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Atualizado em 02/08/2023

Ideias e práticas correntes da presença do movimento na educação infantil

Descubra como o movimento pode influenciar positivamente a educação infantil! Esta postagem oferece ideias e práticas correntes que demonstram como a presença do movimento pode ter um grande impacto na vida dos alunos na sala de aula. Acesse agora para começar a se beneficiar!

ARTIGO

O movimento é parte integrante da vida humana.

As crianças desde o seu nascimento movimentam-se e este vai se aprimorando a cada dia por intermédio das experiências como por exemplo: correm, saltam, manuseiam objetos, etc.

 O movimento humano não se resume apenas em um deslocamento e sim uma forma de linguagem corporal em que expressamos nossos sentimentos, emoções e pensamentos.

 O modo como se processa o movimento é o resultado da interação do homem com o meio, interações sociais e através do tipo de movimento é expresso as necessidades, interesses entre outros.

O movimento está intimamente ligado à cultura na qual a criança está inserida.

 As instituições de educação infantil devem propiciar um espaço adequado para que as crianças se sintam seguras para desenvolverem seus movimentos, vencendo os desafios.

O trabalho com o movimento deve propiciar à criança um desenvolvimento dos aspectos da motricidade e a ampliação da cultura corporal de cada criança.

 Presença do movimento na educação infantil: ideias e práticas correntes.

 As práticas pedagógicas na educação infantil definem variadas concepções da utilização e finalidade do movimento trabalhada em creches, pré-escolas e outras instituições.

 Algumas escolas em suas práticas educativas, visando manter a ordem e a disciplina impõe as crianças, beber regras, limites no que diz respeito aos movimentos por exemplo: filar, realização de atividades sistematizadas entre outras.

 Outro objetivo na manutenção do controle dos movimentos é que estes impedem a concentração e a atenção da criança atrapalhando a aprendizagem, o que é o contrário, ou seja, o impedimento do movimento pode dificultar o pensamento e a atenção.As consequências desse controle dos movimentos da criança podem ocasionar a passividade, perda do controle do corpo entre outros.

  Outras atividades realizadas nas escolas como o intuito da manutenção da disciplina, exigem das crianças movimentos controlados tolindo sua liberdade.

No berçário, normalmente são realizadas atividades mecânicas com os bebês, por exemplo:

Movimentos de estimulação mecânicos que acabam por ocasionar na criança uma atitude de passividade, desvalorizando seu grande potencial de descobertas e desafios, e também desprezando a troca de atividade que estes momentos proporcionam.

Para a criança pequena o movimento é algo mais do que mecânico e sim uma forma de expressão e comunicação através dos gestos faciais e da utilização do corpo. Quanto mais nova a criança, necessita mais dos adultos para a compreensão dos seus gestos para o atendimento de suas satisfações e necessidades e já a partir do momento em que a criança vai crescendo passa a tornar-se cada vez mais independente.

No início do desenvolvimento da criança, predomina a dimensão subjetiva da motricidade que se torna eficaz com pessoas das quais ela interage diretamente, a partir do momento em que a criança vai crescendo ela ganha autonomia para interagir diretamente.

Os pais e os adultos que interagem diretamente com o bebê tem a grande responsabilidade em identificar os significados dos seus movimentos e essa identificação tornará possível através das observações no cotidiano.

 A primeira função da motricidade é a expressão das necessidades, desejos e estados, isso ocorre não apenas no bebê, como em crianças maiores através das brincadeiras.

O corpo é um importante meio para expressar os sentimentos, inclusive até nos adultos em expressões faciais através das falas, gestos entre outros que varia de cultura para cultura.

O trabalho pedagógico deve respeitar a expressividade e o movimento próprio da criança, pois um grupo disciplinado onde todos participam com envolvimento e mobilidade nas atividades propostas o que irá facilitar o professor planejar melhor a sua aula e não interpretado meramente como falta de disciplina.

A criança e o movimento

O primeiro ano de vida

Neste período predomina a dimensão subjetiva, pois as relações do bebê com as pessoas que interagem com ele é através das emoções.

Através das expressões de outras pessoas as crianças imitam e criam suas próprias, ocorrendo com isso possibilidades de aprendizagens constantes.

Através dos inúmeros movimentos realizados pelo bebê vai-se aumentando o campo das conquistas até chegar propriamente na locomoção independente.

 O bebê dedica bastante tempo ao conhecimento do seu próprio corpo e a investigação dos efeitos causados pelos seus próprios gestos sobre os objetos do mundo exterior o que lhes permite a descoberta dos limites e a unidade do próprio corpo que é uma importante conquista no plano da consciência corporal.

A descoberta do bebê do efeito de seus gestos sobre outros objetos lhe propicia a coordenação sensório-motora e a grande conquista com as relações com os objetos é o gesto de preensão que se constitui no movimento das mãos, que opõe o polegar aos outros dedos, utilizado para segurar, agarrar, etc.

Conquistas como a preensão e a locomoção são importantes fatores no plano da motricidade objetiva, e vão se aprimorando através de atividades diversificadas e desafiadoras dos bebês.

Antigamente o bebê era mantido, praticamente em estado de imobilidade, não lhe era oferecido nenhuma oportunidade de movimentar-se livremente pelo fato de evitar que ele se machucasse, o que lhe dificultava o desenvolvimento de sua independência de expressar-se e o desenvolvimento de suas habilidades.

 A aceitação da importância da corporeidade do bebê é recente.

 Crianças de um à três anos

 Após a aprender a andar, a criança se diverte em locomover-se sem uma finalidade, o que lhe proporciona um amadurecimento e consequentemente o aperfeiçoamento e a segurança do andar, propiciando também a exploração dos objetos através das mãos.

Através da exploração, a criança tem a possibilidade em adequar seus gestos e movimentos à realidade.

A criança ao manipular determinado objeto não restringe seu uso cultural e sim na exploração de várias outras possibilidades de uso, como por exemplo: a criança ao pegar uma xícara para beber água, como também pode pegá-la simplesmente para brincar.

Outro aspecto importante da expressividade do ato motor é o desenvolvimento dos gestos simbólicos, ligados ao faz-de-conta ou aos que possuem função indicativa.

No faz-de-conta podemos observar que as crianças revivem uma determinada cena através de gestos, onde a imitação é um fator de grande importância.

No plano da consciência corporal a criança começa a reconhecer a imagem do seu próprio corpo através principalmente de interações sociais e brincadeiras diante do espelho, o que lhe proporciona a construção de sua identidade.

Crianças de quatro à seis anos

Nesta fase ocorre a ampliação do repertório de gestos instrumentais que contam com progressiva precisão por exemplo, dos atos de recortar, colar, encaixar pequenas pecas, etc. que sofisticam-se.

 Mesmo nesta fase a criança permanece com a tendência lúdica da motricidade, onde é comum observar que as crianças durante a realização de uma atividade desviam a atenção de seus gestos para outra atividade.

Neste período a criança começa a pensar antes de agir, planejar suas ações por exemplo, contando para outra criança o que irá realizar e ocorre também a contenção motora, que caracteriza-se no aumento do tempo em que a criança consegue manter-se na mesma posição, que se dá em virtude da diminuição da impulsividade motora, que predominava nos bebês.

 As práticas culturais e as possibilidades de exploração oferecidas pelo meio do qual a criança está inserida, proporciona-lhe o desenvolvimento de suas capacidades e construção de seus próprios repertórios, o que varia de região para região.

Objetivos

Crianças de zero à três anos

         A prática educativa deve ter a finalidade do desenvolvimento das seguintes capacidades das crianças:

  • Reconhecimento do próprio corpo;
  • Exploração das possibilidades de gestos e ritmos corporais para expressar-se em brincadeiras e outras interações;
  • Segurança e confiança em suas capacidades motoras;
  • Exploração e utilização dos movimentos de preensão, encaixe, etc. no uso de objetos diretos.

Crianças de quatro à seis anos

 Nesta fase deve-se ter uma aprofundidade e ampliação dos objetivos establecidos no período de zero à três anos para que as crianças sejam capazes de:

  • Ampliação das possibilidades de expressão do próprio movimento para utilizações em diversas situações;
  • Conhecimento das potencialidades e limites do próprio corpo;
  • Controlar e aperfeiçoar gradativamente o próprio movimento;
  • Utilização dos movimentos de preensão, encaixe, lançamento etc., para a ampliação de suas possibilidades em diferentes situações;
  • Conhecimento, interesse e cuidado da imagem do seu próprio corpo.

Conteúdo

A organização dos conteúdos para se trabalhar o movimento devem respeitar as diferentes capacidades das crianças em cada faixa etária e as diferentes culturas presentes nas regiões do país.

Os conteúdos devem priorizar capacidades expressivas e instrumentais do movimento, permitindo que as crianças ajam cada vez mais com intencionalidade.

Devem ser organizados de maneira contínua e integrada envolvendo múltiplas atividades realizadas pela criança sozinha e em situações de interação, através de diferentes espaços  e materiais.

 Os conteúdos são organizados em dois blocos:

  • Possibilidades expressivas do movimento;
  • Caráter instrumental.

Expressividade

Nas instituições de educação infantil deve-se possibilitar condições para que as crianças utilizem gestos, posturas e ritmos para expressar-se e comunicar, e abrir oportunidades para a apropriação dos significados expressivos do movimento.

 A expressividade do movimento engloba expressões e comunicações, relacionadas com a cultura. A dança manifesta a cultura corporal dos diferentes grupos sociais e não pode ser determinada por macacão e e definição de coreografias pelos adultos.

 Crianças de zero à três anos

  • Exploração dos segmentos do próprio corpo;
  • Expressão de sensações e ritmos corporais;

 Orientações didáticas

Atividades de exploração do próprio corpo podem ser desenvolvidas no banho, massagem entre outros.

 A percepção rítmica, a identificação de segmentos do corpo e o contato físico podem ser desenvolvidos em brincadeiras que envolvam o canto e o movimento simultaneamente.

 Para que a criança tenha um conhecimento maior do seu corpo e de seus movimentos é importante ter nos berçários e salas, espelhos situados ao lado de colchonetes, almofadas, etc.

As mímicas faciais e gestos são de grande importância na expressão de sentimentos e em sua comunicação, levando as crianças ao conhecimento de suas próprias capacidades expressivas e aprender as das outras pessoas, e a ampliação de sua comunicação.

 Brincadeiras de roda ou de danças circulares proporcionam às crianças o desenvolvimento da noção de ritmo individual e coletivo e de expressar suas emoções.

O professor deve cuidar de sua expressão e postura ao lidar com seus alunos, pois ele é um modelo para as crianças.

O conhecimento de jogos e brincadeiras são condições importantes para as crianças desenvolverem sua motricidade harmoniosa.

 Crianças de quatro à seis anos

  • Utilização expressiva intencional do movimento em diversificada situações.
  • Percepção de estruturas rítmicas para a expressão corporal.
  • Valorização e ampliação dos movimentos através dos diversos tipos de danças.
  • Percepção de sensações, limites, potencialidades, sinais vitais e integridade do próprio corpo.

 Orientações didáticas

Através de maquiagem, fantasias diversas, roupas velhas de adultos, sapatos, bijuteria e acessórios são importantes instrumentos que diante do espelho, as crianças brinquem de faz-de-conta percebendo que sua imagem modifica-se sem mudar a pessoa.

O professor pode propor a seus alunos jogos envolvendo interação, imitação, reconhecimento do corpo e observação de partes do corpo de seus colegas, usando-os como modelo como por exemplo para: moldar, pintar ou desenhar.

 Nestas atividades não há necessidade de se estabelecer uma hierarquia prévia entre as partes do corpo trabalhadas e sim deixar livre a criatividade da criança, o professor deve estar atento aos conhecimentos prévios da criança para uma melhor adequação em seus projetos educativos.

O trabalho de conhecimento dos sinais vitais de suas alterações podem ser realizado através de atividades como correr, rolar, quando são massageadas amplia o conhecimento do próprio corpo e da expressão harmoniosa do movimento, o que podem se transformar em atividades divertidas e significativas para as crianças.

 No Brasil existem inúmeras atividades que alem de socializar, trazem para a criança inúmeras possibilidades de realização de movimentos de diferentes qualidades expressivas e rítmicas que se diversificam de região para região.

 Equilíbrio e coordenação

O ato de brincar envolve aspectos ligados à coordenação do movimento e do equilíbrio.

A instituições de ensino devem fornecer em seu cotidiano atividades que promovam a coordenação dos movimentos e o equilíbrio das crianças.

Crianças de zero à três anos

  • Exploração através de diversificadas atividades a exploração de diferentes posturas corporais.
  • Ampliação da destreza em movimentar-se no espaço através de atividades onde há a abertura de possibilidades.
  • Aperfeiçoamento dos gestos relacionados com a preensão através de diversas situações onde há o desenvolvimento das habilidades manuais.

 Orientações didáticas

Quanto menor a criança, mais responsabilidade tem o adulto em lhe proporcionar atividades em eu há o desenvolvimento de experiências posturais e motoras variadas.

O professor deve organizar seu ambiente de trabalho de maneira a oferecer para as crianças diversos materiais para lhes proporcionar a descoberta, exploração do movimento e seu aperfeiçoamento.

 Crianças de quatro à seis anos

  • Participação em diversas brincadeiras que lhe proporcionem a ampliação do conhecimento, controle sobre o corpo e o movimento.
  • Utilização de recursos de deslocamento e das habilidades em brincadeiras das quais ele participa.
  • Valorização das conquistas corporais.
  • Manipulação de diversos materiais para o aperfeiçoamento de suas atividades manuais.

Orientações didáticas

É de grande importância oferecer para a criança uma grande diversidade de movimentos, mas tomando sempre o cuidado de enquadrar em modelos pré estabelecidos que causem qualquer tipo de discriminação.

 A brincadeira de pular corda proporciona a criança uma intensa pesquisa corporal em relação aos movimentos.

Os primeiros jogos de regra são importantes para o desenvolvimento das capacidades corporais de equilíbrio, coordenação, situações competitivas onde o professor deve ajudar a criança a desenvolver uma atitude de competição saudável através do acompanhamento.

 Existe uma grande diversidade de jogos e brincadeiras nas regiões do Brasil que desenvolvem a descoberta, exploração de capacidades físicas e a expressão de emoções.

Cabe ao professor pesquisas junto às crianças, familiares e comunidade, aqueles mais significativos, possibilitando às crianças a maneira positiva de lidar com os limites e as possibilidades do próprio corpo.

 Orientações gerais para o professor

  • O professor deve perceber os diversos significados que a atividade motora possa ter para a criança para dar-lhe melhores condições de expressarem com liberdade e aperfeiçoarem sua motricidade.
  • Refletir sobre solicitações corporais das crianças e sua atitude diante das manifestações da motricidade infantil, compreendendo seu caráter lúdico e expressivo.
  • Planejar situações de trabalho voltadas para aspectos específicos do desenvolvimento corporal e motor, adequando as atividades de tempo, de concentração motora ou de manutenção postural às possibilidades das crianças de diversas idades.
  • Reflexão sobre a lateralidade.
  • Organização do ambiente, materiais e do tempo visando o auxilio das manifestações motoras das crianças, estejam integradas nas diversas atividades de rotina.

Observação, registro e avaliação formativa

Para se ter condições de avaliação se uma criança está desenvolvendo sua motricidade de forma saudável e necessária, primeiro uma reflexão sobre o ambiente da instituição e o trabalho desenvolvido.

A avaliação do movimento deve ser contínua levando em consideração os processos vividos pela criança, resultando do trabalho intencional do professor.

Devem ser documentados e sempre atualizando aspectos referentes a expressividade do movimento e sua dimensão instrumental da criança.

É importante informar para as crianças à respeito de suas competências, sempre valorizando seu empenho e conquistas evitando a comparação com outras crianças.

 Conclusão

Este artigo sobre “Pensamento do movimento na educação infantil: ideias e práticas correntes” é de suma importância para todos educadores, pais e outras pessoas envolvidas diretamente no dia-a-dia das crianças.

 Temos por hábito moldar o comportamento das crianças de acordo com nossos moldes.

Muitas vezes não nos damos conta da importância que o movimento tem para as crianças no desenvolvimento de sua criatividade, autonomia entre outros.

 É principalmente nesta fase inicial que a criança precisa de liberdade de expressão para o desenvolvimento da psicomotricidade, adquirindo com isso a autonomia de seus movimentos. Através das experiências que a criança vai aperfeiçoando seus movimentos.

 Autora: Juliana Ridolfi de Lima

 REFERÊNCIA:

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular Nacional para educação infantil: conhecimento de mundo. Brasília: MEC/SEF, 1998. v. 3.

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