A Psicologia da Educação na Filosofia
Este artigo explora como a filosofia pode auxiliar na educação, destacando o papel da psicologia na formação dos indivíduos e como aplicar os ensinamentos filosóficos no contexto educacional.
Na teoria psicossocial de Erikson (1980)
As crianças, quando pequenas, a partir dos seis anos, vão se dedicar nessa etapa para aprender tudo o que precisam para o seu futuro. Como membros adultos ativos de um grupo social, como na escola, elas vão aprender a se relacionar com adultos diferentes dos seus pais, pessoas com quem têm contato no dia a dia. Os seus “amiguinhos” vão ser um ponto de referência para os processos de comparação social (elas vão começar a comparar os “coleguinhas” e perceber que um é diferente do outro).
Erikson diz que as crianças vão tendo essas experiências. De acordo com Erikson, as experiências que as crianças têm, diferentes do contexto de desenvolvimento, farão com que a personalidade se desenvolva, podendo inclinar-se para um dos polos, positivo ou negativo.
Positivo:
O que define esta etapa é a forma como a criança vai ganhando habilidades e destrezas sociais. Ela se sente competente e produtiva; o polo oposto são as experiências negativas.
Negativo:
Os fracassos escolares levam a sentimentos de incompetência e inferioridade, e esses fatos vão moldando a personalidade que a criança deve contar mais adiante.
O conhecimento e a valoração de si mesmo
Vamos enfatizar especialmente os aspectos evolutivos que são novidades. O conhecimento de si mesmo ao longo da faixa etária dos seis aos doze anos pode ser observado na descrição que as crianças fazem de si mesmas, em um processo de continuidade de mudanças em termos gerais. Elas estão voltadas na direção de uma complexidade crescente. As crianças mais novas mudam sua autoavaliação e começam a ver suas amiguinhas somente na parte externa.
Conforme crescem, as crianças começam a ter um julgamento próprio e, dessa forma, vão adquirindo autoconceito. As crianças mais novas não distinguem entre os sentimentos privados e internos (quando querem algo, choram muito em qualquer lugar, podendo ser até em público). Já as mais velhas consideram o seu “eu” privado ou interno como seu “eu” autêntico, que não é acessível a ninguém.
Entre os seis e oito anos, as crianças começam a fazer descriminações de si mesmas (antes eu gostava de brincar, de correr… mas agora não gosto nem um pouco).
O “eu” é o principal elemento de referência que explora os sentimentos internos da natureza psicológica (eu fico muito feliz quando minhas amigas vêm brincar comigo).
A auto-estima: dimensões, evolução e determinantes
A auto-estima se refere à avaliação de si mesmo, isto é, como cada pessoa avalia suas próprias capacidades e competências.
Mudanças no autoconceito desde os seis anos até a adolescência.
A criança começa a se comparar consigo mesma e em outros momentos do passado. Seu psicológico começa a trabalhar (eu sei correr, saltar e jogar futebol muito bem. Agora eu gosto de leite, antes não gostava; começa a ter preferências. Prefiro brincar a ver televisão).
Nos últimos anos da infância, entre oito e onze anos, começa a ter relações interpessoais e comparações com outras crianças. Ela começa a perceber qual matéria na escola tira mais nota, tem crianças que gostam de matemática e preferem matérias exatas, enquanto outras se divertem mais em português, mas vão mal em inglês e música (tem criança que se diverte no pátio da escola, mas não dentro da sala de aula porque tem que estudar e levar mais a sério). Ela começa a ter a noção de que tal amigo tem mais amigos do que ela.
Começa a ter uma valoração de si mesma que inclui aspectos negativos e positivos, e começa a ter mais habilidades nas autodescrições. Observa bem mais seus amigos e vê o que eles realmente são como pessoas. Assim, em torno dos sete e oito anos, se observa uma diminuição da auto-estima. Sua auto-estima mais objetiva tenderá a manter-se estável até a chegada da puberdade.
Porque ocorre isso?
As comparações sociais e uma redução do otimismo fazem com que a criança se torne mais objetiva e realista. Entre as pessoas com as quais as crianças vão consolidando ou construindo novas relações, os companheiros e professores têm um papel muito importante de influência na auto-estima infantil.
As relações entre auto-estima e outros conteúdos psicológicos
Assim, por exemplo, uma criança cujas opiniões são escutadas e consideradas por seus pais está recebendo ao mesmo tempo um apoio para sua auto-estima e um reforço para a ideia de que ela tem um certo poder de influência sobre o que acontece.
As crianças com auto-estima alta são mais responsáveis em relação aos resultados exitosos do que aos fracassos.
As crianças de baixa auto-estima atribuem o fracasso à sua falta de capacidade.
Por um lado, é comum que, a partir da escola primária, crianças comparem seu rendimento com outras crianças da sala. As informações que obtêm dessas comparações são usadas para avaliar a própria competência em relação aos demais.
Quando um professor transmite uma mensagem de altas expectativas a um aluno, ele aumenta a confiança desse aluno em suas próprias capacidades, facilitando seu êxito escolar. Ao contrário, quando um professor mantém expectativas baixas ou uma atitude de desconfiança sobre a capacidade de um aluno, isso reduz sua auto-estima e favorece sentimentos de incompetência e insegurança.
Desenvolvimento emocional entre os seis anos e a adolescência
Quando a criança tem seis ou sete anos, começa a admitir que certas situações podem provocar emoções, só que sempre uma precede e segue a outra. Exemplo: Uma criança diz: “eu ficaria assustada se um dia ficasse sozinha em casa, mas me alegraria muito quando meu pai e minha mãe chegassem”.
É na terceira fase, próxima dos seis ou sete anos, que as crianças começam a aprender que existem certos acontecimentos que provocam sentimentos e começam a ter duas emoções parecidas. Exemplos: “Se minha amiga quebrasse a minha boneca preferida, eu ficaria chateada com ela e triste por ficar sem a minha boneca”. Outras vezes, situações de emoções contraditórias: “Eu fico com raiva de limpar meu quarto, mas depois eu gosto de ver como ele fica arrumado”.
Os adultos também têm um grande papel a respeito dessas emoções; eles ajudam as crianças a interpretar e conhecer suas causas, contribuindo para o desenvolvimento da compreensão emocional.
A auto-regulação emocional
A criança começa a ter controle interno de suas próprias emoções, aprendendo a avaliar, regular e modificar, quando necessário, seus próprios estados emocionais. Exemplo: quando uma criança está triste, tentamos distraí-la com algum brinquedo, e às vezes ela gosta ou não.
Até os seis/sete anos, os pais são a principal fonte de consolo a que as crianças recorrem. Com o passar do tempo, esses pedidos de ajuda são dirigidos a outras crianças.
Papéis de gênero e influência educativa
Os pais têm um trabalho diferencial em relação ao tratamento de meninas e meninos, que começa na escolha de utensílios e brinquedos diferentes para ambos, com estímulos e brincadeiras distintas. Observa-se que algumas capacidades são mais desenvolvidas nos meninos, como em matemática e esportes, enquanto as meninas se destacam em português e em outros idiomas. Por exemplo, há uma maior independência no caso dos filhos homens.
Os professores agem com as crianças em função de seu estereótipo (modelo) de gênero, valorizando os meninos por suas conquistas e competências, enquanto nas meninas valorizam seu bom comportamento e a sociabilidade.
Conclusão
As crianças, quando pequenas, começam a se integrar à sociedade e a se desligar dos pais, pois seus “amiguinhos” agora vão ser outros.
Começam a ir para a escola, desenvolvendo sua própria personalidade, que pode ser negativa ou positiva. Ao longo dos seis aos doze anos, as crianças fazem descrições de si mesmas. É muito importante que as crianças olhem para os amigos do jeito que eles são, por exemplo, gordos, magros, ruivos… e começam a fazer julgamentos também de ideias próprias relacionadas com os “amiguinhos”, adquirindo autoconceito.
A auto-estima é a forma como a criança avalia suas próprias capacidades e competências.
O professor tem uma importância muito grande na vida das crianças. Se ele elogia as crianças, elas ficam muito alegres; se for ao contrário, isso pode ferir muito sua capacidade, fazendo com que se sintam “um zero à esquerda”, sem competência para nada.
Autor: HMA
Educação e Filosofia são fundamentais para o desenvolvimento integral das crianças, e a compreensão do papel da psicologia na educação é essencial para formar indivíduos mais críticos e conscientes.
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