Podemos dizer que há um problema de linguagem em uma criança quando sua maneira de falar interfere na comunicação (distraindo a atenção do ouvinte sobre o que ela diz para enfocá-la no como ela diz) ou quando a própria criança se sente excessivamente tímida e/ou apreensiva com seu modo de falar. Porém, é preciso muito cuidado ao classificar a linguagem, pois a fala normal tolera muitas “anomalias”.
Mudez – esta incapacidade de articular palavras, geralmente é decorrente de transtornos do sistema nervoso central. Em boa parte dos casos, é decorrência de problemas na audição.
Atraso na linguagem – as principais características da criança que tem atraso na linguagem são: deficiência no vocabulário; deficiência na capacidade de formular ideias e desenvolvimento retardado da estruturação de sentenças.
Problemas de articulação – as crianças de mais de 7 anos que não conseguem pronunciar corretamente todas as consoantes e suas combinações apresentam um problema de articulação. Podemos citar:
- dislalia, que é a omissão, distorção, substituição ou acréscimo de sons na palavra falada;
- disartria – problema articulatório que se manifesta na forma de dificuldade para realizar alguns ou muitos dos movimentos necessários à emissão verbal;
- linguagem tatibite – distúrbio de articulação (e também de fonação) em que se conserva voluntariamente a linguagem infantil;
- rinolalia – ressonância nasal maior ou menor que a do padrão correto da fala, que pode ser causada por problemas nas vias nasais, vegetação adenóide, lábio leporino ou fissura palatina.
Afasia – se caracteriza, mais especificamente, por falhas na compreensão e na expressão verbal, relacionadas à insuficiência de vocabulário, má retenção verbal, gramática deficiente e anormal, escolha equivocada de palavras. A afasia pode ser observada em crianças que: ouvem a palavra mas não a interiorizam com significado; demoram para compreender o que é dito; apresentam gestos deficientes e inadequados; confundem a palavra ou frase com outras similares; têm dificuldade de evocação, exteriorizada por ausências de respostas ou tentativas incompletas para achar a expressão ou emissões que a substituem.
Atuação do professor frente aos distúrbios da aprendizagem
Atitudes que devem ser evitadas:
- ressaltar as dificuldades do aluno;
- corrigir o aluno com frequência perante a classe;
- relegar ou ignorar a criança que não consegue superar sua dificuldade.
Atitudes a serem adotadas:
- evitar que o aluno se sinta inferior;
- considerar o problema de maneira serena e objetiva;
- avaliar o desempenho do aluno pela qualidade de seu trabalho;
- estimulá-lo a enfrentar o problema, procurando superar-se;
Dislexia
A criança disléxica apresenta sérias dificuldades com a identificação dos símbolos gráficos no início da sua alfabetização, o que acarreta fracasso em outras áreas que dependem da leitura e da escrita. As principais dificuldades são:
- demora a aprender a falar, fazer laço, a reconhecer as horas, a pegar e chutar bola, a pular corda;
- escrever números e letras correspondentes, ordenar as letras do alfabeto, meses do ano e sílabas de palavras compridas, distinguir esquerda e direita;
- atrapalha-se ao pronunciar palavras longas;
- dificuldade em planejar e fazer redação.
Disgrafia
Os principais erros da criança disgráfica são:
- apresentação desordenada do texto;
- margens malfeitas ou inexistentes;
- traçado de má qualidade: tamanho pequeno ou grande, pressão leve ou forte, letras irregulares ou retocadas;
- distorção da forma das letras o e a;
- movimentos contrários ao da escrita convencional;
- ligações defeituosas de letras na palavra;
- irregularidades no espaçamento das letras na palavra;
- direção da escrita oscilando para cima ou para baixo;
- dificuldade na escrita e no alinhamento dos números na página.
Autismo infantil
O autismo infantil caracteriza-se por uma interiorização intensa. Teorias interpessoais e orgânicas foram sugeridas para explicar o autismo, mas até agora nenhuma delas foi plenamente aceita.
Características da criança autista:
- solidão em grau extremo e evidente na mais tenra idade;
- ausência de sorriso social;
- não desenvolve linguagem apropriada, repete frases;
- arruma seus objetos sempre da mesma forma e, mesmo que fique sem vê-los durante um tempo, lembra-se da sua posição;
- possui excelente memória: decora facilmente poesias, canções, aprende sempre novas palavras;
- não mantém contato visual com as pessoas;
- demonstra ansiedade frequente, aguda, excessiva e aparentemente ilógica;
- possui hiperatividade e movimentos repetitivos, com entorpecimento nos movimentos que requerem habilidades;
- é retraída, apática e desinteressada, numa total indiferença ao ambiente que a rodeia;
- demonstra incapacidade para julgar.
Bibliografia
JOSÉ, Elisabete da Assunção & COELHO, Maria Teresa.Problemas de aprendizagem. São Paulo, Ática. 1989.
DROUET, Ruth Caribe da Rocha. Distúrbios da Aprendizagem. São Paulo, Ática. 1990.
ASSUMPÇÃO JR., Francisco B. & SPROVIERI, Maria Helena. Introdução ao Estudo da Deficiência Mental. São Paulo, Memnon. 2000.
TELFORD, Charles W. & SAWREY, James M.. O indivíduo excepcional. Rio de Janeiro, Zahar Editores. 1983.
GRÜNSPUN, Haim. Distúrbios Psicossomáticos da Criança: o corpo que chora. São Paulo, Atheneu. 1988.
Educação Especial e Inclusão Escolar é um tema importante para entender como lidar com as dificuldades de aprendizagem.
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