros se encaixa no conjunto de normas de conduta moral e pedagógicas que formam ou reformam o corpo baseadas no exercício físico.

A importância de seu trabalho deve-se ao aspecto científico que ele buscou para justificar a necessidade da ginástica no meio militar e civil. Com uma estrutura científica, técnica e filosófica sólida, Amoros eliminou as dúvidas e criou um campo de certezas. Ele conseguiu demonstrar uma relação direta que poderia existir entre sua ginástica e a saúde das pessoas, tudo isso baseado em uma argumentação científica, noções de anatomia e mecânica do movimento, acrescentados ainda, de música e filosofia.

Vivia-se um momento no qual se desejava criar um corpo civilizado, o corpo como espetáculo estava fora do padrão de vida saudável. Mas o realismo grotesco do corpo nos circos, nas feiras e nas várias formas do cômico ainda sobreviviam.

Segundo o último método de Amoros, era através da ginástica que era possível, então, enobrecer o homem, torná-lo grande e, sendo assim, contribuir para o engrandecimento da humanidade. Amoros conseguiu criar condições para que a ginástica se tornasse parte efetiva de uma mentalidade científica.

Capítulo Quatro – O Corpo Adestrado

É visto que na segunda metade do séc. XIX aparecem as teorias raciais e predominam os estudos sobre o desenvolvimento da sociedade a partir de explicações fundadas em leis biológicas. A prática da ginástica se transforma em mais uma receita destinada à melhoria da saúde e moral das pessoas. O corpo cada vez mais vai se tornando objeto de estudos e cuidados.

Foi preciso esperar até esta segunda metade do séc. XIX para proceder às análises de Marey e Demeny, em que a educação do corpo aparece totalmente reconhecida. Nela se revela o ensinamento a partir do gesto educado, do domínio das forças e sua distribuição adequada pelo corpo, da postura ereta. A ginástica é a grande responsável pelo corpo educado.

A Educação Física se mostra um modelo científico e técnico, capaz de potencializar recursos e energias físicas, dentro deste novo ponto de vista sobre o indivíduo e sociedade.

Autor: Luiz Felipe Perlini

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Este texto foi publicado na categoria Metodologias e Inovação Pedagógica.

 About Pedagogia ao Pé da Letra

Sou pedagoga e professora pós-graduada em educação infantil, me interesso muito pela educação brasileira e principalmente pela qualidade de ensino. Primo muito pela educação infantil como a base de tudo.

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