Educação Inclusiva: É o processo dos portadores de necessidades especiais ou de distúrbios de aprendizagem na rede comum de ensino em todos os seus graus.
“O princípio fundamental da escola inclusiva é o de que todas as crianças deveriam aprender juntas, independentemente de quaisquer dificuldades ou diferenças que podem ter. As escolas inclusivas devem reconhecer e responder às diversas necessidades de seus alunos, acomodando tanto estilos como ritmos diferentes de aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade a todos por meio de currículo apropriado, modificações, organizações, estratégias de ensino, uso de recursos e parcerias com a comunidade (…) Dentro das escolas inclusivas, as crianças com necessidades educacionais especiais deveriam receber qualquer apoio extra que possam precisar, para que se lhes assegure uma educação efetiva (…)”
UNESCO, 1998.
“Qual a proposta da escola inclusiva? Abrir oportunidades adequadas a todas as crianças. Dar condições também às crianças com necessidades educativas especiais (devido a deficiência mental, auditiva, visual, física ou múltipla), para que possam se desenvolver socialmente e intelectualmente junto com as outras crianças na classe comum. É uma escola, portanto, que aceita todas as diferenças e se adapta à variedade humana, criando um ambiente propício ao desenvolvimento das potencialidades individuais.”
SEMEGHINI, 1998, p. 13.
A educação inclusiva visa assegurar
- Benefícios para todos os alunos: Oportunidade de aprender uns com os outros, com relação às atitudes, habilidades e os valores necessários para a construção de uma comunidade inclusiva.
- Benefícios para os professores: Oportunidade de planejar e conduzir a educação como parte de uma equipe. Oportunidade de melhorar suas habilidades profissionais. Oportunidade de participar da vida escolar diária.
- Benefícios para a sociedade: O valor social da igualdade; A superação das experiências do passado; A sociedade informacional e a igualdade.
Componentes da educação inclusiva:
Os alunos frequentam classes comuns com os colegas não deficientes da mesma faixa etária. Este princípio assegura aos alunos deficientes e não deficientes a oportunidade de aprenderem uns sobre os outros e reduz o estigma experienciado por alunos que estavam separados anteriormente.
- Escola da vizinhança: Os alunos frequentam uma escola comum em sua vizinhança ou aquela que a família escolheu por uma razão particular.
- O professor ensina a todos os alunos: Em escolas inclusivas, o professor tem a responsabilidade de educar tanto as crianças sem deficiência como aquelas com deficiência. Tem também a responsabilidade de assegurar que o aluno deficiente seja um membro integrante e valorizado da sala de aula.
- Currículo adequadamente adaptado: Educação inclusiva significa que os alunos com deficiência estão sendo ensinados no mesmo contexto curricular e instrucional com os demais colegas de sala de aula. Materiais curriculares comuns podem precisar ser adaptados, mas somente até o nível necessário para satisfazer as necessidades de aprendizagem de qualquer aluno.
- Métodos instrucionais diversificados: São aplicáveis às classes de hoje, marcadas pela diversidade humana, os seguintes métodos – instrução mútua, a comunicação total, a aprendizagem por cooperação, aprendizado baseado em atividades.
- Colaboração entre professores e outros profissionais: A tendência para uma maior colaboração e apoio mútuo entre professores e a preferência dos terapeutas e consultores em oferecer apoio na própria sala de aula em vez de retirar alunos de lá beneficiam a prática educativa em geral e a educação inclusiva em particular.
- Inclusão do aluno na vida social da escola: São partes importantes da educação inclusiva os relacionamentos e interações sociais. Assim como os demais alunos, aqueles com deficiência também precisam participar da vida social da escola, como, por exemplo, conduzindo visitantes pela escola, ajudando no gerenciamento de equipes e trabalhando no escritório da escola. Quanto mais presentes estiverem esses componentes, maiores serão as chances de que a escola incluirá crianças e jovens portadores de deficiência.
Diferença entre inclusão e integração
A prática de integração e inserção da pessoa deficiente preparada para conviver na sociedade repousa em princípios até então considerados incomuns, tais como: A aceitação das diferenças individuais, a valorização de cada pessoa, a convivência dentro da diversidade humana, a aprendizagem através da cooperação. Principalmente nos anos sessenta e setenta, baseou-se no modelo médico da deficiência para torná-la apta a satisfazer os padrões aceitos no meio social (familiar, escolar, profissional, recreativo, ambiental).
A prática de inclusão e modificação da sociedade como pré-requisito para a pessoa com necessidades especiais buscar seu desenvolvimento e exercer a cidadania. Incipiente na década de oitenta, porém consolidada nos anos noventa, vem seguindo o modelo social da deficiência, segundo o qual a nossa tarefa é a de modificar a sociedade (escolar, empresas, programas, serviços, ambientes físicos, etc…) Para torná-la capaz de acolher a todas as pessoas que, uma vez incluídas nessa sociedade em modificação, poderão ter atendidas as suas necessidades, comuns e especiais.
Exclusão antes de 1900: Nessa fase, nenhuma atenção educacional foi provida às pessoas com necessidades especiais, que eram consideradas incapazes de educação escolar.
Segregação institucional (1920-1970): Por absoluta impossibilidade de acesso às escolas comuns por parte das crianças e jovens portadores de deficiência, suas famílias uniram-se para criar escolas especiais, hospitais e residências que eram também utilizados como locais de educação especial.
Integração: Crianças e jovens com deficiências mais aptos eram encaminhados às escolas comuns e lá ficavam se conseguissem acompanhar as aulas. As escolas especiais continuaram existindo e novas escolas especiais foram criadas. Nessa fase, surgiram as classes especiais e as salas de recursos dentro das escolas comuns.
Exclusão e segregação até 1960: Provisão de abrigos e prestação de cuidados médicos, sociais e religiosos. A família e a sociedade tinham atitudes de superproteção, piedade e caridade, impondo à pessoa com deficiência uma vida segregada. A imagem da pessoa com deficiência era a de alguém inválido, socialmente inútil e incapaz permanentemente.
Integração (1960-1980): Provisão de programas e serviços de reabilitação e educação especial. As atitudes da família mostravam que o portador de deficiência deve enfrentar os desafios da vida e integrar-se na sociedade. A imagem da pessoa com deficiência passou a ser ou de um “coitadinho” (vítima do destino ou da sociedade) ou de um “vilão” (figurinhas simbólicas como Capitão Gancho ou mafioso cego, por exemplo) ou de um “super-herói” (muito esforçado, supera todos os obstáculos).
Da integração à inclusão 1980 até hoje: Surge a ideia de que a família e a sociedade devem adaptar-se às necessidades de todas as pessoas, tenham deficiência ou não. A imagem da pessoa com deficiência é aquela de alguém que toma decisões e tem maior autonomia nos ambientes físico e social.
Sassaki, Romeu Kazumi. Inclusão – Construindo uma sociedade para todos. Ed. 3ª, Rio de Janeiro, 1999, p. 41, 42, 43
Autora: Soraya M. Marques
Para uma compreensão mais ampla sobre a importância da educação no atendimento às necessidades da criança, é fundamental considerar a inclusão como um pilar essencial.
Além disso, a didática para a pedagogia histórico-crítica pode oferecer insights valiosos sobre como implementar práticas inclusivas nas escolas.
É muito bom este material didático, por este motivo preciso ler mais sobre este assunto portanto vcs estão de parabéns.