O Que é Literatura Infantil
infância
“Voar na história como aquele osso em camaralenta da cena inicial do filme” 2001 Odisséia no espaço”. E detestar no percurso, aquelas propostas que não estão fora do seu tempo”…
Ezequiel Teodoro da Silva
Nesta obra, a autora fala de nossa infância e o papel principal que cada personagem ocupa em nossa imaginação, expondo o quanto a literatura infantil está voltada à criança e como ela está direcionada ao interesse de quem quiser; mas dentro de um mundo específico. Na década de setenta, aumentou o uso dos livros de literatura infantil pelo fato de haverem muito mais alunos nas universidades e pelo crescimento da classe média. Já nos anos oitenta, foram ministrados muitos cursos para incentivar a literatura infantil.
A autora comenta sobre a união entre educadores em diferentes níveis de ensino para melhorar o desenvolvimento da educação, no nível principal que é a leitura. Em várias cidades, está sendo feito um trabalho onde o processo acontece com a motivação da leitura, dentro do objetivo que é democratizar o povo brasileiro. Nem todos os livros que as crianças lêem são próprios para a literatura infantil.
Na sala de aula, onde os alunos convivem com textos literários, eles desenvolvem o senso crítico e fazem as crianças separarem suas experiências já conhecidas. De acordo com a Antropologia, quem vai moldar uma criança desde que ela nasce é o meio em que vive a sociedade. A literatura infantil vai dar sua contribuição, possibilitando a mudança de conceitos e a autonomia do pensamento.
Como a literatura infantil tinha um caráter didático, por muito tempo, nas obras escritas havia questões de alguma discriminação qualquer.
Mas com o passar dos anos, isto foi mudando. Um exemplo disto é a obra “Alice no País das Maravilhas” de Lewis Carrol, que trabalha muitas questões que antes eram proibidas, dando espaço à criança (leitor) e formação de opiniões. O francês Charles Perrault foi quem iniciou a Literatura Infantil, fazendo uma relação com o popular, mas não esquecendo da parte didática.
Ele faz relação entre a literatura popular do povo e a literatura infantil, convertendo a primeira na segunda.
Monteiro Lobato é o iniciador da Literatura Infantil brasileira, onde em suas obras estão relacionadas às questões sociais e à literatura. Em suas obras, Lobato abre caminhos à imaginação de novas experiências.
Além de Lobato, existem muitos autores de Literatura; Lìgia Cademartori analisa alguns em suas obras. Segundo a autora, literatura e educação estão sempre ligadas. Desde os primeiros anos na escola, a literatura infantil faz parte, entrando até no processo de alfabetização das crianças, onde a literatura infantil é fundamental e está sempre relacionada com a escrita, ajudando no processo de alfabetização, processando assim uma relação entre falante e língua.
A escola é lugar de consagração do status, quando sua vocação é acentuadamente conservadora, pois incumbe-se de garantir a permanência do que já está estabelecido. A literatura, por sua vez, proporciona uma reorganização das percepções do mundo e, desse modo, possibilita uma nova ordenação das experiências existenciais da criança. A convivência com textos literários provoca a formação de novos padrões e o desenvolvimento do senso crítico. (pág. 18, 19).
Dentro da ideia do autor, penso que esta citação está bastante coerente com uma realidade mais real da nova sociedade que pretendemos formar.
É muito importante para o professor conhecer “assumir a nação de infância como uma construção histórica, sempre retomada” (Lajolo, pág. 23) para que possa discutí-las e posicioná-las em frente às situações dentro do contexto escolar, principalmente na literatura como porta de entrada para o mundo da alfabetização.
Sendo assim, as funções da leitura para Prout ficam ainda mais claras quando faz em seu livro ” Sobre Leitura”, onde o acesso à verdade é apoiado no ponto de vista do leitor para formar sua opinião crítica, mas existem momentos marcantes, como aquele em que o leitor deve “retirar-se em seus quartos” (Prost, pág. 14). Esta leitura é muito marcante, pois o leitor e o livro conversam entre si.
Para Maria Helena Martins, as leituras emocionais, sensoriais e racionais são as mais emotivas, pois acontece a interação entre o homem e o que ele lê. ” O imediatismo (sensorial), o conservadorismo (emocional) e o progressismo (racionalismo)” pela própria natureza depreciam a leitura”. (pág. 81).
O professor é o principal mediador dessa tarefa, por isso deve sempre repensar sua prática pedagógica e suas experiências de leitura. Por outro lado, compete aos alunos, de um modo geral, um comprometimento maior com a leitura, de tal forma que ela seja apreciada e vivenciada, absorvendo seu conteúdo do princípio ao fim.
Referência
1 ZILBERMAN, R. e SILVA, E. T. Literatura e Pedagogia Ponto & contraponto Porto Alegre: Mercado aberto, 1990. (série contapontos)
2 LAJOLO, M. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. 3ª ed. São Paulo: Ática, 1997. (Série Educação em Ação)
3 PROST, M. Sobre a leitura. 3ª ed. Trad. Carlos Vogt. Campinas, São Paulo: Pontes, 2001
4 MARIA, M. H. O que é leitura. 11ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1989. (col. Primeiros Passos, 74)
5 CADEMARTORI, L. O que é Literatura Infantil. 5ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1991. (Coleção Primeiros Passos)
Autor: Carmen Regina Straube de Souza
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