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Atualizado em 09/08/2024

Piaget na sala de aula: uma abordagem lúdica

Explore como a abordagem lúdica de Piaget pode transformar a sala de aula, promovendo o desenvolvimento cognitivo e social dos alunos através de atividades divertidas.

Piaget na sala de aula: uma abordagem lúdica

O objetivo do presente trabalho é relatar de forma mais concisa a experiência de trabalhar de forma lúdica a teoria de Piaget na sala de aula, embasado nos estudos, bem como nas estratégias desenvolvidas e aqui apresentadas para a aplicabilidade da teoria de Jean Piaget. Para a criança, a sala de aula não se constitui apenas em um espaço para construção do conhecimento, mas é também um espaço socializador, lúdico e de experiências trocadas entre aluno e educador. É um espaço coletivo, onde o professor é o sujeito mediador que oportuniza a aprendizagem, sendo ainda um amigo, um companheiro e, em especial, um referencial afetivo para a criança, aprendendo assim de forma prazerosa.

Para Piaget, a inteligência, a aprendizagem e a construção do conhecimento estão relacionadas. Assim, durante a aplicação, procurou-se focar o desenvolvimento das inteligências através de atividades lúdicas, onde a criança pudesse aprender brincando e se socializando. Para saber mais sobre metodologias de ensino, você pode conferir Leis e Teorias de Metodologia.

1. Considerações teóricas acerca de Piaget e a sala de aula

A escola é uma instituição responsável pela construção e divulgação do conhecimento, promovendo o processo de ensino-aprendizagem, onde, para Libâneo (1994), a escola é a forma predominante de ensinar e aprender. Durante as aulas, o professor deve criar oportunidades para que o aluno assimile o conhecimento de forma prazerosa, desenvolvendo habilidades e atitudes que estimulem a criticidade e suas capacidades cognitivas. Um dos pressupostos pedagógicos da teoria de Piaget é que:

Respeitar as características de cada etapa do desenvolvimento é considerar o interesse de cada fase, estimulando a atividade funcional, isto é, a atividade natural de cada indivíduo. Os estudos experimentais de Piaget permitem ao professor identificar o estágio em que uma criança está atuando, e ao mesmo tempo, lhe mostram o que esperar dos alunos nos diferentes estágios de desenvolvimento (HAIDT, 2002, P.48).

Dessa forma, percebe-se a relevância e importância acerca dos estudos de Piaget para os educadores, aprendendo que o desenvolvimento da inteligência é algo que necessita ser estimulado, sendo bem distinto da aquisição de novos hábitos de informação. Assim, o primeiro processo é chamado de desenvolvimento e o segundo de aprendizagem.

2. Caminho metodológico

Para desenvolver a proposta de aplicabilidade da teoria de Piaget de forma lúdica, o grupo presente estudou toda a teoria de desenvolvimento mental, fazendo uma pesquisa bibliográfica, conforme propõe Jean Piaget.

Dessa forma, elaborou-se uma coletânea de estratégias lúdicas para o desenvolvimento da inteligência em cada período do indivíduo. Em seguida, escolheu-se apenas uma estratégia e preparou-se os recursos didáticos necessários para a execução da estratégia.

Neste contexto, dentre as cinco estratégias criadas com base nas cinco fases do desenvolvimento postuladas por Piaget, elegeu-se uma, sendo no período Pré-Operatório, conforme a tabela a seguir:

2.1. Tabela demonstrativa

Escola Período Atividade Objetivos Estratégias
Privada Sensório-Motor Mamódromo self-service Permitir que a criança desenvolvesse autonomia e independência através dos desafios propostos Cria-se um espaço para as crianças mamarem – um mamódromo. As mamadeiras de cada criança com identificação serão colocadas em bandejas, funcionando como um self-service. Os bebês que já andam pagarão suas mamadeiras e irão deitar no cantinho que acharem confortável. Depois de mamarem, serão ensinadas a colocarem as mamadeiras de volta na bandeja.
Privada Pré-Operatório Caminho a se percorrer Distinguir semelhanças ou diferenças: Exemplificar frases: Aprimorar a linguagem A criança joga o dado no chão, o número sorteado corresponderá à casa no tabuleiro, respondendo corretamente seguirá no caminho.
Privada Operações concretas Audição apurada Trabalhar a audição com diferentes tipos de sons. Dividir a turma em dois grupos, um dos componentes de cada grupo será vendado, a professora irá fazer diferentes tipos de sons e a criança terá que identificá-los.
Privada Operações formais Olimpíadas Matemáticas Desenvolver as operações matemáticas cotidianas, bem como a socialização, divisão e limites monetários. Dividir a turma em dois grupos. Elaborar problemas matemáticos contextualizados à idade das crianças. O grupo que souber a resposta irá bater na mesa com um martelo plástico que emite som. No final, a professora deverá responder e explicar as respostas não dadas ou não acertadas.

3. Resultados

Após a realização da experiência em campo, foram obtidos os seguintes resultados:

Durante a aplicação da atividade, todas as crianças da escola queriam participar. Demonstraram grande alegria e entusiasmo, participaram prontamente da proposta, com a presença de pessoas convidadas.

Neste sentido, aplicamos a atividade conforme o objetivo proposto acima. Todas as crianças da referida turma jogaram o dado e participaram, chegando ao final do tabuleiro. Entregamos prendas para as crianças que chegaram na casa das prendas. Foram 04 crianças que ganharam as prendas.

Duas crianças pararam na casa da “Prisão” (que significa ficar uma rodada sem jogar). Uma das crianças que foi para a prisão chorou, mas explicamos que era uma regra do jogo, pois tudo na vida tem regras, e podia acontecer com outras crianças, tanto que outra criança também foi para a prisão.

Com relação ao entendimento das frases e as respostas; das 8 crianças da turma, 2 não responderam as perguntas devido à timidez, mas percebemos que elas entenderam o jogo, mas ficaram tímidas ao responder, devido a ser uma forma de desafio; brincar de responder. Todas as outras responderam as perguntas, quando era vez de uma criança, muitas vezes as outras se apressavam em responder, demonstrando grande participação e interação na atividade.

4. Discussão

A atividade demonstrou que todas as crianças apresentaram um desenvolvimento cognitivo de acordo com o período do desenvolvimento mental delas, estando desenvolvidas conforme demonstram os estudos de Piaget, sendo capazes das atividades que correspondem às suas habilidades.

As crianças e alunos se socializaram, aprenderam, pois quando um não sabia a resposta, o outro imediatamente respondia, competindo de forma dinâmica e amigável, haja vista que mesmo que nós dissemos no início do jogo que cada um tinha sua vez, elas terminavam respondendo, sendo normal entre crianças essa euforia em dar respostas, quando as sabem. Vale ressaltar ainda que quando não respondiam na hora, pensavam e analisavam um pouco. Outros pediam para nós repetirmos a frase para eles poderem responder, estimulando assim a criatividade e reflexão acerca do cotidiano.

Contudo, podemos afirmar que todo mundo tem inteligência, o que falta é ser estimulada, ou ainda falta à valorização dos conhecimentos das crianças, pois com elas ensinamos e aprendemos a ver o mundo de uma forma mais sensível, alegre e estimulante.

5. Conclusão

Na prática, as tarefas operatórias trabalhadas de forma lúdica facilitam a aprendizagem da criança, desenvolvendo o cognitivo e o afetivo, contribuindo para a construção do sujeito de forma integral. Aprender brincando proporciona prazer para o aprendente e o ensinante, pois ao propor atividades desafiadoras que estimulem a reflexão, a descoberta, a criatividade e o desenvolvimento do raciocínio, acionam os esquemas mentais.

Ao ir a campo desenvolver a presente estratégia, enriqueceram-se conhecimentos acadêmicos, reconhecendo a complexidade do papel do educador, sendo enfatizado sempre dinâmico, criativo, flexível e holístico, configurando uma práxis.

Bibliografia

FURTH, Hans G. Piaget na sala de aula. RJ: Fonseca Universitária, 1997.

GOULART, Íris Barbosa. Piaget: experiências básicas para utilização pelo professor. Petrópolis, RJ: Vozes, 2005.

HAIDT, Regina Célia Cazaux. Curso de Didática geral. São Paulo: Ática, 2002.

LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994.

MORETTO, Vasco Pedro. Construtivismo: a produção do conhecimento em aula. RJ: DP&A, 2003.

Autora: Yloma Fernanda Rocha

Estudante do último ano de pedagogia. Diretora da escola Fundação Menino Jesus e coordenadora da Educação Infantil da referida escola. Experiência em docência na Educação Infantil. Publicação de artigos na semana científica da faculdade em que estuda.

Explore brinquedos educativos que podem enriquecer a experiência de aprendizagem das crianças.


Este texto foi publicado na categoria Metodologias e Inovação Pedagógica.

 About Pedagogia ao Pé da Letra

Sou pedagoga e professora pós-graduada em educação infantil, me interesso muito pela educação brasileira e principalmente pela qualidade de ensino. Primo muito pela educação infantil como a base de tudo.

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