O psicólogo na educação: identidade e (trans)formação
A Psicologia é vista como importante para a Educação, pois ela possui vários conceitos que podem auxiliar no entendimento de certos problemas na escola. Contudo, seu papel é bastante criticado, uma vez que cria uma identidade dentro deste contexto, gerando expectativas em relação ao seu trabalho. O psicólogo se sente perdido ao tentar reverter os conflitos e problemas, o que pode resultar em frustração dentro da sua profissão.
Durante o curso de Psicologia, o profissional aprende muitos conceitos que só podem ser aplicados na clínica, não se enquadrando no contexto escolar. Isso acaba por acarretar na construção errônea do conceito de que o problema é da criança, que apresenta patologias, sem perceber que não é a criança que é o problema, mas sim todo um sistema por trás dela. Para melhorar a Psicologia na Educação, é necessária uma maior integração com outras áreas, desenvolvendo um caminho que viabilize a resolução de conflitos. Para isso, o profissional de Psicologia deve estar aberto a não confrontar seus conceitos com os demais, encarando-os como complementares e não como contrastes de valores.
Desta forma, o psicólogo pode estar mais interado das mudanças ocorridas na sociedade, voltando-se para os indivíduos dessa sociedade. O que anteriormente poderia ser visto como uma defasagem passa a ser considerado uma complementaridade da identidade profissional, resultando em uma melhoria do trabalho. Para tal, o psicólogo deve estar aberto a críticas e saber elaborá-las, construindo algo inovador a partir delas.
A escola necessita dessa tendência inovadora, pois se os seres humanos estão em eterna mutação, nada mais plausível que a instituição escolar, que tem como grande responsabilidade a formação de cidadãos críticos, também se reformule constantemente. Juntamente com isso, os profissionais devem se aprimorar, tendo consciência de suas limitações.
O psicólogo não deve ser visto, nem por si mesmo nem pelos outros, como alguém que aparece apenas para solucionar problemas e depois vai embora. Ele deve ser encarado como alguém que está sempre tentando conscientizar as pessoas para que o ambiente seja saudável, atuando mais como uma medida profilática do que como solucionador de grandes conflitos.
Acima de tudo, para uma possível transformação, é necessário refletir sobre a formação dos profissionais que atuam na área escolar.
A Psicologia, apesar de todo um belo embasamento teórico sobre o desenvolvimento infantil e dificuldades de aprendizagem, dedica um espaço de tempo muito curto para a Educação. A formação de um bom psicólogo na educação se torna praticamente inviável nas universidades, uma vez que há poucas disciplinas nessa área e uma subvalorização dos interessados em atuar na escola, pois ainda persiste a ideia de que a clínica é o verdadeiro paraíso dos psicólogos. Isso, sem dúvida, deve ser reformulado, pois a Psicologia se cristalizou no tempo e não percebeu que as questões mudaram e, portanto, ela também precisa mudar.
Autor: Thatiana de Deus Erthal
Para mais informações sobre a atuação do psicólogo na educação, você pode conferir o artigo sobre Educação: meio de disseminação da cultura.
Além disso, é importante considerar a Psicologia Escolar como uma área fundamental para a formação de profissionais capacitados.
Se você está buscando recursos para melhorar o ambiente escolar, considere investir em materiais didáticos que podem auxiliar nesse processo.
Por fim, a formação contínua é essencial. Para isso, explore como trabalhar competências socioemocionais nas escolas.
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