Resenha da obra de Hamilton Werneck: Acredite em si mesmo professor
Descubra os ensinamentos do professor Hamilton Werneck em sua obra "Acredite em si mesmo". Aprenda a motivar-se, descobrir seus talentos e utilizá-los para o crescimento pessoal e profissional.
Resenha da obra de Hamilton Werneck: Acredite em si mesmo professor
Hamilton, em seu livro, professor, acredite em si mesmo, coloca o profissional da educação frente a frente com seus medos e inseguranças: emoções essas relacionadas à sua prática de sala de aula. Werneck, após confrontar o professor, convida-o a rever seus paradigmas, atitudes e comportamentos frente aos desafios do ato de educar.
Werneck aponta que a origem do medo, da insegurança e a desconsideração inconsciente do professor passa pela herança herdada da cultura grega, judaica e cristã medieval. Ao apontar as mazelas do professor, Werneck diz que o “choro” pela valorização e o reconhecimento acabará quando houver uma ruptura com essas heranças culturais do passado. Para que ocorra essa ruptura, é necessário que o professor aceite novos paradigmas.
Vivemos em um século onde o principal produto do mercado é o conhecimento. É curioso saber que o professor possui esse produto em acumulação, porém o reconhecimento por parte do seu público e da própria sociedade é inexpressível. O professor se contradiz quando espera reconhecimento do seu público e da sociedade. Percebe-se que o professor esquece que é um agente provocador e de transformação do senso comum para um saber crítico.
Quanto à autoestima e à formação continuada do docente, elas se retratam claramente nos ambientes onde esses profissionais se encontram diariamente, a dita “sala dos muros de lamentações”, a sala dos professores. É nesse ambiente que o docente verbaliza todas as suas frustrações, tragédias e o pessimismo quanto ao futuro da sua profissão. Há um porém: nesse ambiente de lamentações, dificilmente existe uma discussão sobre sua capacitação e o investimento na sua formação profissional continuada. Qualquer profissional que se preze necessita estar em processo de reciclagem, o que gera saúde emocional e recursos financeiros.
Percebe-se uma resistência interna por parte do docente quanto à sua reciclagem. As justificativas e as falas são as mais diversas: “já aprendi o que tinha de aprender, agora somente devo ensinar”, “se participo de seminários e semanas pedagógicas, tenho tudo resolvido”, “cumpri com minha parte e nada mais precisa ser acrescentado”; “agora basta encantar os alunos, nem que seja com algum trabalho de grupo que não represente um fenômeno pedagógico relevante (DEMO, 2005) e constitua, apenas, uma conversa fiada”.
Para toda essa insatisfação que os docentes apresentam, sugere-se um novo olhar apaixonado pela educação. Através da paixão, o docente se abrirá para o ato de aprender e apreender sempre. Quando o ser humano se abre para o ato de aprender, torna-se livre, consciente e seu ato de ensinar fica mais gostoso e eficaz.
O professor, ao fazer seu juramento no ato da formatura, é influenciado pelo que acredita. Antes de ir a campo, ele acredita que pode mudar o mundo em pequenas e grandes escalas. Independente das dificuldades sociais e localidades inóspitas, como o interior da floresta amazônica, ele acredita que pode superar.
Espalhados pelo Brasil, há um grupo de profissionais da educação com paixão e ansiedade de levar aos seus alunos o conhecimento e uma nova postura após uma releitura do mundo. “Este Brasil que o Brasil não conhece está à mercê da parte de educadores que têm esperança, uma voz nativa que liberte de vez.” Tal fato só é possível com a educação; eles estão abertos ao conhecimento.
Esses profissionais da educação são como os poetas maranhenses, e o poeta Gonçalves Dias traduzem em seus poemas:
No meio das tabas de amenos verdores,
Cercadas de troncos cobertos de flores,
Alteiam-se os tetos de altiva nação;
…
Sou bravo, sou forte,
Sou filho do Norte,
Meu canto de morte,
Guerreiro, ouvi.
Andei em longas terras
Lidei cruas guerras,
Vaguei pelas serras
Dos vis Aimorés;
…
Vi luta de bravos,
Vi fortes – escravos!
De estranhos ignavos
Casados de pés.
Penso que esses poemas definem claramente o ato de acreditar e de estar apaixonado pelo que fazem. O professor precisa ser “guerreiro” para provocar as mudanças sociais que acredita que podem ser realizadas e, com esse espírito humano e bravo, é possível mudar.
Aurora: Elonir Dutra Terra
Professora de geografia e história.
Educação Fundamental em 9 anos é um tema que pode ser explorado para entender melhor as mudanças na educação.
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